domingo, 22 de junho de 2014

Deus na Vida do Silvio..

A partir daquele dia ele passou a me odiar mais ainda e com certeza deve ter feito um proposito para me prejudicar, em todos os sentidos. Como eu já havia dado entrada na minha separação só me restava aguarda o desenrolar do processo. Eu continuava trabalhando na Auto Escola e estudando, e na expectativa de que logo iria sair à separação á minha vida estaria resolvida, receberia um bom dinheiro, mas me enganei foram três anos de espera, um processo cansativo e desgastante onde eu era obrigada a receber um Oficial de Justiça para relacionar tudo que havia dentro da minha casa, ele chegou com ordem de contar até os talheres. A Silvia estava trabalhando, não na érea dela, mais em uma loja onde ela começou como temporária, no inicio do ano ela foi efetivada. Eu continuava sendo assistida pela casa Beth Lobo, eles me davam todo o apoio necessário mais ainda havia muito que fazerem por mim. O ódio continuava forte, eu não aceitava o que a vida estava me oferecendo era muita injustiça permanecia com o mesmo sentimento. Pena de mim mesma. Chorava porque andava de ônibus, se andava a pé também chorava! Jogava a culpa em todos mais não admitia nenhuma responsabilidade da minha parte. Continuava frequentando a igreja acreditando que iria conseguir um milagre que era me libertar daquele ódio que me corroía por dentro, tirando a minha paz de espirito; só pensando em vingança falando mal do meu ex-marido para a minha filha, sem perceber que era do pai dela que eu estava falando que aquele homem que eu tanto adiava, ou bom ou ruim era o pai dos meus filhos e eles não tinham culpa, eu o escolhi pra ser o pai deles, eu havia me casado com ele, quem não soube escolher fui eu. Agora eu não tinha o direito de descarregar toda a minha raiva, o meu ódio por ele nos ouvidos dela, porque era do pai dela que eu estava falado, ela o amava mesmo com as suas faltas.

 Os meses passaram quando eu menos esperei já era outubro o ano estava indo embora com a maior rapidez. Muitas coisas haviam acontecido no decorrer desses meses. O Silvio continuava morando com o pai dele não me procurava e nem me dava noticias. Eu e a Silvia estávamos vivendo a nossa vida. Agora ela tinha liberdade eu confiava nela e a deixava sair com as amigas, lembro-me a primeira vez que ela foi ao Playcenter me ligou parecendo umas crianças. Mãe eu estou livre, finalmente eu conheci uma noite de terror, aqui dentro esta cheio de monstros; rindo feliz como um pássaro que foi solto da gaiola. De alguma forma era gratificante saber que a minha filha estava podendo respira ter um pouco de liberdade, poder viver a vida com uma liberdade saudável. Sábado, 02 de novembro feriado, dia de finado na igrja ia ter missa varias vezes durante o dia; mais eu deixei para ir ao último horário participei da missa e como havia dois padres na igreja um deles estava no cemitério e eu resolvi espera-lo com a desculpa que queria dar um abraço nele. Ele demorou um pouco já passava das 18:00h quando ele voltou, realmente dei um abraço nele; mais ele olhou pra mim e perguntou se o meu filho estava melhor? Eu respondi que não estava sabendo de nada, e perguntei o que havia acontecido? Ele me respondeu que meu filho estava internado na UTI de um hospital próximo, eu já comecei a chorar não era justo que isso estivesse acontecendo e o pai dele não havia me avisado. Liguei para ele imediatamente mais não me atendeu, em seguida liguei para o meu irmão que conseguir falar com ele, e ficou sabendo o que aconteceu: em seguida me passou á informação de que o Silvio havia tentado o suicido pela segunda vez. Eu entrei em desespero não sabia o que fazer o hospital era fora de mão eu não tinha carro; lembrei-me da namorada dele e liguei para ela perguntando do Silvio? Ela me respondeu que não tinha noticias dela desde segunda feira; ligava pra ele mais o celular só dava na caixa postal, eu falei o que havia acontecido ela começou a chorar e veio com os pais me buscar para irmos ao hospital.

 Ao chegarmos ao hospital fui até a recepção pedir informação do meu filho, perguntaram o que eu era dele? Respondi que era a mãe! O moço me olhou estranho e pediu que eu fosse falar com a assistente social. Eu fui ela estranhou quando me apresentei falando ser a mãe do Silvio Araújo, e falou a mãe dele vem com o pai todos os dias na visita, eu abri a minha bolsa retirei o documento e passei para ela, expliquei o que estava acontecendo a mesma me pediu desculpas e foi ela ate a recepção pegou os crachás de visita e me autorizou a entra na UTI, para ver o meu filho. Entrei com a namorada dele mais antes de entrar havia um guarda sentado na porta para o qual eu tinha que dar o meu nome, ele perguntou quem eu era? Respondi sou a mãe dele! Ele riu e falou. O seu garoto acordou hoje na hora da visita e havia uma mulher com o pai dele lá dentro; justamente na hora que ele acordou. A senhora não imagina o escândalo que ele fez todos os médicos e enfermeiros correram para o leito dele, a mulher foi retirada na hora pela a equipe. Ele gritava que não queria essa mulher ao lado dele. Sinceramente eu fiquei feliz esse moço não poderia ter me dado uma noticia melhor, eu sabia da existência dela só não sabia que ela era tão suja, tão covarde ao ponto de permiti se passar pela mãe do meu filho. Entrei na UTI ele estava consciente ficou feliz quando nos viu estava lucido mais um pouco confuso que era normal diante da quantidade de medicação ele havia ingerido.

 Ficamos com ele o tempo permitido sair e prometendo que voltaria no dia seguinte. E foi o que eu fiz no domingo fui para o hospital fiquei com ele o tempo que me foi permitido, o hospital me comunicou que ele sairia da UTI na segunda feira. Mais na segunda feira antes que eu saísse para o hospital à psicóloga me ligou pedindo a minha presença no hospital necessitava falar comigo e com o pai dele, eu já estava me preparando para ir ate lá, só me apressei um pouco mais. Ao chagar ao hospital o pai dele já estava com a psicóloga. Ate hoje não sei o que o Silvio falou pra ela, mais ela não falou comigo participei da reunião mais todo tempo ela se dirigiu ao pai, e falou pra ele que era um direito do Silvio poder conviver com a irmã, ter uma relação saudável com a mãe. Ao termino da reunião ele foi embora querendo matar todo mundo eu resolvi falar com o medico que deu os primeiros socorros ao meu filho e descobrir que o Silvio havia ingerido 50 gardenal na terça feira ao meio dia e deu entrada no hospital na quarta feira as 23:00h meu filho estava inchado quase sem vida, obtive todas as informações necessária pedi uma declaração ao medico por escrito precisava deste documento anexado ao processo judicial. Não era justo meu filho não morreu porque mais uma vez Deus colocou a sua mão sobre a vida dele este foi mais um milagre de Deus na minha vida. Guardando o meu filho pela segunda vez.

domingo, 15 de junho de 2014

Buscando Justiça

Outubro foi embora deixando muitas tribulações. Depois que eu fui na. DDM. Delegacia dos Direitos da Mulher. Ele se recusou a levar a filha para o curso e devido a distancia ela foi obrigada a ficar em casa de uma amiga. Indo todas as segundas feiras e voltando na sexta feira enquanto isso eu ficava sozinha em casa era muito difícil suportar essa situação mais como só faltava um mês para terminar o curso qualquer sacrifício era valido. Novembro Chegou. Finalmente a Silvia finalizou o curso de técnica de enfermagem, mais diante da nossa necessidade ela foi procurar emprego temporário para poder me ajudar nas despesas de casa. O Natal estava se aproximando e a nossa preocupação era que pela primeira vez passaríamos só as duas em casa, não tínhamos dinheiro o suficiente e o pouco que tínhamos precisávamos economizar não sabíamos se em janeiro iria surgir alguma oportunidade de trabalho, na semana do Natal falamos muito sobre isso mais nada poderíamos fazer se o destino queria assim tínhamos que respeitar. Quem sabe no próximo Natal seria diferente. Mais no do dia 24 uma amiga me ligou querendo saber o que eu iria fazer para a ceia, falei sobre á minha situação; ela falou que também não sabia o que fazer estava trabalhando, eu falei vem pra cá, ela passou no mercado comprou o que faltava e fizemos uma linda ceia de Natal. Foi o meu primeiro natal depois da separação, acreditava que iria passar sozinha com a Silvia e não teríamos muitas coisas á mesa. Mais Deus providenciou não só uma linda ceia como mandou pessoas amigas para me fazerem companhia. Naquela noite até peru na minha mesa tinha. A minha casa estava cheia de jovens, todos rindo cantando os filhos dela e alguns amigos o meu sobrinho veio também com a esposa. Foram embora por volta das 3:00h da manhã. No outro dia ao meio dia estavam todos de volta. Foi um ótimo Natal! Mais uma vez Deus providenciou tudo para que eu não ficasse sozinha com a Silvia; seria muito triste principalmente pra ela. No Ano Novo tudo se repetiu foi uma festa com tudo que eu tinha direito cada um trazendo um prato.

 Chegou. 2003 com ele a esperança de uma vida melhor, eu conseguir um trabalho em uma Auto Escola com direito a um salario; dava para pagar às contas. Mais o ódio à raiva ainda preenchia o meu coração, muita amargura, desejo de vingança era um mistura de sentimentos dentro de mim, a revolta fazia parte do meu dia adia, eu não aceitava tanta luta da minha parte e ele vivendo numa boa gastando todo o dinheiro que eu havia ajudado ele a conseguir. Dava para perceber que o meu rosto se transformava em ódio, ao falar dele, chorava muito devido a minha a situação. Eu olhava e não via perspectiva, sentia um dos piores sentimentos que um ser humano pode sentir. Pena de mim mesmo. O medo se apoderava de mim, acordava a noite preocupada na incerteza do amanhã. Enquanto ele fechava bares bancando churrasco para a mulherada e gastando o que também era meu. Eu passava apuros tentando economizar cada centavo andado a pé, de ônibus, ficava na rua o dia inteiro para conseguir alunos para Auto Escola, trabalhava como corretora. Sentindo falta do que eu tinha antes resolvi procurar um advogado para fazer a separação alguns me falavam que era difícil; eu não ia ficar com quase nada, pelo fato dele trabalhar por conta própria e não ter carteira assinada e eu não teria como provar a renda mensal dele procurasse me conformar e se eu era acostumada a tomar café da manha com frios e frutas, podia esquecer que não voltaria mais a ter na minha mesa. A falta de justiça provocava mais revolta em mim fazendo com que eu cada vez mais chegasse ao fundo do poço. Cada dia que passava meu ódio só aumentava, e com esse sentimento tão negativo a tendência era me afundar cada vez mais.

 O Boletim de Ocorrência que eu registrei contra ele o qual havia representado. A audiência estava marcada  para o dia 10 de fevereiro, nesta data ele iria sentar em frente ao Juiz. Dias antes o advogado dele me procurou para fazer um acordo me propôs um terreno que nós tínhamos, a casa 100%  e mais R$30.000.00 a essa altura eu já havia entrado com o pedido de separação. Respondi! NÂO para advogado dele acrescentei que eu necessitava que a justiça me respeitasse afinal havia entrado com um litigioso porque o cliente dele não queria me dar à separação, retirando a causa eu estava dizendo para a Juíza, que não merecia o respeito dela. Na segunda feira ele sentou em frente á Juíza. Aquela sala demostrava um ambiente frio como tem que ser a justiça, ela não pode ter sentimentos. Ela tem que ser justa. Eu estava acompanhada pelo o advogado da casa Beth Lobo onde eu era assistida e fazia as minhas terapias, uma casa que apoiava as mulheres que sofria violência domestica. Ele foi condenado e a sentença dele era pagar cesta básica para uma instituição. Também foi orientado á durante cinco anos não se aproximar de mim, no decorrer desses anos o que acontecesse comigo ele seria o principal suspeito. Já foi uma vitória diante de tudo que eu havia passado ao lado dele.

domingo, 8 de junho de 2014

Resgatando a minha Dignidade.

Já era outubro. O final do ano estava próximo, sabendo que não havia nada que eu pudesse fazer em relação ao trabalho, fui vender bijuteria precisava fazer alguma coisa, não tinha como ficar parada; esperando algo acontecer. Como sempre fui uma ótima vendedora estava conseguindo uma boa clientela apesar de não ter um carro; fazia o meu trabalho a pé, mais a comissão era pouco e as coisas estavam difícil. Um dia passando pelo banco resolvi entra e ver o saldo da conta jurídica, havia disponível na conta R$ 2.038,00 pensei em fazer uma retirada mais tive medo, era como se eu estivesse praticando um assalto. Sai do banco entrei na loja de um amigo a funcionaria falou. Sabe quem esteve aqui ontem? Respondi não. Ela falou teu ex-marido e falou que queria ver você pedindo esmola de porta em porta, que o prazer dele era um dia te ver passando fome. Fui duro ouvir aquelas palavras, na hora sentir um nó na garganta mais engoli seco e mais uma vez falei. Tenho um Deus que me ama e nunca vai permitir que isso a aconteça. Saí da loja pensando no dinheiro que estava na conta bancaria tomei um ônibus e fui até o escritório de um advogado que eu sabia que poderia me ajudar. Ele me recebeu, conversou comigo e eu perguntei o que poderia me acontecer caso eu sacasse um pouco do dinheiro que estava banco, ele me explicou, que como sócia da empresa e mulher dele nada me aconteceria. Agradeci pela ajuda que ele havia me dado tomei outro ônibus e vim embora.

 Desci do ônibus em frente ao banco entrei e falei com um funcionário que já me conhecia e sabia o que eu estava passando, falei que queria fazer uma retirada da conta jurídica mais estava muito nervosa e não tinha nem cartão nem cheque e estava com muito medo, ele me mandou ir para fila e foi falar com o caixa que também me conhecia, fiquei naquela fila alguns minutos que se tornaram uma eternidade. Ao lado do banco havia uma delegacia eu tinha a sensação de que a qualquer momento entraria um policial e me levaria algemada. Foi complicado errei três o cheques avulsos mais no final conseguir retirar R$2.000 deixando os 38,00 para pagar o CPMF o caixa me perguntou se eu queria em dinheiro ou poderia transferi para minha conta física? Preferi fazer a transferência. Sai dali apavorada olhando para os lados parecia que eu havia roubado alguém e a policia ia me prender. Ao chegar a minha casa entrei e fechei todas as portas preocupada que ele aparecesse para pegar o dinheiro de volta, isso aconteceu em uma sexta feira, passou o final de semana não aconteceu nada eu fiquei despreocupada chegando a esquecer de que na segunda feira poderia acontece alguma coisa.

 Foi fatal. Na segunda feira era um feriado judeu. Por esse motivo não haveria aula para á Silvia, ela ficou em casa comigo; o dia estava lindo fazia um sol maravilhoso a Silvia abriu todas as portas comecei a limpar a casa, eu fui lavar roupa, o som ligado, eu nem lembrava mais do que havia feito estávamos descontraídas, quando a Silvia chegou perto de mim. ‘Falou mãe o pai esta no portão querendo falar com você. ’ Eu sai morrendo de medo ele começou a gritar que queria o dinheiro dele de volta mandando eu abri o portão que ele queria entra, eu falei que não ia abri, ele mandou o Silvio subir pelo portão, entrou pela janela e abriu a porta pra ele entra. Ele entrou começou a falar palavrões, chutou a mesa com as cadeiras quebrou a mola do meu fogão, me chamando de vagabunda e falando que queria o dinheiro de volta, se eu não devolvesse ele ia me matar fez o maior escândalo fiquei com vergonha dos vizinhos que estavam presenciando tudo, de camarote. Mais naquele momento decidi que seria a última vez que ele me chamaria de vagabunda pelo menos na frente dos meus filhos. Falei pra ele ir embora que dentro de meia hora o dinheiro estava na conta dele. Ele não queria ir mais fui firme ele não teve outra saída há não ser esperar eu ir ate o banco fazer a transferência.

 Quando ele saiu fiz algo que deveria ter feito há muito tempo. Liguei para 190 policia militar, em menos de 10 minutos chegou uma viatura na minha porta, eu já estava pronta para ir ate a Delegacia da Mulher. Falei com os policiais e eles me levaram até lá, deixei a Silvia sozinha em casa, mais, saí preocupada com o que poderia acontecer com ela não confiava nele.  Chegando á DDM o policial falou com a Delegada sobre a Silvia, ela imediatamente pediu o numero do celular dele, ligou pra ele e pediu que em 15 minutos se apresentasse na delegacia. Ele não demorou a chegar, estava com o meu filho querendo saber o que estava acontecendo, olhando pra mim e falando que era uma palhaçada tudo o que eu estava fazendo, com certeza não aconteceria nada, a delegada deu-lhe um belo chá de cadeira, chegando a mandar ele se colocar no seu devido lugar caso contrario mandaria algema-lo.  Ele só falava no dinheiro que eu havia retirado da conta que iria me processar. No final registrei a ocorrência e representei. A partir desse dia ele passou a me respeitar nunca mais passou na minha porta me chamando de vagabunda. Só depois que eu fui à DDM que ele passou a me respeitar. E eu conseguir recuperar a minha dignidade como mulher e como pessoa.