domingo, 14 de dezembro de 2014

Saindo da Minha Casa..

O medo começou a tomar conta de mim. Eu não conseguia sair da minha casa, ficava apavorada ao chegar e ter que abrir o portão para guarda o carro. Não é fácil superar o trauma depois de um assalto! Ficaram muitas sequelas que aos pouco foram me dominando, tomando conta do meu emocional, foi difícil; vivi momento crucial depois desse assalto. Quando eu pensei que estava superando os traumas acordei em uma noite de domingo as 23:15min. Com o meu filho tentando negociar com alguém, eu o ouvia falando, tenha calma, você tem que confiar em mim, eu preciso entrar e pegar a chave, está dentro da casa. Achei estranho levantei para ver o que estava acontecendo ao chegar á escada que me dava uma visão de todo o portão vi o meu filho com as mãos levantadas e um bandido segurando na camisa dele com uma arma apontada para a sua cabeça. Naquele momento eu fiquei parada sem reação alguma, revi toda cena que eu havia vivido á um mês atrás; mais agora era com o meu filho e eu não podia reagir, eu não podia deixar a emoção falar mais alto, precisava ser fria para salvar o meu filho, eu não podia aparecer eles iam me forçar a abrir o portão e poderiam ate matar nos dois. Fui ate o telefone liguei para a polícia e enquanto aguardava a viatura coloquei meu filho nas mãos de Nossa Senhora ela sim poderia agir naquele momento intercedendo por ele junto a Deus. E foi o que aconteceu. Eu sempre estacionava o meu carro próximo à parede naquele dia deixei um espaço de uns 50 cm. O Silvio em um determinado momento convenceu o bandido que iria buscar a chave para abrir o portão, eles o soltaram e ele foi em direção à porta ao ver o espaço ele gritou por mim avisando que havia ladrão no portão, e se jogou em frente ao meu carro onde os bandidos não podiam o ver.


 Nesse momento os bandidos saíram correndo eram dois, e os dois estavam armados, a vizinha também observava tudo que estava acontecendo. Abrir a porta meu filho estava pálido viveu momentos assustadores eu também estava em choque não foi fácil presenciar toda aquela cena sem poder fazer nada, vendo meu filho nas mãos de bandidos eu ali parada me sentindo impotente diante da situação. Chegou uma viatura da Polícia Militar que não fez muita coisa. O Silvio relatou o que havia acontecido. Quando ele estava chegando percebeu os dois se aproximando rapidamente guardou o carro e fechou o portão a chave da casa ele pós no bolso ficando só com a do carro na mão. Eles se aproximaram e o intimidaram, forçando a abrir o portão ele falou que abriu a porta e deixou à chave dentro da casa, ele precisariam ir buscar a chave para poder abrir o portão afinal eles queriam os carros. E foi durante essa negociação que eu acordei e comecei a presenciar todo o ocorrido. Fui criticada, julgada por algumas pessoas por não ter ido ajudar o meu filho; o deixando nas mãos de bandido como se eu fosse á mulher gato. A partir daquele dia a minha vida ficou mais difícil o medo aumentou eu vivia em pânico, assustada com tudo e com todos. Depois desse dia eu combinei com o Silvio quando ele estava chegando buzinava e eu ia abrir o portão para ele. Havia uma vizinha que todos os dias quando eu chegava á casa ela fazia questão de vir falar comigo para avisar que duas pessoas desconhecidas ficavam a tarde inteira do outro lado da rua olhando a minha casa. Eu entrava em pânico. Nesse período o Silvio resolveu casar eu ficaria morando sozinha o meu psicológico não aguentou passei a não dormir ficando a noite inteira acordada pensando o que eu iria fazer sozinha sem a companhia do meu filho. Diante da situação resolvi alugar a minha casa e ir morar em um apartamento seria mais seguro para mim. Comecei a procurar apartamento e coloquei a minha casa em uma imobiliária para alugar. Nesse meio tempo o Silvio também alugou uma casa para ele afinal já estava com o casamento marcado e faltava pouco tempo.


 Como eu havia conseguido essa casa pela Prefeitura toda a documentação dela era de (Concessão de Uso) Eu não podia alugar mais como eu tinha conhecimento com todos na prefeitura, fui ate Secretaria de Habitação expliquei a minha situação e consegui autorização para alugar a minha casa por um período de 30 meses. Conseguir alugar um apartamento e ao mesmo tempo também aluguei a minha casa. Nesse espaço de tempo se aproximava o casamento do Silvio em uma sexta feira á noite ele chegou com a noiva em casa eu estava com a Silvia havíamos passado o dia juntas pedimos pizza e ficamos conversando brincado, quando surgiu o assunto do casamento dele eu perguntei algo em relação à horário coisa assim! Ele me deu uma das respostas das mais doloridas que uma mãe pode receber na sua vida. Pra que a senhora quer saber? Eu não quero a senhora no meu casamento o meu pai está lá com a mulher dele; você não precisa ir! Naquele momento procurei chão e não encontrei, as lagrimas já se fizeram presente, ele jogou o dinheiro da pizza no sofá e foi embora; fiquei com a Silvia foi á pizza mais amarga que eu já comi  na minha vida. A Silvia tomou uma decisão já que a minha mãe não vai eu também não vou. O casamento aconteceu sem a presença da mãe e da irmã, nesse dia a Silvia ficou comigo a dia inteiro foi dolorido mais conseguimos superar, a final a águia não havia morrido ela continuava viva mesmo com as dificuldades que ela era obrigada a passar, só foi necessário parar um pouco no decorrer da caminhada. As circunstancias o obrigaram. Mais a subida ao topo do cume continuaria, naquele dia tomei uma decisão nada iria me impedir de continuar a minha escalada. Era como se a dor me impulsionava.