segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Vitimas dos Próprios Filhos.

Conforme os anos foram passando o amor foi adormecendo, a rotina ganhando espaço, o arrependimento tomando conta dos seus dias, á vida já não há, a euforia dos primeiros dias. Lentamente ele a estava destruindo tirando a sua alegria, era tão sutil que ela nem percebia o quanto ele mexia com a, sua autoestima; na opinião dele as roupas nunca ficavam bem no seu corpo, o, seu jeito de andar o incomodava, as suas risadas ele dizia que era vulgar. Como era dolorido ouvir do seu marido cada palavra que a desvalorizava, mas ela acreditava que era para o seu bem, ele estava cuidando dela; muitas vezes ela pensava que era por amor. Quando ela era elogiada em publico, ele fazia questão de falar que as pessoas estavam sendo falsas, que nada daquilo era verdadeiro. Ele tinha o dom de apagar o seu brilho! Mas no dia seguinte ele era carinhoso o marido perfeito que cuida da família. Ele tem necessidade de proteger o seu personagem a esposa não pode descobrir que tudo é planejado; que o seu único objetivo é transforma-la em sua presa e para que isso aconteça á mente da mulher tem que ser trabalhada vagarosamente. Ela esta sempre confusa nunca sabe o que realmente ele quer!

O seu amor próprio está adormecido, tudo que é falado a seu respeito ela acredita. Aquela mulher feliz, que encantava a todos com o seu sorriso, com a sua alegria de viver; está sendo enterrada viva, ela tem medo de tudo nunca sabe o que pode acontecer, qualquer atitude sua pode provocar um furacão, o medo a domina, ate o simples fato de atender um telefonema a deixa aterrorizada. Ela ainda não percebeu que é uma vitima de Violência Domestica. Ela vive sobre o domínio de um homem opressor, na esperança que a paz o amor possa um dia fazer parte da sua família. Ver os filhos felizes podendo ter a liberdade de expressão, ou mesmo o direito de ir e vir, ver um programa de televisão é um sonho tão simples e ao mesmo tempo tão distante de se realizar, ela sofre, ao presenciar as crianças serem maltratadas por coisas tão sem importância, agredir os filhos fisicamente sem motivo, é cruel. Ele tem todos sobre o seu domínio o seu trabalho deu resultado, dentro da sua casa existe ovelhas domesticadas. Para satisfazer o seu ego tudo é valido não importa quem ele esta atingindo. Ele atira nos filhos para atingir a mulher. Pra ele não importa as consequências, o quanto as suas ações prejudicaram as crianças deixando sequelas pela influencia negativa exercida sobre elas.

Ele é um dominador e sente prazer em causar dor nas suas vitimas. Ele sabe o poder que exerce sobre cada uma delas e como deve atuar na sua fraqueza. Ele não sente remorso; é frio, calculista tem certeza que as suas pressas não vão reagirem, elas não tem força, o seu trabalho foi bem sucedido ele alcançou o seu objetivo. Uma mulher submissa que não tem reação diante da sua agressividade, os filhos com sérios problemas psicológicos; carregando o peso de um lar desestruturado, um pai violento sem respeito pela família. O que podemos esperar diante de um quadro tão degradante? Em alguns casos o ciclo continua através do filho o qual tendo presenciado durante anos o pai violentar psicologicamente e fisicamente a sua mãe ele tem a tendência de fazer o mesmo, ele aprendeu com o pai a ser um machista dominador, quer dá sequencia a perversidade do seu pai. A mãe sem perceber vai permitindo a continuidade do problema. Algumas mulheres mesmo tendo conseguido se livra do seu opressor, continuam sendo vitimas dos seus próprios filhos. Eles a tratam com a mesma hostilidade reproduzindo um desequilíbrio emocional, o qual antes era provocado pelo seu pai. Fazendo com que a mãe sinta-se ferida e rejeitada diante do próprio filho.

domingo, 17 de dezembro de 2017

Sonhos Perdidos no Tempo.

< Hoje o amor já não existe, eles não suportam mais se olharem, é muita magoa acumulada em seus corações, o brilho do olhar se perdeu ao longo dos anos, a magia do sorriso foi substituída pela tristeza, a suavidade da voz, a sutileza das palavras, foi esquecida há muito tempo. Diante deles só palavras agressivas, excesso de rancor provocado por ofensas e mais ofensas; guardada durante tantos anos, ressentimento remoendo a sua alma, formando cicatrizes doloridas com marcas profundas difícil de ser curada. Diante de tanta amargura deveriam chegar ao bom senso da separação, mas o orgulho, ou a esperança de que tudo vai mudar os obrigam a continuar juntos destruindo a dignidade de ambos. Dignidade, que eles não sabem mais como resgatar; perderam entre uma discursão e outra, e quanto mais o tempo passa, mais o sofrimento aumenta. A mulher cria uma fantasia passando a viver de sonhos, ela quer resgatar o homem que conheceu no passado. Mas o passado não volta! Na dor da solidão ela chora o sonho perdido. Se olhando no espelho ela percebe as marcas do sofrimento na expressão do seu rosto. A juventude passou tão rápido que ela nem percebeu, levou a sua beleza, a sua inocência, deixando as marcas do sofrimento gravadas no seu rosto revelando segredos das emoções que foram vivenciadas ao longo dos anos.

 Quanta tristeza no olhar? Quanto desejo de ter uma vida cheia de emoções? Desejos de que o amor pudesse fluir no seu coração lhe dando a oportunidade de viver um novo sonho. Ela é romântica acredita no amor, e deseja ser feliz, mais como? Dentro de um lar corrompido que roubou a sua juventude, a sua alegria! Permitindo que a dor seja sua companheira, esmagando a esperança de dias felizes. Ela não sabe que a felicidade esta dentro dela que ninguém pode roubar algo que foi plantada na sua alma onde ninguém poderia ter acesso, há não ser, que nós déssemos acesso. E é o que nós fazemos, no dia a dia permitimos que eles venham nos devastar com a sua crueldade. Dentro da nossa ingenuidade entregamos a nossa joia mais preciosa, a alegria, a felicidade o amor próprio a alguém que colocou no fundo do poço para que nunca a recuperássemos. È isso que eles querem nos manter refém. Em suas mãos nos tornamos vitimas. Na maioria das vezes buscando resgatar a nossa essência, mas não sabemos quando e onde a perdemos. Sabemos que nos sentimos vazia, sem perspectiva acreditando que temos culpa pelo que está acontecendo. Quantas vezes nos perguntamos. O que foi que eu fiz para merecer tamanha injustiça? Chorando clamamos por justiça. Mas não acreditamos que a justiça irá ser feita. 

 Os anos vão passando, as marcas revelando as tristezas, as alegrias; as dores da nossa historia. Aqueles traços bonitos, aquele sorriso alegre ficou em um tempo muito distante. E nos perguntamos se um dia podemos voltar a sorrir para a vida? O que o destino está nos guardando? Nas mãos de um homem que não sabemos mais o que representa na nossa vida! Um dia foi amigo, companheiro e amante, hoje podemos dizer que se transformou no nosso maior inimigo. Reconhecer isso doe muito. Não foi pra viver essa vida, que um dia subimos ao altar e fizemos juras de fidelidade diante de Deus e do homem. Quando nos entregamos à vida de casados foi na esperança de juntos formamos uma família feliz, criar os filhos no caminho do bem e envelhecer um ao lado do outro, contando historias para os netos, caminhando no parque relembrando o inicio da nossa jornada. Relembrando, as juras de amor, os planos para o futuro as viagens que foram planejadas e nunca aconteceu; tudo esta guardado na memoria como um sonho que jamais se realizou. Aquela comida que ela sem experiência deixou queimar tornava-se motivo de muitas gargalhadas. Juntos faziam outro prato e descobriam que por mais simples que fosse o que importava era o verdadeiro sabor do amor.

domingo, 10 de dezembro de 2017

Julgada Pela Sociedade.

Sabemos que existem muitas mulheres que vive o mesmo drama, paralisadas diante de uma situação na qual o medo de reagir é maior do que a vontade de dá um grito de socorro. As ameaças que são feitas, a mãe ou mesmo a criança; intimidam, deixando o seu agressor livre para continuar abusando das suas vitimas. O mesmo é consciente do domínio que exerce sobre elas. Ele sabe que é o macho da espécie, que o território lhe pertence; acredita que nada vai lhe acontecer a justiça não vai ser feita! Ele esta seguro, ninguém imagina que dentro daquela família está acontecendo atos de violência; a sua imagem nunca será manchada perante a sociedade! E, assim ele continua tendo total poder sobre a situação. Muitos; tem prazer pela força que tem sobre as vitimas, a sua autoridade é exercida com rigor diante da família, todos são obrigados a obedecer. A palavra eu não quero! Eu não permito! É a mais usada dentro de um lar comprometido pela violência domestica. Nós mulheres nos tornamos objetos dos nossos maridos, ou o seu brinquedo de estimação? Não sei se alguém trataria um brinquedo de estimação da mesma forma que eles nos tratam, com tamanho desrespeito.

 Quando nós mulheres não temos força para reagir somos criticada e julgada pela sociedade. São muitos os comentários maldosos. Ela aceita por que quer. Deveria largar tudo e ir embora de casa. Infelizmente é fácil para quem esta fora da situação fazer o seu julgamento, olhar a mulher como responsável pela vida que ela esta levando dentro daquele lar. A sociedade não se preocupa em observar como está o psicológico da vitima. Eu sempre falo a violência domestica é cruel, ela é silenciosa. O agressor vem preparando a sua vitima aos pouco, ele vai manipulando silenciosamente semana sim, semana não, ele não quer assustar a sua presa, ele tem que destruir a sua autoestima, o seu amor próprio, mas aos pouco, o trabalho é lento e cauteloso. É dentro de quatro paredes que ele realiza a sua obra prima, mantendo a vitima sua refém, sem qualquer perspectiva de um dia ver a sua vida transformada. Muitas vezes esquecemos o que é ser livre. Temos até medo de pensar acreditando que eles advinham os nossos pensamentos.

 É triste sabermos, que nos dias de hoje ainda acontece fatos como esses na nossa sociedade. Acompanhando o desenvolvimento da tecnologia, a evolução do ser humano é difícil de acreditar que o homem tem a capacidade de destruir a sua própria família. O mais assustador é que não se restringe a um único país, esse desiquilíbrio humano acontece no mundo inteiro poderíamos dizer que é um problema que se manifesta diante da crise econômica. Também não é. Ele esta relacionado a todo o nível social, a todas as classes econômicas. Então eu me pergunto o que faz um homem que se mostrava tão carinhoso em um relacionamento e logo após o casamente se transforma radicalmente, levando um príncipe a virar um sapo do mais asqueroso? (Morro de medo de sapo. Tenho horror) Esquecendo todas as juras de amor. Deixando a desejar anos de relacionamento onde os dois riam brincando e fazendo planos para o futuro. Futuro que chegou trazendo dor e amargura para ambos. Esquecendo que no inicio tudo era flores, os dois se completavam, mostrando para mundo o quanto se amavam. O sonho acabou a realidade é bem diferente do que eles imaginavam, os banhos de chuva que os faziam delirar, hoje são banhos de lagrimas. O amor se foi deixando a dor da solidão. E o mais cruel é a solidão á dois.

domingo, 3 de dezembro de 2017

O Medo Nos Impede de Voar

Fui procurada por uma seguidora do meu blog. Aonde ela relata o seu sofrimento dentro de um lar infectado pela violência domestica. Ela fala do sofrimento da sua filha nas mãos do próprio pai, sendo abusada sexualmente e fisicamente por ele. Uma criança que deveria ter sido criada com amor, tendo o respeito e a proteção do seu pai. Mas ao contrario do que se esperava ela conheceu a dor e a violência daquele homem que vinha a ser o seu pai.

 ‘’ Fui estuprada aos 13 anos de idade, no Sertão da Bahia. Contei para o meu pai o ocorrido, ele foi á delegacia, registrar um Boletim de Ocorrência, queria que o indivíduo reparasse o seu erro, se casando comigo. Porem eu não queria me casar com um homem que me violentou sexualmente. Em minha opinião ele não passava de um mostro!
 Mas o meu pai queria a todo custo que esse casamento acontecesse. Era um homem rico e a sua situação financeira iria favorecer o meu pai, e muito. Para o meu pai seria uma honra o ter como genro. Mais para mim seria o mesmo que me condenar á morte.
 Não sei se por sorte ou infelicidade minha, ele sofreu um acidente de moto e veio á falecer alguns dias depois, me deixando livre do tal casamento. Para o meu pai foi uma decepção o mesmo já contava com uma vida estabilizada depois do  meu casamento.

 Resultado desse estupro. Tornei-me uma mulher amarga, assustada, não confiava mais em ninguém, tinha medo de tudo e de todos, não  Anos depois vir para São Paulo na esperança de ter uma vida melhor. Conheci uma pessoa, me casei desse casamento tivemos uma filha, nasceu em meio a uma situação financeira precária na qual eu trabalhava para ajudar o marido nas despesas de casa, a falta de dinheiro a luta do dia a dia foi desencadeando para a violência domestica o qual me agredia fisicamente, e verbalmente, a falta de respeito entre ambos só aumentava, o que aconteceu comigo anos atrás, contribuiu para a desarmonia entre nós dois, me sentia culpada e acreditava em cada palavra que ele dizia a meu respeito. Eu me sentia suja, e ao mesmo tempo merecedora do sofrimento que eu vivia. Á minha filha crescendo presenciando as brigas entre os pais.
O tempo passou tão rápido que eu nem percebi, quando menos esperei a minha filha estava com 12 anos de idade, uma mocinha quieta, assustada pelos cantos da casa.
 Eu acreditava que o comportamento dela, era devido a sua timidez junto com o medo que nos acompanhava, afinal mal podíamos respirar dento daquela casa, vivíamos como um animal, sem amor sem liberdade. Respeito? Nem se fala. Comecei a observa que todas as noites o meu marido acordava e sai do quarto com desculpa que ia tomar água. 

 Uma noite fui ver por que demorava tanto, presenciei o que não desejava, ele estava abusando sexualmente da nossa filha, foi difícil ver aquela cena e não poder fazer nada! Ir á justiça? Tinha medo ele poderia matar as duas.
Suportei anos de amargura e desespero; quando eu não queria ter relação sexual com ele. Ele falava, se você não me, satisfazer sexualmente, eu sei aonde procurar. Para evitar que a minha filha fosse violentada por ele, eu me submetia as suas vontade, eu chorava de um lado, e a minha filha do outro, eu tinha certeza que ele continuava abusando dela.
Sentia-me um verme, não tinha coragem de reagir; eu era covarde diante da situação nada fazia.
Minha filha estava com 18 anos conheceu um rapaz, dois anos depois se casou. Chorei muito, não acreditava que depois de tenta tristeza estava derramando lagrimas de felicidade, naquele dia eu sabia que estava livre daquele mostro, agora podia ser dona da minha vida depois do casamento da minha filha, separei dele fui estudar e trabalhar como diarista. E em uma dessas casas encontrei, alguém que escreveu a minha historia.