domingo, 11 de maio de 2014

Eu e a Silvia

O Silvio foi embora. Fiquei com a Silvia. Foi difícil ver o meu filho sair de casa, suportar a ausência dele, diante de tudo que eu estava vivendo fui obrigada a ver os meus filhos sendo divididos, a família estava desmoronada, não existia mais estrutura os irmãos estavam separados, ele conseguiu dessa vez atingir os filhos da maneira mais cruel e mais baixa que um pai possa chegar; não satisfeito pelo que fez comigo tinha que atirar nos filhos para poder me atingir mais ainda, na verdade o seu único objetivo era me levar ao fundo do poço. E quase conseguir! O Silvio manipulado pelo pai sempre vinha em casa levava o que achava que deviam, as fotos da família pegava todas desde que eu não estivesse nelas, muitas vezes me provocava chegando a me insultar com palavras e ameaças, foi uma época muito sofrida, cheguei a pensar que não teria estrutura suficiente para suporta  a dor e a humilhação que eu passei, o meu próprio filho me tratando como uma mulher qualquer, sem nenhum respeito; sem consideração pela mãe.  Eu  fiquei muito abalada emocionalmente às crises de labirintite voltaram  com frequência, durante a noite muitas vezes acordava passando mal. Sinceramente diante de tudo que eu estava passando nada poderia me abalar mais do que ver a vitória dele sobre o meu filho.

 O Silvio passou a me evitar não falava comigo era como se eu fosse uma estranha ou uma inimiga, era assim que ele me tratava, á sua indiferença para comigo me machucava muito, a dor era como uma lança cravando o meu peito. Ele se transformou de tal forma que eu cheguei a sentir medo dele. Mais, nada tinha a fazer a não ser entregar ele nas mãos de Deus e confiar; sabia que um dia tudo iria passar mais o sofrimento e as decepções me levavam ao desespero fazendo com que eu muitas vezes duvidasse de tudo. A minha psicóloga falava que tudo seria questão de tempo para ele voltar, por enquanto ele estava empolgado era tudo novidade o pai fazendo as vontades dele, carro, dinheiro, morando sozinho os dois, mais na hora certa ele iria me procurar porque no meio de toda a loucura que era o meu casamento eu havia dado algo que ele jamais esqueceria. A base familiar! E essa ele não tinha ao lado do pai. Mais algumas vezes cheguei a duvidar que um dia isto pudesse vim a acontecer.

 A Silvia sofria pela perda do pai. Pela perda do irmão e pela situação que estávamos vivendo, ela acompanhava o meu sofrimento de perto, vivenciando todos os dias, sem falar na parte financeira porque ele pra castigar a filha por ter ficado comigo tirou tudo dela; não dava nada, ao contrario procurava humilhar e judiar o quanto podia. Sem falar que, ela era quem ouvia as minhas lamurias o meu ódio, a minha revolta o dia inteiro. Hoje eu me pergunto como ela suportou esse peso nos ombros, afinal era uma menina; só tinha 19 anos. Mais forte o suficiente para tomar uma decisão e aguentar ate o fim passando pelas mais duras provações que a vida estava lhe oferecendo. O pai a quem ela o admirava por mais que levasse uma vida conturbada era o seu herói mesmo diante da vida que, vivíamos, ela o amava e de repente viu os laços se romperem de uma forma brutal. O irmão tinha tudo ela simplesmente se viu sem nada. O irmão do dia pra noite passou a ser um estranho mal a cumprimentava. Meu Deus era muito sofrimento e eu como mãe não tinha estrutura emocional para dar todo o apoio que ela necessitava ao contrario ela segurava a minha barra. Diante da falta do dinheiro a Silvia passou a fazer suspiro e vender na escola, o dinheiro que ela ganhava dava para compra as suas roupas. Ela foi privada de muitas coisas pelo simples fato de ter optado em fica com a sua mãe.

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