sábado, 31 de maio de 2014

Deus na Minha Vida.

Era uma fase difícil a que estávamos passando. Ele usava todos os meios que podia para nos atingir e como eu estava debilitada em todos os sentidos permitia que a sua maldade nos ferisse. A Nossa vida mudou completamente, os finais de semanas eram horríveis o dia não passava a solidão passou a fazer parte dos meus dias, era mais fácil chegar á segunda feira do que o final de um dia de domingo solitário. Como não havia mais a movimentação de entrada e saída dentro da minha casa, eu confundia com a solidão, porque a solidão já existia há muito tempo, vivíamos sobre o mesmo teto e mal nos cumprimentávamos. Mais a movimentação diária me levava a acreditar que ainda existia uma família, e não era verdade. Não tínhamos dinheiro para sair ás pessoas se afastaram, a minha situação financeira mudou totalmente passei daquela que ajudava para ser ajudada. Deixei de dar cesta básica para receber, na igreja começaram a me olhar como se eu tivesse traído o coitado, afinal agora eu era uma mulher separada. O preconceito ainda existe e muito! E, muitas me viam como mais uma concorrente, machucava muito o comportamento, a desconfianças de algumas pessoas. mais eu tinha que seguir em frente mesmo com a ferida aberta, não importava o quanto sangrava eu precisava continuar caminhando. por mais dolorido que fosse. Não dava para pará.

 Além dos R$15.00 ele não dava mais nada, era com esse valor que eu tinha que passar a semana. Liguei para a minha amiga Alaides como era ano de eleição ela me conseguiu um trabalho. Fui trabalhar como coordenadora de campanha de rua passei a ter o meu salario, não havia mais necessidade de me humilhar, pelo menos durante esses três meses eu tinha de onde tira as despesas de casa. A Silvia continuava indo com ele todos os dias. Mais ele não perdia a oportunidade de judiar dela. Eu decidi voltar a estuda era uma maneira de poder transferi os meus problemas ou esquecer o que eu estava vivendo, como não havia terminado o ensino médio fui fazer supletivo para concluir os meus estudos e poder cursar uma faculdade, que era um sonho que estava adormecido há muitos anos. Mais no momento o que mais me machucava era a atitude do meu filho, em relação a mim e a irmã, ele continuava nos machucando com a sua indiferença. Trabalhando durante o dia e estudando á noite fui preenchendo o meu tempo e esquecendo todo o sofrimento que eu estava vivendo; afinal encontrei algo para preencher os meus dias.

 A Silvia estava em fase de estagio, justamente nesse período ele resolveu que não a levaria mais, ela foi obrigada a ir de ônibus; e para chegar ao hospital onde fazia o estagio era obrigada a sair de casa as 3h30 da manhã todos os dias. Eu ficava desesperada ao ver a minha filha sair sozinha em um horário tão perigoso e eu não podia fazer nada, eramos duas mulheres vivendo sozinhas sem proteção alguma. Só que ás vezes diante do meu medo e do meu desespero eu esquecia que a minha proteção não vinha do homem, mais sim de Deus e ele não desampara os seus. Nesse horário passava na minha rua um motorista de ônibus indo para o mesmo terminal. E esse motorista era o pai de uma colega da Silvia. Deus preparou uma companhia para a minha filha todos os dias, ele não nos abandonou. O Silvio foi embora falando que não voltaria mais, passava por me fingindo que não me conhecia, mais a minha psicóloga havia falado que um dia ele voltaria mais eu nunca acreditei. Em um determinado dia eu estava esperando a perua da campanha vim me pegar quando eu vi o meu filho subindo a minha rua com a cabeça baixa e as mãos no bolso, fiquei na calçada esperando para ver o que ia acontecer. Ele se aproximou de mim com os olhos vermelhos de quem chorou a noite inteira. Olhou pra mim e falou Mãe eu preciso de ajuda.

Eu o abracei, parecia um milagre meu filho estava de volta. Ele entrou sentou á mesa tomou café e eu perguntei se ele queria ir trabalhar comigo na rua, ele aceitou imediatamente. Naquele dia ele ficou comigo o dia todo e me contou que o pai não estava falando com ele e nem dando dinheiro, também não estava fazendo compras de supermercado o deixando sem ter o que comer. Diante da situação não pensou duas vezes e veio procurar a mãe dele porque sabia que podia contar comigo a qualquer momento. No final dá tarde ele decidiu que iria à casa do pai  pegar algumas roupas e voltaria só que não voltou no outro dia ele apareceu falando que o pai ficou a noite inteira falando com ele, aconselhando a continuar em sua companhia que ele não devia ter me procurado porque eu nada tinha a oferece, ele resolveu a continuar com o pai dele. A minha psicóloga viu como o inicio de uma nova historia mais eu não quis criar expectativa já havia sofrido muito para alimentar esperanças. Terminou a campanha eleitoral o candidato para o qual eu trabalhei venceu as eleições para presidente. E eu fiquei desemprega, não tinha ideia do que iria fazer daquele dia em diante.

domingo, 11 de maio de 2014

Eu e a Silvia

O Silvio foi embora. Fiquei com a Silvia. Foi difícil ver o meu filho sair de casa, suportar a ausência dele, diante de tudo que eu estava vivendo fui obrigada a ver os meus filhos sendo divididos, a família estava desmoronada, não existia mais estrutura os irmãos estavam separados, ele conseguiu dessa vez atingir os filhos da maneira mais cruel e mais baixa que um pai possa chegar; não satisfeito pelo que fez comigo tinha que atirar nos filhos para poder me atingir mais ainda, na verdade o seu único objetivo era me levar ao fundo do poço. E quase conseguir! O Silvio manipulado pelo pai sempre vinha em casa levava o que achava que deviam, as fotos da família pegava todas desde que eu não estivesse nelas, muitas vezes me provocava chegando a me insultar com palavras e ameaças, foi uma época muito sofrida, cheguei a pensar que não teria estrutura suficiente para suporta  a dor e a humilhação que eu passei, o meu próprio filho me tratando como uma mulher qualquer, sem nenhum respeito; sem consideração pela mãe.  Eu  fiquei muito abalada emocionalmente às crises de labirintite voltaram  com frequência, durante a noite muitas vezes acordava passando mal. Sinceramente diante de tudo que eu estava passando nada poderia me abalar mais do que ver a vitória dele sobre o meu filho.

 O Silvio passou a me evitar não falava comigo era como se eu fosse uma estranha ou uma inimiga, era assim que ele me tratava, á sua indiferença para comigo me machucava muito, a dor era como uma lança cravando o meu peito. Ele se transformou de tal forma que eu cheguei a sentir medo dele. Mais, nada tinha a fazer a não ser entregar ele nas mãos de Deus e confiar; sabia que um dia tudo iria passar mais o sofrimento e as decepções me levavam ao desespero fazendo com que eu muitas vezes duvidasse de tudo. A minha psicóloga falava que tudo seria questão de tempo para ele voltar, por enquanto ele estava empolgado era tudo novidade o pai fazendo as vontades dele, carro, dinheiro, morando sozinho os dois, mais na hora certa ele iria me procurar porque no meio de toda a loucura que era o meu casamento eu havia dado algo que ele jamais esqueceria. A base familiar! E essa ele não tinha ao lado do pai. Mais algumas vezes cheguei a duvidar que um dia isto pudesse vim a acontecer.

 A Silvia sofria pela perda do pai. Pela perda do irmão e pela situação que estávamos vivendo, ela acompanhava o meu sofrimento de perto, vivenciando todos os dias, sem falar na parte financeira porque ele pra castigar a filha por ter ficado comigo tirou tudo dela; não dava nada, ao contrario procurava humilhar e judiar o quanto podia. Sem falar que, ela era quem ouvia as minhas lamurias o meu ódio, a minha revolta o dia inteiro. Hoje eu me pergunto como ela suportou esse peso nos ombros, afinal era uma menina; só tinha 19 anos. Mais forte o suficiente para tomar uma decisão e aguentar ate o fim passando pelas mais duras provações que a vida estava lhe oferecendo. O pai a quem ela o admirava por mais que levasse uma vida conturbada era o seu herói mesmo diante da vida que, vivíamos, ela o amava e de repente viu os laços se romperem de uma forma brutal. O irmão tinha tudo ela simplesmente se viu sem nada. O irmão do dia pra noite passou a ser um estranho mal a cumprimentava. Meu Deus era muito sofrimento e eu como mãe não tinha estrutura emocional para dar todo o apoio que ela necessitava ao contrario ela segurava a minha barra. Diante da falta do dinheiro a Silvia passou a fazer suspiro e vender na escola, o dinheiro que ela ganhava dava para compra as suas roupas. Ela foi privada de muitas coisas pelo simples fato de ter optado em fica com a sua mãe.

domingo, 4 de maio de 2014

Medo do Amanhã...

A noite não foi fácil. Chorei muito ao chegar á minha casa, fiz uma retrospectiva da minha vida de tudo que eu havia passado nas mãos daquele homem, o quanto eu sofri, 21 anos me anulando como mulher e como pessoa, como ele conseguia me dominar de tal forma? Como eu permiti que ele me levasse ao fundo do poço? Naquele momento decidi que ele não voltaria mais, essa seria a última separação, mesmo com todo o medo que eu estava sentindo eu passaria fome mais não o aceitaria de volta. Não sei que horas consegui adormecer; sei que era muito tarde. Acordei ao amanhecer parecia que havia saído de um pesadelo lembrei-me do que havia acontecido e lembrei que não tinha um centavo dentro de casa; o armário estava vazio, a geladeira também. Olhei para o teto e perguntei a Deus o que iria fazer da minha vida, em um pais que a mulher depois dos 30 anos já era considerada velha para o mercado de trabalho, e eu, com 45 anos o que eu iria fazer para sobreviver? Depois de alguns minutos a resposta veio ao meu coração. O Senhor é o meu Pastor e Nada me Faltará. Eu Tudo Posso em Cristo que me Fortalece. Agarrei-me aquela frase e de repente surgiu uma força de dentro de mim com a esperança de que um novo sol iria brilhar.

 Levantei, fiz o café a Silvia também acordou não havia muito que fazer naquele dia como nos outros também. Era como se uma nuvem cinzenta tivesse passado na nossa casa era um estado de espirito triste, ao mesmo tempo em que surgia uma esperança, também surgia uma onda de incerteza. O medo é um sentimento traiçoeiro, por mais que eu acreditasse que tudo sairia bem, ele estava por perto falando o contrario e trazendo às duvidas ao meu coração, descobri que se existe um demônio, esse demônio chama-se  medo. A rotina é cruel por mais que eu buscasse uma vida nova, ela já estava tão impregnada no meu dia á dia que eu acabava sentido falta do lixo que preenchia o meu dia o deixando com a sensação de vazio. Eu tentava mudar o rumo da historia acreditando cegamente nas palavras que Deus colocou no meu coração, mais confesso, as duvidas surgiam. O medo afastava a minha fé. O medo era constante no meu dia me levando ao desespero. Mais diante de toda a confusão, de todas as misturas de sentimento que eu estava vivendo, lá no fundo a palavra de Deus foi plantada e com certeza iria dar frutos. E foi com essa esperança que continuei com a minha vida. Tomamos o café depois a Silvia foi até a loja pegar dinheiro para fazer a feira ele deu R$10.00 e ainda humilhou a filha ela voltou chorando, aquele dinheiro além do sabor amargo pelo preço que ela pagou tinha que dar para passar a semana; parecia piada mais era assim que iriamos viver a parti daquele dia.

 Essa era a arma que ele usava para me dominar. O financeiro, ele sempre fez isso e sabia que dava resultado eu acabava cedendo e permitindo que voltasse. Só que ele esqueceu, os filhos cresceram, tínhamos um teto para morar e por mais que eu sentisse medo havia o apoio da minha terapeuta eu já não estava mais sozinha, agora eu era outra mulher. Dessa vez ele saiu perdendo, eu não voltaria atrás. Eu tinha uma poupança o que restava era pouco mais dava para fazer uma compra de supermercado, restou lá era R$176.00 foi com esse dinheiro que eu fiquei. Ele já havia me tirado tudo o carro os perfumes tínhamos um pouco investido em dólares mais quando eu fui ver ele havia levado, e foi aí que eu percebi que ele havia dado um belo de um golpe, que tudo foi planejado. Quando ele falou que, queria-me ver passando fome ou mendigando de porta em porta é por que isso fazia parte dos planos dele. Só que ele esqueceu que Deus não me abandonou. Quem me abandonou foi ele, e por mais que eu passasse dificuldade, por mais que eu chegasse ao fundo do poço, eu iria me reerguer. Deus era comigo. A Silvia estudava no Hospital Albert Einstein não havia condições dela ir sozinha, eu levava todos os dias de manhã, agora era ele que a levaria. Ele dava o dinheiro para ela voltar de ônibus e do lanche também mais antes ele a humilhava, ele judiou tanto dela durante meses que as notas dela foram caindo foi necessário passar por um acompanhamento psicológico. Diante de tudo que ela estava passando ainda tentava esconder das pessoas e dos amigos o que estava acontecendo. Mais uma das professoras que a observava sentou com ela. Ela se abriu e a mesma a encaminhou para um acompanhamento o qual ajudou muito.

 Nossa vida mudou de uma forma tão radical, começamos a passar necessidade financeira, mal tínhamos o necessário para comer. Ele passava na minha porta uma vez por semana e jogava R$ 15.00 reais enrolado, como se joga salsicha pra cachorro, os vizinhos me davam pão para eu comer com ovo frito, muitas vezes era o nosso jantar. O meu irmão passou a fazer comprar pra mim. Como eu agradecia a Deus por todos eles, o Padre José da minha paroquia me dava sexta básica, o Padre Carlos falava que eu não podia viver só de sexta básica me dava dinheiro para eu compra frutas, verduras e carne, e assim nós íamos levando a nossa vida. Ele passava em frente a minha casa me chamando de vagabunda, ao me encontra na rua me humilhava, sentia prazer em me diminuir falar coisas horríveis ao meu respeito algumas vezes me fazendo chora com palavras de baixo nível. Ele com a família estavam muito bem, no inicio ele ficou na casa da mãe mais um mês depois comprou uma casa com os dólares que ele tirou de mim e se mudou, o Silvio foi junto com ele levou o dormitório deixando o quarto vazio, meu Deus como doía passar no corredor e ver o quarto dele sem os moveis, isso me deixava sem esperança de um dia o ter de volta. Para mim era o mesmo que a morte.

domingo, 27 de abril de 2014

Finalmente Livre..

Quando eles voltaram o dia estava raiando, a noite havia partido levando a minha tristeza junto com ela. Deixando a esperança de uma nova vida. A esperança de dias melhores para mim e para os meus filhos, sabia que oportunidade de ter uma vida diferente havia chegado, mas antes eu teria que sair da minha zona de conforto para ir à luta, enfrentar as dificuldades que a vida lá fora iria me oferecer, não sabia o que poderia vim pela frente. Apenas sabia que tinha que tomar uma decisão e seria definitiva; dessa vez eu não poderia voltar atrás. Acontecesse o que acontecesse eu teria que seguir em frente. Teria que ser forte o suficiente para enfrentar um mundo lá fora, que parecia mais uma selva de pedras onde eu não poderia me perder. Mais será que a vida que eu estava levando não era mais cruel do que a nova vida que eu estava buscando? Eu queria viver uma vida de paz, onde a liberdade se fizesse morada, onde eu pudesse sorrir para o mundo, cumprimentar as pessoas sem medo de ser repreendida, eu queria viver e ser feliz. Eu queria poder gritar ao mundo a minha liberdade. Mais será que eu iria conseguir ou tudo não passaria de um sonho?

 Não sabia se poderia contar com a ajuda de alguém ou teria que lutar sozinha, só tinha uma certeza Deus estava comigo ele não me abandonaria, não nessa hora tão difícil! Era o suficiente saber que Deus estava no comando. E com essa certeza no coração tomei a minha decisão iria por um fim na minha historia. Escreveria outra historia da minha vida. Mais com um final feliz. Não estava sendo fácil ele continuava em casa com as brigas, saindo todas as noites influenciando o meu filho contra mim, tentando me agredir, muitas vezes me jogando em cima da cama, tentando me espancar me chamando de vagabunda. Saindo no inicio da noite e só voltando ao amanhecer do dia. Eu estava firme na minha terapia e certa do que eu queria sabendo que era só uma questão de dias. Não existia mais a igreja ou amigos o monstro que ele liberou foi definitivo não tenho palavras para define à pessoa em que ele se transformou nos últimos dias, ele provocava medo em mim era uma situação assustadora parecia um verdadeiro demônio dentro de casa.

No dia 12 de abril de 2002 sai de casa fui ate a casa Beth Lobo naquele dia tinha uma sessão de terapia, ao voltar fui fazer o almoço mais não tinha nada na geladeira inclusive carne; foi até a loja que ficava na outra rua pegar dinheiro no caixa para compra alguma coisa pra fazer o almoço, certa de que o meu filho estava sozinho na loja, mais ao chegar fui surpreendida com a presença dele. Perguntou o que eu estava fazendo lá respondi que fui buscar dinheiro para compra alguma coisa, precisava fazer o almoço. Ele me mandou ir procurar homens na rua que estivesse disposto a me dá dinheiro por que de lá eu não iria tira um centavo, não dei muita importância ás palavras dele e fui para o caixa pegar o dinheiro. Ele veio pra cima de mim com uma violência brutal, claro que me defendi, quebramos a loja inteira, era lâmpadas para todo lado se espatifando. Na loja havia duas imagens lindas, uma de Nossa Senhora e a outra de São José que eu comprei e coloquei em um altar, na hora da briga as duas imagens quebraram; quando eu vi a imagem de Nossa Senhora quebrada no chão larguei tudo e vim embora; sabia que o momento havia chegado ao fim. Ele também se deu conta pegou o carro veio em casa pegou tudo que era dele e foi embora.
Na discussão ele falou que o prazer dele era me ver pedindo esmola de porta em porta. Eu respondi que tinha um Deus verdadeiro que não iria permitir que isso acontecesse comigo. Ele saiu falando que preferia uma aids do que continuar ao meu lado.

 Não vou dizer que naquele momento o medo à insegurança não tomaram conta de mim, fiquei assustada, fragilizada com medo do amanhã, como eu iria enfrentar a vida diante de tantas dificuldades, chorando procurei a kátia, a minha psicóloga, falei o que aconteceu ela procurou me anima me dá apoio diante da situação. Falou algo que eu procurei guarda comigo e colocar em pratica nas horas difíceis. Ela falou que eu era uma vendedora tão boa que ganharia dinheiro vendendo limão na feira, fiquei feliz foi um incentivo e eu precisava de motivação, precisava acreditar em mim naquele momento para poder continuar. À noite fui para a igreja, participar da missa, buscar força em Deus. Necessitava repor as energias, encontrar o equilíbrio emocional, estava completamente desequilibrada, perdida; sem expectativa no futuro. Desejei tanto esse momento mais quando ele chegou perdi o chão, fui com a Silvia. O Silvio estava do lado do pai, fomos de ônibus na volta eu estranhei ficar em ponto de ônibus tarde da noite havia perdido o abito, serviu para que eu percebesse que a minha vida estava mudando, que não seria nada fácil. Mais eu teria que me adaptar. Precisava seguir em frente.

domingo, 20 de abril de 2014

Nascendo uma Nova Mulher.

Eu continuava com o meu tratamento na casa Beth Lobo, cada dia me fortalecia mais, aos pouco fui descobrindo a mulher que existia dentro de mim, a qual estava adormecida durante todos esses anos. Mais ainda fragilizada e sem coragem de tomar uma decisão definitiva na minha vida, continuava dependendo dele. Uma vez por mês ia ter com o Padre Dalcides o qual me injetava uma injeção de animo procurando levantar a minha autoestima e mostrando o ser humano maravilhoso que eu era. Eu chorava muito quando estava com ele, a final ainda havia um sentimento pobre dentro de mim, que era pena de mim mesma, e demorou um pouco para me livra dele. A lágrima e o sorriso estavam sempre juntos. Um dia ele me falou. Marlene nunca perca o seu sorriso. O teu sorriso é um elo com Deus. No dia que você o perde entrará em depressão. Procurei nunca esquecer as palavras do meu amigo, e por mais que o sofrimento me perseguisse o sorriso permanecia firme superando as lágrimas. As brigas eram constantes. Só que ele já não me feria tanto com as suas palavras, isso o deixava mais indignado, fazendo com que perdesse a razão com mais facilidade. O silencio passou a ser o meu companheiro quanto mais ele gritava mais eu silenciava, não dava mais importância ao que ele falava, já não tinha tanto medo dele.

Fizemos nossa última viagem juntos, carnaval de 2002. Fomos para Friburgo Rio de Janeiro foi legal, nos divertimos muito, clubes, cachoeira, em fim conhecemos a cidade visitamos a família tiramos muitas fotos, parecia mais uma despedida, todos felizes não houve brigas, ficamos o tempo necessário sem nenhum acontecimento desagradável. Terminando o carnaval viemos embora todos, felizes, rindo a final a viagem foi ótima tínhamos mesmo era que comemorar. Não sabíamos que aquela seria a última viagem, não tínhamos a mínima ideia do que estava pra vim pela frente, não fazíamos ideia do que iriamos passar. Na volta chegando á Aparecida do Norte paramos para tomar um café, na saída ele me deu a chave do carro falou que queria deitar um pouco no banco traseiro para descansar, só que ele não descansou veio de lá até são Paulo me torturando falando que eu não sabia dirigir que eu estava fechando os caminhoneiros. Ele me infernizou tanto que em um determinado momento parei o carro no acostamento desci e falei! Leva. Já não estava mais aguentando as provocações dele. Ele pegou o carro, não deu mais uma palavra comigo até chegarmos á nossa casa, o clima já estava insuportável, ele parecia um animal tanto comigo como com as crianças, a parti daquele dia ele passou a dormir na sala não falava comigo tirou a aliança não dava dinheiro para as compras, começou a faltar o necessário dentro de casa chegando ate a faltar pó para fazer café, faltou comida tanto para mim como para a Silvia. Ele passou a fazer compras e levar para a casa da mãe dele. E ela fazia a comida para ele e o Silvio. Em troca de algum dinheiro.

 Quantas vezes  levantei a noite para pegar dinheiro no bolso dele, precisava fazer compras de supermercado. Passei a viver das migalhas que sobravam. Tirou o carro de mim. Regredi no meu tratamento; apesar de continuar com a terapia quando estava em casa passava a maior parte do meu tempo chorando. O irmão dele estava de casamento marcado nós íamos ser padrinhos mais eu tomei uma decisão no clima que estava eu não iria me submeter á tamanha humilhação, ele não falava comigo mandava o Silvio perguntar se eu já havia alugado roupa para o casamento? Eu não respondia nada, mais chegando próximo a data sai com a Silvia Aluguei um vestido para ela, comprei um sapato marquei salão fiz tudo que estava ao meu alcance. Ele acreditando que eu estava fazendo pra mim também, até passou a me tratar melhor. Chegou o dia do casamento agi normalmente como se nada estivesse acontecendo ele todo empolgado junto com o Silvio, foram buscar as roupas se preparando como se nada tivesse acontecido durante os dias que se passaram. Eu dei almoço tomei um banho me troquei e sai para a igreja fui à missa. Sinceramente ele não esperava por essa reação.
A Amélia estava mudando e começando a gostar dela. Estava aprendendo a se valorizar. Estava aprendendo a dizer NÂO àquela vida que ela levava. A dizer Não a ele e a família dele que me humilharam durante anos. Como eu fui pisada por eles, agora estava conseguindo forças para reagir e dizer Não. Doeu fazer o que eu fiz, afinal estava condicionada a falar amém pra tudo que eles faziam comigo. Machucar as pessoas não era do meu feitio. Eu machucava as pessoas que gostavam de mim, para agradar o marido, era assim que ele queria e eu fazia. Apesar de ter passado a noite sozinha, sofri, chorei, ri, a noite foi longa podia fazer o que eu quisesse a casa era só minha, não sei á que horas conseguir dormir, mais dormir apesar de tudo que aconteceu.

domingo, 13 de abril de 2014

Noite de Angustia..

Para uma mãe é difícil suportar acusações em relação aos filhos que ela sempre cuidou, meus filhos sempre foram as perolas mais preciosa que Deus me deu. A minha maior preocupação, mesmo quando eu não podia defendê-los da crueldade do pai eu chorava junto com eles, lutava para dar uma base sólida, de uma família. Sabia o quanto era importante o equilíbrio emocional na estrutura de um lar, mesmo tendo consciência que na minha casa não existia essa base, faltava o fundamental, um pai equilibrado para dar exemplos aos filhos mostrando e verdadeiro sentido de uma família, que seria o amor entre ambos. O que eu via todos os dias era um lar desestruturado, uma família se deteriorando pouco a pouco. Onde o pai se sentia feliz em provocar a desunião entre todos. E foi assim que naquele tarde ele chegou com o mau humor de sempre me acusando de irresponsável que não sabia cuidar dos filhos, falou para o menino que eu o entreguei para a polícia, não me preocupando em resolver o problema. Eu fiquei paralisada diante da crueldade dele e da facilidade de provocar desarmonia, não sei por que fiquei surpresa ele sempre foi assim desde inicio do casamento procurando levar à família a decadência. Senti o olhar de revolta do meu filho. Aquele olhar me feriu tão profundo que a dor  transpassou o peito percebe que ele estava acreditando nas palavras do pai. Que o pai estava conseguindo envenenar o coração do filho. E era esse o seu objetivo.

 Os dois saíram para resolverem o problema do carro. Como eu estava em casa, e o Silvio na companhia dele eu não sabia o que estava acontecendo, mas eles resolveram tudo, deram andamento nos papeis para tirar o carro do pátio, não havia motivo para confundi a cabeça do meu filho. Mais o prazer de destruir, de tirar paz era maior do que a de manter a família unida. Á noite o Silvio não voltou para casa às horas foram passando e nenhuma noticia dele, comecei a ficar inquieta com a demora ele nunca havia feito isso, fui à escola ele também não estava lá, depois das 22:00h falei com o pai dele teríamos que fazer alguma coisa, saímos a procura dele em hospitais delegacias e nada de encontramos. Conforme o tempo ia passando foi me dando um desespero eu queria o meu filho pelo menos uma noticia dele. Ele podia ter uma convulsão fazia uso do gardenal e estava sem a medicação; a minha preocupação era em dobro.

 Chegou um determinado momento que o pai dele foi dormi como ele conseguiu! Eu me pergunto até hoje? Eu fiquei acordada a noite inteira não parava de pensar no meu filho pedia tanto a Deus para protegê-lo, a onde quer que ele esteja. A noite foi cruel demorou a passar. Vi o dia amanhecer, a aurora indo embora para dar lugar ao sol, eu sabia que com a chegada do dia tudo seria diferente as chance seria maiores eu poderia conseguir uma luz. Liguei para um amigo dele que era policial ele veio imediatamente para a minha casa e começamos a pensar juntos, onde ele poderia está, ligamos para todos os amigos mais ninguém sabia o que havia acontecido. Para uma mãe não importa a idade do filho a preocupação é a mesma, eu estava desesperada sem noticias dele não sabia o que poderia ter acontecido ao meu filho, ele simplesmente havia sumido! Meu único consolo era a minha fé. A confiança que eu tinha em Nossa Senhora e a certeza de que ela estava cuidando do Silvio. Não sabendo mais o que fazer dentro de uma casa onde o clima estava insuportável mal nos falávamos, na verdade um acusava o outro do que havia acontecido para me só restava uma saída confiar em Deus.
 E foi no momento de total entrega que Deus teve piedade de mim. Ouviu a minha prece, na hora que clamei por ele o telefone tocou corri para atender era o Silvio avisando que estava em uma cidade do interior de São Paulo, Juquitiba em casa de um amigo. O pai dele foi busca-lo enquanto eu fiquei fazendo o almoço. É obvio que eu queria ir junto mais ele não permitiu, mais o fato de ter notícias do meu filho para mim já era o suficiente. Ao chegar ele me falou que pegou carona com um caminhoneiro, como era o único lugar que ele tinha amigos resolveu ir pra lá, queria esfriar a cabeça pensar no que aconteceu pelas suas palavras faltava confiança nos país. Eu não o culpei talvez se eu tivesse sido criada em lar com só tinha desarmonia talvez quisesse fazer o mesmo. Mais como ele sempre teve influencia sobre o filho e um poder de manipulação o meu filho se distanciou muito de mim.

domingo, 6 de abril de 2014

Buscando Ajuda...

As brigas estavam acontecendo com mais frequência. A falta de respeito entre ambos era inacreditável, ele cada vez mais estupido em relação a mim. Eu estava diminuindo com uma rapidez assustadora me anulando como pessoa o meu brilho já não existia, eu estava opaca, diante da vida. No padre Dalcides estava proibida de ir, pela segunda vez percebi o quanto incoerente fui, em pedir para esse homem voltar, com certeza sozinha estaria melhor. A situação foi se agravando de tal forma que, um determinado dia ele provocou uma briga tão feia que durou dois meses e meio, eu parecia uma louca, já não tinha mais controle sobre as minhas emoções, chorava em qualquer lugar ele não falava comigo, dormia na sala, me provocando sempre que tinha uma oportunidade, passou a andar sem a aliança, me tirou o carro, eu saia de ônibus ou a pé, o carro ficava sempre na garagem, chegava a faltar comida em casa, e quem sofria as consequências era eu e a Silvia. O Silvio saia com pai se alimentavam fora, ou em restaurante ou na casa da mãe dele.

 Em um determinado momento de desespero liguei para minha amiga Alaides, pedindo para ela vim com o marido ate a minha casa conversar com ele, ela veio imediatamente, mas, como ele estava irredutível não houve acordo ele só sabia falar mal de mim, me acusando dos mínimos detalhes, ela vendo a minha situação me aconselhou a procurar uma psicóloga e me deu o endereço da casa Beth Lobo. No dia seguinte criei coragem e fui. Lembro-me ate hoje o exato momento que eu pus os pés naquela casa, dei boa tarde e com os olhos lacrimejando perguntei se tinham uma psicóloga? A recepcionista respondeu que sim, e já me encaminhou para a assistente social. A mesma vendo o meu estado psicológico já me encaminhou com a psicóloga dando inicio ao meu tratamento naquele mesmo dia. As coisas começaram a mudar, eu com a ajuda da Katia a minha psicóloga passei a ter um comportamento diferente; não dava mais tanta importância ao que ele falava ou fazia, as atitudes dele já não me atingiam, mesmo quando eu tinha que ir às sessões de terapias de ônibus ou mesmo a pé, por que ele, ou me tirava o carro ou ia até a minha bolsa e pegava qualquer quantia de dinheiro por mínimo que fosse.

 Fui surpreendida no dia que completou 3 meses do falecimento da minha mãe, ele chegou pra mim e falou que eu podia ir á missa do Padre Dalcides, pois os dias coincidiam. Não acreditei no que eu estava vendo e ouvindo, aproveitei a oportunidade que o espiritual estava me dando, era o meu amigo que naquele dia celebraria a missa em homenagem aos 90 dias da morte da minha mãe. Fiquei tão feliz naquele dia em poder retornar e abraça o meu amigo. Falamos sobre a minha situação, sinceramente, ele não gostou em eu ter voltado para o meu ex-marido, ele sabia que o meu sofrimento só aumentaria a parti do momento que eu voltei pra ele. Mais mesmo assim ele tentou me ajudar colocando-me em contato com um casal que estava passando pela mesma situação. A minha vida continuou com altos baixos como eu não podia trabalhar e nem sair á única alternativa era ir á igreja apesar de tudo que eu passava a minha fé em Deus não era abalada, a certeza de que dias melhores iriam vim eu tinha, porque mesmo no meio da tempestade eu sabia que Deus não me abandonaria! Ele estava comigo. Essa certeza era quem me segurava nos momentos mais crucial da minha vida. Essa base que a mamãe nós deu, desde a nossa infância foi fundamental principalmente para mim. Quantas vezes segurei na mão de Deus para não cair ou mesmo não cometer uma grande loucura, podendo ate a perder a minha liberdade por que vontade eu sentir em alguns momentos.

 Continuava indo ás terapias isso ele não proibia afinal a louca era eu! Precisava ser tratada, era assim que ele se referia a mim. Uma vez ele me tirou o documento do carro para eu não ir a casa Beth Lobo mais como eu tinha hora marcada peguei o carro e fui sem os documento;s e nada me aconteceu, voltei já em casa fiz o almoço, ao meio dia, fui ficar na loja para o Silvio almoça, ele foi pra casa só que ao chegar pegou o carro e foi para porta da escola, não sabendo ele que a diretora havia chamado a policia por ter traficante vendendo drogas na porta da escola, quando o Silvio viu a policia a sua reação foi pegar o carro e sair, estava sem o documento, uma viatura o segui parando em seguida, como ele estava sem documentos do carro, um policial foi ate a loja falar comigo, queria os documentos, como não estava comigo liguei para o pai dele o qual foi grosso e mal educado respondendo que era problema meu e não iria se envolver. Com o Silvio não aconteceu nada. Mais o carro foi para o pátio. E eu faltou pouco para ser levada a um sanatório.