domingo, 8 de junho de 2014

Resgatando a minha Dignidade.

Já era outubro. O final do ano estava próximo, sabendo que não havia nada que eu pudesse fazer em relação ao trabalho, fui vender bijuteria precisava fazer alguma coisa, não tinha como ficar parada; esperando algo acontecer. Como sempre fui uma ótima vendedora estava conseguindo uma boa clientela apesar de não ter um carro; fazia o meu trabalho a pé, mais a comissão era pouco e as coisas estavam difícil. Um dia passando pelo banco resolvi entra e ver o saldo da conta jurídica, havia disponível na conta R$ 2.038,00 pensei em fazer uma retirada mais tive medo, era como se eu estivesse praticando um assalto. Sai do banco entrei na loja de um amigo a funcionaria falou. Sabe quem esteve aqui ontem? Respondi não. Ela falou teu ex-marido e falou que queria ver você pedindo esmola de porta em porta, que o prazer dele era um dia te ver passando fome. Fui duro ouvir aquelas palavras, na hora sentir um nó na garganta mais engoli seco e mais uma vez falei. Tenho um Deus que me ama e nunca vai permitir que isso a aconteça. Saí da loja pensando no dinheiro que estava na conta bancaria tomei um ônibus e fui até o escritório de um advogado que eu sabia que poderia me ajudar. Ele me recebeu, conversou comigo e eu perguntei o que poderia me acontecer caso eu sacasse um pouco do dinheiro que estava banco, ele me explicou, que como sócia da empresa e mulher dele nada me aconteceria. Agradeci pela ajuda que ele havia me dado tomei outro ônibus e vim embora.

 Desci do ônibus em frente ao banco entrei e falei com um funcionário que já me conhecia e sabia o que eu estava passando, falei que queria fazer uma retirada da conta jurídica mais estava muito nervosa e não tinha nem cartão nem cheque e estava com muito medo, ele me mandou ir para fila e foi falar com o caixa que também me conhecia, fiquei naquela fila alguns minutos que se tornaram uma eternidade. Ao lado do banco havia uma delegacia eu tinha a sensação de que a qualquer momento entraria um policial e me levaria algemada. Foi complicado errei três o cheques avulsos mais no final conseguir retirar R$2.000 deixando os 38,00 para pagar o CPMF o caixa me perguntou se eu queria em dinheiro ou poderia transferi para minha conta física? Preferi fazer a transferência. Sai dali apavorada olhando para os lados parecia que eu havia roubado alguém e a policia ia me prender. Ao chegar a minha casa entrei e fechei todas as portas preocupada que ele aparecesse para pegar o dinheiro de volta, isso aconteceu em uma sexta feira, passou o final de semana não aconteceu nada eu fiquei despreocupada chegando a esquecer de que na segunda feira poderia acontece alguma coisa.

 Foi fatal. Na segunda feira era um feriado judeu. Por esse motivo não haveria aula para á Silvia, ela ficou em casa comigo; o dia estava lindo fazia um sol maravilhoso a Silvia abriu todas as portas comecei a limpar a casa, eu fui lavar roupa, o som ligado, eu nem lembrava mais do que havia feito estávamos descontraídas, quando a Silvia chegou perto de mim. ‘Falou mãe o pai esta no portão querendo falar com você. ’ Eu sai morrendo de medo ele começou a gritar que queria o dinheiro dele de volta mandando eu abri o portão que ele queria entra, eu falei que não ia abri, ele mandou o Silvio subir pelo portão, entrou pela janela e abriu a porta pra ele entra. Ele entrou começou a falar palavrões, chutou a mesa com as cadeiras quebrou a mola do meu fogão, me chamando de vagabunda e falando que queria o dinheiro de volta, se eu não devolvesse ele ia me matar fez o maior escândalo fiquei com vergonha dos vizinhos que estavam presenciando tudo, de camarote. Mais naquele momento decidi que seria a última vez que ele me chamaria de vagabunda pelo menos na frente dos meus filhos. Falei pra ele ir embora que dentro de meia hora o dinheiro estava na conta dele. Ele não queria ir mais fui firme ele não teve outra saída há não ser esperar eu ir ate o banco fazer a transferência.

 Quando ele saiu fiz algo que deveria ter feito há muito tempo. Liguei para 190 policia militar, em menos de 10 minutos chegou uma viatura na minha porta, eu já estava pronta para ir ate a Delegacia da Mulher. Falei com os policiais e eles me levaram até lá, deixei a Silvia sozinha em casa, mais, saí preocupada com o que poderia acontecer com ela não confiava nele.  Chegando á DDM o policial falou com a Delegada sobre a Silvia, ela imediatamente pediu o numero do celular dele, ligou pra ele e pediu que em 15 minutos se apresentasse na delegacia. Ele não demorou a chegar, estava com o meu filho querendo saber o que estava acontecendo, olhando pra mim e falando que era uma palhaçada tudo o que eu estava fazendo, com certeza não aconteceria nada, a delegada deu-lhe um belo chá de cadeira, chegando a mandar ele se colocar no seu devido lugar caso contrario mandaria algema-lo.  Ele só falava no dinheiro que eu havia retirado da conta que iria me processar. No final registrei a ocorrência e representei. A partir desse dia ele passou a me respeitar nunca mais passou na minha porta me chamando de vagabunda. Só depois que eu fui à DDM que ele passou a me respeitar. E eu conseguir recuperar a minha dignidade como mulher e como pessoa.

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