domingo, 14 de dezembro de 2014

Saindo da Minha Casa..

O medo começou a tomar conta de mim. Eu não conseguia sair da minha casa, ficava apavorada ao chegar e ter que abrir o portão para guarda o carro. Não é fácil superar o trauma depois de um assalto! Ficaram muitas sequelas que aos pouco foram me dominando, tomando conta do meu emocional, foi difícil; vivi momento crucial depois desse assalto. Quando eu pensei que estava superando os traumas acordei em uma noite de domingo as 23:15min. Com o meu filho tentando negociar com alguém, eu o ouvia falando, tenha calma, você tem que confiar em mim, eu preciso entrar e pegar a chave, está dentro da casa. Achei estranho levantei para ver o que estava acontecendo ao chegar á escada que me dava uma visão de todo o portão vi o meu filho com as mãos levantadas e um bandido segurando na camisa dele com uma arma apontada para a sua cabeça. Naquele momento eu fiquei parada sem reação alguma, revi toda cena que eu havia vivido á um mês atrás; mais agora era com o meu filho e eu não podia reagir, eu não podia deixar a emoção falar mais alto, precisava ser fria para salvar o meu filho, eu não podia aparecer eles iam me forçar a abrir o portão e poderiam ate matar nos dois. Fui ate o telefone liguei para a polícia e enquanto aguardava a viatura coloquei meu filho nas mãos de Nossa Senhora ela sim poderia agir naquele momento intercedendo por ele junto a Deus. E foi o que aconteceu. Eu sempre estacionava o meu carro próximo à parede naquele dia deixei um espaço de uns 50 cm. O Silvio em um determinado momento convenceu o bandido que iria buscar a chave para abrir o portão, eles o soltaram e ele foi em direção à porta ao ver o espaço ele gritou por mim avisando que havia ladrão no portão, e se jogou em frente ao meu carro onde os bandidos não podiam o ver.


 Nesse momento os bandidos saíram correndo eram dois, e os dois estavam armados, a vizinha também observava tudo que estava acontecendo. Abrir a porta meu filho estava pálido viveu momentos assustadores eu também estava em choque não foi fácil presenciar toda aquela cena sem poder fazer nada, vendo meu filho nas mãos de bandidos eu ali parada me sentindo impotente diante da situação. Chegou uma viatura da Polícia Militar que não fez muita coisa. O Silvio relatou o que havia acontecido. Quando ele estava chegando percebeu os dois se aproximando rapidamente guardou o carro e fechou o portão a chave da casa ele pós no bolso ficando só com a do carro na mão. Eles se aproximaram e o intimidaram, forçando a abrir o portão ele falou que abriu a porta e deixou à chave dentro da casa, ele precisariam ir buscar a chave para poder abrir o portão afinal eles queriam os carros. E foi durante essa negociação que eu acordei e comecei a presenciar todo o ocorrido. Fui criticada, julgada por algumas pessoas por não ter ido ajudar o meu filho; o deixando nas mãos de bandido como se eu fosse á mulher gato. A partir daquele dia a minha vida ficou mais difícil o medo aumentou eu vivia em pânico, assustada com tudo e com todos. Depois desse dia eu combinei com o Silvio quando ele estava chegando buzinava e eu ia abrir o portão para ele. Havia uma vizinha que todos os dias quando eu chegava á casa ela fazia questão de vir falar comigo para avisar que duas pessoas desconhecidas ficavam a tarde inteira do outro lado da rua olhando a minha casa. Eu entrava em pânico. Nesse período o Silvio resolveu casar eu ficaria morando sozinha o meu psicológico não aguentou passei a não dormir ficando a noite inteira acordada pensando o que eu iria fazer sozinha sem a companhia do meu filho. Diante da situação resolvi alugar a minha casa e ir morar em um apartamento seria mais seguro para mim. Comecei a procurar apartamento e coloquei a minha casa em uma imobiliária para alugar. Nesse meio tempo o Silvio também alugou uma casa para ele afinal já estava com o casamento marcado e faltava pouco tempo.


 Como eu havia conseguido essa casa pela Prefeitura toda a documentação dela era de (Concessão de Uso) Eu não podia alugar mais como eu tinha conhecimento com todos na prefeitura, fui ate Secretaria de Habitação expliquei a minha situação e consegui autorização para alugar a minha casa por um período de 30 meses. Conseguir alugar um apartamento e ao mesmo tempo também aluguei a minha casa. Nesse espaço de tempo se aproximava o casamento do Silvio em uma sexta feira á noite ele chegou com a noiva em casa eu estava com a Silvia havíamos passado o dia juntas pedimos pizza e ficamos conversando brincado, quando surgiu o assunto do casamento dele eu perguntei algo em relação à horário coisa assim! Ele me deu uma das respostas das mais doloridas que uma mãe pode receber na sua vida. Pra que a senhora quer saber? Eu não quero a senhora no meu casamento o meu pai está lá com a mulher dele; você não precisa ir! Naquele momento procurei chão e não encontrei, as lagrimas já se fizeram presente, ele jogou o dinheiro da pizza no sofá e foi embora; fiquei com a Silvia foi á pizza mais amarga que eu já comi  na minha vida. A Silvia tomou uma decisão já que a minha mãe não vai eu também não vou. O casamento aconteceu sem a presença da mãe e da irmã, nesse dia a Silvia ficou comigo a dia inteiro foi dolorido mais conseguimos superar, a final a águia não havia morrido ela continuava viva mesmo com as dificuldades que ela era obrigada a passar, só foi necessário parar um pouco no decorrer da caminhada. As circunstancias o obrigaram. Mais a subida ao topo do cume continuaria, naquele dia tomei uma decisão nada iria me impedir de continuar a minha escalada. Era como se a dor me impulsionava.

domingo, 2 de novembro de 2014

Dominada Pelo medo.

Entrei em casa! Fiquei parada olhando para o nada. Revendo a cena, e me perguntando? Por que eu abri a porta do carro para o bandido, e se aquela arma fosse de brinquedo? Por que eu não acelerei o carro e fui embora? Havia varias alternativas para fugir daquele assalto. Eram essas as perguntas que me torturavam e eu não tinha resposta para elas. Senti um vazio dentro de mim. Olhei para os lados e percebi o quanto eu estava sozinha, uma tristeza tomou conta de mim. Voltei a pensar nos meus pais, nos meus irmãos, nos meus filhos, chorar eu não conseguia não havia lagrimas nos meus olhos o nervoso era tanto que as lagrimas haviam secado. Parei e fiquei pensando o que poderia ter acontecido para eu atrair aquele assalto. O que eu havia feito para passar por tantas aprovações? Onde estava á águia que eu conhecia? Será que ela havia desmoronado? Não, eu não podia permitir que aquela águia tão decidida, que um dia se descobriu com tamanha força perdesse a motivação para continuar com a sua subida ao cume; ela tinha garras e usaria. Acontecesse o que acontecesse ela não iria desistir, de onde buscaria forças eu não sei, mas eu encontraria e superaria tudo. Fiz está promessa a mim mesma. Liguei para o meu irmão já era tarde mais ele veio até a minha casa saber como eu estava, ficou um tempo comigo depois foi embora. Quando ele saiu eu tomei um banho e fui tentar dormi um pouco mais não conseguia a noite  parecia uma eternidade. Domingo dia das mães. Fui á igreja participei da missa junto com os meus filhos estava triste não havia digerido o que aconteceu comigo. Não tinha dinheiro, cheque, cartão é horrível se sentir nessa situação, fiquei em casa junto com as crianças uma sensação desagradável um sentimento de impotência assim foi o meu dia.

 Mais a segunda feira chegou e junto com ela a garra para vencer. Precisava trabalhar e foi com essa disposição que eu sair da cama. Tomei um banho e fui até o banco; bati na porta da sala do meu gerente as 08:30min. Ele tomou um susto. O que eu poderia está fazendo tão cedo no Banco em plena segunda feira. Olhei pra ele e falei vamos trabalhar! Contei o que havia acontecido comigo, ele ficou surpreso sentamos e ele começou a cancelar os cheques, os cartões; e fazer pedidos de novos cartões, talão de cheques. Fiquei com ele até umas 11:00h Saindo de lá fui ao Ciretran estava sem os documentos, sem os documentos do carro, sem a minha habilitação; necessitava de novos documentos. Ao chegar ao Ciretran fui para a sala do delegado falei com a secretaria dela que era minha amiga; ninguém queria acreditar no que aconteceu comigo no final de semana, todos estava pasmado o delegado que era meu grande amigo falou que eu fui muito ousada corri risco por ter enfrentado o bandido em varias ocasiões, principalmente por ter jogado o carro em cima de outro carro como pedido de socorro. Ele me deu autorização para poder continuar dirigindo sem habilitação e sem o documento do carro, até imprimirem o meu caso algum guarda ou policial me parasse na rua.

 Aquela semana foi difícil eu estava assustada com medo, não podia parar em um semáforo o coração já disparava a sensação de que alguém se aproximava com a arma na mão, parecia que eu estava ouvindo a voz do bandido mandando abrir a porta do carro; ao chegar à casa a impressão era que alguém estava esperando afinal eles estavam com todos os meus documentos e endereço. Mesmo assim tirei a semana para resolver os problemas, documentos indo a delegacia, para fazer reconhecimento; vi milhares de fotos fui chamada para reconhecer bandidos que haviam sido presos, aconteceu de eu estar em uma delegacia e eles receberem telefonema dos bandidos avisando que iam atacar o DP eu era obrigada a me retirar imediatamente a policia estava sendo bombardeada naquela semana, era uma loucura família de policial sendo atacado um verdadeiro suspense na cidade de são Paulo. Uma semana depois fui chamada a uma delegacia para fazer reconhecimento o chefe me chamou e falou! Tenho quase certeza que é o bandido que te assaltou. Mais se realmente for ele, você fala que não é. Eu o prefiro solto e só você pode nos ajudar negando o reconhecimento. Eu entrei quando o vi senti o meu coração acelera era o bandido. Mais me mantive firme e falei que não o reconhecia, entrei na sala do chefe e confirmei com ele o reconhecimento fui embora e o bandido foi solto afinal na havia provas contra ele. Eu continuava trabalhando, assustada é claro mais a necessidade me obrigava a está nas ruas e agora mais do que antes. Dos R$ 25.000 que o bandido me levou R$16.000 eu devia para o meu fornecedor e como ajuda ele me cobrou 10% de juros, me levando a pagar por mês de juros R$1.600,00. fora todas as despesas, me levando a reduzir gastos e trabalhar mais. .

domingo, 28 de setembro de 2014

Sequestro Relâmpago.

Estava eu ali presa no porta mala do meu próprio carro, com medo de morre asfixiada. Estava assustada sem saber o que poderia vim a me acontecer, percebi que ele parou o carro ouvi vozes de adultos e de crianças, alguém entrou no carro ajudou ele a retirar o som, depois saiu dirigindo mal pra caramba, não tinha ideia de onde estava e o que ele poderia fazer comigo, era tão assustador. Dentro daquele carro eu comecei a perceber o quanto eu era sozinha o quanto a minha vida era vazia eu não tinha por quem gritar há não ser por Deus. Não chorei o nervoso era tanto que não dava espaço para as lagrimas a garganta estava seca como eu queria um copo de água. Fiz uma retrospectiva da minha vida e percebi o quanto eu havia parado no tempo deixando de viver, me preocupando em agradar às pessoas para receber ás migalhas que elas me ofereciam, esquecendo que eu tinha uma vida. Senti falta dos meus pais lembre-me da minha vida no interior onde não havia violência éramos felizes; mesmo com aquela vida simples vivendo na roça, pensei nos meus irmãos, nos meus filhos com medo porque era certo que eu não voltaria. Ele não me deixaria viva; esse era o meu pensamento. Mais ao mesmo tempo diante de todo o medo que eu estava vivendo segurei na mão de Deus e comecei a pedir pra ele cuidar de mim. Foi quando lembrei que era dia 13 de maio dia de Nossa Senhora de Fátima de quem eu sou muito devota, comecei a falar com ela e foi me acalmando, sentir uma confiança e a certeza que ela não iria permitir que nada acontecesse comigo; que aquele bandido não teria força pra tocar em mim ou tirar a minha vida. Percebi a importância do carinho de uma mãe. O quanto eu necessitava da presença dela junto a mim. Naquele momento era como se o colo da mãe me fosse oferecido, presa dentro daquela porta mala, já não estava mais sozinha, havia comigo a companhia de nossa Senhora o conforto do amor de uma mãe.

 Era um dia frio eu estava bem agasalhada, mais tremia, não sei de frio ou de nervoso. Quando de repente ele parou o carro abriu o porta mala retirou todos os meus perfumes na hora eu pensei que ele fosse fazer alguma coisa comigo; tipo me dar um tiro; afinal ele estava com o revolver na mão, mas não fez nada; eu estava com muito medo não havia nem condições de raciocinar, é uma sensação que eu não desejo pra ninguém. Ele entregou os perfumes para alguém e voltou para o carro continuo a dirigir o medo aumentou, existia possibilidade de ele me levar para algum lugar e me matar. Mais Deus é maravilhoso colocou Nossa Senhora para cuidar de mim. Ele dirigiu por um bom tempo passou em alguns buracos estrada de chão; em um determinado lugar parou o carro saiu abriu a porta mala olhou pra mim com a arma na mão e falou que estava indo embora não era para eu sair naquele momento caso contrario levaria um tiro na cabeça esperasse um pouco até ele se afastar. Eu fiquei ali não sei quanto tempo criei coragem e resolvi sair. Havia pessoas passando de carro naquele momento, mas ninguém fazia nada, parecia que eu era a bandida. Toquei a campainha de uma casa uma moça saiu expliquei pra ela o que havia acontecido pedi para ele me dizer onde eu estava e como poderia sair dali? Ele se desculpou e fechou a janela na minha cara, fui ate a outra casa aconteceu á mesma coisa. Quando percebi que do outro lado da rua ia passando duas moças, gritei elas esperaram quando eu estava falando com elas saiu um moço de dentro de uma casa perguntou o que havia acontecido eu falei, ele chamou a esposa dele mandou eu entra me deram água e ofereceram o telefone para eu ligar para alguém. Liguei para um investigador da polícia expliquei o que havia me acontecido ele pediu para falar com a pessoa da casa perguntou onde eu estava. E perguntou se ele poderia me levar á delegacia mais próxima? O moço foi me levar com a esposa, eu conseguir ir até a delegacia seguindo ele com o meu carro.

 Na Delegacia estava uma loucura havia barreiras afinal os meninos estavam protegendo a própria pele, os ataques naquele dia eram constantes. O final de semana em São Paulo foi assustador estava havendo muitos ataques a Polícia Civil e Militar. Ao chegar á Delegacia eles já estavam me esperando, abriram a barreira entrei no estacionamento eles me deram água, café respirei um pouco, procurei me acalma antes de registra o Boletim de Ocorrência. Eu estava sem nada não tinha carteira, documentos, só o carro e a chave foi o que me restou registramos o boletim de ocorrência na brincadeira o bandido me levou R$ 25.000 em perfumes, fora dinheiro, cheques e pertencesse ao termino da ocorrência o chefe dos investigadores que era meu cliente ofereceu uma viatura para me acompanhar até á minha casa, mais eu não aceitei falei pra ele ficar tranquilo o pior já havia acontecido. Ele pediu para que eu fosse direto para casa e tivesse cuidado não parasse pra ninguém se necessário salvasse a minha pele. Peguei a rodovia Anchieta vim embora, estava sozinha com medo precisava falar com alguém passei direto e fui para a casa da minha filha ao chegar ela estava saindo com o pai e a sogra dela, que estava aqui havia vindo do Paraná. Quando ela me viu falou mãe tentou falar com você mais o seu celular só dava na caixa Postal. Eu respondi filha passei a tarde trancada na porta mala do carro; ela ficou assustada já avisou para o pai que não ia mais sair com ele; entrou comigo fez café fiquei um bom tempo na casa dela, depois resolvi vir embora. Ao chegar á minha casa percebi que o meu vizinho estava chegando e ao me ver esperou que eu guardasse o carro e fechasse o portão, pensei tudo que eu tinha já levaram. agradeci a ele e entrei. Um vazio, uma sensação de impotência. Esse é  o sentimento que te acompanha nessa hora.

domingo, 21 de setembro de 2014

Silvia Voltando Para Casa....

Eu não conseguia dizer não para os meus filhos sabendo que eles estavam precisando de mim. Por mais que me fizeram sofrer eu era a mãe deles, não o abandonaria jamais, a minha visão era. Mãe é aquela que está presente nas horas boas e nas horas difíceis na vida dos seus filhos. Sei que eles erraram muito, mais também tiveram um lar que não deu estrutura nenhuma. Um lar emocionalmente desequilibrado sem amor sem respeito, como eu poderia acusar os meus filhos diante de tal criação ou mesmo exigir alguma perfeição? Quando eu particularmente não tinha equilíbrio; não os orientei para a vida. Permitindo que eles fossem vitimas das consequências de um casamento fracassado onde só presenciarão desarmonia durante toda uma vida. Presenciando a mãe sendo maltratada pelo pai, vivendo uma vida de massacre sendo tratada com crueldade, sendo dominada por um homem sem compaixão que sentia o prazer em me humilhar diante dos meus filhos foi essa a vida que todos nós tivemos. Fui covarde não tive coragem de defender os meus filhos quando eles mais precisaram de mim. Agora eu me sentia na obrigação de fazer o meu papel de mãe acolher os meus filhos com muito amor, e tentar reparar o meu erro não importava o que eles haviam feito o importante era o perdão. Era um dia de sábado eu estava em casa quando a Silvia bateu no portão quando eu olhei e vi que era ela comecei a chorar fui abrir o portão e percebi que definitivamente havia esquecido o rosto da minha filha, ela estava bonita como sempre e gravida estava mais bonita ainda. Abrir o portão e abracei a minha filha chorando, afinal haviam se passado sete longos meses.

 A partir daquele dia ela não se afastou mais de mim. Eles me levaram para conhecer o lugar onde eles estavam morando. Meu Deus era lugar bem digno do pai dela só ele poderia colocar um ser humano em um lugar como aquele, sem falar na distancia; era muito longe conversei com eles sobre a possibilidade de vir morar perto de mim, afinal quando a criança nascesse quem cuidaria dela. Eles conseguiram alugar uma casa próxima da minha e mudaram como eu estava ganhando bem conseguir ajudar ela com algumas coisas do enxoval do bebe, estava junto na primeira ultrassonografia quando ficamos sabendo que era uma menina e que se chamaria Alice a primeira bisneta que levaria o nome da minha mãe. Fui eu que dei o primeiro macacão lembro-me que escolhi amarela cor do ouro para dar sorte e prosperidade foi o que eu pensei na hora. Sempre saímos aos domingos. Eu, ela e o Silvio eles adoravam me explorar e eu gostava de pagar o almoço comprar presentes para eles me divertia afinal tudo que eu estava conseguindo era deles também. O mês de dezembro estava se aproximando e ela ganharia a nenê no inicio de janeiro, a criança chegaria com o mesmo signo da avó capricórnio. O marido dela trabalhava em um shopping e chegava muito tarde não havia condição dela ficar sozinha então resolvemos que eles ficariam morando comigo. Eles entregaram a casa e se mudaram para a minha casa. Ficamos os quatros morando na mesma casa. Eu continuava com o meu trabalho estava fazendo dança de salão nessa época junto com a Cíntia era divertido e eu gostava muito, sempre saindo nos finais de semana a minha vida estava ótima eu só tinha que agradecer a Deus. Cada dia tendo a oportunidade de ser apresentada em mais uma delegacia, que significava mais clientes. O meu sonho era um dia chegar ao DEIC. Departamento De Investigação sobre Crimes Organizados.

 16 de janeiro de 2006. Alice chegou para alegra á vida de todos nós, uma menina linda com a verdadeira expressão do amor uma criança diferente com uma inteligência fora do comum; esperada com muito amor por todos. A avó dela do interior veio ajudar a cuidar da Silvia afinal eu não podia precisava trabalhar os clientes me ligavam constantemente, quando alguém queria perfume para uso pessoal ou mesmo presentear alguém era comigo que falavam, eu não fazia corpo mole qualquer hora do dia ou da noite eu estava lá. O tempo passou a Silvia alugou uma casa e se mudou eu fiquei sozinha com o Silvio. A essa altura ele já estava noivo da menina e com casamento marcado. Chegou o mês de maio de 2006 fiz uma compra grande de perfumes. Dia das Mães estava vendendo bem na sexta feira dia 12 o primeiro ataque do PCC a Polícia Civil de São Paulo. Eu havia marcado um horário no sábado, com um chefe de tira a esposa dele queria ver perfumes e agendei com ela as 13:00h conforme combinamos estava lá no horário exato. Atendi a moça a qual hoje é uma grande amiga. Ao sair lembro-me que o meu amigo mandou que eu voltasse pela Rodovia dos Imigrantes mais eu resolvi visitar uma amiga que morava ali próximo e voltei pela Anchieta, antes tivesse seguido o conselho do meu amigo quando parei no semáforo fui abordada por um bandido armado que me fez abri a porta do carro para ele entra, dirigir um bom tempo com ele ao meu lado apontando um revolver para mim. Foi uma das tardes mais difícil da minha vida. 13 de maio dia de Nossa Senhora de Fatima estava eu ali ao lado de um bandido que sem respeito algum vai pegando a tua bolsa o teu celular tirando chip abrindo a tua carteira pegando o dinheiro e pondo no bolso e você não pode fazer nada. Como a gente se sente impotente nessa hora. Como eu desejava encontra uma viatura da polícia para jogar o meu carro em cima deles como um pedido de socorro mais não encontrou, o único carro que eu encontrei provocou uma batida jogando meu em cima dele. Que me resultou em ser trancada no porta malas do meu carro.

domingo, 14 de setembro de 2014

Começando a Viver.

Havia me desapegado de algumas pedras que me incomodavam. A dor que estava enrijecendo o músculo do meu coração de alguma maneira me protegia as feridas já não doía com a mesma intensidade, a pele de rinoceronte ajudava na cicatrização e foi assim que eu dei continuidade a minha vida me dedicando ao trabalho jogando toda a energia ao que mais me dava prazer. Trabalhar com perfumes importados, conviver com o publico, interagindo com as pessoas no meu dia a dia. Superando tudo que me sufocava e me dando a oportunidade de poder respirar e continuar com a minha subida ao topo da montanha. A águia já olhava e via um horizonte diferente com outras possibilidades. Possibilidades de dar o seu primeiro voo. Um voo tímido assustado não importava. O que importava era poder treinar a suas asas, mesmo que fosse um voo rasante, ela iria tentar sem medo, por que ela nasceu para as alturas, não iria ficar ciscando junto com aquelas aves pequenas que não nasceram para o voo. Esse prazer ela não daria ao seu ex-marido por que tudo ele fazia era para me desequilibrar emocionalmente me impedindo de subir os degraus que por direito me pertenciam, á vida havia me presenteado com eles, mas eu era obrigada a subir um por um, caso quisesse chegar a algum lugar. Nada preenchia o vazio da ausência da minha filha, a dor era tanta que eu bloquei as suas lembranças, o nosso cérebro é inteligente ele busca as defesas inesperadas e forma de sobrevivência inacreditável. E assim sobrevivi a mais uma emboscada do meu ex-marido.

 O Silvio continuava comigo, nunca me dava satisfação de nada pouco sabia da sua vida; finais de semana ele estava sempre com o pai e a irmã. Eu na minha vida trabalhando, fiz novas amizades. Comecei a sair, me dei á oportunidade de voltar a viver. O financeiro começava a melhorar até me dava o prazer de ir á um restaurante sair no final de semana, coisas que eu nunca tive a oportunidade de fazer antes, adiantar a parcela do meu carro era um presente do universo, cada dia fazia um novo cliente e todos gostavam de mim, eu sentia o carinho especial de todos por mim. Só podia ser coisa de Deus. Eu, cada dia penetrando mais no universo da Polícia Civil, da politica, das escolas Estaduais, fazia algumas Secretarias Municipais e fui ampliando os meus conhecimentos, aos pouco estava crescendo como pessoa e como profissional.  Nos negócios estava indo muito bem. Só que havia um problema não sabia administra o dinheiro, ficava segurando, com medo que ele voasse; acreditava que se eu girasse o perderia. E em relação ao dinheiro é o contrario temos que fazer com que ele gire por que dinheiro trás dinheiro. A maioria das vezes eu chegava á minha casa já passava das 22:00hs trabalhando não media esforços chegava a ficar nos hospitais até as 5:00hs da manhã vendendo perfumes; pra mim o importante era trabalhar eu só me preocupava em ganhar dinheiro estava fazendo um salario que sempre desejei e nunca havia imaginado que um dia essa quantia viria a minhas mãos. Aprendi a fazer do trabalho uma terapia onde eu conseguia descarregar todos os meus problemas, e ao mesmo tempo era gratificante e recompensador. Eu amava o meu trabalho. Eu amava a minha profissão de vendedora. Eu era feliz vendendo perfumes importados.

 O Silvio começou a namorar uma moça, que morava na mesma rua que o pai dele. Um dia ele chegou e começou a falar dela pra mim, percebi que realmente, ele estava apaixonado pela menina e levando-a a serio, coisa que ele nunca havia feito antes, chegando a falar na possibilidade de haver casamento. Eu particularmente fiquei curiosa para conhecê-la, mas como ela já convivia com o pessoal do pai dele, seria difícil para ela me aceitar, não restava a menor dúvida eu já estava consciente dos fatos. Continuei com a minha vida trabalhando não me preocupei com o que poderia vim a acontecer. Em um determinado dia jantei fiz algum afazer tomou o meu banho e fui deitar como de costume ficava lendo um pouco até o sono chegar. O Silvio chegou jantou e foi para o meu quarto estranhei ele não tinha esse hábito, pegou um travesseiro e deitou junto comigo e começou a me perguntar o que eu faria se a Silvia me procurasse e qual seria a minha reação caso ela estivesse gravida? Eu na hora entendi o recado era obvio que ela estava gravida e querendo voltar, respondi que havia sido pega de surpresa sinceramente não sabia o que responder. Fiquei de pensar no assunto. Ele se retirou para o quarto dele. Eu continuei lendo o meu livro. No dia seguinte não falei no assunto e nem no decorrer da semana. Mas uma semana depois eu fui até o trabalho do marido dela conversar com ele. Ele me falou que ela estava gravida e que chorava muito querendo voltar mais não sabia qual seria a minha reação, mandei falar pra ela, que a minha casa estava de portas abertas. Afinal ela continuava sendo minha filha. 

sábado, 6 de setembro de 2014

Silvia Saindo de Casa.

O Silvio começou a me dar trabalho. Com a influência do pai dele tudo voltou ao que era antes, a falta de respeito para comigo, não me ajudava mais nas despesas da casa, chegava a hora que queria; fazia o que bem entendia. A minha vida mudou completamente a paz que eu estava tendo durou pouco tempo, a tranquilidade da minha casa já não existia, as preocupações com o Silvio eram constantes eu já não sabia o que fazer me preocupava com o comportamento dele, com as minhas dividas tudo era motivo para me tirar o sono. Às vezes eu tinha a impressão que Deus havia me esquecido. Por que tanto sofrimento? O pai dele estava tão bem, completamente despreocupado em relação aos filhos. Enquanto para mim sobrava às dores de cabeça, a inquietação com as crianças e a responsabilidade de manter a despesa da casa, pensando bem, para uma mulher sozinha sem experiência que acabava de sair de uma situação que chegou a pegar cesta básica era muita responsabilidade. Eu não tinha estrutura para suportar tudo sozinha. A águia sentia medo de continuar com a caminhada, pensava em parar ou mesmo voltar para o terreiro talvez fosse mais cômodo conviver com as outras aves. Como ela poderia chegar ao topo? A subida era tão cansativa e assustadora só me restava uma saída, segurar na mão de Deus e permitir que ele me ajudasse. Quantas vezes chorava á caminho da casa dos clientes, pedindo a Deus por justiça. O peso da responsabilidade que caia sobre os meus ombros era grande, mais eu era obrigada a carregar não podia desisti. Talvez existissem pedras demais que não havia necessidade de leva-las comigo, mas só o tempo poderia me dizer quais as pedras que eu deviria tirar do meu caminho. Qual a bagagem que estava impedindo a minha subida? Eu precisava ter paciência e sabedoria para encontra a resposta que eu tanto procurava.

 Me a tingi, só através do Silvio para o meu ex-marido não era o suficiente. O alvo dele era a Silvia. Ele sempre quis atirar nela para acertar em mim. E conseguir da maneira mais suja e sórdida que um pai possa alcança. Ele foi imediatista não mediu as consequências dos seus atos, foi repugnante e imoral o que ele fez. A Silvia começou a namora com um colega de trabalho só que ele era casado e ela conhecia a esposa dele, elas eram amigas, eu nem imaginava o que estava acontecendo, mas o pai dela sabia e incentivava o namoro deles; chegando até a saírem os três juntos. Quando eu fiquei sabendo do namoro fiquei uma fera, não concordei, fui contra; era desonesto ela conhecia a esposa dele sempre frequentava a casa do casal eu jamais aceitaria o que estava acontecendo. Diante de toda a confusão descobrir que o pai era cúmplice e quando ficou sabendo que eu não aceitei a situação tirou a filha de casa e levou para morar com ele. Á vezes chegando a sair de casa para deixar os dois sozinhos. Depois de um tempo alugou um cômodo colocou os dois para morar juntos. Ela se afastou de mim completamente eu ficava sabendo noticias dela através de uma amiga que também pouco sabia, foi uma época difícil pra mim sofri muito com a situação mais como eu já havia conseguido uma pele de rinoceronte suportava todos os espinhos que a vida estava me oferecendo. Ela ficou 07 meses sem me dá noticias, completamente afastada de mim. Depois desse período ela me procurou estava gravida precisava da mãe a primeira gravidez assusta um pouco a presença da mãe é fundamental, ela precisou de mim e eu não soube dizer não. Á mesma atitude que eu tive em relação ao Silvio tive com ela também, abrir as portas da minha casa e a recebi de volta.

 No decorrer do tempo que ela esteve ausente eu procurei viver a minha vida. Busquei ajuda para cicatrizar as feridas era tudo tão dolorido e recente, antes de uma ferida cicatrizar outra já abria. O problema com a minha habilitação continuava era uma situação desagradável mais eu tinha que conviver com ela poderia ter evitado se não tivesse sido tão ingênua ao ponto de acreditar em pessoas oportunistas. Sempre tive um coração generoso, sempre me propus em ajudar as pessoas, independente do que elas eram, ou do que são. Só que, encontrei muitas pessoas que se aproveitavam da minha boa vontade. Mas também tive a oportunidade de encontrar pessoas maravilhosas na minha vida que me ajudaram muito em todos os sentidos e fizeram a diferença no meu dia a dia. O numero das pessoas boas sempre foi maior do que, das pessoas que só queriam se aproveitar da minha ingenuidade. Em uma das vezes que eu fui ao ciretran, comentei com uma funcionaria que vendia perfumes importados ela imediatamente se interessou pelos perfumes e pediu que eu no dia seguinte fosse lá com os perfumes que ela gostaria de ver. Conforme o combinado no outro dia eu estava lá, ela me apresentou a todos os funcionários, os quais passaram a comprar perfumes de mim, fiz amizades com todos eles a minha vida deu um pulo às coisas começaram a melhorar pra mim, a minha caderneta de clientes aumentou, passei a vender também nas Autoescolas. O Delegado era uma pessoa maravilhosa de um coração imenso e procurou me ajudar indicando-me em varias delegacias comecei a vender para todos os polícias eles sempre pagavam no dia certo eram corretos e gostavam de mim. Fiz amizade com todos eles os quais se tornaram meus amigos. me apresentando as esposas deles ou as namoradas que também vinham a serem minhas clientes. Minha vida melhorou muito. Comecei a subir a montanha só que agora havia menos pedras para carregar na minha bagagem.

domingo, 17 de agosto de 2014

Vencendo os Obstaculos.

. Aquela águia que havia acordado não queria mais parar ela precisava continuar com a caminhada, por que suas asas, ainda não estavam prontas para o voo. Havia a necessidade de uma preparação, suas asas tinham que crescerem o treino era indispensável e ela tinha consciência disso e enfrentava cada obstáculo com a cabeça erguida, existia o medo sim, a preocupação era constante, mais a determinação a levava ao destino esperado. Ela já começava a olhar para trás e ver a diferença do antes e do depois e não queria mais volta para aquela vida no quintal ciscando com as outras aves, essa vida já não lhe interessava mais, porque ela sabia que um dia iria dar o voo tão desejado, iria poder ver do alto todas as paisagens lindas que a vida teria lhe dado, se alguém um dia não tivesse lhe tirado o direito de voar. E foi com esse sonho que ela continuou tirando cada pedra que havia no caminho a impedindo de passar. Ela havia recebido uma grande lição na vida. (Nunca passe por cima de ninguém. Se alguém te atrapalhar na caminhada dê a volta e siga o seu caminho.) Foram essas as palavras que um dia o meu pai sentado em uma pedra sob uma arvore me falou e eu guardei durante toda a minha vida. Nunca sentir necessidade de prejudicar alguém para conseguir algo, ao contrario se eu não pudesse ajudar que atrapalhar eu não iria. Isto não fazia parte da minha índole. Isto vinha da minha personalidade e do caráter que o meu pai me deu, do respeito ao próximo que ele me ensinou. Esses ensinamentos já faziam parte da minha da minha vida.

 O trabalho dobrou junto com ele a possibilidade de no futuro conseguir uma vida digna, e para isso eu trabalhava sem parar, dia e noite. Não havia final de semana, não havia domingo se o cliente me ligasse eu estava pronta para atender quantas vezes chegava tarde e ainda ia limpar casa, ou mesmo fazer comida essa era a minha vida, sem falar que eu precisava juntar cada centavo para pagar as despesas porque elas haviam aumentado agora havia o carro o seguro eu tinha que me desdobrar. O meu desespero era com o Banco só faltava enlouquecer eu não podia deixar nenhum cheque voltar, não podia deixar gerar taxas o que eu tinha era o suficiente para pagar as contas se alguém não me paga-se no dia ou voltasse cheque de clientes ou entrava em parafuso. A noite era a minha pior inimiga ficava rolando na cama ou fazendo as contas do que tinha para receber era uma tortura pra mim, mais havia uma esperança de que tudo daria certo. O processo da separação continuava afinal era um litigioso, ele achava que tudo seria favorável para ele o advogado dele era ministro da Eucaristia na mesma paroquia que frequentávamos há tanto anos, eu particularmente achava um absurdo ele esta defendendo uma pessoa que agiu tão mal com a família. Hoje eu tenho outra visão. Eles entraram reclamando uma herança que eu havia recebido do meu pai fui obrigada a provar diante do juiz que o meu pai havia morrido um ano antes do meu casamento e como casei com comunhão parcial de bens ele não tinha direito a nada. Só que esse impasse na justiça me causava um transtorno emocional sempre que a minha advogada me ligava para me dar uma noticia e na maioria das vezes desagradável eu já ficava ansiosa sentindo certo desconforto ou medo, afinal conhecia o meu adversário muito bem e fui aterrorizada por ele durante anos, esse efeito psicológico continuava agindo dentro de mim. Era uma sensação negativa muito forte,  eu não sabia ainda como lidar com esse sentimento mais havia a necessidade de me livra dele não podia permitir que o meu coração acelerasse cada vez que o meu telefone tocasse.


 O Silvio havia saído do emprego, comprou uma moto e foi trabalhar em uma empresa de motoboy estava tudo dando certo mais como ele estava com o licenciamento atrasado, foi parado em uma Blitz e apreendera a moto, eu não tinha conhecimento com a polícia e não sabia como agir diante da situação, liguei para o pai dele pedindo ajuda. Ele foi lá pagou todas as despesas, mas ficou com a moto pra ele, deixando o filho sem condições para trabalhar. No final levou o menino para trabalhar com ele e falou que ele não podia mais me ajuda financeiramente começou a manipular o filho mais uma vez. Eu havia deixado de trabalhar com coahing fazia alguns meses, mas continuava em contato com ele. Ele conhecia a minha historia sabia do meu sofrimento, da minha carência isso pra ele foi fundamental uma mulher sozinha carente e sem restrição no nome era tudo que ele precisava, afinal ele tinha uma capivara assustadora que eu não tinha conhecimento ele era malandro primeiro me cativou fez com que eu me apaixonasse por ele só que nunca houve nada entre nós, amor platônico da minha parte é claro, depois  pediu para eu comprar um celular pra ele no meu nome, depois tirei um carro em seguida aluguei um apartamento. Meus filhos queriam me matar só não fizeram por que a lei não permitia. Como minha filha trabalhava em uma loja grande, pegou o CPF dele e fez uma consulta a qual me tirou o sono por muitos dias, mas no final ele terminou pagando tudo, nessa parte ele foi correto comigo caso contrario eu terminaria na cadeia. Só que, como o carro estava no meu nome todas as multas chegavam á minha casa e a pontuação na minha CNH isto me obrigava a, de três em três meses entra com um processo na Ciretran para não perder a minha habilitação.