domingo, 17 de agosto de 2014

Vencendo os Obstaculos.

. Aquela águia que havia acordado não queria mais parar ela precisava continuar com a caminhada, por que suas asas, ainda não estavam prontas para o voo. Havia a necessidade de uma preparação, suas asas tinham que crescerem o treino era indispensável e ela tinha consciência disso e enfrentava cada obstáculo com a cabeça erguida, existia o medo sim, a preocupação era constante, mais a determinação a levava ao destino esperado. Ela já começava a olhar para trás e ver a diferença do antes e do depois e não queria mais volta para aquela vida no quintal ciscando com as outras aves, essa vida já não lhe interessava mais, porque ela sabia que um dia iria dar o voo tão desejado, iria poder ver do alto todas as paisagens lindas que a vida teria lhe dado, se alguém um dia não tivesse lhe tirado o direito de voar. E foi com esse sonho que ela continuou tirando cada pedra que havia no caminho a impedindo de passar. Ela havia recebido uma grande lição na vida. (Nunca passe por cima de ninguém. Se alguém te atrapalhar na caminhada dê a volta e siga o seu caminho.) Foram essas as palavras que um dia o meu pai sentado em uma pedra sob uma arvore me falou e eu guardei durante toda a minha vida. Nunca sentir necessidade de prejudicar alguém para conseguir algo, ao contrario se eu não pudesse ajudar que atrapalhar eu não iria. Isto não fazia parte da minha índole. Isto vinha da minha personalidade e do caráter que o meu pai me deu, do respeito ao próximo que ele me ensinou. Esses ensinamentos já faziam parte da minha da minha vida.

 O trabalho dobrou junto com ele a possibilidade de no futuro conseguir uma vida digna, e para isso eu trabalhava sem parar, dia e noite. Não havia final de semana, não havia domingo se o cliente me ligasse eu estava pronta para atender quantas vezes chegava tarde e ainda ia limpar casa, ou mesmo fazer comida essa era a minha vida, sem falar que eu precisava juntar cada centavo para pagar as despesas porque elas haviam aumentado agora havia o carro o seguro eu tinha que me desdobrar. O meu desespero era com o Banco só faltava enlouquecer eu não podia deixar nenhum cheque voltar, não podia deixar gerar taxas o que eu tinha era o suficiente para pagar as contas se alguém não me paga-se no dia ou voltasse cheque de clientes ou entrava em parafuso. A noite era a minha pior inimiga ficava rolando na cama ou fazendo as contas do que tinha para receber era uma tortura pra mim, mais havia uma esperança de que tudo daria certo. O processo da separação continuava afinal era um litigioso, ele achava que tudo seria favorável para ele o advogado dele era ministro da Eucaristia na mesma paroquia que frequentávamos há tanto anos, eu particularmente achava um absurdo ele esta defendendo uma pessoa que agiu tão mal com a família. Hoje eu tenho outra visão. Eles entraram reclamando uma herança que eu havia recebido do meu pai fui obrigada a provar diante do juiz que o meu pai havia morrido um ano antes do meu casamento e como casei com comunhão parcial de bens ele não tinha direito a nada. Só que esse impasse na justiça me causava um transtorno emocional sempre que a minha advogada me ligava para me dar uma noticia e na maioria das vezes desagradável eu já ficava ansiosa sentindo certo desconforto ou medo, afinal conhecia o meu adversário muito bem e fui aterrorizada por ele durante anos, esse efeito psicológico continuava agindo dentro de mim. Era uma sensação negativa muito forte,  eu não sabia ainda como lidar com esse sentimento mais havia a necessidade de me livra dele não podia permitir que o meu coração acelerasse cada vez que o meu telefone tocasse.


 O Silvio havia saído do emprego, comprou uma moto e foi trabalhar em uma empresa de motoboy estava tudo dando certo mais como ele estava com o licenciamento atrasado, foi parado em uma Blitz e apreendera a moto, eu não tinha conhecimento com a polícia e não sabia como agir diante da situação, liguei para o pai dele pedindo ajuda. Ele foi lá pagou todas as despesas, mas ficou com a moto pra ele, deixando o filho sem condições para trabalhar. No final levou o menino para trabalhar com ele e falou que ele não podia mais me ajuda financeiramente começou a manipular o filho mais uma vez. Eu havia deixado de trabalhar com coahing fazia alguns meses, mas continuava em contato com ele. Ele conhecia a minha historia sabia do meu sofrimento, da minha carência isso pra ele foi fundamental uma mulher sozinha carente e sem restrição no nome era tudo que ele precisava, afinal ele tinha uma capivara assustadora que eu não tinha conhecimento ele era malandro primeiro me cativou fez com que eu me apaixonasse por ele só que nunca houve nada entre nós, amor platônico da minha parte é claro, depois  pediu para eu comprar um celular pra ele no meu nome, depois tirei um carro em seguida aluguei um apartamento. Meus filhos queriam me matar só não fizeram por que a lei não permitia. Como minha filha trabalhava em uma loja grande, pegou o CPF dele e fez uma consulta a qual me tirou o sono por muitos dias, mas no final ele terminou pagando tudo, nessa parte ele foi correto comigo caso contrario eu terminaria na cadeia. Só que, como o carro estava no meu nome todas as multas chegavam á minha casa e a pontuação na minha CNH isto me obrigava a, de três em três meses entra com um processo na Ciretran para não perder a minha habilitação.

domingo, 3 de agosto de 2014

Mudando a Minha Historia.

Eu começava a ver uma luz no fim do túnel. A escuridão estava dando lugar para á sol que surgia com os seus raios dando um brilho diferente para a minha vida, prometendo um novo horizonte. Era difícil, mais havia expectativa de uma vida melhor. Eu não podia perder a esperança. Não podia deixar de acreditar no meu sonho. Havia uma necessidade de seguir em frente, começava a surgir uma força incrível dentro de mim, A águia estava despertando, cansou de ciscar no terreiro, a hora de começa a subir a montanha chegou. Eu não podia perder essa oportunidade, não sabia quanto tempo levaria para chegar ao meu destino, isso não era importante. O importante era dar o primeiro passo. Mas a caminhada foi lenta em alguns momentos pensei em desistir, voltar para o terreiro e ficar ciscando junto com as outras aves que nada tinham para me oferecer, mais a águia que havia dentro de mim não queria parar ela precisava chegar ao topo. Ela precisava voar! Havia descoberto que foi feita para o grande voo e não para ficar ciscando em algum terreiro da vida. Parei para descansar, chorei, gritei por Deus só ele poderia me ajudar, os meus pés começaram a doer ás pedras machucavam, as feridas sangravam eu não podia parar, a necessidade de continuar era mais forte do que a dor que eu estava sentindo naquele momento. O medo ainda persistia, era menos, mais chegava a me tirar o sono. O novo o desconhecido é assustador, eu agora tinha uma responsabilidade maior envolvendo o financeiro começava a investir em um determinado negocio sem ter um centavo. Eu antes não me preocupava com o dinheiro sempre trabalhei mais tudo ficava com o meu ex-marido. Era o medo de não dar certo. O medo de não ter dinheiro suficiente para cobrir os cheques que eu dava para pagar os perfumes, a final os valores eram altos. E a, mistura do medo com a incerteza me tiravam o sono.

 Todos os dias eu ia para á casa da Vanusa, de lá sair com a Amanda Marcos para trabalhar algumas vezes pegávamos o carro da Vanusa outras vezes saiamos de táxi, essa era a nossa batalha, um pouco cansativo devido o percurso que eu era obrigada a percorrer todos os dias. Mas eu não podia voltar atrás, teria que seguir em frente. Por mais difícil que fosse não dava para voltar. Os problemas continuavam o meu ex-marido não parava de perturbar as crianças sempre fazia algo para nos tirar do serio. Eu sempre tinha medo nunca sabia de que lado ele poderia atacar, o Silvio havia saído do emprego comprou uma moto e foi trabalhar como Moto Boy estava ganhando bem me ajudando financeiramente chegando a assumir as despesas de supermercado sozinho, continuávamos com a nossa vida eu carregando o fardo da amargura, mas era bem menos; algo estava mudando dentro de mim as entranhas que tanto me atormentavam já não estava fazendo o efeito de antes. Comecei a trabalhar com a Amanda no dia 19 de janeiro estávamos indo bem. Era mês de março quando ela me chamou e falou que não tinha mais interesse em continuar com a nossa sociedade, tomei um susto grande de alguma forma ela me dava certa segurança, fizemos as contas dei a parte dela e voltei para o ABC onde dei inicio ao meu trabalho sozinha, procurei todos os meus antigos clientes, mas como eu não tinha carro andava de ônibus ou mesmo a pé, o medo aumentava, pela dificuldade de locomoção estava vendendo menos, precisava tomar uma atitude fazer algo para o meu negocio crescer não poderia deixar como estava. Há algum tempo estava sonhando com um carro chegava a sentir o contato do volante com as minhas mãos, não comentava com ninguém era um sonho meu.

 Um dia comentei com o meu fornecedor que tinha necessidade de comprar um carro, ele comentou com um amigo do meu ex-marido o qual fez um comentário a meu respeito. (Que eu fui muito desonesta com o pai dos meus filhos tirei tudo que ele havia conquistado durante os anos que fomos casados, o deixando na rua sem um centavo.) O meu fornecedor riu e falou. “Você está brincando”! Quem te falou isso? Ao contrario, ele tirou tudo a deixando sobreviver com cesta básica e ajuda dos vizinhos e familiares. E contou a minha historia falando que eu havia voltado a vender perfumes há pouco tempo e estava querendo comprar um carro, esse amigo ficou tão indignado com a atitude do meu ex-marido e pela historia que ele havia contado, e mandou um recado que ia me ajudar tinha um carro ótimo ia vender pra mim. E realmente me ajudou em uma semana ele providenciou tudo, falei com o meu irmão que também me ajudou com o dinheiro da entrada e da primeira parcela do seguro. Lembro-me era uma sexta feira quando eu peguei o carro o Silvio esse era o nome dele passou na minha casa por volta das 19:00h eu fui com ele até á casa dele, e voltei com o carro, ao chegar vi que havia alguém em casa dei um toque na buzina para abrirem o portão o meu filho saiu gritando mãe você comprou um carro! Pegou o carro e deu uma volta na rua tão feliz. E a parti daquele dia a minha historia mudou permitindo que eu subisse mais um degrau na minha vida.

domingo, 20 de julho de 2014

A Vida Estava Voltando a Sorrir..

Eu precisava de um puxão de orelha para acorda, seguir em frente sem olhar para trás. Já havia perdido muito tempo presa á um passado de sofrimento, de amargura; mais o processo era lento por mais que eu quisesse avança algo me paralisava me deixando pressa ao túnel do tempo. Presa ás lembranças que não acrescentavam nada na minha vida ao contrario só me prejudicavam. Quanto tempo eu joguei fora no decorrer dos anos remoendo tristezas, magoas, direcionando a minha energia a pessoas que não mais faziam parte no meu dia á dia. Pessoas que não mereciam um minuto do meu precioso tempo. Era isso que eu estava fazendo destruindo a minha energia o meu emocional com alguém que só queria ver o meu mal. Mais eu estava acordando, começando a voltar á vida saindo do fundo do poço, tudo iria mudar mais conforme a vontade de Deus. Não a minha. Ao saímos do curso todos os participante levavam um exercício pra fazer durante 21 dias, esse exercício seria para manter o cérebro ativo afinal três dias não era o suficiente para mudar toda a sua programação. Segundo os cientistas o nosso cérebro necessita de 21 dias de treinamento para mudar a toda a programação errada, que nos foi passada durante a nossa vida. Fiz o curso no mês de setembro sentir que eu estava mudando para melhor; continuava com medo do amanhã sim. Mais era menos, comecei a ler livros de autoajuda para não perde o foco, lembro-me o primeiro livro foi. (Quem Mexeu no meu queijo). Continuei com a minha rotina, mais, lembram que antes eu já vendia perfumes importados? Mais devido as minhas condições financeiras eu havia parado, e uma delas, era por não ter carro para trabalhar. Tive uma ideia era inicio de novembro comecei a ligar para os meus antigos clientes perguntando como eles estavam de perfumes? E do outro lado da linha uma exclamação de alegria! Você voltou a vender perfumes! Eu explicava estou começando mais como não tenho o dinheiro suficiente só por encomendas eles encomendavam eu comprava o perfume dava um cheque e assim tive um natal melhor do que os anteriores.

 A vida estava voltando a sorrir pra mim. As crianças trabalhando, o pai não nos deixavam em paz sempre havia algo para mexer com a nossa estabilidade. Provocando as crianças tentando de alguma forma nós desestruturar emocionalmente, ele atirava nos filhos para acerta o tiro em mim. Ele sabia que a unica maneira de me tirar do serio seria ferindo os meus filhos. O processo de separação seguia como ele não queria dividir os bens fomos obrigado a entrar com o litigioso o qual nos daria uma bela dor de cabeça. Recebi Oficial de Justiça na minha casa para contar até os talheres que eu tinha. Deus é tão maravilhoso que poderia ter sido qualquer um, mais aquele Oficial havia perdido a esposa há um mês estava debilitado, ele entrou na minha casa conheceu os meus filhos chorou sentado á minha mesa tomando um café, e me falou. Como alguém pode destruir uma família, uns filhos tão bonitos  e educados,  não só destruir mais perseguir, como esse pai está fazendo; ele falou eu daria tudo para ter a minha esposa de volta. Ele anotou a maioria das coisas como se fosse das crianças até a televisão do meu quarto ele deu um jeito para não entrar na lista. Aquele Oficial de Justiça passou a ser meu aliado, e falou que; o que ele pudesse fazer para me ajudar ele faria sim.

 No mês de janeiro fui convidada para uma reunião em uma empresa americana que estava começando a se estabilizar em São Paulo. E nessa reunião tive a oportunidade de conhecer a Mara ela trabalhava em uma das casas da Lilian  Gonçalves e era amiga da cantora Vanusa fiz um comentário que era fã da Cantora; ela prometeu que iria me apresentar para a filha da Vanusa, a Amanda Marcos, conforme o combinado ela me apresentou fiquei emocionada em conhecer um membro da família a filha mais velha do casal, sempre fui fã da Vanusa e do Antônio Marcos, na época da separação dos dois sentir muito, cheguei a criar uma antipatia pela atriz Débora Duarte. Antônio Marcos e Vanusa eram os meus ídolos, as suas musicas tinham conteúdo, falavam do amor. Vivi toda a minha adolescência ouvindo as suas musicas e conhecer a filha deles me emocionou muito. Não imaginava que ela fosse uma pessoa tão simples. Ficamos amigas, ela combinou que me levaria para conhecer a sua mãe. No dia combinado eu fui até o apto delas e tive a oportunidade de conhecer a cantora Vanusa uma pessoa maravilhosa de um temperamento forte, uma mulher decidida, uma grande guerreira. Sem falar na cantora de sucesso que ela foi e continuava sendo. Pra mim foi um privilegio conhecer aquele mulher que eu sempre admirei ao longo da minha vida. Amanda Marcos começou uma sociedade comigo, voltei a trabalhar com os perfumes dessa vez foi definitivo e eu tinha mercadoria à pronta entrega comigo. Mais uma vez Deus estava agindo na minha vida.

domingo, 13 de julho de 2014

Resgatando a Minha Criança Interior.

Mais o tempo de Deus, é diferente do meu. Ele estava preparando o melhor para a minha vida! Ele iria colocar mais pessoas para me ajudar, ele não ia me desampara. O meu amigo Padre Dalcides continuava me ajudado, me orientando mostrando que eu era uma perola diante de Deus e do mundo. Que eu precisava me reerguer, buscar a minha autoestima buscar a verdadeira Marlene. Resgatar a essência que estava perdida em algum lugar no passado. Um dia ele me falou nunca perca o seu sorriso ele é um elo com Deus. No dia que você perder esse sorriso lindo vai entra em depressão. E eu sempre procurei mesmo entre lagrimas manter o meu sorriso. O Padre Dalcides me ajudou muito, foi um anjo enviado por Deus para me ampara nos momentos mais difícil da minha vida, ele tinha sempre uma palavra de apoio, uma palavra de carinho, eu sabia que podia contar sempre com sua ajuda. Mais chegou uma hora que ele sentiu a necessidade de seguir o seu caminho e eu fui obrigada a ficar sozinha andar pelas mais árduas pedra sem o seu apoio. Foram dias difíceis, noites mal dormidas acordava chorando precisava de um conselho, estava perdida não sabia o que fazer não confiava em ninguém ele foi a única pessoa que eu confiei ele nunca me julgou, só me ajudou. Agora eu não o tinha mais. Os dias seguiam a vida continuava as crianças estavam comigo, era um motivo á mais para eu me sentir fortalecida. Quanto ao financeiro por mais difícil que fosse, estávamos conseguindo nos manter mesmo com dificuldade. Um dia fui convidado para participar de uma reunião com alguém que estava saindo candidato a prefeito na época, eu fui e através dessas pessoas conheci um coaching que estava dando palestras de motivação, eu comecei a participar e absorver tudo que eu podia, cada palavra que ele falava eu ficava atenta precisava tirar as raízes que impregnavam o terreno do meu coração eu necessitava de um adubo diferente fértil. Necessitava de terra nova, ele estava me oferecendo uma oportunidade. Algo novo uma terapia agressiva como um choque para eu acordar sair do fundo do poço pensar em mim, me desapegar do passado seguir em frente com uma vida nova; buscando outros horizontes.

 Ele pegou o meu ponto fraco a vaidade a vontade de rejuvenescer. A vontade de trazer aquela menina de voltar. Aquela menina que eu conheci correndo no campo, deitando na grama, sentindo a brisa no rosto os cabelos soltos ao vento, com um sorriso que só uma verdadeira criança poderia ter. Aquela menina que galopava em um cavalo sentindo o gosto da liberdade. Sobre a proteção do olhar orgulhoso do seu pai. E nesse momento eu tive a certeza que essa criança não havia morrido, estava viva dentro de mim. Como? Eu ainda não sabia! Mais necessitava trazer essa criança de volta para a minha vida, para o meu dia a dia. E foi com esse pensamento que eu resolvi voltar a viver foi pensando no meu pai que sempre me amou, que nunca me viu crescer. Por que pra ele eu era a sua eterna criança. Eu era aquela menina que um dia no meio de uma tempestade ele foi me tirar dos galhos de um arvore. Por que ele sabia que eu estava chorando, sabia que eu estava com medo dos raios e dos trovões e que não ia conseguir descer daquela arvore, porque ela estava com os galhos molhados e deslizantes. Mais ele foi lá; e me tirou, me levou de volta para casa. E naquele momento eu descobri que, por mais que o meu ex-marido tentou não consegui matar essa criança. Nesse momento eu descobri que não era eu a Marlene que o incomodava, mais sim aquela menina que estava dentro de mim, que sentia um gosto diferente pela vida e tudo conquistava com o seu sorriso puro e inocente. Ele com a sua maldade tirou toda a inocência daquela menina colocando magoa, ódio e sofrimento em seu coração. Conseguiu sim fazer com que essa criança adormecesse dentro de mim por vinte e um anos. Mais ela acordou! Com uma vontade louca de viver. De lutar pela vida. Mais a magoa a dor a impediam de seguir em frente. Mais ela iria continuar lutando porque ela sempre foi uma guerreira e nada a impediria de lutar pela sua liberdade.

 Eu não perdia uma palestra ia a todas, e ali eu ouvia o que realmente eu precisava ouvir, era como se ele falasse comigo não tinha pena de mim era duro; as suas palavras me atingiam de uma forma diferente, me levando a refletir sobre a minha vida, sobre o tempo que eu perdi chorando as magoas, sentindo pena de mim; entrando na sintonia do meu ex-marido e desejando o mal para ele. Esse mal voltando para me atingir. Mais mesmo com todas essas injeções que eu estava recebendo, as raízes que estavam impregnadas no meu coração era mais fortes do que eu, não ia ser fácil me livrar delas com tanta facilidade, eu queria, mais no outro dia eu já estava envenenada, era uma confusão dentro de mim. Uma mistura de sentimentos, ódio e magoa ao mesmo tempo. O ódio é um sentimento tão negativo, difícil de conseguir se livrar dele, ele me atormentava vinte a quatro horas por dia, ele só quer vingança. Ele é um sentimento tão pobre, tão mesquinho. E era esse sentimento que predominava na minha vida. Eu continuava trabalhando na Autoescola, as crianças nos seus devidos empregos, eu estava dando seguimento com a minha terapia na casa Beth Lobo. E assim a nossa vida seguia em frente. Um dia eu estava em uma das palestras quando o coaching me convidou para trabalhar com ele, precisava de uma secretaria e eu tinha o perfil, aceitei imediatamente, uma das exigências dele era que eu fizesse um curso com ele de auto ajuda, como ele estava montando um curso no interior de São Paulo não foi difícil em seguida já fiz o gestec 30.

 Esse curso foi como um antídoto injetado na minha veia. Ele administrava o curso em um hotel fazenda eram três dias de duração sem muito descanso, e exigindo muita atenção dos participantes. Os exercícios da terapia eram bastante avançados, fiz o exercício do perdão foi o mais duro e mais difícil em toda a minha vida. Começar a trabalhar o perdão para o meu ex-marido e a família dele era exigir muito de mim. A final ele era o ruim eu sempre fui a vitima da historia. Ali eu descobri que não foram um ou dois sapos que eu engoli mais sim um brejo inteiro. Mais eu dei permissão para ele me empurrar esses sapos de garganta abaixo, eu permiti que ele me humilhasse, eu permiti o assassinato da minha criança interior, eu permiti que ele me anulasse como mulher e como pessoa, foi deixando as coisas acontecerem. Fui deixando ele usar a morte do meu pai para me neutralizar, me acovardei não lutando para que ele me respeitasse e respeitasse o acidente que tirou a vida do homem que eu mais amei, o meu pai. E ele com sua crueldade se aproveitando da situação para me manipular. Aquele curso estava mostrando o quanto eu fui relapsa comigo mesma. Estava me levando a uma reflexão de tudo que aconteceu no decorrer da minha vida, eu estava começando a me conscientizar dos meus erros e dos meus acertos. Era disso que eu precisava para acordar.

domingo, 6 de julho de 2014

Finalmente Meus Filhos Comigo...

Naquele dia ao sair do hospital eu já estava sabendo que na quarta feira o Silvio iria receber alta, o pai dele tomou a decisão que nos primeiros dias ele ficaria na casa dos avós, como ele concordou, eu não interferi, sempre respeitei a opinião deles não sei se por educação, para não invadir a privacidade deles ou por covardia da minha parte. Ele conversou comigo que ficaria nos avós mais sempre que pudesse viria nos visitar, pra mim, diante de toda a situação que eu vivi e estava vivendo já era uma vitória ter o meu filho perto de mim. Ele me pediu para fazer uma lasanha no domingo fazia muito tempo que ele não comia a  famosa lasanha da mãe dele estava com saudade; eu fiz, ele veio almoça comigo ficou o dia conversando brincando com a irmã no final da tarde foi embora, durante a semana ele sempre passava para nos ver aparentemente estava tudo bem. Mas uma noite, eu estava chegando do colégio por volta das 23:30h  vi as luzes acessas, janela aberta, estranhei por mais quente que estava na época a Silvia normalmente estaria com as portas fechadas. Ao entra perguntei o que estava acontecendo? Ela me respondeu! O seu ex-marido veio devolver o seu filho, falando que ele não tem capacidade para cuidar dele, eu respondi imediatamente que dessa vez ele estava com a razão. Ele não tinha responsabilidade para tomar conta de alguém, olhei e vi que todo o ás roupas do Silvio estavam jogadas no sofá, uma verdadeira bagunça. O Silvio estava na rua com aos amigos afinal ele foi criado naquele bairro e já fazia um bom tempo que ele estava afastado dos amigos. Eu sair e o chamei para conversar precisava saber o que realmente aconteceu, ele me explicou que a família do pai não queria aceitar que ele tivesse contato comigo e começaram uma discussão a qual envolveu todos da casa,  foi  feio e um pouco violenta o resultado foi que ele explodiu e resolveu que não queria mais aquela situação, O pai respondeu que ele escolhesse ficar com ele ou comigo por que com os dois não dava. Ele tomou a decisão de ficar comigo.


 A Silvia ficou contra mim não queria que ele voltasse para casa, devido tudo que ele já havia feito comigo, a falta de respeito, ás vezes que ele entrou em casa sem pedir autorização para pegar alguma coisa e levar para o pai dele, por todos esses motivos ela não o queria em casa. Mais como mãe eu não podia permiti que o meu filho continuasse nesse fogo cruzado, conhecia muito bem o poder de manipulação que o pai dele possuía afinal vivi sobre o domínio dele por vinte e um anos; se ele conseguir me manipular durante todo esse tempo imagina com o filho o estrago que ele poderia fazer na vida do menino, e falei com a Silvia que tínhamos que dar apoio ao irmão dela era necessária unir a família; o Silvio voltou conseguir um emprego foi trabalhar retomou os estudos foi para o mesmo colégio que eu estava e a nossa vida estava indo bem, o pai se afastou dos filhos definitivamente não quis mais nenhuma relação com eles. Passado algum tempo ficamos sabendo que a mãe dele estava doente, o câncer havia voltado, mais ele não avisou aos filhos. A doença da mãe dele se agravou levando-a a morte mais ele também não se deu ao trabalho de avisar aos filhos do falecimento da mãe. Uma vizinha que se preocupou em vim avisar para o Silvio que a avó dele havia morrido e estava sendo velado o corpo em um determinado cemitério, ele veio pra casa chorando ligou para a irmã, ela ficou tão revoltada que não quis tomar conhecimento. Mais eu sabia que eles estavam sofrendo o Silvio foi ao cemitério sozinho a irmã não quis ir com ele. Dias depois fiquei sabendo  como aconteceu, e como trataram o Silvio, ele não pode se aproxima ficou de longe presenciando tudo, doeu muito em mim quando tomei conhecimento e vi o quanto a família do pai dele era mesquinha, sem amor, pessoas vingativas sem coração nem na hora da morte se rendiam a um gesto de humildade. Na época havia sido lançado um CD tinha uma musica com o titulo “Tô nem Aí”. Eles cantavam direto essa musica foi à única maneira que eles encontraram para jogar fora o sentimento que sufocava, era como se algo estivesse preso na garganta deles, eu percebia que essa musica era como uma oração quando eles cantavam eles liberavam todo o sentimento negativo que o pai havia colocado em seus corações.

 Ficar com os meus filhos para mim estava ótimo, afinal foi tudo que eu pedi a Deus, e ele nunca me abandonou foi sempre presente na minha vida estava me dando o que eu mais queria os meus filhos junto comigo. A nossa vida estava indo muito bem os três trabalhando e dividindo as despesas não havia brigas o Silvio era quem reclamava porque em frente ao trabalho dele havia um lava rápido onde o pai ficava no sábado a maior parte do dia brincando com os filhos do dono desse lava rápido para provocar o filho. Eu não estranhava o conhecia muito bem e sabia o quanto ele era cruel e sabia pisar na ferida. Ele sabia como machucar alguém nisso ele era mestre. A final foram vinte e um anos de sofrimento sendo massacrada por ele. Sendo transformada em um lixo humano era assim que eu me sentia e ele estava fazendo o mesmo com os meus filhos eu tinha que encontra uma saída, não podia permitir que ele destruísse a vida dos meus filhos o Silvio havia tentado suicídio pela segunda vez, Deus o livrou da morte eu precisava sair do fundo do poço para cuidar dos meus filhos, apesar de estamos todos juntos eu continuava com o tratamento na casa Beth Lobo continuava com muito ódio isso eu não podia negar. Tinha que haver uma saída eu precisava encontra uma solução; não podia permitir que a mágoa o ódio invadisse mais a minha vida do que já estava invadindo. Mais como? Era mais forte do que eu. Esse homem precisava pagar por tudo que ele estava fazendo comigo e com os meus filhos era assim que eu pensava e queria que Deus agisse no meu tempo. E não no tempo dele.

domingo, 22 de junho de 2014

Deus na Vida do Silvio..

A partir daquele dia ele passou a me odiar mais ainda e com certeza deve ter feito um proposito para me prejudicar, em todos os sentidos. Como eu já havia dado entrada na minha separação só me restava aguarda o desenrolar do processo. Eu continuava trabalhando na Auto Escola e estudando, e na expectativa de que logo iria sair à separação á minha vida estaria resolvida, receberia um bom dinheiro, mas me enganei foram três anos de espera, um processo cansativo e desgastante onde eu era obrigada a receber um Oficial de Justiça para relacionar tudo que havia dentro da minha casa, ele chegou com ordem de contar até os talheres. A Silvia estava trabalhando, não na érea dela, mais em uma loja onde ela começou como temporária, no inicio do ano ela foi efetivada. Eu continuava sendo assistida pela casa Beth Lobo, eles me davam todo o apoio necessário mais ainda havia muito que fazerem por mim. O ódio continuava forte, eu não aceitava o que a vida estava me oferecendo era muita injustiça permanecia com o mesmo sentimento. Pena de mim mesma. Chorava porque andava de ônibus, se andava a pé também chorava! Jogava a culpa em todos mais não admitia nenhuma responsabilidade da minha parte. Continuava frequentando a igreja acreditando que iria conseguir um milagre que era me libertar daquele ódio que me corroía por dentro, tirando a minha paz de espirito; só pensando em vingança falando mal do meu ex-marido para a minha filha, sem perceber que era do pai dela que eu estava falando que aquele homem que eu tanto adiava, ou bom ou ruim era o pai dos meus filhos e eles não tinham culpa, eu o escolhi pra ser o pai deles, eu havia me casado com ele, quem não soube escolher fui eu. Agora eu não tinha o direito de descarregar toda a minha raiva, o meu ódio por ele nos ouvidos dela, porque era do pai dela que eu estava falado, ela o amava mesmo com as suas faltas.

 Os meses passaram quando eu menos esperei já era outubro o ano estava indo embora com a maior rapidez. Muitas coisas haviam acontecido no decorrer desses meses. O Silvio continuava morando com o pai dele não me procurava e nem me dava noticias. Eu e a Silvia estávamos vivendo a nossa vida. Agora ela tinha liberdade eu confiava nela e a deixava sair com as amigas, lembro-me a primeira vez que ela foi ao Playcenter me ligou parecendo umas crianças. Mãe eu estou livre, finalmente eu conheci uma noite de terror, aqui dentro esta cheio de monstros; rindo feliz como um pássaro que foi solto da gaiola. De alguma forma era gratificante saber que a minha filha estava podendo respira ter um pouco de liberdade, poder viver a vida com uma liberdade saudável. Sábado, 02 de novembro feriado, dia de finado na igrja ia ter missa varias vezes durante o dia; mais eu deixei para ir ao último horário participei da missa e como havia dois padres na igreja um deles estava no cemitério e eu resolvi espera-lo com a desculpa que queria dar um abraço nele. Ele demorou um pouco já passava das 18:00h quando ele voltou, realmente dei um abraço nele; mais ele olhou pra mim e perguntou se o meu filho estava melhor? Eu respondi que não estava sabendo de nada, e perguntei o que havia acontecido? Ele me respondeu que meu filho estava internado na UTI de um hospital próximo, eu já comecei a chorar não era justo que isso estivesse acontecendo e o pai dele não havia me avisado. Liguei para ele imediatamente mais não me atendeu, em seguida liguei para o meu irmão que conseguir falar com ele, e ficou sabendo o que aconteceu: em seguida me passou á informação de que o Silvio havia tentado o suicido pela segunda vez. Eu entrei em desespero não sabia o que fazer o hospital era fora de mão eu não tinha carro; lembrei-me da namorada dele e liguei para ela perguntando do Silvio? Ela me respondeu que não tinha noticias dela desde segunda feira; ligava pra ele mais o celular só dava na caixa postal, eu falei o que havia acontecido ela começou a chorar e veio com os pais me buscar para irmos ao hospital.

 Ao chegarmos ao hospital fui até a recepção pedir informação do meu filho, perguntaram o que eu era dele? Respondi que era a mãe! O moço me olhou estranho e pediu que eu fosse falar com a assistente social. Eu fui ela estranhou quando me apresentei falando ser a mãe do Silvio Araújo, e falou a mãe dele vem com o pai todos os dias na visita, eu abri a minha bolsa retirei o documento e passei para ela, expliquei o que estava acontecendo a mesma me pediu desculpas e foi ela ate a recepção pegou os crachás de visita e me autorizou a entra na UTI, para ver o meu filho. Entrei com a namorada dele mais antes de entrar havia um guarda sentado na porta para o qual eu tinha que dar o meu nome, ele perguntou quem eu era? Respondi sou a mãe dele! Ele riu e falou. O seu garoto acordou hoje na hora da visita e havia uma mulher com o pai dele lá dentro; justamente na hora que ele acordou. A senhora não imagina o escândalo que ele fez todos os médicos e enfermeiros correram para o leito dele, a mulher foi retirada na hora pela a equipe. Ele gritava que não queria essa mulher ao lado dele. Sinceramente eu fiquei feliz esse moço não poderia ter me dado uma noticia melhor, eu sabia da existência dela só não sabia que ela era tão suja, tão covarde ao ponto de permiti se passar pela mãe do meu filho. Entrei na UTI ele estava consciente ficou feliz quando nos viu estava lucido mais um pouco confuso que era normal diante da quantidade de medicação ele havia ingerido.

 Ficamos com ele o tempo permitido sair e prometendo que voltaria no dia seguinte. E foi o que eu fiz no domingo fui para o hospital fiquei com ele o tempo que me foi permitido, o hospital me comunicou que ele sairia da UTI na segunda feira. Mais na segunda feira antes que eu saísse para o hospital à psicóloga me ligou pedindo a minha presença no hospital necessitava falar comigo e com o pai dele, eu já estava me preparando para ir ate lá, só me apressei um pouco mais. Ao chagar ao hospital o pai dele já estava com a psicóloga. Ate hoje não sei o que o Silvio falou pra ela, mais ela não falou comigo participei da reunião mais todo tempo ela se dirigiu ao pai, e falou pra ele que era um direito do Silvio poder conviver com a irmã, ter uma relação saudável com a mãe. Ao termino da reunião ele foi embora querendo matar todo mundo eu resolvi falar com o medico que deu os primeiros socorros ao meu filho e descobrir que o Silvio havia ingerido 50 gardenal na terça feira ao meio dia e deu entrada no hospital na quarta feira as 23:00h meu filho estava inchado quase sem vida, obtive todas as informações necessária pedi uma declaração ao medico por escrito precisava deste documento anexado ao processo judicial. Não era justo meu filho não morreu porque mais uma vez Deus colocou a sua mão sobre a vida dele este foi mais um milagre de Deus na minha vida. Guardando o meu filho pela segunda vez.

domingo, 15 de junho de 2014

Buscando Justiça

Outubro foi embora deixando muitas tribulações. Depois que eu fui na. DDM. Delegacia dos Direitos da Mulher. Ele se recusou a levar a filha para o curso e devido a distancia ela foi obrigada a ficar em casa de uma amiga. Indo todas as segundas feiras e voltando na sexta feira enquanto isso eu ficava sozinha em casa era muito difícil suportar essa situação mais como só faltava um mês para terminar o curso qualquer sacrifício era valido. Novembro Chegou. Finalmente a Silvia finalizou o curso de técnica de enfermagem, mais diante da nossa necessidade ela foi procurar emprego temporário para poder me ajudar nas despesas de casa. O Natal estava se aproximando e a nossa preocupação era que pela primeira vez passaríamos só as duas em casa, não tínhamos dinheiro o suficiente e o pouco que tínhamos precisávamos economizar não sabíamos se em janeiro iria surgir alguma oportunidade de trabalho, na semana do Natal falamos muito sobre isso mais nada poderíamos fazer se o destino queria assim tínhamos que respeitar. Quem sabe no próximo Natal seria diferente. Mais no do dia 24 uma amiga me ligou querendo saber o que eu iria fazer para a ceia, falei sobre á minha situação; ela falou que também não sabia o que fazer estava trabalhando, eu falei vem pra cá, ela passou no mercado comprou o que faltava e fizemos uma linda ceia de Natal. Foi o meu primeiro natal depois da separação, acreditava que iria passar sozinha com a Silvia e não teríamos muitas coisas á mesa. Mais Deus providenciou não só uma linda ceia como mandou pessoas amigas para me fazerem companhia. Naquela noite até peru na minha mesa tinha. A minha casa estava cheia de jovens, todos rindo cantando os filhos dela e alguns amigos o meu sobrinho veio também com a esposa. Foram embora por volta das 3:00h da manhã. No outro dia ao meio dia estavam todos de volta. Foi um ótimo Natal! Mais uma vez Deus providenciou tudo para que eu não ficasse sozinha com a Silvia; seria muito triste principalmente pra ela. No Ano Novo tudo se repetiu foi uma festa com tudo que eu tinha direito cada um trazendo um prato.

 Chegou. 2003 com ele a esperança de uma vida melhor, eu conseguir um trabalho em uma Auto Escola com direito a um salario; dava para pagar às contas. Mais o ódio à raiva ainda preenchia o meu coração, muita amargura, desejo de vingança era um mistura de sentimentos dentro de mim, a revolta fazia parte do meu dia adia, eu não aceitava tanta luta da minha parte e ele vivendo numa boa gastando todo o dinheiro que eu havia ajudado ele a conseguir. Dava para perceber que o meu rosto se transformava em ódio, ao falar dele, chorava muito devido a minha a situação. Eu olhava e não via perspectiva, sentia um dos piores sentimentos que um ser humano pode sentir. Pena de mim mesmo. O medo se apoderava de mim, acordava a noite preocupada na incerteza do amanhã. Enquanto ele fechava bares bancando churrasco para a mulherada e gastando o que também era meu. Eu passava apuros tentando economizar cada centavo andado a pé, de ônibus, ficava na rua o dia inteiro para conseguir alunos para Auto Escola, trabalhava como corretora. Sentindo falta do que eu tinha antes resolvi procurar um advogado para fazer a separação alguns me falavam que era difícil; eu não ia ficar com quase nada, pelo fato dele trabalhar por conta própria e não ter carteira assinada e eu não teria como provar a renda mensal dele procurasse me conformar e se eu era acostumada a tomar café da manha com frios e frutas, podia esquecer que não voltaria mais a ter na minha mesa. A falta de justiça provocava mais revolta em mim fazendo com que eu cada vez mais chegasse ao fundo do poço. Cada dia que passava meu ódio só aumentava, e com esse sentimento tão negativo a tendência era me afundar cada vez mais.

 O Boletim de Ocorrência que eu registrei contra ele o qual havia representado. A audiência estava marcada  para o dia 10 de fevereiro, nesta data ele iria sentar em frente ao Juiz. Dias antes o advogado dele me procurou para fazer um acordo me propôs um terreno que nós tínhamos, a casa 100%  e mais R$30.000.00 a essa altura eu já havia entrado com o pedido de separação. Respondi! NÂO para advogado dele acrescentei que eu necessitava que a justiça me respeitasse afinal havia entrado com um litigioso porque o cliente dele não queria me dar à separação, retirando a causa eu estava dizendo para a Juíza, que não merecia o respeito dela. Na segunda feira ele sentou em frente á Juíza. Aquela sala demostrava um ambiente frio como tem que ser a justiça, ela não pode ter sentimentos. Ela tem que ser justa. Eu estava acompanhada pelo o advogado da casa Beth Lobo onde eu era assistida e fazia as minhas terapias, uma casa que apoiava as mulheres que sofria violência domestica. Ele foi condenado e a sentença dele era pagar cesta básica para uma instituição. Também foi orientado á durante cinco anos não se aproximar de mim, no decorrer desses anos o que acontecesse comigo ele seria o principal suspeito. Já foi uma vitória diante de tudo que eu havia passado ao lado dele.