domingo, 29 de dezembro de 2013

Mais Uma vez Deus Agindo na Vida do meu Filho.

Ele continuava me maltratando agora as brigas era por que eu não queria ficar batendo papo com os amigos dele, um dia um cliente dele ligou  procurando, segundo o cliente já havia ligado três vezes e ele não o atendeu, como era um cliente importante eu imediatamente liguei pra ele, ele me atendeu dei o recado que alguém queria falar com ele urgente. Ele estava com um amigo no carro e passou o celular para o mesmo falar comigo quando eu percebi a intenção do outro desliguei o telefone; o meu marido ficou chateado, e ao chegar em casa fez um belo escândalo chamando a atenção de toda a vizinhança ficou uma semana sem falar comigo por que eu não fui boazinha com o amigo dele. A essa altura eu estava trabalhando com vendas, mas todo o dinheiro que eu ganhava ficava com ele, a conta corrente era no meu nome mais ele que assinava os cheques, eu não podia tirar um centavo do dinheiro que eu mesma tinha conseguido com o meu trabalho. Vivia como uma escrava era assim que eu me sentia em relação ao dinheiro.

 Um dia eu sair para fazer uma caminhada deixe o Silvio na garagem lavando o meu carro fiquei quarentas minuto fora quando eu estava voltando vi que no meu portão estava aberto e tinha varias pessoas achei estranho, aumentei o passo para chegar mais rápido. A filha da vizinha veio ao meu encontro e falou que o Silvio saiu para dar uma volta no quarteirão com o carro e a policia o pegou e o levou para a Delegacia, por ser de menos e não ter habilitação. Fiquei desesperada achando que o meu filha já estava preso; liguei varias vezes para o pai dele, mais ele não atendeu, peguei a minha bolsa e fui para a delegacia ao chegar vi o meu filho sentado com a mãe de um amigo dele, assinei um termo de responsabilidade peguei o carro e vim embora, não falei nada por que o susto que ele passou já foi o suficiente ele estava pálido, com medo parecia uma coelho assustado o mandei tomar banho e comer alguma coisa era hora de ir para a escola, nesse meio tempo o pai dele chegou e ficou nervoso por que eu havia ligado pra ele, que o problema era meu e não dele. Olhou para o Silvio com o olhar de quem queria matar alguém.

 O Silvio saiu, foi para a escola, eu servi o jantar, lavei a louça e fui reza um terço, li a palavra abrir a Biblia em Isaías C. 43. V 1, "E agora eis o que diz o Senhor, aquele que te criou, Jaco, e te formou, Israel: nada temas, pois eu te resgato, eu te chamo pelo nome és meu.” Não entendi nada mais fiz uma oração agradeci a Deus. Desci ao chegar à sala ele estava dormindo fiquei feliz por que ele falou que ia espera o Silvio para resolver o problema e com certeza pelo que eu o conheço ele ia bater no menino. Quando o Silvio chegou eu estava esperando, falei para ele não ligar a TV jantar e ir dormir para o pai dele não acordar. Ele jantou e subiu para o quarto, em seguida percebi que ele desceu levantei e fui ver o que ele estava fazendo, ele tinha ido tomar o remédio fazia uso do gardenal tomava um por dia, vi quando ele pós o comprimido na boca tomou agua e subiu para o quarto, lembro-me de ter brincado com ele dando um leve tapa quando passou por mim, ele entrou no quarto foi dormir e eu também.

 No dia seguinte levantei fiz café, o pai dele levantou mal humorado e logo saiu dando ordem para o irmão que trabalhava com ele, para acorda o Silvio e irem fazer um serviço, o irmão dele subiu para acordar o Silvio e em seguida me gritou desesperado por que o Silvio não respondia; eu subi as escadas feita uma louca quando entrei no quanto meu filho estava na cama inchado respirando, mas sem responder. O tio dele o pegou nos braços e desceu com ele pós no carro e saímos cantando pneus, ao chegarmos ao hospital deu entrada na emergência, os médicos começaram com uma bateria de perguntas e quando eu falei que ele fazia uso do gardenal eles deduziram que ele tomou certa quantidade. Liguei em casa a Silvia procurou e achou uma caixa vazia no lixo do banheiro, ele havia tomado vinte comprimidos. A primeira tentativa de suicídio do meu filho. Ele continuava me maltratando agora as brigas era por que eu não queria ficar batendo papo com os amigos dele, um dia um cliente dele ligou  procurando, segundo o cliente já havia ligado três vezes e ele não o atendeu, como era um cliente importante eu imediatamente liguei pra ele, ele me atendeu dei o recado que alguém queria falar com ele urgente. Ele estava com um amigo no carro e passou o celular para o mesmo falar comigo quando eu percebi a intenção do outro desliguei o telefone; o meu marido ficou chateado, e ao chegar em casa fez um belo escândalo chamando a atenção de toda a vizinhança ficou uma semana sem falar comigo por que eu não fui boazinha com o amigo dele. A essa altura eu estava trabalhando com vendas, mas todo o dinheiro que eu ganhava ficava com ele, a conta corrente era no meu nome mais ele que assinava os cheques, eu não podia tirar um centavo do dinheiro que eu mesma tinha conseguido com o meu trabalho. Vivia como uma escrava era assim que eu me sentia em relação ao dinheiro.

 Um dia eu sair para fazer uma caminhada deixe o Silvio na garagem lavando o meu carro fiquei quarentas minuto fora quando eu estava voltando vi que no meu portão estava aberto e tinha varias pessoas achei estranho, aumentei o passo para chegar mais rápido. A filha da vizinha veio ao meu encontro e falou que o Silvio saiu para dar uma volta no quarteirão com o carro e a policia o pegou e o levou para a Delegacia, por ser de menos e não ter habilitação. Fiquei desesperada achando que o meu filha já estava preso; liguei varias vezes para o pai dele, mais ele não atendeu, peguei a minha bolsa e fui para a delegacia ao chegar vi o meu filho sentado com a mãe de um amigo dele, assinei um termo de responsabilidade peguei o carro e vim embora, não falei nada por que o susto que ele passou já foi o suficiente ele estava pálido, com medo parecia uma coelho assustado o mandei tomar banho e comer alguma coisa era hora de ir para a escola, nesse meio tempo o pai dele chegou e ficou nervoso por que eu havia ligado pra ele, que o problema era meu e não dele. Olhou para o Silvio com o olhar de quem queria matar alguém.

 O Silvio saiu, foi para a escola, eu servi o jantar, lavei a louça e fui reza um terço, li a palavra abrir a Biblia em Isaías C. 43. V 1, "E agora eis o que diz o Senhor, aquele que te criou, Jaco, e te formou, Israel: nada temas, pois eu te resgato, eu te chamo pelo nome és meu.” Não entendi nada mais fiz uma oração agradeci a Deus. Desci ao chegar à sala ele estava dormindo fiquei feliz por que ele falou que ia espera o Silvio para resolver o problema e com certeza pelo que eu o conheço ele ia bater no menino. Quando o Silvio chegou eu estava esperando, falei para ele não ligar a TV jantar e ir dormir para o pai dele não acordar. Ele jantou e subiu para o quarto, em seguida percebi que ele desceu levantei e fui ver o que ele estava fazendo, ele tinha ido tomar o remédio fazia uso do gardenal tomava um por dia, vi quando ele pós o comprimido na boca tomou agua e subiu para o quarto, lembro-me de ter brincado com ele dando um leve tapa quando passou por mim, ele entrou no quarto foi dormir e eu também.

 No dia seguinte levantei fiz café, o pai dele levantou mal humorado e logo saiu dando ordem para o irmão que trabalhava com ele, para acorda o Silvio e irem fazer um serviço, o irmão dele subiu para acordar o Silvio e em seguida me gritou desesperado por que o Silvio não respondia; eu subi as escadas feita uma louca quando entrei no quanto meu filho estava na cama inchado respirando, mas sem responder. O tio dele o pegou nos braços e desceu com ele pós no carro e saímos cantando pneus, ao chegarmos ao hospital deu entrada na emergência, os médicos começaram com uma bateria de perguntas e quando eu falei que ele fazia uso do gardenal eles deduziram que ele tomou certa quantidade. Liguei em casa a Silvia procurou e achou uma caixa vazia no lixo do banheiro, ele havia tomado vinte comprimidos. A primeira tentativa de suicidio do meu filho.

domingo, 15 de dezembro de 2013

Mudando Para á Minha Casa...

Era um dia de sábado, lembro-me como se fosse hoje; jamais esquecerei esse dia .Esta data ficou gravada no meu coração, na minha mente. Dia 13 de abril de 1996. Eu conseguir realizar o meu sonho, mudar para a minha casa, o desejo de todo ser humano. Meu Deus obrigada por ter colocado a Alaides no meu caminho sem ela eu não teria conseguido alcança o meu objetivo, ter uma moradia digna; com um certo conforto para mim e os meus filhos, esse era o meu maior desejo. Agora eu estava na minha casa. As minhas orações foram ouvidas, Nossa Senhora intercedeu por me junto ao seu filho jesus. E foi pela força da oração que eu conseguir tantas coisas na minha vida. A recuperação do meu filho á minha casa; eu só tenho que agradecer a Deus por tudo.

 Depois que mudamos as coisas ficaram um pouco complicadas, agora eu morava em uma rua, tinha vizinhos não dava para ter escândalos a toda hora, ele fazia questão de dar o seu show, para toda a vizinhança ficar sabendo eu morria de vergonha. Continuávamos indo a igreja agora participávamos do Grupo de Oração tínhamos amizade com todos da comunidade; eu acreditando que tudo iria melhorar, que um dia a mudança aconteceria. As brigas, a falta de respeito, a minha revolta pela maneira como era tratada, os homens que ele continuava insinuando que eu tinha todos os dias, e eu fingindo que estava tudo bem diante das pessoas, queria mostra que eu  tinha um casamento alicerçado. Meu Deus eu usava uma mascara para enganar as pessoas ou a mim mesmo!. Dentro da minha carência, da minha necessidade de ser amada; do desejo de ter um casamento estruturado como um dia eu sonhei prejudicava a mim a aos meus filho com a minha mentira ou a minha fantasia.

 O Silvio vez ou outra voltava a ter convulsão, eu já conseguia conviver com a situação o médico havia me orientado que uma convulsão para o cérebro, era como um tosse para a garganta eu teria que conviver com o problema. A minha mãe continuou a nos visitar durante todos esses anos sempre passava alguns meses com os filhos, no ano que ela não podia vim nós íamos para Pernambuco, passar as ferias com ela, mas  ao chegarmos ele já começava a implicar comigo querendo voltar, dando a entender que eu não queria ficar mais tempo; então todos ficavam com bronca de mim, e em poucos dias já estávamos de volta para São Paulo. Ele conseguia fazer  com que eu fosse olhada com antipatia pela minha família enquanto ele era o mocinho da historia.

A vida caminhava as crianças estavam crescendo, eu com a minha vida de dona de casa fogão, pia e tanque, aos sábados ele sair na parte da manhã falando que ia receber dinheiro e só voltava á noite; a desculpa era que nunca encontrava as pessoas de quem ele iria receber o dinheiro e se eu questionasse com certeza seria mais uma briga e com escândalo. Cansada de ficar sozinha em casa resolvi dá aula de catequese no inicio foi uma maneira de fugir da solidão mais com o passar do tempo fui gostando do que estava fazendo, sem falar que os meus filhos também faziam catequese nessa época e no mesmo horário eu ia e voltava com eles.

domingo, 1 de dezembro de 2013

Um Sonho Realizado....

Chegou o dia tão esperado. Eu estava em casa quando o Secretário de Obras parou o carro em frente ao barraco que nós morávamos. Ele foi pessoalmente me avisar que a área havia sido liberada, já podíamos da inicio a construção da nossa casa. Ele era uma pessoa boa e simples, teve muita paciência comigo, durante o ano inteiro eu cobrei dele esse terreno acredito que ele não aguentava mais ouvir a minha voz. O final dessa historia foi uma vitoria para todos nós, porque eles todos torciam por mim. Só não sei se era para me verem feliz, ou para ficarem livres de mim. (brincadeira)

 Reconheço que não dei um minuto de trégua para eles, fui insistente, em momento algum pensei em desisti do meu propósito, e valeu a pena a minha luta, sair vitoriosa. E descobri que quando Deus te dá algo ele nunca dá pela metade o presente vem completo Como eles tinham pressa pelo terreno em que nós estávamos morando precisávamos sair de lá imediatamente eles liberaram o pedreiro, e o material para a construção. Foi um grande presente, e mais uma vez eu vi o poder de Deus na minha vida. Isso me levou a acreditar no amor dele por mim. Vi que não estava sozinha, um dia eu seria liberta daquela vida.

 Mas os problemas continuavam as brigas, as desconfianças que ele tinha de mim. O medo do amanhã estava presente na minha vida, à família dele não gostavam de mim, agora com a nossa permanência no terreno eles nem queriam ouvir falar no meu nome, eu conseguir algo que para todos seria impossível. A minha casa, a minha segurança agora se ele resolvesse cumprir com as ameaças, na rua eu não ficaria. Os ciúmes dele por mim só aumentaram se antes ele me seguia agora, além de me seguir, as ofensas era todos os dias, ele começou a desconfiar de dois moços que moravam atrás do nosso barraco, inclusive eles usavam a nossa parede, um dia ele me obrigou a ir tomar banho e ficou vigiando para ver se os moços iam me olhar, ele estava com uma lata de aguarrás e jogou pelo o buraco dizendo que era para atingir os olhos deles.

 Só que um deles era noivo e estava com o casamento marcado, à moça vinha morar com ele é claro, Quando a esposa dele mudou eu fiz amizade com ela, queria saber o que tinha naquela parede, um dia entrei na casa dela e na parede estava o guarda- roupa deles, eu perguntei se ela havia colocado, ela falou que não já estava lá quando ela chegou. Continuávamos indo a Igreja quase todos os dias, na igreja ele se transformava era outra pessoa; passava a imagem de um marido exemplar, um pai atencioso era assim que todos os viam. As crianças estavam crescendo dentro de um ambiente doentio a Silvia não podia ter amigas ele não permitia sempre falava que as outras meninas não eram um bom exemplo para filha dele.

 E, era dessa forma que todos nós vivíamos; eu dentro do meu medo, ou da minha covardia não sei explicar o que era, mas nunca tive coragem para defender os meus filhos, quando ele estava nervoso não dava dinheiro para fazermos supermercado, muitas vezes eu e a Silvia ficamos sem jantar por falta de comida, não de dinheiro por que isso ele tinha. A construção da nossa casa estava indo bem eu não via a hora de poder mudar ter uma casa descente, poder ter o meu quarto, ver as crianças cada uma em seu quarto com a sua privacidade. Cinco meses depois mesmo sem a minha casa esta pronta eu fui obrigada a mudar faltava colocar o piso e terminar um dos banheiros, mas como a prefeitura precisava da área em que morávamos, tivemos que mudar. E no dia 13 de abril de 1996. Eu entrei na minha casa.

domingo, 24 de novembro de 2013

Encontrando Um Anjo Para me Ajudar...


Eu estava desesperada com a possibilidade de ter que pagar aluguel. Como? Eu não trabalhava! E tinha um marido que não era digno da minha confiança, não sabia ate quando ele ia continuar comigo, vivia ameaçando sair de casa todos os dias, eu estava em pânico acordava durante a noite preocupada com o meu destino, o que seria de mim com os meus filhos? Não falava nada ficava em silêncio conversando com Deus. Um dia começamos uma briga ele saiu falando as piores palavras que um ser humano poderia ouvir, e mais uma vez me acusando de ter matado o meu pai eu comecei a chorar, estava chovendo fiquei na porta olhando a chuva, comecei a pedir a Deus para me liberta daquela vida, fiquei uns 30min chorando, ouvindo o barulho da chuva e conversando com Deus.

Conforme o tempo foi passando eu fui me acalmando. Uma paz foi tomando conta de mim, de repente eu estava cuidando dos meus afazeres ate esqueci as palavras cruéis que tanto me machucaram. No dia seguinte estava falando com alguém sobre a minha situação, caso a prefeitura desapropriasse a área, a pessoa mencionou um nome. Alaides talvez ela possa te ajudar ela participa das equipes de Nossa Senhora. Não entendi nada, mais fui á Igreja do Bairro para pedi informações sobre ela. A pessoa que me atendeu falou muito bem dela e me passou o contato. Eu a procurei, marcamos um encontro, para nos conhecemos, e em, uma bela manhã, ela apareceu á minha casa Conversamos muito, fiquei sabendo que ela trabalhava na prefeitura era assessora da secretária de Educação, e uma grande amiga do Prefeito. E como eu, devota de Nossa Senhora.

 Falei com ela sobre o meu problema, expliquei que não tínhamos condições de pagar aluguel caso fossemos desapropriados, perguntei como ela poderia me ajudar? Naquele dia eu tive a oportunidade de descobri á pessoa linda,  generosa de um coração repleto de amor. Ela não me conhecia, mas imediatamente se propôs a me ajudar, não sabia que eu era uma vitima da violência domestica, não sabia o que eu passava nas mãos daquele homem que por coincidência já havia trabalhado junto com o marido dela, eles já se conheciam, mas não tinham contatos. A partir daquele dia ficamos amigas e começou a minha luta para conseguir que a prefeitura me desse um terreno, Alaides foi uma pessoa indicada por Deus para me ajudar, foi por intermédio dela que eu consegui a minha casa. Ela me apresentou ao Prefeito falamos com ele o qual não se negou a me ajudar ao contrario a tendeu o pedido dela com muito carinho.

 Como eu já morava em uma área que a prefeitura estava desapropriando, foi fácil, só fui removida para outra área, foi um ano de espera durante esse tempo muito coisas aconteceram, muitas orações, ate calo nos joelhos eu fiz. Foram doze meses de luta e durante esse tempo o meu marido falava todos os dias que eu não iria consegui o terreno, que era em vão a minha luta, mas eu coloquei nas mãos de Nossa Senhora com a certeza de que iria vencer, porque ela estava olhando e intercedendo por mim. E durante o tempo de espera passei por vários obstáculos foi dolorido conviver com incerteza, por mais que você tenha fé, o lado humano é falho, estas volúveis as tentações das duvidas, e comigo não foi diferente. A prefeitura deu inicio as construções no terreno o pai dele foi obrigado a desocupar a área. Ao sair falou pra todo mundo que nós íamos ficar por que eu tinha um caso com alguém importante da prefeitura que estava me protegendo, se a minha vida não era fácil, imagina depois que ele espalhou esse comentário para toda a família.

domingo, 10 de novembro de 2013

Deus Na Minha Vida...

A partir daquele dia essa amiga, tomou conhecimento da vida que eu estava levando, ficou sabendo do que eu passava no dia a dia, e procurou me ajudar com conselhos, se aproximou mais de mim, mostrou uma grande preocupação pelos meus problemas. E como ela participava da Igreja me convidou para participa do Grupo de Oração da Renovação Carismática, na Igreja Nossa Senhora Aparecida, no bairro da Pauliceia em SBC. E nós fomos ao chegarmos à igreja naquele dia parecia que tudo que estava sendo pregado era pra mim. Eu chorava de uma forma que tive a impressão que a igreja seria lavada com as minhas lagrimas, todos aqueles anos de sofrimento, as palavras de humilhação que eu ouvir em toda á minha vida, todo o lixo que eu representava o ódio a magoa estava sendo lavado naquele momento, parecia que Deus estava dizendo calma eu não vou te abandonar eu estou contigo, confia em mim. Eu sou o teu Deus.

 E a parti desse dia começou a surgir uma ponta de esperança, eu comecei a acreditar que eu dia Deus iria me liberta eu só não sabia quando, por que o tempo dele era diferente do meu. Foi ali que eu descobri o quanto Jesus me amava, que eu não estava sozinha, que eu não era uma assassina, que não fui eu, que matei o meu pai, que ate então eu acreditava, de tanto ouvir dele que eu era uma criminosa, que eu não prestava que ate o meu pai eu tinha matado; terminei acreditando e carregando essa culpa por quinze anos.

 Acreditando ser responsável pela morte da pessoa que mais me amou na vida. O meu pai! Que fazia tudo por mim, tudo que eu pedia ele me dava, sei que não fui uma filha perfeita tive os meus defeitos, mas quem não erra na vida? Sei que deixei muito a desejar mais ele me amava com os meus erros e os meus defeitos. Tanto é, que suas ultimas palavras foram em relação á mim. Mesmo estando ausente, e muito longe, o seu pensamento foi pra mim. E Deus estava tirando o peso dos meus ombros, e dizendo a morte do seu pai foi uma fatalidade, e não uma responsabilidade sua. Eu vou cuidar de você estou ao seu lado aquieta o teu coração.

Começamos a frequentar a igreja, acreditando que tudo se resolveria e que ele mudaria de comportamento mais as brigas estavam aumentando á cada dia, a lanchonete não estava mais dando lucro, e a situação se agravando. O Silvio voltou a ter outras crises em uma delas ele chegou à quebra o nariz. Estávamos na casa do meu irmão comemorando ano novo quando ele caiu, fomos para o hospital ficamos com ele, pra mim acabou a festa, quando acontecia dele ter uma crise sempre ficava sonolento tomava remédio e dormia o restante do dia. A prefeitura estava desapropriando o terreno que nós morávamos, ela  ia construir uma creche e como estávamos ali como caseiros não teríamos direito a nada, iríamos sair de mãos vazias, sete anos morando naquele lugar, agora a solução seria pagar aluguel.

domingo, 3 de novembro de 2013

Pedindo uma Chance a Deus......

Quantas vezes, acreditando que não tinha mais saída para a minha situação e chorando, eu supliquei á Deus. Pedindo que ele tivesse misericórdia de mim, me ajudasse me dando paz, olhando para a minha casa, eu não aguentava mais aquela vida, que ele tivesse piedade de mim e dos meus filhos. Me dessas condições para sair daquele lugar, que representava pobreza e miséria. Eu queria sair dali, comprar um terreno construir uma casa, mas o pai dele falava que não deviámos fazer isso, pagar IPTU pra que? Meu Deus, que espírito de pobreza! E ele sempre ouvia o pai, em todos os sentidos. Lembro-me no ano que lançaram a Monza ele queria compra um, morando em um barraco, quantas brigas tivemos por esse motivo. A Silvia estava crescendo não me dava muito trabalho, mas a brigas dentro de casa abalava a estrutura familiar, os meus filhos querendo ou não estavam sendo criados em um lar sem estrutura emocional em um ambiente totalmente desequilibrado.

 Um dia olhei a minha geladeira e tive vergonha do estado dela, fui falar com ele pra compra outra, aconteceu uma briga que durou mais de uma semana; tomei uma decisão fui trabalhar em uma empresa fiquei quase um ano, comprei tudo que estava precisando dentro do meu barraco. Foi um ano muito difícil ás brigas eram quase todos os dias, na maioria das vezes ele ficava me vigiando, ao sair do trabalho eu o percebia na esquina observando para ver se eu saia com algum homem Nesse meio tempo ele resolveu entrar em uma sociedade com um amigo abriram uma lanchonete no centro de Diadema, como tudo estava indo bem ele resolveu que seria melhor eu sair da empresa e ficar ajudando na lanchonete, eu concordei, saí da empresa em que trabalhava e fui trabalhar com ele, na lanchonete onde também servíamos almoço, tinha dia que estava tudo bem, mas nunca sabíamos quando seria a próxima briga e o porquê dela. Eu tinha uma senhora que trabalhava comigo, ela cozinhava muito bem, a comida dela atraia a clientela, ela sempre me perguntava por que eu tinha casado com aquele homem sem nenhuma formação, ela nos comparava com a água e o óleo, falava que nós não combinávamos. Durante esse período foram muitas brigas, teve um dia que eu quebrei o retrovisor do carro o descontrole emocional estava me dominando, nesse período tudo aconteceu ele passou noites fora de casa eu cheguei a colocar uma faca na garganta dele em momentos que ele não esperava.

 A relação estava chegando ao um nível baixo, onde o respeito o amor, cumplicidade não fazia mais parte, as crianças presenciando tudo, ele fazia as malas para sair de casa eu chorava pedindo para não ir às crianças ficavam em desespero não era isso que elas queriam, eu tinha vontade de ficar sozinha, mas, ao mesmo tempo tinha medo do desconhecido não sabia o que poderia me acontecer. Lembrava-me do conselho da minha mãe. “Ruim com ele pior sem ele.” Eu não tinha mais dignidade, respeito por mim mesmo, estava perdendo tudo, quantas vezes eu pedia dinheiro para compra lingerie, estava precisando ele me mandava procura homem na rua para me dá dinheiro. Não foi essa a educação que eu tive como já falei antes fui educada para respeitar o meu marido fui criada e ensinada para ser mulher de um homem só, aquelas palavras cruéis que ele me dirigia me machucavam, me envergonhavam, um dia eu sai de casa resolvida a sair com o primeiro homem que me olhasse, e chorando comentei com uma amiga que iria fazer isso, ela saiu pegou a Biblia abriu e tirou uma palavra, voltou e me contou o que havia feito, eu perguntei qual a palavra que você tirou? Ela me respondeu a (Tempestade acalmada). Eu falei. Ou mulher de pouca fé. E naquela hora senti uma paz invadindo a minha alma. E aquele pensamento nunca mais voltou. Pag.37A partir daquele dia essa amiga, tomou conhecimento da

domingo, 27 de outubro de 2013

Recuperação do Silvio...

Estávamos todos felizes, tínhamos conseguido uma vitoria depois de tanto sofrimento de tantas noites sem dormir o meu filho estava se recuperando, já podia de alguma forma participar das brincadeiras com as outras crianças, mesmo estando de muletas, não importava. Deus fez o milagre na vida dele. Cada dia que passava ele ia ganhando forças, a perna se fortalecendo e ele tendo mais confiança, aos pouco foi largando as muletas andando sozinho até que chegou um dia que o médico lhe deu alta. Ele estava recuperado. Obrigada meu Deus por tudo que fizeste na vida do meu filho. Ele esta curado.

 A vida estava voltando ao normal às idas ao hospital foram se distanciando cada vez mais. As  agressões surgia com mais frequencia, ele voltou a fazer ameaças, falando que iria sair de casa. O casal que nos ajudou na época da doença do Silvio, nos convidaram, para fazermos o ECC. Encontro de casal com Cristo. Ele concordou, eu como sempre já viajei na maionese acreditando que aquele encontro iria resolver todos os nossos problemas, que depois do curso seriamos o casal perfeito, que todos aqueles anos de violência, agressões, ficariam enterrados naquele encontro; e como em um conto de fada seriamos felizes para sempre.

 Foram três dias de encontro, no domingo nós saímos acreditando que iríamos salvar o mundo, mas não resolveu nada, tudo continuou como antes, brigas,  agressões verbais, humilhação. Continuávamos morando no mesmo lugar naquele barraco com dois cômodos sem nenhum conforto, no calor eu tinha a sensação que qualquer hora poderiamos derreter de tão quente que era no frio parecia que estávamos no polo sul; eu, não acreditava que um dia poderia morar em um lugar decente, digno.

 Resolvi transferi as crianças para uma escola melhor, mais para que eu conseguisse fazer a matricula, eu tinha que ter um endereço próximo da escola, fiz a matricula com o endereço de uma cunhada do meu irmão. Tudo estava indo bem até que um dia, eu estava lavando roupa quando chegou uma moça da escola procurando pela mãe do Silvio. Eu assustei, porquê ninguém na escola sabia o meu endereço; mas ela chegou com a minha amiga, o Silvio passou mal teve uma convulsão estava na UBS. ( Unidade básica de saúde.) Precisava dos pais para autorizar a remoção dele para o hospital. Fui com elas imediatamente chegando lá vi meu filho deitado em uma maca, tomando soro. Logo o pai dele também chegou e fomos todos para o hospital, seguindo a ambulância. Chegando ao hospital, começou uma serie de exames para saber o que ele tinha o neurologista fez uma bateria de perguntas, os exames não acusaram nada, mais ele começou a fazer uso do famoso gardenal.

 Ele não quis mais continuar na escola onde estava estudando atualmente, voltei com ele para a antiga escola, o tratamento continuou se ele não tomasse a medicação tinha uma convulsão e nunca sabíamos a hora ou o lugar, era imprevisível. Mais um motivo para me deixar  preocupada, apreensiva com a saúde dele. Com o que poderia acontecer com ele futuramente.

 Ás vezes eu me perguntava o porquê de tanto sofrimento? Tinha um marido que nunca me valorizou me tratava como um lixo, me agredia na frente dos meus filhos,  jogava com crueldade na minha cara que eu tinha matado o meu pai. Uma família que eu sabia que não morriam de amor por mim, mas quando gritava por ajuda, eu estava ali pronta para ajudar a qualquer hora do dia ou da noite a final morávamos no mesmo terreno. O meu filho com problema de saúde, mal tinha saído de um tratamento de três anos. E já estava dando inicio a outro. Não, tinha que ter alguma coisa errada comigo eu merecia tudo que estava acontecendo. E foi assim que muitas vezes eu questionei a Deus.

domingo, 20 de outubro de 2013

Deus ouviu o Grito de Uma Criança..

No dia seguinte fomos para o hospital, eu estava ansiosa para ver o meu filho queria saber como ele estava, sabia que seria colocado um aparelho na perna dele, só não sabia como tinha sido o resultado, apesar do médico falar que tudo correu bem. Ao chegarmos ao hospital nas primeiras horas do dia, o medico já estava fazendo o curativo no Silvio, junto com a enfermeira, ele estava no quarto, havia saído da UTI fiquei assustada quando vi a quantidade de ferro na perna dele, tinha exatamente 28 furos em sua perna, mas ele estava bem, apesar de ser uma criança com apenas oito anos, ele aguentava firme a situação era mais forte do que eu.
 Alguns dias depois, ele recebeu alta e naquele dia eu tive a certeza que ele não voltaria mais para o hospital, pelo menos para ficar internado poderia acontecer tudo, menos a doença voltar. Ele saiu do quarto em uma maca e foi cantando uma musica ate o carro, ele que era uma criança tímida, quebrou a timidez e cantando pediu a Deus um Rio de água viva. É naquele dia foi essa musica que me deu a certeza da cura do meu filho. Deus realmente usou as mãos do médico como instrumento. E foi com essa musica que ele emocionou a todos que trabalhavam naquele hospital.

 Existe um poço. No meio do deserto
 O povo passa perto. Da sede a reclamar

Eu quero um rio de água viva!
 Eu quero um sopro de esperança.
  Minha alma segue e não se cansa De caminhar...

 Se tu soubesses/ quem pode dar-te a vida.
  Seria dissolvida/ A mágoa mais cruel
 Jesus é vida/ Vencendo toda morte.
 Mudando a nossa sorte/ A livrando-se do mal.

 Em casa. Só que dessa vez foi diferente ele estava bem, apesar de todos os cuidados que foram tomados; íamos ao hospital dia sim, dia não, os médicos acompanhavam a formação do osso da perna dele, por que o organismo estava formando o osso no espaço vazio que o médico deixou. O tempo foi passando ele estava se recuperando as brigas tinham parado devido o estado de saúde do nosso filho. Mas durante o processo de recuperação o Silvio exigia muito de nós ele não andava ficava sempre na cama, isso para uma criança da idade dela era cruel vendo as outras crianças brincando e ele parado sem poder participar das brincadeiras.

 As brigas voltaram com mais frequência, ele achava que não tinha obrigação de ficar em casa nos finais de semana, que poderia sair para se diverti, mas o menino pedia a presença do pai. O Silvio ficou um ano sem andar, perdeu o segundo ano letivo, foram três anos de tratamento; no terceiro ano, nós levávamos á escola todos os dias, ele era o primeiro a entra e o primeiro a sair não participava do recreio ficava em sala de aula, sempre com a professora. Quantas vezes fui obrigada a carrega-lo no colo, como só tínhamos um carro na época e o pai trabalhando, sobrava pra mim.

 Foram dias difíceis, mas, conseguimos supera, o importante era ele não perder mais um ano de estudo, uma vez ou outra surgia uma surpresa, e éramos obrigados a sair correndo para o hospital, preocupados achando que ele tinha quebrado a perna por que caiu, mas ao chegamos ao consultório e ver o raios-x suspirávamos aliviados, nada aconteceu só o susto. E no decorrer desse tempo acompanhei. Aparelho sendo retirado, gesso sendo colocado. E depois de tanto tempo eu pude ver o meu filho dando os primeiros passos. Eu vi o meu filho voltando a andar com o auxilio de muletas. Mas estava andando.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Segunda Cirurgia do Silvio..

O dia estava amanhecendo, quando o meu irmão chegou ao hospital para avisar que a policia havia encontrado o nosso carro, o meu marido saiu com ele, foram direto para a delegacia. Eu fiquei com o Silvio, devido ao feriado, 15 de novembro a equipe médica estava toda de folga, eu acreditava que nenhum médico passaria na visita, mas me enganei. Quando olhei vi um homem sorrindo vindo em minha direção, era o chefe da equipe, ele estava passando na visita e tinha acabado de abrir o exame de sangue do Silvio à infecção havia desaparecido, o sangue dele estava limpo, o risco de vida passou! Ele me abraçou e falou. Vencemos mais uma etapa. Eu não sabia o que falar estava muito feliz com aquela noticia; eu ria e chorava ao mesmo tempo. O meu filho estava fora de perigo Deus ouviu a minha prece.

 O médico imediatamente mandou tirar o dreno,  fazer um curativo,  a partir daquele momento ele já conseguia mudar de posição ia poder dormir. Agradeci a Deus pela recuperação do meu filho. Agora ele estava bem. Deus olhou pra ele naquela noite eu não tinha duvida. Naquele mesmo dia eu voltei para casa, fui ver a minha filha que, á uma semana estava na casa da avó. Arotina começou, todos os dias eu ia para o hospital na parte da manha e só voltava depois das 20:00h,  uma semana depois o Silvio recebeu alta.

 Com presença do Silvio o vazio foi preenchido. a alegria voltou a minha casa, o sorriso começou a fazer parte de mim. Eu estava com os meus filhos junto de mim, era diferente eu podia sorrir ver uma luz no final do túnel. A Silvia me ajudava a cuidar do irmão, O Silvio estava frágil os dias no hospital o deixaram debilitado, eu tinha que fazer tudo por ele, como não podia andar tinha que ser carregado no colo, o banho era com ele sentado em uma cadeira. O curativo era feito no hospital, em um determinado dia quando chegamos; que a enfermeira tirou o curativo a infecção havia voltado e dessa vez já estava com secreção forte, o medico entrou para ver e falou ‘tem que fazer uma nova cirurgia. ’

 Voltamos arrasados, e começamos uma nova luta; consultamos vários médicos e todos falavam a mesma coisa, só tinha uma saída à cirurgia. Diante da opinião de tantos profissionais resolvemos continua com a mesma equipe médica, só que dessa vez seria outro medico que iria operar o Dr. Lino Giavarotti Filho, uns dos melhores Ortopedista que eu conheci ate hoje; marcou a cirurgia para o dia 10 de abril véspera do aniversario do Silvio.

 Dessa vez eu estava tranquila, confiante. Antes do médico entra no centro cirúrgico, mostrou-me as mãos e falou que eu podia confiar que aquelas mãos era um instrumento de Deus que através delas, Deus iria fazer a obra na vida do meu filho. Entrou no centro cirúrgicos as 14:00h. Eu fui para uma igreja próxima ao hospital fiquei rezando sentia uma paz, pedir a Deus pelo meu filho e o coloquei em suas  mãos; sabia que tudo terminaria bem. As 19:h30 o Dr. Lino saiu da sala de cirurgia, suado, cansado, falou que tudo correu bem e que por precaução mandou o Silvio para a UTI. E que nós poderíamos ir para casa e voltar no dia seguinte.

domingo, 6 de outubro de 2013

Medo e Sofrimento...

Eu estava assustada, com medo, sem saber o que fazer diante de toda aquela situação, vendo a vida do meu filho por um fio, as enfermeiras tentando pegar uma veia e não conseguia o desespero, aquela correria; chamando o médico dele, em seguida chegaram dois médicos o Ortopedista e um cardiologista. vi que o pai dele estava lá junto com os médicos e os enfermeiros. Como eu não tinha coragem de ficar ali olhando, entrei em um quarto que estava vazio, dobrei o meu joelho no chão, chorando pedi a Deus. Se o meu filho tivesse de ser meu, me devolvesse ao contrario acabasse com todo aquele sofrimento, eu já não aguentava mais, ele estava sofrendo há dias. Foi quando eu ouvi o grito dele, sai do quarto correndo e ouvi o medico falando finalmente o recuperamos. Obrigado meu Deus.

 Eles estavam cansados mais felizes tinham conseguido trazer o meu filho de volta e naquele desespero nem perceberam que o pai dele estava junto com eles e ajudando. O hospital liberou para nós dois ficamos com ele durante a noite, mais tinha algo que estava me incomodando, apesar de tudo o que passamos eu queria ir ao carro, não sabia por quê? Eu queria ir. E de tanto insistir o meu marido foi comigo; quando chegamos ao lugar que ele tinha deixado o carro, estava vazio, o nosso carro havia sido roubado e naquele momento percebi que eu tinha que perder alguma coisa. O carro foi. Mais o meu filho ficou! Voltamos para o quarto o Silvio estava dormindo, nisso o meu irmão chegou preocupado com o sobrinho; mas ele foi com o meu marido para a delegacia.
 Eu fiquei sozinha com o Silvio ele estava mal o grau de infecção no sangue era alto. Ele estava com um dreno na perna eu tinha que esvaziar de hora em hora, fazia com muito medo. Meu filho deitado, em uma única posição sem poder mexer. Era dolorido presenciar todo aquele sofrimento e não poder fazer nada para aliviar, fiquei uma semana com ele, dia e noite.

 Noticias da Silvia só através do pai dela por que eu não podia sair do hospital. Era madrugada véspera de feriado eu estava acordada cuidando do Silvio, quando olhei e vi uma caneta e um papel na mesa. Peguei a caneta e comecei a escrever uma carta para Deus pedindo pela cura do meu filho, que eu sabia que ele tinha poder para limpar o sangue de toda aquela infecção. Que eu sempre acreditei no seu poder, na sua misericórdia e se o sofrimento do meu dia a dia havia me afastado dele, a dor da perda me reaproximaria dele novamente, escrevi uma longa carta conversei o suficiente, com a esperança de ser ouvida. Fechei o caderno acordei o meu marido para ele ficar com o Silvio e fui descansar um pouco, acordei por volta das 5:00h da manhã com a enfermeira entrado no quarto para colher sangue, iriam fazer um novo exame o medico queria saber como estava o grau de infecção.

domingo, 29 de setembro de 2013

O Silvio Vencendo o Seu Primeiro Desafio

Como a perna dele não tinha circulação, a medica internou imediatamente e já mandou enfaixar para aquecer e erguer o membro para facilitar a circulação. Como não tínhamos convenio medico foi tudo particular, a internação na enfermaria sairia bem mais em conta do que em um quarto particular, só que ele não tinha direito a um acompanhante eu só poderia ficar do meio dia até as 20:00h.

 Não foi fácil deixar o meu filho sozinho naquele hospital, sair chorando as escondidas não queria que ele percebesse. Mas ele sentiu que eu estava indo embora e começou a chorar e gritar por mim, foi um dos momentos mais difícil da minha vida, parecia que aquele corredor não tinha fim. Pela primeira vez fui obrigada a ficar longe do meu filho deixando-o sozinho doente em um hospital sem saber como ele seria tratado, ou o que poderia acontecer durante a noite. E nessa hora eu sentir o meu coração partir, mais não podia fazer nada! E nesse momento eu percebi o tamanho da minha pequenez. Eu sentir o quanto eu era impotente.

 Ao chegar á casa foi buscar a Silvia que estava na casa da vizinha cuidei dela, dei banho, depois coloquei na cama; fiquei ali parada olhando a cama dele vazia, com o coração apertado parecia que eu estava ouvindo a voz dele me chamando. Eu não conseguir dormir não via a hora de amanhecer o dia, e poder voltar para voltar ao hospital e saber noticias do meu filho. Eu não podia entra, mas só de poder esta ali pertinho já me deixava tranquila.

 Dois dias depois que o Silvio estava internado a Pediatra dele nos chamou para apresentar o chefe da Ortopedia e dizer que o caso dele não era mais com ela e sim com a equipe dele. Que ela tinha se antecipado ao dar o diagnostico. O que ele tem é uma doença chamada Osteomielite uma infecção no osso da perna, e vai ter que operar, para fazer a limpeza, que só a medicação não resolveria. E a cirurgia foi marcada.

 Eu parecia uma louca não dormia, não me alimentava direito, ficava o dia inteiro no hospital a Silvia largada, cada dia na casa de alguém diferente, a tia a vizinha. A minha vida passou a ser dividida entre os dois, mas eu olhava para o Silvio e via que naquele momento ele precisava mais de mim do que ela. Chegou o dia da cirurgia fiquei plantada na porta do centro cirúrgico esperando o meu filho. Horas depois saíram com ele; e levaram para o quarto antes de passar o efeito da anestesia. Só que quando ele foi voltando começou a apresentar reação, teve uma parada cardíaca eu só via os médicos desesperados naquele quarto tentando reanimar o meu filho que só tinha 7 anos, estava indo embora.

domingo, 22 de setembro de 2013

A Doença do meu Filho...

Era um dia de sábado, o meu marido mandou que eu arrumasse as crianças para irmos a uma exposição de animais no Parque da Água Funda, ele queria sair um pouco, levar as crianças para brincar e ver o gado, cavalos; dei banho, troquei os dois me arrumei e fomos. Naquele dia as crianças não pararam de correr, brincavam subindo e descendo as escadas, aproveitaram bem o dia, chegamos já era tarde por volta das 20:00h. Como eles estavam cansados tomaram banho, jantaram e foram pra cama.

 No dia seguinte o Silvio acordou com uma dor na perna eu dei um AS infantil e o coloquei de volta na cama, acreditando ser resultado do cansaço do dia anterior. Mas no decorrer do dia ele continuou reclamando com dor na perna, na segunda feira ele não conseguiu ir para a escola, eu o levei ao medico. O medico examinou e em seguida pediu para que ficássemos observando a temperatura dele de duas em duas horas, ele queria saber se o Silvio apresentaria febre, mas não falou o que ele tinha, ficamos observando, mas ele não apresentava temperatura alta, a dor da perna continuava. Nós o levamos ao medico todos os dias durante uma semana.

 No domingo eu estava fazendo o almoço o Silvio deitado na cama gritando de dor, eu já não sabia mais o que fazer. Quando chegou um casal amigo o Gilson e a Dorinha. Eu olhei e falei visita! Hoje não. Eu não tinha condições de receber ninguém naquele dia. Não; depois de uma semana com meu filho gritando de dor. Só que eu não sabia que eles estavam chegando para nos ajudar, os dois foram anjos enviados por Deus. Porque nós não tínhamos a menor idéia do que estava acontecendo com o nosso filho.

Mas o Gilson vendo o estado do Silvio ligou imediatamente para a pediatra do filho deles falou com ela e em seguida já levamos o Silvio para o hospital, ela o examinou, medicou e mandou pra casa, diagnostico. Reumatismo no Sangue eu fiquei apavorada nem sabia o que era isso, mais para ajudar alguém falou que era um tipo de câncer. A dor passou mais a perna dele não apresentava nenhuma circulação e começou a inchar e ficar vermelha, voltei com ele para o hospital, só que dessa vez ele ficou internado.


domingo, 15 de setembro de 2013

Morando em um Barraco

Lembro-me perfeitamente do lugar, eram dois cômodos e um banheiro uma verdadeira bagunça não tinha piso, a cobertura foi feita de telhas, as paredes de blocos, sem rebocos. E foi neste lugar que eu fui morar, sem nenhum conforto; não tinha quintal era tudo terreno, quando chovia mal dava para saímos de dentro da casa, isso é se podíamos chamar de casa? Seria mais adequado chamar de barraco.

 Aqueles dois cômodos foram construídos no lugar mais alto do terreno, fazia muito frio, o telhado sempre ameaçava voar com a força do vento. Vivendo naquele lugar precário, ao lado de uma favela. Matriculei as crianças na escola e como sempre, continuei na minha vinda simples de dona de casa passei a viver de  pia, fogão e tanque. Não reclamava apesar de todas as dificuldades que eu passava junto com as agressões que eu sofria. Lembro-me de quando a minha mãe vinha nos visitar ela não falava nada, mas o seu olhar em volta daquele barraco expressava sua decepção em ver o lugar onde sua filha morava.

 Com o passar do tempo ele foi tentando melhorar aquele barraco, colocou piso, jogou um cimento no quintal passou massa nas paredes, tampou os buracos para diminuir a passagem do vento, e aquecer o ambiente; tornar o lugar um pouco mais agradável. Continuamos vivendo a nossa vida, mas o pai dele resolveu ir morar dentro do mesmo terreno que nós, estávamos morando. E com a chegada da família a situação só vieram á piorar, as brigas passaram á ser com mais freqüência, ele passou a me maltratar mais ainda.

 As minhas crianças não tinham liberdade á prioridade era sempre dos filhos da irmã dele, os meus filhos ficavam sempre em segundo plano. E para complicar a situação o Silvio teve uma doença que quase o levou á morte. Foram três anos de tratamento.

domingo, 8 de setembro de 2013

Contemplando a Beleza de São Paulo...

Meu Deus! Parecia um sonho eu estava em São Paulo, era tudo que eu desejava. Sonhei tanto com esse momento. E agora eu estava ali, era real. Eu sentia toda a energia boa que a Cidade me oferecia e oferece até hoje. Era muita emoção, eu tinha algo com aquele lugar que não sabia explicar. Conforme estávamos indo para á casa da irmã do meu marido, eu admirava a paisagem, os predios, as praças, não queria perder nada, observava tudo como se fosse á primeira vez que estava contemplando toda a sua beleza.

 Ele estava na casa de irmã junto com o pai e a mãe que tinham voltado de pernambuco antes de nós, com a minha chegada algumas coisas mudaram, ele comprou um carro e começou a trabalhar por conta, ficamos na casa da irmã dele; foi uma época complicada não encontrávamos casa para alugarmos, como a família dele não gostava de mim, a situação não era boa, cara feia, indiretas, brigas por causa das crianças, e eu tinha que aguentar tudo, e sem reclamar afinal eu quis voltar. Muitas vezes ao chegar a casa não tinha mais comida eles já tinham jantado e lavado toda a louça as panelas já estavam guardadas, e nós éramos forçados a sair para comer alguma coisa na rua. Quantas vezes eu dava frutas para as minhas crianças que eu tinha comprado e jogava a casca fora para evitar confusão.

Algumas vezes me perguntei como fui capaz de permitir tanta humilhação? Como fui covarde dando poder de decisão sobre a minha vida para pessoas que não gostavam de mim. Quando os maiores prejudicados foram os meus filhos. Para eles comerem uma banana eu tinha que perguntar se podia? Mesmo sendo o pai deles que havia comprado. Ele e a família tinham um poder de manipulação sobre mim inacreditável.

procuramos casa para alugar mas não conseguimos, depois de 2 mesês fomos morar em uma construçao de um amigo dele, não tinha conforto mas eu fiquei um tempo em paz. Como ele precisava de mim, porque a  família dele praticamente nos expulsou, ele estava com vergonha e ficou um tempo afastado e me tratando bem. Naquela construção eu usava dois cômodos um fiz o dormitório, o outro á cozinha, lavava roupa na pia do banheiro, como eu conseguia não me pergunte?
 Ficamos naquele lugar uns 4 meses sem conseguir casa, estava uma crise na época ninguém conseguir alugar nada, de repente ele recebeu uma proposta. O genro do dono da construçao onde nós estávamos morando tinha um terreno e precisava de um caseiro porque já estavam ameaçando invadirem o terreno dele. Então ele perguntou para o meu marido se ele queria ficar morando nesse terreno como caseiro? Ele aceitou na hora construiu dois cômodos, E mudamos imediatamente




domingo, 1 de setembro de 2013

Voltando para São Paulo.

Era uma realidade bem diferente, daquela que tentávamos passar para as pessoas que viviam ao nosso redor. o sorriso já não fazia mais parte de mim, era substituído pelas as lagrimas. As brigas surgiam com mais frequência, as agressões verbais cada dia que passava eram mais intensa, onde um queria destruir o outro. E os mais prejudicados eram as crianças que presenciavam tudo, assustados sem entender o que estava acontecendo.

Um dia o irmão dele chegou a nossa casa sem avisar, como ele era caminhoneiro e viajava muito para o Nordeste, em uma das suas viagens ele resolveu nos visitar, eu fiquei muito feliz com a presença dele e comecei a incentivar o meu marido a ir embora com ele para São Paulo, ele resistiu um pouco mais o convenceu. E no final da tarde daquele mesmo dia, eles partiram com destino a São Paulo.

Eu fique com as crianças. e no dia seguinte já comecei a trabalhar com o objetivo de ir embora o mais rápido possível, antes que ele desistisse de ficar em São Paulo e voltasse para a Bahia. Coloquei a casa, á venda. Recebi todo o dinheiro que os clientes me deviam, de alguns peguei cheques, e em 15 dias vendi a casa, desmontei  todos os moveis e providenciei tudo para a minha viagem, fiz tudo sozinha nem sei como conseguir, foi inacreditável; mas a vontade de voltar era tanta que eu não via as dificuldades. Comprei as passagens e aguardei o grande dia.

Finalmente chegou o dia tão esperado. Voltar para São Paulo não sabia o que me esperava, mas era tudo que eu queria. desejei muito esse momento, lutei por ele durante todo tempo que morei no Nordeste. E foi com alegria que fui para Salvador, tomei  aquele ônibus mesmo sabendo que passaria dois dias na estrada com as crianças. Foi difícil mais conseguir  chegar. E lá estava ele me esperando. No Terminal Rodoviário do Tiete.  

domingo, 25 de agosto de 2013

Voltando de Salvador....

Uma senzala cruel, que machuca, que oprime, que aos pouco foi me diminuindo, tirando a minha auto-estima me levando á acreditar na minha incapacidade, mexendo com o meu psicológico fazendo com que eu acreditasse que era merecedora de tudo que ele fazia comigo. E naquele momento sozinha com os meus pensamentos lembrei-me daquela escrava com o seu filho no colo assustada. Em alguns momentos da minha vida me senti como ela.

 ( Lá na úmida senzala, Sentado na estreita sala, Junto o braseiro, no chão. Entoa o escravo o seu canto. E ao cantar correm-lhe em pranto Saudades do seu torrão… De um lado, uma negra escrava Os olhos no filho crava. Que tem no colo a embalar… E à meia voz lá responde Ao canto, e o filhinho esconde. Talvez, pra não o escutar!)

 Ali, perdida em meio, aos meus pensamentos; não percebi o tempo passar, e, quando dei por mim, já era hora de voltar para a minha senzala, mais nessa senzala tinha algo de bom me esperando, os meus filhos e era por eles que eu sempre voltava. Algumas vezes tive vontade de ir embora, mas sentia medo, me achando incapaz de viver sozinha com os meus filhos, não tinha condição financeira. Não me sentia mulher o suficiente para assumir tamanha responsabilidade.E por esse motivo me sentia obrigada a continuar ao lado daquele homem.

 Sai caminhando até a Rodoviária com os passos lentos e o pensamento longe, sentindo saudade da minha terra, e refletindo sobre a minha vida. Tomei o ônibus e fui embora. Cheguei um pouco tarde ele não me dirigiu a palavra, as crianças, como sempre correram ao meu encontro e naquele momento eu esqueci tudo que aconteceu. As humilhações que eu passava ao lado dele, todo o meu sofrimento era recompensado com sorriso dos meus filhos.

 Dia 07 de setembro. Comemoração da Independência do Brasil. A Silvia estava radiante, vestida de princesa o Silvio saiu com os trajes de índio, os dois estavam lindos. O meu marido se comportava como se nada tivesse acontecido; saiu vestido de palhaço, feliz alegrando a todos, eu estava feliz, parecíamos uma família de verdade. Era sempre assim quando estávamos em publico, conseguimos passar para todos; a imagem de um casal feliz. Mas quando chegávamos á nossa casa, a realidade era outra.

domingo, 18 de agosto de 2013

Continuando na Bahia...

Os dias foram passando e os meses também. A vida conturbada continuava, as lagrimas não cessavam, naquela vida triste de trabalho árduo, sempre dentro de um ônibus fazendo às regiões próximas a cidade de Candeias; carregando uma sacola pesada. O sol forte, a pele queimada, uma tristeza no olhar, muitas vezes tentando esconder a realidade. Quanta vezes sorria para não chorar, ou afastando as pessoas de mim sendo rude, ou mesmo agressiva; eu acreditava que sozinha no meu mundo, talvez sofresse menos.

 Um dia a Silvia chegou com um recadinho da professora solicitando a minha presença na escola, fiquei me perguntando o que ela teria aprontado? No dia seguinte compareci a escola e a professora me falou. Como estava se aproximando o mês de setembro, e com a comemoração do feriado do dia 07 ela escolheu a Silvia para desfilar como princesa e seria necessário compra o vestido dela, e me avisou; que eu só encontraria o tecido na Capital.

Fiquei apreensiva nunca tinha ido sozinha á Salvador, minha reação foi falar com ele, e perguntar se ele iria comigo? Porque eu não conhecia a cidade, afinal ele era o meu marido e pai dos meus filhos. A resposta dele foi não! E já começou uma briga, dormimos separados naquela noite e nas duas noites seguidas pelo fato de eu o ter chamado para ir comigo.

 Mais no dia seguinte eu fui até Salvador e chegando lá descobri que pessoas maravilhosas são os baianos, me deram todas as informações que eu pedia, conseguir chegar ate o lugar que eu precisava ir, comprei tudo que eu necessitava; entrei em uma lanchonete tomei um lanche fui até a Praça Castro Alves. Lugar que me trouxe muitas recordações de quando era uma adolescente época do colégio nas comemorações do dia 7 de setembro eu sempre era escolhida para falar de alguém importante na Historia do Brasil, automaticamente eu escolhia o grande poeta Castro Alves. Pelos seus poemas, pela sua luta em defesa da escravidão.

E naquela tarde; debruçada no muro daquela praça cujo nome dedicado ao meu grande herói. Contemplando aquele Mar imenso á minha frente lembrando o tempo que eu era feliz, me sentia alguém, vivendo na casa dos meus pais, estudando, trabalhando, podendo ri brincar ou mesmo chorar. Eu era dona de mim. Hoje me sentindo escrava de um marido que me dominava com o seu jeito cruel e ainda deixava as pessoas e a minha família entender que eu não era uma boa mãe, muito menos uma boa esposa.
 Lembrei-me do livro. Os Escravos. Que sempre foi um dos meus preferidos. E uma canção que me chamava atenção era a. Canção do Africano. Eu me sentia na senzala como aquela escrava; chorei me perguntando. Será que, se o Castro Alves estivesse aqui hoje não faria um poema falando da senzala dos brancos? Porque eu faço parte dessa senzala.

domingo, 11 de agosto de 2013

Morando na Bahia...

Ao chegar á Bahia, ele decidiu junto com a minha irmã e o marido dela, que o ideal seria ficar lá; comprar uma casa, me buscar em Pernambuco, e tentar conseguir um trabalho. Passado alguns dias ele chegou com o meu cunhado para me levar. Fomos direto para a casa da minha irmã, afinal ela e o marido queriam que nós ficássemos morando lá, na época.
Fomos bem recebidos apesar da casa dela ser pequena, e com a chegada de mais quatro pessoas, não faltou nada durante a nossa estadia. Ele vendeu o carro e com o dinheiro comprou uma casa, mas como tínhamos deixado a mudança em Pernambuco, tivemos que ficar na casa vazia sem os moveis, não foi fácil; mais como sempre conseguimos superar as dificuldades, afinal já tínhamos nos acostumado com os altos e baixos da vida.
 Um mês depois ele conseguiu um caminhão e junto com o meu cunhado foram buscar a nossa mudança em Pernambuco. Depois que os moveis chegou coloquei a casa em ordem, procurei escola para as crianças, como tudo estava resolvido. Decidimos que eu iria trabalhar, e resolvemos que seria com vendas, iríamos ter o nosso próprio negocio.
 A minha irmã, como já morava na cidade e conhecendo muita gente nos ajudou no inicio apresentando algumas pessoas. O povo da Bahia é um povo muito acolhedor são pessoas lindas, eu me identifiquei muito com eles, e como eu sempre fui uma boa vendedora, comecei a trabalhar com renascença uma renda típica do Nordeste. Ela teve inicio na minha cidade. Por mais que determinem outros estados ou Cidades como Pesqueira! A origem foi a Cidade de Poção. De lá saiu os primeiros trabalhos; hoje esta renda espalhou-se por todo o Nordeste. E foi com este produto que demos inicio a um trabalho na Cidade de Candeias e região, estávamos vendendo bem, conseguindo uma boa caderneta de clientes ele viajava para Poção de quinze em quinze dias para fazer compras.
 A situação financeira estava melhorando, as crianças estudando, eu tinha até uma pessoa em casa que me ajudava nos serviços domésticos. Mais as brigas, a falta de respeito, as humilhações continuavam; a sensação é que nunca acabaria que aquela situação seria para sempre. Ele começou a jogar a minha irmã contra mim, falando que ela estava aconselhando-o a ter uma amante e chegou a apresentar uma amiga, isso me deixou louca de raiva queria matar a minha irmã, não sei se era verdade nunca perguntei pra ela.
 Como eu era uma pessoa revoltada cheia de magoa e ressentimento trazia na minha expressão todo aquele sentimento de amargura todos me julgavam, enquanto ele apresentava-se como uma pessoa calma equilibrada e dona da verdade; conquistava a minha família com uma facilidade. Quando ele me tratava bem, eu esquecia tudo que tinha acontecido de ruim, e começava a criar expectativa de um futuro melhor. Voltava a sorrir imaginando que um dia iria conhecer a paz! Que eu tanto desejava...

domingo, 4 de agosto de 2013

Morando em Poção...

Apesar de tudo que aconteceu em relação ao comportamento dele com a minha irmã, quando íamos á casa da minha mãe, ele se comportava como se nada tivesse acontecido. Como se ele não a tivesse tratado com tanta grosseria. Eu ficava observando aquele comportamento absurdo, ele foi tão hostil com a minha irmã quando ela esteve em nossa casa, e na casa dela, ele agia com tanta naturalidade, sinceramente não conseguia entender era inacreditável.
 Não conseguindo trabalho em Caruaru; ele começou a trabalhar com o pai vendendo roupas, os dois viajavam nos finais de semana para as cidades próximas; fazendo feira era uma vida sacrificada sem conforto, diferente da qualidade de vida que nós tínhamos em São Paulo. Não demorou muito o dinheiro foi acabando e o que ele ganhava mal dava para as despesas, eu não estava feliz, sentia saudade de são Paulo, sempre falava em voltar mais ele não queria estava no meio da família e era tudo que ele desejava.
 Mas a falta do dinheiro fez com que ele percebesse que os primos estavam se afastando, já não o convidavam com a mesma freqüência, porque ele não tinha como pagar as despesas dos amigos. Um dia ele chegou pra mim, e perguntou se eu queria ir morar em Poção a minha cidade natal aceitei imediatamente seria uma forma de me afastar daquele pessoal...
 Fomos para a casa da minha mãe ficamos alguns dias. O meu Professor de matemática e Diretor do Colégio onde eu estudei era o Prefeito da Cidade, sabendo da nossa situação, nos ofereceu uma das suas casas, na qual só pagaríamos a água e a luz, ele aceitou, mudamos de imediato.

 Como não tinha trabalho para ele eu comecei a fazer blusas de tricô para vender, ajudando nas despesas da casa, em um dia e meio eu conseguia fazer uma blusa, não faltava encomendas, por ser uma cidade muito fria e não tinha quem soubesse fazer tricô todos me procuravam. Ele começou a me ajudar nos afazeres da casa para eu ter tempo de atender as minhas clientes.

 Mas ele não estava se sentindo bem com a situação sempre gostou de trabalhar, na verdade sentia-se humilhado, por não esta fazendo alguma coisa que lhe rendesse dinheiro; poderia ter todos os defeitos mais sempre assumiu as despesas da casa. Ele resolveu construir uma casa no terreno da minha mãe, por algum motivo se desentendeu com o meu cunhado e parou com a construção. Não sabendo mais o que fazer, e com certeza percebendo o seu erro em ter saído de São Paulo.

 Perguntou o que eu achava dele ir para a Bahia ver o que poderia conseguir por lá? Eu concordei! Nada estava dando certo em Pernambuco; quem sabe na Bahia, poderia existir á possibilidade de uma vida melhor? Ele viajou para candeias, e eu fiquei com as crianças em Poção.

domingo, 28 de julho de 2013

Morando em pernambuco....

A Luiza morava com a minha mãe, depois da morte do papai, ela ficou fazendo companhia para a mamãe. Casou e continuo com ela, tinha três filhos. Então eu não estava só na casa da minha mãe, era a casa dela também. Agora eu estava lá com duas crianças, sem falar que todas as nossas despesas, eram por conta deles.

 Eu não concordava com a atitude do meu marido, não era justo, mas ele não estava preocupado com a mulher e com os filhos. A preocupação dele era ficar em Caruaru. E foi fácil convencer a todos, falou que estava trabalhando e procurando casa para alugar, sabia que não era verdade, mas a minha opinião não fazia diferença. A minha mãe via a minha indignação como ciúmes e sempre o defendia. Eu no sitio com as crianças e ele dando uma de solteiro em Caruaru, quando ele vinha-me ver ficava dois ou três dias e logo voltava sempre com a mesma desculpa. Quando eu falava para ir com ele a resposta era; que na casa dos pais dele não tinha lugar pra mim e para as crianças e eles não gostavam de mim! O que eu ia fazer lá?

 Um dia estando revoltada com toda aquela situação peguei as crianças e fui atrás dele, minha mãe ficou furiosa por que eu não tinha paciência, ele estava trabalhando o melhor era esperar ele aparecer. Quando eu cheguei à casa dos pais dele, me trataram bem e queriam saber por que eu decidi ficar no Sitio? Foi essa a impressão que ele passou para a família dele, que eu não queria ir com ele.
 Algumas horas depois ele chegou não falou onde estava aparentemente ficou feliz com a minha chegada, saiu comigo fomos visitar alguns familiares, mais no outro dia me levou de volta para a casa da minha mãe. A minha atitude o surpreendeu, ele imediatamente providenciou uma casa. Afinal já fazia uns dois meses que eu estava na casa da minha mãe.
Alguns dias depois ele chegou para me buscar finalmente à situação estava resolvida. Fui mora na cidade de Caruaru, ao chegar tomei algumas providencias coloquei á casa em ordem matriculei as crianças na escola.
 Tudo voltou ao normal uma semana em paz a outra de briga as crianças presenciando tudo. Aos pouco fui descobrindo tudo o que ele aprontou durante o tempo que ficou sozinho na casa dos pais. Nos dias de domingo ele saia com os amigos em companhia de mulheres, iam para as cidades mais próximas tomavam banho nos açudes, bebiam, almoçavam e ele pagava todas as despesas, o que eu temia aconteceu, eu tinha que agüentar tudo calada e fingir que não sabia do que aconteceu.

 A Luiza estava com uma consulta marcada com um Ginecologista em Caruaru, um dia antes da consulta ela foi para a minha casa, ficaria comigo e no outro dia iria ao medico. Fiquei tão feliz era a primeira vez que ela estava me visitando; ela chegou à parte da tarde com o filho mais velho o Thiago, estávamos conversando as crianças brincando, todos felizes.
 Quando o meu marido chegou, eu saí correndo para cozinha fui preparar o jantar, porque com a chegada da minha irmã me empolguei, estava um pouco atrasada; quando ele entrou já estava com a cara fechada, mal cumprimentou a cunhada eu fiquei com tanta vergonha com a atitude grosseira dele, ficou um clima tão pesado, ele conseguiu contaminar todo o ambiente; até as crianças perceberam, perguntei o que tinha acontecido? Ele não respondeu. Passei a noite me torturando querendo saber o que eu tinha feito? Todas as vezes que ele tinha essa reação eu ficava dois ou três dias desesperada me perguntando o que fiz para ele me tratar mal?Era sempre assim quando tudo estava bem ele tinha uma desculpa para estragar o momento.

 No outro dia a Luiza levantou tomou café pegou o filho dela e foi embora, nunca mais voltou na minha casa, como fiquei triste com aquela situação. No dia seguinte a mãe dele me falou que ele comentou com ela; que a minha irmã tinha levado uma carta de um ex-namorado meu, eu estava lendo a carta quando ele chegou, corri para esconder e este foi o motivo de toda a confusão. Lembram? Lá atrás ele fez a mesma coisa um dia antes do batizado do meu afilhado, quando o marido da minha amiga passou de moto. E era essa a minha vida, ele sempre me caluniando para esconder o seu verdadeiro comportamento, me acusando para desviar a minha atenção e não perceber o que ele realmente fazia.

domingo, 14 de julho de 2013

Voltando Para Pernambuco..

Passado alguns meses. Ele deu inicio ao processo de mudança, vendeu a loja, conseguiu um caminhão para levar a mudança, mandou o meu sobrinho junto. Ficamos mais um mês para organizar o que faltava. Naquele sábado levantei cedo, trabalhei a manhã inteira organizando algumas coisas, ele se encarregou de cuida do carro, lavar, trocar o óleo, ao meio dia todos nós almoçamos. Preparei as crianças; ele colocou as malas no carro, e por volta das 14:00h. Partimos de São Paulo com destino a Pernambuco. Especialmente para cidade de Poção.
 Ao saímos, eu já estava chorando, não queria ir, sabia a vida que me esperava, afinal foi lá que eu fui criada, conhecia os costumes, o machismo. Aqui ele já não tinha respeito por mim! Imagina lá, onde o homem tem duas ou três mulheres, todos ficam sabendo, e parece tão normal. Fui contra a minha vontade! Tinha medo de ter mais uma surpresa, não sabia o que a vida poderia me reserva. Tinha também o lado financeiro, do que iríamos viver?Por esse e outros motivos a minha resistência. Diadema foi uma cidade que eu escolhi para mora e queria continuar aqui, mesmo com todo o sofrimento que eu vivia. A culpa não era do lugar.

 Chegando perto de São José dos Campos eu continuava chorando ele parou o carro no acostamento tirou dinheiro da carteira e falou. ¨ Ou você para de chorar, ou pega esse dinheiro volta pra São Paulo."Mas nunca mais você vai ver os seus filhos". ¨ E muitas vezes diante das ameaças você é obrigada a seguir por caminhos cheios de pedras e espinhos, e no final da jornada com os pés feridos e o coração dilacerador pela dor, você tem que ter força para seguir em frente, e fazer suas escolhas. E foi isso que eu fiz ,engoli o choro olhei para o banco de trás vi os meus filhotes dormindo, naquele momento surgiu uma força de dentro de mim, e entre as lagrimas e o sorriso, venceu o sorriso. Porque uma mãe é capaz de dá a vida pelos seus filhos. Ela é capaz de superar todas as dificuldades pelo bem estar deles, e nessa hora foi por eles mais uma vez que eu me submeti à vontade dele.

 Seguimos em frente, foram três dias de viagem, paramos em cadeias, uma cidade no interior da Bahia perto de Salvador. Ficamos na casa da minha irmã mais velha, ela morava nessa cidade há algum tempo, ficamos por lá uns quinze dias ou mais não lembro bem; ela com o marido estavam tentando nos convencer a comprar uma casa e fica morando por lá. Mais ele não quis resolveu ir embora para Pernambuco, e fomos direto para a casa da minha mãe onde já estava a nossa mudança.
 Fiquei feliz ao chegar afinal estava revendo a minha família, mas me perguntava como seria a nossa vida a partir daquele dia? Como e onde iríamos morar? Não estávamos ali passeando! Agora; era diferente eu não tinha casa, estava morando na casa da minha mãe com um marido e duas crianças. Qual seria a atitude dele?
 Os pais dele já estavam morando em Caruaru; chegaram antes de nós, e já tinham se organizado, estavam todos trabalhando, uma semana depois da nossa chegada fomos visitar a família dele e conversando com o pai ele resolveu que eu ficaria com as crianças na casa da minha mãe, enquanto ele iria ficar com os pais há oitenta quilômetros de distancia. Quando eu quis resistir ele simplesmente falou que na casa dos pais não tinha espaço para nós. E mais uma vez fui obrigada a dizer sim e como sempre me curvei diante dele.

domingo, 7 de julho de 2013

A creditava Nele...
















E assim os dias iam  passando. E eu cada dia me distanciando das pessoas, muitas vezes ferindo aquelas que estavam próximas de mim, acreditava que agindo dessa forma estaria agradando a ele. E fui perdendo as poucas  pessoas que ainda restavam ao meu lado, e cada dia ficando mais sozinha dentro do meu mundo de amargura. E ele gostava, por que tinha um bom argumento para usar contra mim.

 Ninguém gosta de você! Já olhou em volta? Não tem ninguém, as pessoas não te suportar! Você é sozinha no mundo eu sou a única pessoa que gosta de você. E se eu te deixar! Nem os filhos você vai ter. Esqueceu que você matou o seu pai e a sua família não te aceita? E foi assim que ele começou a me torturar eu acreditava em tudo que ele falava fazia tudo que ele queria para não ouvir essas palavras, que tanto me machucavam. Mas, quantas vezes chorando agradecia por ele estar ao meu lado, até me sentia merecedora de tudo que ele fazia comigo. E, aos pouco o ódio foi tomando conta de mim, fui perdendo a minha auto-estima, me tornei uma mulher amargurada. 

 Ele conseguia passar a imagem de um bom marido, para a minha família, como para as pessoas do nosso convívio, eu sempre era a ruim. Nessa época eu trabalhava para ajudar nas despesas de casa. Eu tinha um comercio em um dos Bairros mais violento da cidade de Diadema, todos os dias eu ia com as crianças, ele trabalhava no centro de São Paulo, voltava tarde às vezes quando ele ia me buscar já passava das 20:h era uma vida difícil. 

 O Silvio adoeceu, começou a apresentar febre alta, eu fiquei apavorada nunca tinha visto meu filho naquele estado, levei ao medico diagnostico pneumonia, e mesmo diante daquela situação eu tinha que tomar conta da loja, da casa e cuidar do menino, ele não permitiu que eu ficasse em casa para cuidar do meu filho, foram duas semanas de sufoco mais conseguir superar. Quando voltamos de Pernambuco ele estava com  ideia  fixa de ir embora. Trabalhava com esse objetivo. Só que agora, não era só ele, o pai dele também decidiu ir junto com toda a família. Não adiantaria ser contra ele, só iria piora a situação e mais uma vez eu era obrigada a dizer sim.

domingo, 30 de junho de 2013

Aceitando as Mingalhas..

Terminamos de fazer as compras. Voltamos para casa, o clima já era, o de uma família perfeita. Eu estava alegre, feliz, tudo estava resolvido à paz voltava a reinar na minha vida. Quando chegamos em casa, ele sugeriu. que eu ficasse fazendo o almoço enquanto ele iria buscar o meu sobrinho. E foi no meu irmão como se nada tivesse acontecido. Pegou o moleque e veio pra casa; estava tudo bem ninguém podia mais falar no que aconteceu, aquele assunto estava encerrado.
 Almoçamos em seguida ele saiu para visitar um cliente, estava feliz me beijou saiu com a maior naturalidade, fiquei com as crianças contente agradecendo a Deus por que ele estava bem. E se ele estava bem, eu também estava. Eu vivia em função do bem estar dele, era sempre ele em primeiro lugar. Peguei tudo que era meu levei de volta e arrumei no guarda-roupa, e o que era do meu sobrinho mandei para a costureira consertar. A vida voltou ao normal, como sempre uma semana de brigas na outra uma falsa paz, essa era a minha realidade. E muitas vezes eu conseguia passar a imagem de uma mulher feliz.

 Sempre que acontecia uma desavença entre nós ele ameaçava sair de casa, mas ficava só nas ameaças, eu chorando, humilhada me rastejando aos seus pés, conseguia impedi que ele fosse embora, mas chegou uma hora que ele começou a sair de casa, brigava pegava algumas roupas e ia embora, ficava fora uma noite, no outro dia voltava como se aquela atitude fosse normal, eu que tinha passado a noite chorando em desespero, me atirava em seus braços radiante, me sentindo feliz, fazia tudo para agradá-lo, algumas vezes ate chorava de alegria por ele ter voltado.

 E dessa forma fui me anulando. Esquecendo que eu era gente, que dentro de mim habitava um ser humano, com sentimentos e emoções. Esqueci de viver a minha vida para viver a vida dele. Aos pouco fui matando a minha amiga Marlene! Enquanto isso, foi surgindo uma mulher sem iniciativa, sem vontade própria. Uma mulher que aceitava tudo que falavam ao seu respeito, me sentindo inferior a tudo e a todos. Esqueci  meus sonhos  meus ideais. Fui perdendo o meu respeito  minha dignidade. Conhecendo a magoa e a revolta, esquecendo que um dia falei da paz e acreditei no amor.

domingo, 23 de junho de 2013

Uma Noite de Terror..

Naquela noite, sozinha com duas crianças, um marido opressor, sem ter a quem pedir ajuda, não sabia o que fazer. Chorei! Senti medo. A noite seria longa, não tinha idéia do que ele era capaz de fazer comigo. As crianças assustadas; eu não conseguia entender o porquê da situação, como alguém poderia transformar a vida em um verdadeiro inferno? E tão rápido. Não sabia como reagir.

 Peguei as crianças, dei banho, jantaram. Em seguida fui com elas para o quarto, quando dormiram fui até a cozinha ao passar pela sala percebi que ele estava dormindo no sofá. Senti vontade de tomar banho, mas estava com medo que ele pudesse acordar; peguei uma faca que costumava usar para cortar carne, levei comigo para o quarto e coloquei debaixo do travesseiro.

 Deitei-me ao lado das crianças, mas não consegui dormir. Estava frio e a sensação era que as horas não passavam. Estava desconfortável e não conseguia me aquecer, com a mesma roupa que usei durante o dia: calça jeans e tênis. Durante a noite, ele entrou no quarto, várias vezes acreditando que eu estava dormindo. Chamava-me e perguntava se eu não ia embora.

 O dia já estava amanhecendo quando consegui dar um cochilo. Não demorou muito ele chegou e disse: “levanta, pegas suas coisas e vai embora!”. Eu abri os olhos, suspirei e pensei: “não foi sonho, o pesadelo continua”. Levantei, fiz café e preparei o leite para as crianças. Na sala roupas, sapatos, tudo que era meu estava ali jogado no chão. Ele me torturando, querendo que eu fosse embora e não voltasse. Deixe-o falando e fui ligar a TV para as crianças assistirem desenho animado. Naquele exato momento, o Papa João Paulo II estava rezando um Pai Nosso pelo dia Mundial da Paz. Era uma segunda feira dia 27 de outubro de 1986.

 Chorando, rezei junto com o Papa e pedi uma luz para Deus. Supliquei pela paz na minha casa, já não estava mais aguentando aquela situação. Pedi que Ele me ajudasse, olhasse por mim e pelos meus filhos, que desde o sábado presenciavam aquelas cenas. Passou algum tempo e eu tomei uma decisão. Iria à casa dos pais dele ver o que poderiam fazer por mim. Peguei a bolsa e sai deixando as crianças com ele, afinal, era o pai e com certeza não ia fazer nenhum mal a elas.

 Pensando assim fui embora, mas quando desci do ônibus e estava atravessando a rua ouvi uma voz chamando mamãe! Olhei e era a minha filha. Levei um susto! Logo que sai de casa ele pegou as crianças, colocou no carro e veio atrás de mim, seguindo o ônibus. Em frente ao ponto de ônibus tinha um supermercado; ele entrou, estacionou, foi até a lanchonete como se nada estivesse acontecendo e pagou lanche para todos nós. Me chamou para fazer compras porque não tinha nada em casa e o armário estava vazio. Eu olhava e não acreditava no que estava acontecendo, mas confesso estava feliz: tinha acabado de receber um pouco de migalhas e ele estava me tratando bem.

domingo, 16 de junho de 2013

Fim das Ferias....

Que alívio! Em casa outra vez. Aqui eu não precisava ficar preocupada com o que ele aprontava; estava só, ninguém ia ficar sabendo o quanto sofria, das humilhações que era obrigada a passar, dos sapos que tinha que engolir. Não ia ter que ficar me perguntando o que estão pensando a meu respeito, porque estão me olhando com esse olhar de interrogação, “como ela pode permitir que alguém a maltrate tanto assim?”

 Quando chegamos a Diadema ele comprou outro carro e voltou a trabalhar. A vida parecia normal entre lágrimas e sorrisos, quando ele começou a falar que ia embora para Pernambuco porque lá, com certeza, iríamos ficar ricos. Nessa época, o filho da minha irmã mais velha estava morando comigo já fazia algum tempo. Era um dia de sábado e estávamos todos jantando, quando á Silvia derramou molho de macarrão na roupa. Dei banho nela e fui por o seu vestido de molho, no sabão. Estava no quintal lavando a roupa; quando meu sobrinho saiu e foi fazer alguma coisa, não lembro o quê. Percebi que, o meu marido estava me olhando, vigiando mesmo. Terminei de lavar o vestido e, quando entrei, ele já estava com a cara fechada e perguntou o que eu estava fazendo lá fora. Começou a falar que eu, estava tendo um caso com meu próprio sobrinho e queria saber por que estava no quintal junto com ele. Naquela noite não tive paz. No domingo, como sempre, fomos almoçar na casa dos pais dele: o clima não estava bom.

 No decorrer do dia, ele não dirigiu a palavra para o meu sobrinho. No final da tarde, quando chegamos em casa, pegou todas as roupas do menino rasgando uma por uma, jogou no quintal. Em seguida o expulsou de casa. Como ele ainda era menor de idade, pedi que fosse procurar meu irmão e ficasse na casa dele.Em menos de uma hora, o meu irmão e sua esposa chegaram á minha casa, junto com o meu sobrinho. O meu irmão foi saber o que havia acontecido; como o menino só tinha quinze anos de idade, estando sob nossa responsabilidade, ele, não podia ser tão incoerente jogando o menino na rua, era um absurdo. Mas ele não recebeu o meu irmão e nem se deu ao trabalho de sair ao portão. Quando todos foram embora, tomou uma garrafa inteira de aguardente, foi até o quarto pegou todas as minhas roupas, jogou no chão, pegou uma quantia em dinheiro e mandou que eu fosse embora. Falou que eu tinha uma hora para pegar minhas coisas e sumir dali. Foi, uma das noites mais difícil da minha vida.

terça-feira, 11 de junho de 2013

Ferias em Pernambuco....

Como em toda cidade do interior, a minha não poderia ser diferente: sábado era dia de feira, quando todos da redondeza ficavam aguardando para reverem uns aos outros, principalmente quem morava na roça. Naquele sábado, todos que estavam na casa da minha mãe foram à cidade, inclusive meu marido, meus filhos e eu. Fizemos compras para o batizado do meu afilhado que seria no domingo de manhã, encontrei algumas pessoas amigas que não via há muitos anos. Fui até a prefeitura com a minha irmã, cumprimentar o prefeito que foi diretor do colégio e meu professor de matemática durante quatro anos. Me senti uma criminosa, pois fomos escondidas. Fiquei refletindo sobre toda aquela situação. Para uma pessoa como eu, criada em liberdade, fazer qualquer coisa em segredo era muita humilhação. Meus pais sempre confiaram em mim. Naquele momento, sentia-me prisioneira de um homem que vivia controlando a minha vida, dizendo o que podia ou não podia fazer. Mas não conseguia me libertar, estava presa em nome de um amor doentio. Amor esse que aos pouco ia acabando com minha alegria de viver.Dando espaço a tristeza. Tristeza esse, que me obrigava a usar uma mascara para esconder a realidade. O sorriso surgia ao mesmo tempo que a lagrima, os dois deram inicio a uma longa caminhada. Tornando-se amigos inseparáveis.

 No final da tarde viemos embora. Na saída, passou um moço em uma moto, mas foi tão rápido que não percebi. A minha irmã falou que era o marido de uma colega do tempo do colégio; e meu marido, com seu ciúme possessivo, entendeu que era um ex-namorado meu. Daquele momento em diante, teve inicio minha dor de cabeça. Ele, como sempre, começou me atacar. Bastava um simples olhar para eu saber que não estava nada bem, que o motivo foi aquele motoqueiro, cujo único erro foi passar ali naquele exato momento, coitado! Nem sabia da minha existência. Chegando ao sitio, ele não me dirigiu mais a palavra e no domingo fomos para o batizado, afinal, éramos os padrinhos. Durante toda a cerimônia, ele não me olhou, não me dirigiu a palavra. Foi difícil suportar aquele clima pesado.

 Minha irmã e seu esposo perceberam sua indiferença, mas eu já estava acostumada com esse tipo de atitude. Era dolorido, mas já estava condicionada a aceitar tudo que ele fazia. Teve um almoço com vários convidados, tinha pessoas da família como também alguns vizinhos. No decorrer do dia fiquei com as crianças, fingindo que estava tudo bem, porque sabia que cada passo que eu dava, cada gesto que eu fazia, ele estava vigiando. Não podia permitir que as pessoas percebessem que meu casamento era um fracasso. Que na realidade era uma mentira. Sempre fingia, dava a entender que meu relacionamento era ótimo. E conseguia passar essa imagem para a maioria das pessoas, menos pra mim. Terminando as férias, voltamos para São Paulo. Tínhamos ido para Pernambuco de carro, mas quando chegamos a minha cidade, ele, resolveu vender o automóvel, por isso, voltamos de ônibus. Foi horrível! Três dias na estrada, sem nenhum conforto, dormindo dentro do ônibus com as crianças no colo. Agradeci a Deus quando chegamos à Rodoviária do Tiete.