domingo, 17 de dezembro de 2017

Sonhos Perdidos no Tempo.

< Hoje o amor já não existe, eles não suportam mais se olharem, é muita magoa acumulada em seus corações, o brilho do olhar se perdeu ao longo dos anos, a magia do sorriso foi substituída pela tristeza, a suavidade da voz, a sutileza das palavras, foi esquecida há muito tempo. Diante deles só palavras agressivas, excesso de rancor provocado por ofensas e mais ofensas; guardada durante tantos anos, ressentimento remoendo a sua alma, formando cicatrizes doloridas com marcas profundas difícil de ser curada. Diante de tanta amargura deveriam chegar ao bom senso da separação, mas o orgulho, ou a esperança de que tudo vai mudar os obrigam a continuar juntos destruindo a dignidade de ambos. Dignidade, que eles não sabem mais como resgatar; perderam entre uma discursão e outra, e quanto mais o tempo passa, mais o sofrimento aumenta. A mulher cria uma fantasia passando a viver de sonhos, ela quer resgatar o homem que conheceu no passado. Mas o passado não volta! Na dor da solidão ela chora o sonho perdido. Se olhando no espelho ela percebe as marcas do sofrimento na expressão do seu rosto. A juventude passou tão rápido que ela nem percebeu, levou a sua beleza, a sua inocência, deixando as marcas do sofrimento gravadas no seu rosto revelando segredos das emoções que foram vivenciadas ao longo dos anos.

 Quanta tristeza no olhar? Quanto desejo de ter uma vida cheia de emoções? Desejos de que o amor pudesse fluir no seu coração lhe dando a oportunidade de viver um novo sonho. Ela é romântica acredita no amor, e deseja ser feliz, mais como? Dentro de um lar corrompido que roubou a sua juventude, a sua alegria! Permitindo que a dor seja sua companheira, esmagando a esperança de dias felizes. Ela não sabe que a felicidade esta dentro dela que ninguém pode roubar algo que foi plantada na sua alma onde ninguém poderia ter acesso, há não ser, que nós déssemos acesso. E é o que nós fazemos, no dia a dia permitimos que eles venham nos devastar com a sua crueldade. Dentro da nossa ingenuidade entregamos a nossa joia mais preciosa, a alegria, a felicidade o amor próprio a alguém que colocou no fundo do poço para que nunca a recuperássemos. È isso que eles querem nos manter refém. Em suas mãos nos tornamos vitimas. Na maioria das vezes buscando resgatar a nossa essência, mas não sabemos quando e onde a perdemos. Sabemos que nos sentimos vazia, sem perspectiva acreditando que temos culpa pelo que está acontecendo. Quantas vezes nos perguntamos. O que foi que eu fiz para merecer tamanha injustiça? Chorando clamamos por justiça. Mas não acreditamos que a justiça irá ser feita. 

 Os anos vão passando, as marcas revelando as tristezas, as alegrias; as dores da nossa historia. Aqueles traços bonitos, aquele sorriso alegre ficou em um tempo muito distante. E nos perguntamos se um dia podemos voltar a sorrir para a vida? O que o destino está nos guardando? Nas mãos de um homem que não sabemos mais o que representa na nossa vida! Um dia foi amigo, companheiro e amante, hoje podemos dizer que se transformou no nosso maior inimigo. Reconhecer isso doe muito. Não foi pra viver essa vida, que um dia subimos ao altar e fizemos juras de fidelidade diante de Deus e do homem. Quando nos entregamos à vida de casados foi na esperança de juntos formamos uma família feliz, criar os filhos no caminho do bem e envelhecer um ao lado do outro, contando historias para os netos, caminhando no parque relembrando o inicio da nossa jornada. Relembrando, as juras de amor, os planos para o futuro as viagens que foram planejadas e nunca aconteceu; tudo esta guardado na memoria como um sonho que jamais se realizou. Aquela comida que ela sem experiência deixou queimar tornava-se motivo de muitas gargalhadas. Juntos faziam outro prato e descobriam que por mais simples que fosse o que importava era o verdadeiro sabor do amor.

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