domingo, 22 de junho de 2014

Deus na Vida do Silvio..

A partir daquele dia ele passou a me odiar mais ainda e com certeza deve ter feito um proposito para me prejudicar, em todos os sentidos. Como eu já havia dado entrada na minha separação só me restava aguarda o desenrolar do processo. Eu continuava trabalhando na Auto Escola e estudando, e na expectativa de que logo iria sair à separação á minha vida estaria resolvida, receberia um bom dinheiro, mas me enganei foram três anos de espera, um processo cansativo e desgastante onde eu era obrigada a receber um Oficial de Justiça para relacionar tudo que havia dentro da minha casa, ele chegou com ordem de contar até os talheres. A Silvia estava trabalhando, não na érea dela, mais em uma loja onde ela começou como temporária, no inicio do ano ela foi efetivada. Eu continuava sendo assistida pela casa Beth Lobo, eles me davam todo o apoio necessário mais ainda havia muito que fazerem por mim. O ódio continuava forte, eu não aceitava o que a vida estava me oferecendo era muita injustiça permanecia com o mesmo sentimento. Pena de mim mesma. Chorava porque andava de ônibus, se andava a pé também chorava! Jogava a culpa em todos mais não admitia nenhuma responsabilidade da minha parte. Continuava frequentando a igreja acreditando que iria conseguir um milagre que era me libertar daquele ódio que me corroía por dentro, tirando a minha paz de espirito; só pensando em vingança falando mal do meu ex-marido para a minha filha, sem perceber que era do pai dela que eu estava falando que aquele homem que eu tanto adiava, ou bom ou ruim era o pai dos meus filhos e eles não tinham culpa, eu o escolhi pra ser o pai deles, eu havia me casado com ele, quem não soube escolher fui eu. Agora eu não tinha o direito de descarregar toda a minha raiva, o meu ódio por ele nos ouvidos dela, porque era do pai dela que eu estava falado, ela o amava mesmo com as suas faltas.

 Os meses passaram quando eu menos esperei já era outubro o ano estava indo embora com a maior rapidez. Muitas coisas haviam acontecido no decorrer desses meses. O Silvio continuava morando com o pai dele não me procurava e nem me dava noticias. Eu e a Silvia estávamos vivendo a nossa vida. Agora ela tinha liberdade eu confiava nela e a deixava sair com as amigas, lembro-me a primeira vez que ela foi ao Playcenter me ligou parecendo umas crianças. Mãe eu estou livre, finalmente eu conheci uma noite de terror, aqui dentro esta cheio de monstros; rindo feliz como um pássaro que foi solto da gaiola. De alguma forma era gratificante saber que a minha filha estava podendo respira ter um pouco de liberdade, poder viver a vida com uma liberdade saudável. Sábado, 02 de novembro feriado, dia de finado na igrja ia ter missa varias vezes durante o dia; mais eu deixei para ir ao último horário participei da missa e como havia dois padres na igreja um deles estava no cemitério e eu resolvi espera-lo com a desculpa que queria dar um abraço nele. Ele demorou um pouco já passava das 18:00h quando ele voltou, realmente dei um abraço nele; mais ele olhou pra mim e perguntou se o meu filho estava melhor? Eu respondi que não estava sabendo de nada, e perguntei o que havia acontecido? Ele me respondeu que meu filho estava internado na UTI de um hospital próximo, eu já comecei a chorar não era justo que isso estivesse acontecendo e o pai dele não havia me avisado. Liguei para ele imediatamente mais não me atendeu, em seguida liguei para o meu irmão que conseguir falar com ele, e ficou sabendo o que aconteceu: em seguida me passou á informação de que o Silvio havia tentado o suicido pela segunda vez. Eu entrei em desespero não sabia o que fazer o hospital era fora de mão eu não tinha carro; lembrei-me da namorada dele e liguei para ela perguntando do Silvio? Ela me respondeu que não tinha noticias dela desde segunda feira; ligava pra ele mais o celular só dava na caixa postal, eu falei o que havia acontecido ela começou a chorar e veio com os pais me buscar para irmos ao hospital.

 Ao chegarmos ao hospital fui até a recepção pedir informação do meu filho, perguntaram o que eu era dele? Respondi que era a mãe! O moço me olhou estranho e pediu que eu fosse falar com a assistente social. Eu fui ela estranhou quando me apresentei falando ser a mãe do Silvio Araújo, e falou a mãe dele vem com o pai todos os dias na visita, eu abri a minha bolsa retirei o documento e passei para ela, expliquei o que estava acontecendo a mesma me pediu desculpas e foi ela ate a recepção pegou os crachás de visita e me autorizou a entra na UTI, para ver o meu filho. Entrei com a namorada dele mais antes de entrar havia um guarda sentado na porta para o qual eu tinha que dar o meu nome, ele perguntou quem eu era? Respondi sou a mãe dele! Ele riu e falou. O seu garoto acordou hoje na hora da visita e havia uma mulher com o pai dele lá dentro; justamente na hora que ele acordou. A senhora não imagina o escândalo que ele fez todos os médicos e enfermeiros correram para o leito dele, a mulher foi retirada na hora pela a equipe. Ele gritava que não queria essa mulher ao lado dele. Sinceramente eu fiquei feliz esse moço não poderia ter me dado uma noticia melhor, eu sabia da existência dela só não sabia que ela era tão suja, tão covarde ao ponto de permiti se passar pela mãe do meu filho. Entrei na UTI ele estava consciente ficou feliz quando nos viu estava lucido mais um pouco confuso que era normal diante da quantidade de medicação ele havia ingerido.

 Ficamos com ele o tempo permitido sair e prometendo que voltaria no dia seguinte. E foi o que eu fiz no domingo fui para o hospital fiquei com ele o tempo que me foi permitido, o hospital me comunicou que ele sairia da UTI na segunda feira. Mais na segunda feira antes que eu saísse para o hospital à psicóloga me ligou pedindo a minha presença no hospital necessitava falar comigo e com o pai dele, eu já estava me preparando para ir ate lá, só me apressei um pouco mais. Ao chagar ao hospital o pai dele já estava com a psicóloga. Ate hoje não sei o que o Silvio falou pra ela, mais ela não falou comigo participei da reunião mais todo tempo ela se dirigiu ao pai, e falou pra ele que era um direito do Silvio poder conviver com a irmã, ter uma relação saudável com a mãe. Ao termino da reunião ele foi embora querendo matar todo mundo eu resolvi falar com o medico que deu os primeiros socorros ao meu filho e descobrir que o Silvio havia ingerido 50 gardenal na terça feira ao meio dia e deu entrada no hospital na quarta feira as 23:00h meu filho estava inchado quase sem vida, obtive todas as informações necessária pedi uma declaração ao medico por escrito precisava deste documento anexado ao processo judicial. Não era justo meu filho não morreu porque mais uma vez Deus colocou a sua mão sobre a vida dele este foi mais um milagre de Deus na minha vida. Guardando o meu filho pela segunda vez.

domingo, 15 de junho de 2014

Buscando Justiça

Outubro foi embora deixando muitas tribulações. Depois que eu fui na. DDM. Delegacia dos Direitos da Mulher. Ele se recusou a levar a filha para o curso e devido a distancia ela foi obrigada a ficar em casa de uma amiga. Indo todas as segundas feiras e voltando na sexta feira enquanto isso eu ficava sozinha em casa era muito difícil suportar essa situação mais como só faltava um mês para terminar o curso qualquer sacrifício era valido. Novembro Chegou. Finalmente a Silvia finalizou o curso de técnica de enfermagem, mais diante da nossa necessidade ela foi procurar emprego temporário para poder me ajudar nas despesas de casa. O Natal estava se aproximando e a nossa preocupação era que pela primeira vez passaríamos só as duas em casa, não tínhamos dinheiro o suficiente e o pouco que tínhamos precisávamos economizar não sabíamos se em janeiro iria surgir alguma oportunidade de trabalho, na semana do Natal falamos muito sobre isso mais nada poderíamos fazer se o destino queria assim tínhamos que respeitar. Quem sabe no próximo Natal seria diferente. Mais no do dia 24 uma amiga me ligou querendo saber o que eu iria fazer para a ceia, falei sobre á minha situação; ela falou que também não sabia o que fazer estava trabalhando, eu falei vem pra cá, ela passou no mercado comprou o que faltava e fizemos uma linda ceia de Natal. Foi o meu primeiro natal depois da separação, acreditava que iria passar sozinha com a Silvia e não teríamos muitas coisas á mesa. Mais Deus providenciou não só uma linda ceia como mandou pessoas amigas para me fazerem companhia. Naquela noite até peru na minha mesa tinha. A minha casa estava cheia de jovens, todos rindo cantando os filhos dela e alguns amigos o meu sobrinho veio também com a esposa. Foram embora por volta das 3:00h da manhã. No outro dia ao meio dia estavam todos de volta. Foi um ótimo Natal! Mais uma vez Deus providenciou tudo para que eu não ficasse sozinha com a Silvia; seria muito triste principalmente pra ela. No Ano Novo tudo se repetiu foi uma festa com tudo que eu tinha direito cada um trazendo um prato.

 Chegou. 2003 com ele a esperança de uma vida melhor, eu conseguir um trabalho em uma Auto Escola com direito a um salario; dava para pagar às contas. Mais o ódio à raiva ainda preenchia o meu coração, muita amargura, desejo de vingança era um mistura de sentimentos dentro de mim, a revolta fazia parte do meu dia adia, eu não aceitava tanta luta da minha parte e ele vivendo numa boa gastando todo o dinheiro que eu havia ajudado ele a conseguir. Dava para perceber que o meu rosto se transformava em ódio, ao falar dele, chorava muito devido a minha a situação. Eu olhava e não via perspectiva, sentia um dos piores sentimentos que um ser humano pode sentir. Pena de mim mesmo. O medo se apoderava de mim, acordava a noite preocupada na incerteza do amanhã. Enquanto ele fechava bares bancando churrasco para a mulherada e gastando o que também era meu. Eu passava apuros tentando economizar cada centavo andado a pé, de ônibus, ficava na rua o dia inteiro para conseguir alunos para Auto Escola, trabalhava como corretora. Sentindo falta do que eu tinha antes resolvi procurar um advogado para fazer a separação alguns me falavam que era difícil; eu não ia ficar com quase nada, pelo fato dele trabalhar por conta própria e não ter carteira assinada e eu não teria como provar a renda mensal dele procurasse me conformar e se eu era acostumada a tomar café da manha com frios e frutas, podia esquecer que não voltaria mais a ter na minha mesa. A falta de justiça provocava mais revolta em mim fazendo com que eu cada vez mais chegasse ao fundo do poço. Cada dia que passava meu ódio só aumentava, e com esse sentimento tão negativo a tendência era me afundar cada vez mais.

 O Boletim de Ocorrência que eu registrei contra ele o qual havia representado. A audiência estava marcada  para o dia 10 de fevereiro, nesta data ele iria sentar em frente ao Juiz. Dias antes o advogado dele me procurou para fazer um acordo me propôs um terreno que nós tínhamos, a casa 100%  e mais R$30.000.00 a essa altura eu já havia entrado com o pedido de separação. Respondi! NÂO para advogado dele acrescentei que eu necessitava que a justiça me respeitasse afinal havia entrado com um litigioso porque o cliente dele não queria me dar à separação, retirando a causa eu estava dizendo para a Juíza, que não merecia o respeito dela. Na segunda feira ele sentou em frente á Juíza. Aquela sala demostrava um ambiente frio como tem que ser a justiça, ela não pode ter sentimentos. Ela tem que ser justa. Eu estava acompanhada pelo o advogado da casa Beth Lobo onde eu era assistida e fazia as minhas terapias, uma casa que apoiava as mulheres que sofria violência domestica. Ele foi condenado e a sentença dele era pagar cesta básica para uma instituição. Também foi orientado á durante cinco anos não se aproximar de mim, no decorrer desses anos o que acontecesse comigo ele seria o principal suspeito. Já foi uma vitória diante de tudo que eu havia passado ao lado dele.

domingo, 8 de junho de 2014

Resgatando a minha Dignidade.

Já era outubro. O final do ano estava próximo, sabendo que não havia nada que eu pudesse fazer em relação ao trabalho, fui vender bijuteria precisava fazer alguma coisa, não tinha como ficar parada; esperando algo acontecer. Como sempre fui uma ótima vendedora estava conseguindo uma boa clientela apesar de não ter um carro; fazia o meu trabalho a pé, mais a comissão era pouco e as coisas estavam difícil. Um dia passando pelo banco resolvi entra e ver o saldo da conta jurídica, havia disponível na conta R$ 2.038,00 pensei em fazer uma retirada mais tive medo, era como se eu estivesse praticando um assalto. Sai do banco entrei na loja de um amigo a funcionaria falou. Sabe quem esteve aqui ontem? Respondi não. Ela falou teu ex-marido e falou que queria ver você pedindo esmola de porta em porta, que o prazer dele era um dia te ver passando fome. Fui duro ouvir aquelas palavras, na hora sentir um nó na garganta mais engoli seco e mais uma vez falei. Tenho um Deus que me ama e nunca vai permitir que isso a aconteça. Saí da loja pensando no dinheiro que estava na conta bancaria tomei um ônibus e fui até o escritório de um advogado que eu sabia que poderia me ajudar. Ele me recebeu, conversou comigo e eu perguntei o que poderia me acontecer caso eu sacasse um pouco do dinheiro que estava banco, ele me explicou, que como sócia da empresa e mulher dele nada me aconteceria. Agradeci pela ajuda que ele havia me dado tomei outro ônibus e vim embora.

 Desci do ônibus em frente ao banco entrei e falei com um funcionário que já me conhecia e sabia o que eu estava passando, falei que queria fazer uma retirada da conta jurídica mais estava muito nervosa e não tinha nem cartão nem cheque e estava com muito medo, ele me mandou ir para fila e foi falar com o caixa que também me conhecia, fiquei naquela fila alguns minutos que se tornaram uma eternidade. Ao lado do banco havia uma delegacia eu tinha a sensação de que a qualquer momento entraria um policial e me levaria algemada. Foi complicado errei três o cheques avulsos mais no final conseguir retirar R$2.000 deixando os 38,00 para pagar o CPMF o caixa me perguntou se eu queria em dinheiro ou poderia transferi para minha conta física? Preferi fazer a transferência. Sai dali apavorada olhando para os lados parecia que eu havia roubado alguém e a policia ia me prender. Ao chegar a minha casa entrei e fechei todas as portas preocupada que ele aparecesse para pegar o dinheiro de volta, isso aconteceu em uma sexta feira, passou o final de semana não aconteceu nada eu fiquei despreocupada chegando a esquecer de que na segunda feira poderia acontece alguma coisa.

 Foi fatal. Na segunda feira era um feriado judeu. Por esse motivo não haveria aula para á Silvia, ela ficou em casa comigo; o dia estava lindo fazia um sol maravilhoso a Silvia abriu todas as portas comecei a limpar a casa, eu fui lavar roupa, o som ligado, eu nem lembrava mais do que havia feito estávamos descontraídas, quando a Silvia chegou perto de mim. ‘Falou mãe o pai esta no portão querendo falar com você. ’ Eu sai morrendo de medo ele começou a gritar que queria o dinheiro dele de volta mandando eu abri o portão que ele queria entra, eu falei que não ia abri, ele mandou o Silvio subir pelo portão, entrou pela janela e abriu a porta pra ele entra. Ele entrou começou a falar palavrões, chutou a mesa com as cadeiras quebrou a mola do meu fogão, me chamando de vagabunda e falando que queria o dinheiro de volta, se eu não devolvesse ele ia me matar fez o maior escândalo fiquei com vergonha dos vizinhos que estavam presenciando tudo, de camarote. Mais naquele momento decidi que seria a última vez que ele me chamaria de vagabunda pelo menos na frente dos meus filhos. Falei pra ele ir embora que dentro de meia hora o dinheiro estava na conta dele. Ele não queria ir mais fui firme ele não teve outra saída há não ser esperar eu ir ate o banco fazer a transferência.

 Quando ele saiu fiz algo que deveria ter feito há muito tempo. Liguei para 190 policia militar, em menos de 10 minutos chegou uma viatura na minha porta, eu já estava pronta para ir ate a Delegacia da Mulher. Falei com os policiais e eles me levaram até lá, deixei a Silvia sozinha em casa, mais, saí preocupada com o que poderia acontecer com ela não confiava nele.  Chegando á DDM o policial falou com a Delegada sobre a Silvia, ela imediatamente pediu o numero do celular dele, ligou pra ele e pediu que em 15 minutos se apresentasse na delegacia. Ele não demorou a chegar, estava com o meu filho querendo saber o que estava acontecendo, olhando pra mim e falando que era uma palhaçada tudo o que eu estava fazendo, com certeza não aconteceria nada, a delegada deu-lhe um belo chá de cadeira, chegando a mandar ele se colocar no seu devido lugar caso contrario mandaria algema-lo.  Ele só falava no dinheiro que eu havia retirado da conta que iria me processar. No final registrei a ocorrência e representei. A partir desse dia ele passou a me respeitar nunca mais passou na minha porta me chamando de vagabunda. Só depois que eu fui à DDM que ele passou a me respeitar. E eu conseguir recuperar a minha dignidade como mulher e como pessoa.

sábado, 31 de maio de 2014

Deus na Minha Vida.

Era uma fase difícil a que estávamos passando. Ele usava todos os meios que podia para nos atingir e como eu estava debilitada em todos os sentidos permitia que a sua maldade nos ferisse. A Nossa vida mudou completamente, os finais de semanas eram horríveis o dia não passava a solidão passou a fazer parte dos meus dias, era mais fácil chegar á segunda feira do que o final de um dia de domingo solitário. Como não havia mais a movimentação de entrada e saída dentro da minha casa, eu confundia com a solidão, porque a solidão já existia há muito tempo, vivíamos sobre o mesmo teto e mal nos cumprimentávamos. Mais a movimentação diária me levava a acreditar que ainda existia uma família, e não era verdade. Não tínhamos dinheiro para sair ás pessoas se afastaram, a minha situação financeira mudou totalmente passei daquela que ajudava para ser ajudada. Deixei de dar cesta básica para receber, na igreja começaram a me olhar como se eu tivesse traído o coitado, afinal agora eu era uma mulher separada. O preconceito ainda existe e muito! E, muitas me viam como mais uma concorrente, machucava muito o comportamento, a desconfianças de algumas pessoas. mais eu tinha que seguir em frente mesmo com a ferida aberta, não importava o quanto sangrava eu precisava continuar caminhando. por mais dolorido que fosse. Não dava para pará.

 Além dos R$15.00 ele não dava mais nada, era com esse valor que eu tinha que passar a semana. Liguei para a minha amiga Alaides como era ano de eleição ela me conseguiu um trabalho. Fui trabalhar como coordenadora de campanha de rua passei a ter o meu salario, não havia mais necessidade de me humilhar, pelo menos durante esses três meses eu tinha de onde tira as despesas de casa. A Silvia continuava indo com ele todos os dias. Mais ele não perdia a oportunidade de judiar dela. Eu decidi voltar a estuda era uma maneira de poder transferi os meus problemas ou esquecer o que eu estava vivendo, como não havia terminado o ensino médio fui fazer supletivo para concluir os meus estudos e poder cursar uma faculdade, que era um sonho que estava adormecido há muitos anos. Mais no momento o que mais me machucava era a atitude do meu filho, em relação a mim e a irmã, ele continuava nos machucando com a sua indiferença. Trabalhando durante o dia e estudando á noite fui preenchendo o meu tempo e esquecendo todo o sofrimento que eu estava vivendo; afinal encontrei algo para preencher os meus dias.

 A Silvia estava em fase de estagio, justamente nesse período ele resolveu que não a levaria mais, ela foi obrigada a ir de ônibus; e para chegar ao hospital onde fazia o estagio era obrigada a sair de casa as 3h30 da manhã todos os dias. Eu ficava desesperada ao ver a minha filha sair sozinha em um horário tão perigoso e eu não podia fazer nada, eramos duas mulheres vivendo sozinhas sem proteção alguma. Só que ás vezes diante do meu medo e do meu desespero eu esquecia que a minha proteção não vinha do homem, mais sim de Deus e ele não desampara os seus. Nesse horário passava na minha rua um motorista de ônibus indo para o mesmo terminal. E esse motorista era o pai de uma colega da Silvia. Deus preparou uma companhia para a minha filha todos os dias, ele não nos abandonou. O Silvio foi embora falando que não voltaria mais, passava por me fingindo que não me conhecia, mais a minha psicóloga havia falado que um dia ele voltaria mais eu nunca acreditei. Em um determinado dia eu estava esperando a perua da campanha vim me pegar quando eu vi o meu filho subindo a minha rua com a cabeça baixa e as mãos no bolso, fiquei na calçada esperando para ver o que ia acontecer. Ele se aproximou de mim com os olhos vermelhos de quem chorou a noite inteira. Olhou pra mim e falou Mãe eu preciso de ajuda.

Eu o abracei, parecia um milagre meu filho estava de volta. Ele entrou sentou á mesa tomou café e eu perguntei se ele queria ir trabalhar comigo na rua, ele aceitou imediatamente. Naquele dia ele ficou comigo o dia todo e me contou que o pai não estava falando com ele e nem dando dinheiro, também não estava fazendo compras de supermercado o deixando sem ter o que comer. Diante da situação não pensou duas vezes e veio procurar a mãe dele porque sabia que podia contar comigo a qualquer momento. No final dá tarde ele decidiu que iria à casa do pai  pegar algumas roupas e voltaria só que não voltou no outro dia ele apareceu falando que o pai ficou a noite inteira falando com ele, aconselhando a continuar em sua companhia que ele não devia ter me procurado porque eu nada tinha a oferece, ele resolveu a continuar com o pai dele. A minha psicóloga viu como o inicio de uma nova historia mais eu não quis criar expectativa já havia sofrido muito para alimentar esperanças. Terminou a campanha eleitoral o candidato para o qual eu trabalhei venceu as eleições para presidente. E eu fiquei desemprega, não tinha ideia do que iria fazer daquele dia em diante.

domingo, 11 de maio de 2014

Eu e a Silvia

O Silvio foi embora. Fiquei com a Silvia. Foi difícil ver o meu filho sair de casa, suportar a ausência dele, diante de tudo que eu estava vivendo fui obrigada a ver os meus filhos sendo divididos, a família estava desmoronada, não existia mais estrutura os irmãos estavam separados, ele conseguiu dessa vez atingir os filhos da maneira mais cruel e mais baixa que um pai possa chegar; não satisfeito pelo que fez comigo tinha que atirar nos filhos para poder me atingir mais ainda, na verdade o seu único objetivo era me levar ao fundo do poço. E quase conseguir! O Silvio manipulado pelo pai sempre vinha em casa levava o que achava que deviam, as fotos da família pegava todas desde que eu não estivesse nelas, muitas vezes me provocava chegando a me insultar com palavras e ameaças, foi uma época muito sofrida, cheguei a pensar que não teria estrutura suficiente para suporta  a dor e a humilhação que eu passei, o meu próprio filho me tratando como uma mulher qualquer, sem nenhum respeito; sem consideração pela mãe.  Eu  fiquei muito abalada emocionalmente às crises de labirintite voltaram  com frequência, durante a noite muitas vezes acordava passando mal. Sinceramente diante de tudo que eu estava passando nada poderia me abalar mais do que ver a vitória dele sobre o meu filho.

 O Silvio passou a me evitar não falava comigo era como se eu fosse uma estranha ou uma inimiga, era assim que ele me tratava, á sua indiferença para comigo me machucava muito, a dor era como uma lança cravando o meu peito. Ele se transformou de tal forma que eu cheguei a sentir medo dele. Mais, nada tinha a fazer a não ser entregar ele nas mãos de Deus e confiar; sabia que um dia tudo iria passar mais o sofrimento e as decepções me levavam ao desespero fazendo com que eu muitas vezes duvidasse de tudo. A minha psicóloga falava que tudo seria questão de tempo para ele voltar, por enquanto ele estava empolgado era tudo novidade o pai fazendo as vontades dele, carro, dinheiro, morando sozinho os dois, mais na hora certa ele iria me procurar porque no meio de toda a loucura que era o meu casamento eu havia dado algo que ele jamais esqueceria. A base familiar! E essa ele não tinha ao lado do pai. Mais algumas vezes cheguei a duvidar que um dia isto pudesse vim a acontecer.

 A Silvia sofria pela perda do pai. Pela perda do irmão e pela situação que estávamos vivendo, ela acompanhava o meu sofrimento de perto, vivenciando todos os dias, sem falar na parte financeira porque ele pra castigar a filha por ter ficado comigo tirou tudo dela; não dava nada, ao contrario procurava humilhar e judiar o quanto podia. Sem falar que, ela era quem ouvia as minhas lamurias o meu ódio, a minha revolta o dia inteiro. Hoje eu me pergunto como ela suportou esse peso nos ombros, afinal era uma menina; só tinha 19 anos. Mais forte o suficiente para tomar uma decisão e aguentar ate o fim passando pelas mais duras provações que a vida estava lhe oferecendo. O pai a quem ela o admirava por mais que levasse uma vida conturbada era o seu herói mesmo diante da vida que, vivíamos, ela o amava e de repente viu os laços se romperem de uma forma brutal. O irmão tinha tudo ela simplesmente se viu sem nada. O irmão do dia pra noite passou a ser um estranho mal a cumprimentava. Meu Deus era muito sofrimento e eu como mãe não tinha estrutura emocional para dar todo o apoio que ela necessitava ao contrario ela segurava a minha barra. Diante da falta do dinheiro a Silvia passou a fazer suspiro e vender na escola, o dinheiro que ela ganhava dava para compra as suas roupas. Ela foi privada de muitas coisas pelo simples fato de ter optado em fica com a sua mãe.

domingo, 4 de maio de 2014

Medo do Amanhã...

A noite não foi fácil. Chorei muito ao chegar á minha casa, fiz uma retrospectiva da minha vida de tudo que eu havia passado nas mãos daquele homem, o quanto eu sofri, 21 anos me anulando como mulher e como pessoa, como ele conseguia me dominar de tal forma? Como eu permiti que ele me levasse ao fundo do poço? Naquele momento decidi que ele não voltaria mais, essa seria a última separação, mesmo com todo o medo que eu estava sentindo eu passaria fome mais não o aceitaria de volta. Não sei que horas consegui adormecer; sei que era muito tarde. Acordei ao amanhecer parecia que havia saído de um pesadelo lembrei-me do que havia acontecido e lembrei que não tinha um centavo dentro de casa; o armário estava vazio, a geladeira também. Olhei para o teto e perguntei a Deus o que iria fazer da minha vida, em um pais que a mulher depois dos 30 anos já era considerada velha para o mercado de trabalho, e eu, com 45 anos o que eu iria fazer para sobreviver? Depois de alguns minutos a resposta veio ao meu coração. O Senhor é o meu Pastor e Nada me Faltará. Eu Tudo Posso em Cristo que me Fortalece. Agarrei-me aquela frase e de repente surgiu uma força de dentro de mim com a esperança de que um novo sol iria brilhar.

 Levantei, fiz o café a Silvia também acordou não havia muito que fazer naquele dia como nos outros também. Era como se uma nuvem cinzenta tivesse passado na nossa casa era um estado de espirito triste, ao mesmo tempo em que surgia uma esperança, também surgia uma onda de incerteza. O medo é um sentimento traiçoeiro, por mais que eu acreditasse que tudo sairia bem, ele estava por perto falando o contrario e trazendo às duvidas ao meu coração, descobri que se existe um demônio, esse demônio chama-se  medo. A rotina é cruel por mais que eu buscasse uma vida nova, ela já estava tão impregnada no meu dia á dia que eu acabava sentido falta do lixo que preenchia o meu dia o deixando com a sensação de vazio. Eu tentava mudar o rumo da historia acreditando cegamente nas palavras que Deus colocou no meu coração, mais confesso, as duvidas surgiam. O medo afastava a minha fé. O medo era constante no meu dia me levando ao desespero. Mais diante de toda a confusão, de todas as misturas de sentimento que eu estava vivendo, lá no fundo a palavra de Deus foi plantada e com certeza iria dar frutos. E foi com essa esperança que continuei com a minha vida. Tomamos o café depois a Silvia foi até a loja pegar dinheiro para fazer a feira ele deu R$10.00 e ainda humilhou a filha ela voltou chorando, aquele dinheiro além do sabor amargo pelo preço que ela pagou tinha que dar para passar a semana; parecia piada mais era assim que iriamos viver a parti daquele dia.

 Essa era a arma que ele usava para me dominar. O financeiro, ele sempre fez isso e sabia que dava resultado eu acabava cedendo e permitindo que voltasse. Só que ele esqueceu, os filhos cresceram, tínhamos um teto para morar e por mais que eu sentisse medo havia o apoio da minha terapeuta eu já não estava mais sozinha, agora eu era outra mulher. Dessa vez ele saiu perdendo, eu não voltaria atrás. Eu tinha uma poupança o que restava era pouco mais dava para fazer uma compra de supermercado, restou lá era R$176.00 foi com esse dinheiro que eu fiquei. Ele já havia me tirado tudo o carro os perfumes tínhamos um pouco investido em dólares mais quando eu fui ver ele havia levado, e foi aí que eu percebi que ele havia dado um belo de um golpe, que tudo foi planejado. Quando ele falou que, queria-me ver passando fome ou mendigando de porta em porta é por que isso fazia parte dos planos dele. Só que ele esqueceu que Deus não me abandonou. Quem me abandonou foi ele, e por mais que eu passasse dificuldade, por mais que eu chegasse ao fundo do poço, eu iria me reerguer. Deus era comigo. A Silvia estudava no Hospital Albert Einstein não havia condições dela ir sozinha, eu levava todos os dias de manhã, agora era ele que a levaria. Ele dava o dinheiro para ela voltar de ônibus e do lanche também mais antes ele a humilhava, ele judiou tanto dela durante meses que as notas dela foram caindo foi necessário passar por um acompanhamento psicológico. Diante de tudo que ela estava passando ainda tentava esconder das pessoas e dos amigos o que estava acontecendo. Mais uma das professoras que a observava sentou com ela. Ela se abriu e a mesma a encaminhou para um acompanhamento o qual ajudou muito.

 Nossa vida mudou de uma forma tão radical, começamos a passar necessidade financeira, mal tínhamos o necessário para comer. Ele passava na minha porta uma vez por semana e jogava R$ 15.00 reais enrolado, como se joga salsicha pra cachorro, os vizinhos me davam pão para eu comer com ovo frito, muitas vezes era o nosso jantar. O meu irmão passou a fazer comprar pra mim. Como eu agradecia a Deus por todos eles, o Padre José da minha paroquia me dava sexta básica, o Padre Carlos falava que eu não podia viver só de sexta básica me dava dinheiro para eu compra frutas, verduras e carne, e assim nós íamos levando a nossa vida. Ele passava em frente a minha casa me chamando de vagabunda, ao me encontra na rua me humilhava, sentia prazer em me diminuir falar coisas horríveis ao meu respeito algumas vezes me fazendo chora com palavras de baixo nível. Ele com a família estavam muito bem, no inicio ele ficou na casa da mãe mais um mês depois comprou uma casa com os dólares que ele tirou de mim e se mudou, o Silvio foi junto com ele levou o dormitório deixando o quarto vazio, meu Deus como doía passar no corredor e ver o quarto dele sem os moveis, isso me deixava sem esperança de um dia o ter de volta. Para mim era o mesmo que a morte.

domingo, 27 de abril de 2014

Finalmente Livre..

Quando eles voltaram o dia estava raiando, a noite havia partido levando a minha tristeza junto com ela. Deixando a esperança de uma nova vida. A esperança de dias melhores para mim e para os meus filhos, sabia que oportunidade de ter uma vida diferente havia chegado, mas antes eu teria que sair da minha zona de conforto para ir à luta, enfrentar as dificuldades que a vida lá fora iria me oferecer, não sabia o que poderia vim pela frente. Apenas sabia que tinha que tomar uma decisão e seria definitiva; dessa vez eu não poderia voltar atrás. Acontecesse o que acontecesse eu teria que seguir em frente. Teria que ser forte o suficiente para enfrentar um mundo lá fora, que parecia mais uma selva de pedras onde eu não poderia me perder. Mais será que a vida que eu estava levando não era mais cruel do que a nova vida que eu estava buscando? Eu queria viver uma vida de paz, onde a liberdade se fizesse morada, onde eu pudesse sorrir para o mundo, cumprimentar as pessoas sem medo de ser repreendida, eu queria viver e ser feliz. Eu queria poder gritar ao mundo a minha liberdade. Mais será que eu iria conseguir ou tudo não passaria de um sonho?

 Não sabia se poderia contar com a ajuda de alguém ou teria que lutar sozinha, só tinha uma certeza Deus estava comigo ele não me abandonaria, não nessa hora tão difícil! Era o suficiente saber que Deus estava no comando. E com essa certeza no coração tomei a minha decisão iria por um fim na minha historia. Escreveria outra historia da minha vida. Mais com um final feliz. Não estava sendo fácil ele continuava em casa com as brigas, saindo todas as noites influenciando o meu filho contra mim, tentando me agredir, muitas vezes me jogando em cima da cama, tentando me espancar me chamando de vagabunda. Saindo no inicio da noite e só voltando ao amanhecer do dia. Eu estava firme na minha terapia e certa do que eu queria sabendo que era só uma questão de dias. Não existia mais a igreja ou amigos o monstro que ele liberou foi definitivo não tenho palavras para define à pessoa em que ele se transformou nos últimos dias, ele provocava medo em mim era uma situação assustadora parecia um verdadeiro demônio dentro de casa.

No dia 12 de abril de 2002 sai de casa fui ate a casa Beth Lobo naquele dia tinha uma sessão de terapia, ao voltar fui fazer o almoço mais não tinha nada na geladeira inclusive carne; foi até a loja que ficava na outra rua pegar dinheiro no caixa para compra alguma coisa pra fazer o almoço, certa de que o meu filho estava sozinho na loja, mais ao chegar fui surpreendida com a presença dele. Perguntou o que eu estava fazendo lá respondi que fui buscar dinheiro para compra alguma coisa, precisava fazer o almoço. Ele me mandou ir procurar homens na rua que estivesse disposto a me dá dinheiro por que de lá eu não iria tira um centavo, não dei muita importância ás palavras dele e fui para o caixa pegar o dinheiro. Ele veio pra cima de mim com uma violência brutal, claro que me defendi, quebramos a loja inteira, era lâmpadas para todo lado se espatifando. Na loja havia duas imagens lindas, uma de Nossa Senhora e a outra de São José que eu comprei e coloquei em um altar, na hora da briga as duas imagens quebraram; quando eu vi a imagem de Nossa Senhora quebrada no chão larguei tudo e vim embora; sabia que o momento havia chegado ao fim. Ele também se deu conta pegou o carro veio em casa pegou tudo que era dele e foi embora.
Na discussão ele falou que o prazer dele era me ver pedindo esmola de porta em porta. Eu respondi que tinha um Deus verdadeiro que não iria permitir que isso acontecesse comigo. Ele saiu falando que preferia uma aids do que continuar ao meu lado.

 Não vou dizer que naquele momento o medo à insegurança não tomaram conta de mim, fiquei assustada, fragilizada com medo do amanhã, como eu iria enfrentar a vida diante de tantas dificuldades, chorando procurei a kátia, a minha psicóloga, falei o que aconteceu ela procurou me anima me dá apoio diante da situação. Falou algo que eu procurei guarda comigo e colocar em pratica nas horas difíceis. Ela falou que eu era uma vendedora tão boa que ganharia dinheiro vendendo limão na feira, fiquei feliz foi um incentivo e eu precisava de motivação, precisava acreditar em mim naquele momento para poder continuar. À noite fui para a igreja, participar da missa, buscar força em Deus. Necessitava repor as energias, encontrar o equilíbrio emocional, estava completamente desequilibrada, perdida; sem expectativa no futuro. Desejei tanto esse momento mais quando ele chegou perdi o chão, fui com a Silvia. O Silvio estava do lado do pai, fomos de ônibus na volta eu estranhei ficar em ponto de ônibus tarde da noite havia perdido o abito, serviu para que eu percebesse que a minha vida estava mudando, que não seria nada fácil. Mais eu teria que me adaptar. Precisava seguir em frente.