domingo, 20 de julho de 2014

A Vida Estava Voltando a Sorrir..

Eu precisava de um puxão de orelha para acorda, seguir em frente sem olhar para trás. Já havia perdido muito tempo presa á um passado de sofrimento, de amargura; mais o processo era lento por mais que eu quisesse avança algo me paralisava me deixando pressa ao túnel do tempo. Presa ás lembranças que não acrescentavam nada na minha vida ao contrario só me prejudicavam. Quanto tempo eu joguei fora no decorrer dos anos remoendo tristezas, magoas, direcionando a minha energia a pessoas que não mais faziam parte no meu dia á dia. Pessoas que não mereciam um minuto do meu precioso tempo. Era isso que eu estava fazendo destruindo a minha energia o meu emocional com alguém que só queria ver o meu mal. Mais eu estava acordando, começando a voltar á vida saindo do fundo do poço, tudo iria mudar mais conforme a vontade de Deus. Não a minha. Ao saímos do curso todos os participante levavam um exercício pra fazer durante 21 dias, esse exercício seria para manter o cérebro ativo afinal três dias não era o suficiente para mudar toda a sua programação. Segundo os cientistas o nosso cérebro necessita de 21 dias de treinamento para mudar a toda a programação errada, que nos foi passada durante a nossa vida. Fiz o curso no mês de setembro sentir que eu estava mudando para melhor; continuava com medo do amanhã sim. Mais era menos, comecei a ler livros de autoajuda para não perde o foco, lembro-me o primeiro livro foi. (Quem Mexeu no meu queijo). Continuei com a minha rotina, mais, lembram que antes eu já vendia perfumes importados? Mais devido as minhas condições financeiras eu havia parado, e uma delas, era por não ter carro para trabalhar. Tive uma ideia era inicio de novembro comecei a ligar para os meus antigos clientes perguntando como eles estavam de perfumes? E do outro lado da linha uma exclamação de alegria! Você voltou a vender perfumes! Eu explicava estou começando mais como não tenho o dinheiro suficiente só por encomendas eles encomendavam eu comprava o perfume dava um cheque e assim tive um natal melhor do que os anteriores.

 A vida estava voltando a sorrir pra mim. As crianças trabalhando, o pai não nos deixavam em paz sempre havia algo para mexer com a nossa estabilidade. Provocando as crianças tentando de alguma forma nós desestruturar emocionalmente, ele atirava nos filhos para acerta o tiro em mim. Ele sabia que a unica maneira de me tirar do serio seria ferindo os meus filhos. O processo de separação seguia como ele não queria dividir os bens fomos obrigado a entrar com o litigioso o qual nos daria uma bela dor de cabeça. Recebi Oficial de Justiça na minha casa para contar até os talheres que eu tinha. Deus é tão maravilhoso que poderia ter sido qualquer um, mais aquele Oficial havia perdido a esposa há um mês estava debilitado, ele entrou na minha casa conheceu os meus filhos chorou sentado á minha mesa tomando um café, e me falou. Como alguém pode destruir uma família, uns filhos tão bonitos  e educados,  não só destruir mais perseguir, como esse pai está fazendo; ele falou eu daria tudo para ter a minha esposa de volta. Ele anotou a maioria das coisas como se fosse das crianças até a televisão do meu quarto ele deu um jeito para não entrar na lista. Aquele Oficial de Justiça passou a ser meu aliado, e falou que; o que ele pudesse fazer para me ajudar ele faria sim.

 No mês de janeiro fui convidada para uma reunião em uma empresa americana que estava começando a se estabilizar em São Paulo. E nessa reunião tive a oportunidade de conhecer a Mara ela trabalhava em uma das casas da Lilian  Gonçalves e era amiga da cantora Vanusa fiz um comentário que era fã da Cantora; ela prometeu que iria me apresentar para a filha da Vanusa, a Amanda Marcos, conforme o combinado ela me apresentou fiquei emocionada em conhecer um membro da família a filha mais velha do casal, sempre fui fã da Vanusa e do Antônio Marcos, na época da separação dos dois sentir muito, cheguei a criar uma antipatia pela atriz Débora Duarte. Antônio Marcos e Vanusa eram os meus ídolos, as suas musicas tinham conteúdo, falavam do amor. Vivi toda a minha adolescência ouvindo as suas musicas e conhecer a filha deles me emocionou muito. Não imaginava que ela fosse uma pessoa tão simples. Ficamos amigas, ela combinou que me levaria para conhecer a sua mãe. No dia combinado eu fui até o apto delas e tive a oportunidade de conhecer a cantora Vanusa uma pessoa maravilhosa de um temperamento forte, uma mulher decidida, uma grande guerreira. Sem falar na cantora de sucesso que ela foi e continuava sendo. Pra mim foi um privilegio conhecer aquele mulher que eu sempre admirei ao longo da minha vida. Amanda Marcos começou uma sociedade comigo, voltei a trabalhar com os perfumes dessa vez foi definitivo e eu tinha mercadoria à pronta entrega comigo. Mais uma vez Deus estava agindo na minha vida.

domingo, 13 de julho de 2014

Resgatando a Minha Criança Interior.

Mais o tempo de Deus, é diferente do meu. Ele estava preparando o melhor para a minha vida! Ele iria colocar mais pessoas para me ajudar, ele não ia me desampara. O meu amigo Padre Dalcides continuava me ajudado, me orientando mostrando que eu era uma perola diante de Deus e do mundo. Que eu precisava me reerguer, buscar a minha autoestima buscar a verdadeira Marlene. Resgatar a essência que estava perdida em algum lugar no passado. Um dia ele me falou nunca perca o seu sorriso ele é um elo com Deus. No dia que você perder esse sorriso lindo vai entra em depressão. E eu sempre procurei mesmo entre lagrimas manter o meu sorriso. O Padre Dalcides me ajudou muito, foi um anjo enviado por Deus para me ampara nos momentos mais difícil da minha vida, ele tinha sempre uma palavra de apoio, uma palavra de carinho, eu sabia que podia contar sempre com sua ajuda. Mais chegou uma hora que ele sentiu a necessidade de seguir o seu caminho e eu fui obrigada a ficar sozinha andar pelas mais árduas pedra sem o seu apoio. Foram dias difíceis, noites mal dormidas acordava chorando precisava de um conselho, estava perdida não sabia o que fazer não confiava em ninguém ele foi a única pessoa que eu confiei ele nunca me julgou, só me ajudou. Agora eu não o tinha mais. Os dias seguiam a vida continuava as crianças estavam comigo, era um motivo á mais para eu me sentir fortalecida. Quanto ao financeiro por mais difícil que fosse, estávamos conseguindo nos manter mesmo com dificuldade. Um dia fui convidado para participar de uma reunião com alguém que estava saindo candidato a prefeito na época, eu fui e através dessas pessoas conheci um coaching que estava dando palestras de motivação, eu comecei a participar e absorver tudo que eu podia, cada palavra que ele falava eu ficava atenta precisava tirar as raízes que impregnavam o terreno do meu coração eu necessitava de um adubo diferente fértil. Necessitava de terra nova, ele estava me oferecendo uma oportunidade. Algo novo uma terapia agressiva como um choque para eu acordar sair do fundo do poço pensar em mim, me desapegar do passado seguir em frente com uma vida nova; buscando outros horizontes.

 Ele pegou o meu ponto fraco a vaidade a vontade de rejuvenescer. A vontade de trazer aquela menina de voltar. Aquela menina que eu conheci correndo no campo, deitando na grama, sentindo a brisa no rosto os cabelos soltos ao vento, com um sorriso que só uma verdadeira criança poderia ter. Aquela menina que galopava em um cavalo sentindo o gosto da liberdade. Sobre a proteção do olhar orgulhoso do seu pai. E nesse momento eu tive a certeza que essa criança não havia morrido, estava viva dentro de mim. Como? Eu ainda não sabia! Mais necessitava trazer essa criança de volta para a minha vida, para o meu dia a dia. E foi com esse pensamento que eu resolvi voltar a viver foi pensando no meu pai que sempre me amou, que nunca me viu crescer. Por que pra ele eu era a sua eterna criança. Eu era aquela menina que um dia no meio de uma tempestade ele foi me tirar dos galhos de um arvore. Por que ele sabia que eu estava chorando, sabia que eu estava com medo dos raios e dos trovões e que não ia conseguir descer daquela arvore, porque ela estava com os galhos molhados e deslizantes. Mais ele foi lá; e me tirou, me levou de volta para casa. E naquele momento eu descobri que, por mais que o meu ex-marido tentou não consegui matar essa criança. Nesse momento eu descobri que não era eu a Marlene que o incomodava, mais sim aquela menina que estava dentro de mim, que sentia um gosto diferente pela vida e tudo conquistava com o seu sorriso puro e inocente. Ele com a sua maldade tirou toda a inocência daquela menina colocando magoa, ódio e sofrimento em seu coração. Conseguiu sim fazer com que essa criança adormecesse dentro de mim por vinte e um anos. Mais ela acordou! Com uma vontade louca de viver. De lutar pela vida. Mais a magoa a dor a impediam de seguir em frente. Mais ela iria continuar lutando porque ela sempre foi uma guerreira e nada a impediria de lutar pela sua liberdade.

 Eu não perdia uma palestra ia a todas, e ali eu ouvia o que realmente eu precisava ouvir, era como se ele falasse comigo não tinha pena de mim era duro; as suas palavras me atingiam de uma forma diferente, me levando a refletir sobre a minha vida, sobre o tempo que eu perdi chorando as magoas, sentindo pena de mim; entrando na sintonia do meu ex-marido e desejando o mal para ele. Esse mal voltando para me atingir. Mais mesmo com todas essas injeções que eu estava recebendo, as raízes que estavam impregnadas no meu coração era mais fortes do que eu, não ia ser fácil me livrar delas com tanta facilidade, eu queria, mais no outro dia eu já estava envenenada, era uma confusão dentro de mim. Uma mistura de sentimentos, ódio e magoa ao mesmo tempo. O ódio é um sentimento tão negativo, difícil de conseguir se livrar dele, ele me atormentava vinte a quatro horas por dia, ele só quer vingança. Ele é um sentimento tão pobre, tão mesquinho. E era esse sentimento que predominava na minha vida. Eu continuava trabalhando na Autoescola, as crianças nos seus devidos empregos, eu estava dando seguimento com a minha terapia na casa Beth Lobo. E assim a nossa vida seguia em frente. Um dia eu estava em uma das palestras quando o coaching me convidou para trabalhar com ele, precisava de uma secretaria e eu tinha o perfil, aceitei imediatamente, uma das exigências dele era que eu fizesse um curso com ele de auto ajuda, como ele estava montando um curso no interior de São Paulo não foi difícil em seguida já fiz o gestec 30.

 Esse curso foi como um antídoto injetado na minha veia. Ele administrava o curso em um hotel fazenda eram três dias de duração sem muito descanso, e exigindo muita atenção dos participantes. Os exercícios da terapia eram bastante avançados, fiz o exercício do perdão foi o mais duro e mais difícil em toda a minha vida. Começar a trabalhar o perdão para o meu ex-marido e a família dele era exigir muito de mim. A final ele era o ruim eu sempre fui a vitima da historia. Ali eu descobri que não foram um ou dois sapos que eu engoli mais sim um brejo inteiro. Mais eu dei permissão para ele me empurrar esses sapos de garganta abaixo, eu permiti que ele me humilhasse, eu permiti o assassinato da minha criança interior, eu permiti que ele me anulasse como mulher e como pessoa, foi deixando as coisas acontecerem. Fui deixando ele usar a morte do meu pai para me neutralizar, me acovardei não lutando para que ele me respeitasse e respeitasse o acidente que tirou a vida do homem que eu mais amei, o meu pai. E ele com sua crueldade se aproveitando da situação para me manipular. Aquele curso estava mostrando o quanto eu fui relapsa comigo mesma. Estava me levando a uma reflexão de tudo que aconteceu no decorrer da minha vida, eu estava começando a me conscientizar dos meus erros e dos meus acertos. Era disso que eu precisava para acordar.

domingo, 6 de julho de 2014

Finalmente Meus Filhos Comigo...

Naquele dia ao sair do hospital eu já estava sabendo que na quarta feira o Silvio iria receber alta, o pai dele tomou a decisão que nos primeiros dias ele ficaria na casa dos avós, como ele concordou, eu não interferi, sempre respeitei a opinião deles não sei se por educação, para não invadir a privacidade deles ou por covardia da minha parte. Ele conversou comigo que ficaria nos avós mais sempre que pudesse viria nos visitar, pra mim, diante de toda a situação que eu vivi e estava vivendo já era uma vitória ter o meu filho perto de mim. Ele me pediu para fazer uma lasanha no domingo fazia muito tempo que ele não comia a  famosa lasanha da mãe dele estava com saudade; eu fiz, ele veio almoça comigo ficou o dia conversando brincando com a irmã no final da tarde foi embora, durante a semana ele sempre passava para nos ver aparentemente estava tudo bem. Mas uma noite, eu estava chegando do colégio por volta das 23:30h  vi as luzes acessas, janela aberta, estranhei por mais quente que estava na época a Silvia normalmente estaria com as portas fechadas. Ao entra perguntei o que estava acontecendo? Ela me respondeu! O seu ex-marido veio devolver o seu filho, falando que ele não tem capacidade para cuidar dele, eu respondi imediatamente que dessa vez ele estava com a razão. Ele não tinha responsabilidade para tomar conta de alguém, olhei e vi que todo o ás roupas do Silvio estavam jogadas no sofá, uma verdadeira bagunça. O Silvio estava na rua com aos amigos afinal ele foi criado naquele bairro e já fazia um bom tempo que ele estava afastado dos amigos. Eu sair e o chamei para conversar precisava saber o que realmente aconteceu, ele me explicou que a família do pai não queria aceitar que ele tivesse contato comigo e começaram uma discussão a qual envolveu todos da casa,  foi  feio e um pouco violenta o resultado foi que ele explodiu e resolveu que não queria mais aquela situação, O pai respondeu que ele escolhesse ficar com ele ou comigo por que com os dois não dava. Ele tomou a decisão de ficar comigo.


 A Silvia ficou contra mim não queria que ele voltasse para casa, devido tudo que ele já havia feito comigo, a falta de respeito, ás vezes que ele entrou em casa sem pedir autorização para pegar alguma coisa e levar para o pai dele, por todos esses motivos ela não o queria em casa. Mais como mãe eu não podia permiti que o meu filho continuasse nesse fogo cruzado, conhecia muito bem o poder de manipulação que o pai dele possuía afinal vivi sobre o domínio dele por vinte e um anos; se ele conseguir me manipular durante todo esse tempo imagina com o filho o estrago que ele poderia fazer na vida do menino, e falei com a Silvia que tínhamos que dar apoio ao irmão dela era necessária unir a família; o Silvio voltou conseguir um emprego foi trabalhar retomou os estudos foi para o mesmo colégio que eu estava e a nossa vida estava indo bem, o pai se afastou dos filhos definitivamente não quis mais nenhuma relação com eles. Passado algum tempo ficamos sabendo que a mãe dele estava doente, o câncer havia voltado, mais ele não avisou aos filhos. A doença da mãe dele se agravou levando-a a morte mais ele também não se deu ao trabalho de avisar aos filhos do falecimento da mãe. Uma vizinha que se preocupou em vim avisar para o Silvio que a avó dele havia morrido e estava sendo velado o corpo em um determinado cemitério, ele veio pra casa chorando ligou para a irmã, ela ficou tão revoltada que não quis tomar conhecimento. Mais eu sabia que eles estavam sofrendo o Silvio foi ao cemitério sozinho a irmã não quis ir com ele. Dias depois fiquei sabendo  como aconteceu, e como trataram o Silvio, ele não pode se aproxima ficou de longe presenciando tudo, doeu muito em mim quando tomei conhecimento e vi o quanto a família do pai dele era mesquinha, sem amor, pessoas vingativas sem coração nem na hora da morte se rendiam a um gesto de humildade. Na época havia sido lançado um CD tinha uma musica com o titulo “Tô nem Aí”. Eles cantavam direto essa musica foi à única maneira que eles encontraram para jogar fora o sentimento que sufocava, era como se algo estivesse preso na garganta deles, eu percebia que essa musica era como uma oração quando eles cantavam eles liberavam todo o sentimento negativo que o pai havia colocado em seus corações.

 Ficar com os meus filhos para mim estava ótimo, afinal foi tudo que eu pedi a Deus, e ele nunca me abandonou foi sempre presente na minha vida estava me dando o que eu mais queria os meus filhos junto comigo. A nossa vida estava indo muito bem os três trabalhando e dividindo as despesas não havia brigas o Silvio era quem reclamava porque em frente ao trabalho dele havia um lava rápido onde o pai ficava no sábado a maior parte do dia brincando com os filhos do dono desse lava rápido para provocar o filho. Eu não estranhava o conhecia muito bem e sabia o quanto ele era cruel e sabia pisar na ferida. Ele sabia como machucar alguém nisso ele era mestre. A final foram vinte e um anos de sofrimento sendo massacrada por ele. Sendo transformada em um lixo humano era assim que eu me sentia e ele estava fazendo o mesmo com os meus filhos eu tinha que encontra uma saída, não podia permitir que ele destruísse a vida dos meus filhos o Silvio havia tentado suicídio pela segunda vez, Deus o livrou da morte eu precisava sair do fundo do poço para cuidar dos meus filhos, apesar de estamos todos juntos eu continuava com o tratamento na casa Beth Lobo continuava com muito ódio isso eu não podia negar. Tinha que haver uma saída eu precisava encontra uma solução; não podia permitir que a mágoa o ódio invadisse mais a minha vida do que já estava invadindo. Mais como? Era mais forte do que eu. Esse homem precisava pagar por tudo que ele estava fazendo comigo e com os meus filhos era assim que eu pensava e queria que Deus agisse no meu tempo. E não no tempo dele.

domingo, 22 de junho de 2014

Deus na Vida do Silvio..

A partir daquele dia ele passou a me odiar mais ainda e com certeza deve ter feito um proposito para me prejudicar, em todos os sentidos. Como eu já havia dado entrada na minha separação só me restava aguarda o desenrolar do processo. Eu continuava trabalhando na Auto Escola e estudando, e na expectativa de que logo iria sair à separação á minha vida estaria resolvida, receberia um bom dinheiro, mas me enganei foram três anos de espera, um processo cansativo e desgastante onde eu era obrigada a receber um Oficial de Justiça para relacionar tudo que havia dentro da minha casa, ele chegou com ordem de contar até os talheres. A Silvia estava trabalhando, não na érea dela, mais em uma loja onde ela começou como temporária, no inicio do ano ela foi efetivada. Eu continuava sendo assistida pela casa Beth Lobo, eles me davam todo o apoio necessário mais ainda havia muito que fazerem por mim. O ódio continuava forte, eu não aceitava o que a vida estava me oferecendo era muita injustiça permanecia com o mesmo sentimento. Pena de mim mesma. Chorava porque andava de ônibus, se andava a pé também chorava! Jogava a culpa em todos mais não admitia nenhuma responsabilidade da minha parte. Continuava frequentando a igreja acreditando que iria conseguir um milagre que era me libertar daquele ódio que me corroía por dentro, tirando a minha paz de espirito; só pensando em vingança falando mal do meu ex-marido para a minha filha, sem perceber que era do pai dela que eu estava falando que aquele homem que eu tanto adiava, ou bom ou ruim era o pai dos meus filhos e eles não tinham culpa, eu o escolhi pra ser o pai deles, eu havia me casado com ele, quem não soube escolher fui eu. Agora eu não tinha o direito de descarregar toda a minha raiva, o meu ódio por ele nos ouvidos dela, porque era do pai dela que eu estava falado, ela o amava mesmo com as suas faltas.

 Os meses passaram quando eu menos esperei já era outubro o ano estava indo embora com a maior rapidez. Muitas coisas haviam acontecido no decorrer desses meses. O Silvio continuava morando com o pai dele não me procurava e nem me dava noticias. Eu e a Silvia estávamos vivendo a nossa vida. Agora ela tinha liberdade eu confiava nela e a deixava sair com as amigas, lembro-me a primeira vez que ela foi ao Playcenter me ligou parecendo umas crianças. Mãe eu estou livre, finalmente eu conheci uma noite de terror, aqui dentro esta cheio de monstros; rindo feliz como um pássaro que foi solto da gaiola. De alguma forma era gratificante saber que a minha filha estava podendo respira ter um pouco de liberdade, poder viver a vida com uma liberdade saudável. Sábado, 02 de novembro feriado, dia de finado na igrja ia ter missa varias vezes durante o dia; mais eu deixei para ir ao último horário participei da missa e como havia dois padres na igreja um deles estava no cemitério e eu resolvi espera-lo com a desculpa que queria dar um abraço nele. Ele demorou um pouco já passava das 18:00h quando ele voltou, realmente dei um abraço nele; mais ele olhou pra mim e perguntou se o meu filho estava melhor? Eu respondi que não estava sabendo de nada, e perguntei o que havia acontecido? Ele me respondeu que meu filho estava internado na UTI de um hospital próximo, eu já comecei a chorar não era justo que isso estivesse acontecendo e o pai dele não havia me avisado. Liguei para ele imediatamente mais não me atendeu, em seguida liguei para o meu irmão que conseguir falar com ele, e ficou sabendo o que aconteceu: em seguida me passou á informação de que o Silvio havia tentado o suicido pela segunda vez. Eu entrei em desespero não sabia o que fazer o hospital era fora de mão eu não tinha carro; lembrei-me da namorada dele e liguei para ela perguntando do Silvio? Ela me respondeu que não tinha noticias dela desde segunda feira; ligava pra ele mais o celular só dava na caixa postal, eu falei o que havia acontecido ela começou a chorar e veio com os pais me buscar para irmos ao hospital.

 Ao chegarmos ao hospital fui até a recepção pedir informação do meu filho, perguntaram o que eu era dele? Respondi que era a mãe! O moço me olhou estranho e pediu que eu fosse falar com a assistente social. Eu fui ela estranhou quando me apresentei falando ser a mãe do Silvio Araújo, e falou a mãe dele vem com o pai todos os dias na visita, eu abri a minha bolsa retirei o documento e passei para ela, expliquei o que estava acontecendo a mesma me pediu desculpas e foi ela ate a recepção pegou os crachás de visita e me autorizou a entra na UTI, para ver o meu filho. Entrei com a namorada dele mais antes de entrar havia um guarda sentado na porta para o qual eu tinha que dar o meu nome, ele perguntou quem eu era? Respondi sou a mãe dele! Ele riu e falou. O seu garoto acordou hoje na hora da visita e havia uma mulher com o pai dele lá dentro; justamente na hora que ele acordou. A senhora não imagina o escândalo que ele fez todos os médicos e enfermeiros correram para o leito dele, a mulher foi retirada na hora pela a equipe. Ele gritava que não queria essa mulher ao lado dele. Sinceramente eu fiquei feliz esse moço não poderia ter me dado uma noticia melhor, eu sabia da existência dela só não sabia que ela era tão suja, tão covarde ao ponto de permiti se passar pela mãe do meu filho. Entrei na UTI ele estava consciente ficou feliz quando nos viu estava lucido mais um pouco confuso que era normal diante da quantidade de medicação ele havia ingerido.

 Ficamos com ele o tempo permitido sair e prometendo que voltaria no dia seguinte. E foi o que eu fiz no domingo fui para o hospital fiquei com ele o tempo que me foi permitido, o hospital me comunicou que ele sairia da UTI na segunda feira. Mais na segunda feira antes que eu saísse para o hospital à psicóloga me ligou pedindo a minha presença no hospital necessitava falar comigo e com o pai dele, eu já estava me preparando para ir ate lá, só me apressei um pouco mais. Ao chagar ao hospital o pai dele já estava com a psicóloga. Ate hoje não sei o que o Silvio falou pra ela, mais ela não falou comigo participei da reunião mais todo tempo ela se dirigiu ao pai, e falou pra ele que era um direito do Silvio poder conviver com a irmã, ter uma relação saudável com a mãe. Ao termino da reunião ele foi embora querendo matar todo mundo eu resolvi falar com o medico que deu os primeiros socorros ao meu filho e descobrir que o Silvio havia ingerido 50 gardenal na terça feira ao meio dia e deu entrada no hospital na quarta feira as 23:00h meu filho estava inchado quase sem vida, obtive todas as informações necessária pedi uma declaração ao medico por escrito precisava deste documento anexado ao processo judicial. Não era justo meu filho não morreu porque mais uma vez Deus colocou a sua mão sobre a vida dele este foi mais um milagre de Deus na minha vida. Guardando o meu filho pela segunda vez.

domingo, 15 de junho de 2014

Buscando Justiça

Outubro foi embora deixando muitas tribulações. Depois que eu fui na. DDM. Delegacia dos Direitos da Mulher. Ele se recusou a levar a filha para o curso e devido a distancia ela foi obrigada a ficar em casa de uma amiga. Indo todas as segundas feiras e voltando na sexta feira enquanto isso eu ficava sozinha em casa era muito difícil suportar essa situação mais como só faltava um mês para terminar o curso qualquer sacrifício era valido. Novembro Chegou. Finalmente a Silvia finalizou o curso de técnica de enfermagem, mais diante da nossa necessidade ela foi procurar emprego temporário para poder me ajudar nas despesas de casa. O Natal estava se aproximando e a nossa preocupação era que pela primeira vez passaríamos só as duas em casa, não tínhamos dinheiro o suficiente e o pouco que tínhamos precisávamos economizar não sabíamos se em janeiro iria surgir alguma oportunidade de trabalho, na semana do Natal falamos muito sobre isso mais nada poderíamos fazer se o destino queria assim tínhamos que respeitar. Quem sabe no próximo Natal seria diferente. Mais no do dia 24 uma amiga me ligou querendo saber o que eu iria fazer para a ceia, falei sobre á minha situação; ela falou que também não sabia o que fazer estava trabalhando, eu falei vem pra cá, ela passou no mercado comprou o que faltava e fizemos uma linda ceia de Natal. Foi o meu primeiro natal depois da separação, acreditava que iria passar sozinha com a Silvia e não teríamos muitas coisas á mesa. Mais Deus providenciou não só uma linda ceia como mandou pessoas amigas para me fazerem companhia. Naquela noite até peru na minha mesa tinha. A minha casa estava cheia de jovens, todos rindo cantando os filhos dela e alguns amigos o meu sobrinho veio também com a esposa. Foram embora por volta das 3:00h da manhã. No outro dia ao meio dia estavam todos de volta. Foi um ótimo Natal! Mais uma vez Deus providenciou tudo para que eu não ficasse sozinha com a Silvia; seria muito triste principalmente pra ela. No Ano Novo tudo se repetiu foi uma festa com tudo que eu tinha direito cada um trazendo um prato.

 Chegou. 2003 com ele a esperança de uma vida melhor, eu conseguir um trabalho em uma Auto Escola com direito a um salario; dava para pagar às contas. Mais o ódio à raiva ainda preenchia o meu coração, muita amargura, desejo de vingança era um mistura de sentimentos dentro de mim, a revolta fazia parte do meu dia adia, eu não aceitava tanta luta da minha parte e ele vivendo numa boa gastando todo o dinheiro que eu havia ajudado ele a conseguir. Dava para perceber que o meu rosto se transformava em ódio, ao falar dele, chorava muito devido a minha a situação. Eu olhava e não via perspectiva, sentia um dos piores sentimentos que um ser humano pode sentir. Pena de mim mesmo. O medo se apoderava de mim, acordava a noite preocupada na incerteza do amanhã. Enquanto ele fechava bares bancando churrasco para a mulherada e gastando o que também era meu. Eu passava apuros tentando economizar cada centavo andado a pé, de ônibus, ficava na rua o dia inteiro para conseguir alunos para Auto Escola, trabalhava como corretora. Sentindo falta do que eu tinha antes resolvi procurar um advogado para fazer a separação alguns me falavam que era difícil; eu não ia ficar com quase nada, pelo fato dele trabalhar por conta própria e não ter carteira assinada e eu não teria como provar a renda mensal dele procurasse me conformar e se eu era acostumada a tomar café da manha com frios e frutas, podia esquecer que não voltaria mais a ter na minha mesa. A falta de justiça provocava mais revolta em mim fazendo com que eu cada vez mais chegasse ao fundo do poço. Cada dia que passava meu ódio só aumentava, e com esse sentimento tão negativo a tendência era me afundar cada vez mais.

 O Boletim de Ocorrência que eu registrei contra ele o qual havia representado. A audiência estava marcada  para o dia 10 de fevereiro, nesta data ele iria sentar em frente ao Juiz. Dias antes o advogado dele me procurou para fazer um acordo me propôs um terreno que nós tínhamos, a casa 100%  e mais R$30.000.00 a essa altura eu já havia entrado com o pedido de separação. Respondi! NÂO para advogado dele acrescentei que eu necessitava que a justiça me respeitasse afinal havia entrado com um litigioso porque o cliente dele não queria me dar à separação, retirando a causa eu estava dizendo para a Juíza, que não merecia o respeito dela. Na segunda feira ele sentou em frente á Juíza. Aquela sala demostrava um ambiente frio como tem que ser a justiça, ela não pode ter sentimentos. Ela tem que ser justa. Eu estava acompanhada pelo o advogado da casa Beth Lobo onde eu era assistida e fazia as minhas terapias, uma casa que apoiava as mulheres que sofria violência domestica. Ele foi condenado e a sentença dele era pagar cesta básica para uma instituição. Também foi orientado á durante cinco anos não se aproximar de mim, no decorrer desses anos o que acontecesse comigo ele seria o principal suspeito. Já foi uma vitória diante de tudo que eu havia passado ao lado dele.

domingo, 8 de junho de 2014

Resgatando a minha Dignidade.

Já era outubro. O final do ano estava próximo, sabendo que não havia nada que eu pudesse fazer em relação ao trabalho, fui vender bijuteria precisava fazer alguma coisa, não tinha como ficar parada; esperando algo acontecer. Como sempre fui uma ótima vendedora estava conseguindo uma boa clientela apesar de não ter um carro; fazia o meu trabalho a pé, mais a comissão era pouco e as coisas estavam difícil. Um dia passando pelo banco resolvi entra e ver o saldo da conta jurídica, havia disponível na conta R$ 2.038,00 pensei em fazer uma retirada mais tive medo, era como se eu estivesse praticando um assalto. Sai do banco entrei na loja de um amigo a funcionaria falou. Sabe quem esteve aqui ontem? Respondi não. Ela falou teu ex-marido e falou que queria ver você pedindo esmola de porta em porta, que o prazer dele era um dia te ver passando fome. Fui duro ouvir aquelas palavras, na hora sentir um nó na garganta mais engoli seco e mais uma vez falei. Tenho um Deus que me ama e nunca vai permitir que isso a aconteça. Saí da loja pensando no dinheiro que estava na conta bancaria tomei um ônibus e fui até o escritório de um advogado que eu sabia que poderia me ajudar. Ele me recebeu, conversou comigo e eu perguntei o que poderia me acontecer caso eu sacasse um pouco do dinheiro que estava banco, ele me explicou, que como sócia da empresa e mulher dele nada me aconteceria. Agradeci pela ajuda que ele havia me dado tomei outro ônibus e vim embora.

 Desci do ônibus em frente ao banco entrei e falei com um funcionário que já me conhecia e sabia o que eu estava passando, falei que queria fazer uma retirada da conta jurídica mais estava muito nervosa e não tinha nem cartão nem cheque e estava com muito medo, ele me mandou ir para fila e foi falar com o caixa que também me conhecia, fiquei naquela fila alguns minutos que se tornaram uma eternidade. Ao lado do banco havia uma delegacia eu tinha a sensação de que a qualquer momento entraria um policial e me levaria algemada. Foi complicado errei três o cheques avulsos mais no final conseguir retirar R$2.000 deixando os 38,00 para pagar o CPMF o caixa me perguntou se eu queria em dinheiro ou poderia transferi para minha conta física? Preferi fazer a transferência. Sai dali apavorada olhando para os lados parecia que eu havia roubado alguém e a policia ia me prender. Ao chegar a minha casa entrei e fechei todas as portas preocupada que ele aparecesse para pegar o dinheiro de volta, isso aconteceu em uma sexta feira, passou o final de semana não aconteceu nada eu fiquei despreocupada chegando a esquecer de que na segunda feira poderia acontece alguma coisa.

 Foi fatal. Na segunda feira era um feriado judeu. Por esse motivo não haveria aula para á Silvia, ela ficou em casa comigo; o dia estava lindo fazia um sol maravilhoso a Silvia abriu todas as portas comecei a limpar a casa, eu fui lavar roupa, o som ligado, eu nem lembrava mais do que havia feito estávamos descontraídas, quando a Silvia chegou perto de mim. ‘Falou mãe o pai esta no portão querendo falar com você. ’ Eu sai morrendo de medo ele começou a gritar que queria o dinheiro dele de volta mandando eu abri o portão que ele queria entra, eu falei que não ia abri, ele mandou o Silvio subir pelo portão, entrou pela janela e abriu a porta pra ele entra. Ele entrou começou a falar palavrões, chutou a mesa com as cadeiras quebrou a mola do meu fogão, me chamando de vagabunda e falando que queria o dinheiro de volta, se eu não devolvesse ele ia me matar fez o maior escândalo fiquei com vergonha dos vizinhos que estavam presenciando tudo, de camarote. Mais naquele momento decidi que seria a última vez que ele me chamaria de vagabunda pelo menos na frente dos meus filhos. Falei pra ele ir embora que dentro de meia hora o dinheiro estava na conta dele. Ele não queria ir mais fui firme ele não teve outra saída há não ser esperar eu ir ate o banco fazer a transferência.

 Quando ele saiu fiz algo que deveria ter feito há muito tempo. Liguei para 190 policia militar, em menos de 10 minutos chegou uma viatura na minha porta, eu já estava pronta para ir ate a Delegacia da Mulher. Falei com os policiais e eles me levaram até lá, deixei a Silvia sozinha em casa, mais, saí preocupada com o que poderia acontecer com ela não confiava nele.  Chegando á DDM o policial falou com a Delegada sobre a Silvia, ela imediatamente pediu o numero do celular dele, ligou pra ele e pediu que em 15 minutos se apresentasse na delegacia. Ele não demorou a chegar, estava com o meu filho querendo saber o que estava acontecendo, olhando pra mim e falando que era uma palhaçada tudo o que eu estava fazendo, com certeza não aconteceria nada, a delegada deu-lhe um belo chá de cadeira, chegando a mandar ele se colocar no seu devido lugar caso contrario mandaria algema-lo.  Ele só falava no dinheiro que eu havia retirado da conta que iria me processar. No final registrei a ocorrência e representei. A partir desse dia ele passou a me respeitar nunca mais passou na minha porta me chamando de vagabunda. Só depois que eu fui à DDM que ele passou a me respeitar. E eu conseguir recuperar a minha dignidade como mulher e como pessoa.

sábado, 31 de maio de 2014

Deus na Minha Vida.

Era uma fase difícil a que estávamos passando. Ele usava todos os meios que podia para nos atingir e como eu estava debilitada em todos os sentidos permitia que a sua maldade nos ferisse. A Nossa vida mudou completamente, os finais de semanas eram horríveis o dia não passava a solidão passou a fazer parte dos meus dias, era mais fácil chegar á segunda feira do que o final de um dia de domingo solitário. Como não havia mais a movimentação de entrada e saída dentro da minha casa, eu confundia com a solidão, porque a solidão já existia há muito tempo, vivíamos sobre o mesmo teto e mal nos cumprimentávamos. Mais a movimentação diária me levava a acreditar que ainda existia uma família, e não era verdade. Não tínhamos dinheiro para sair ás pessoas se afastaram, a minha situação financeira mudou totalmente passei daquela que ajudava para ser ajudada. Deixei de dar cesta básica para receber, na igreja começaram a me olhar como se eu tivesse traído o coitado, afinal agora eu era uma mulher separada. O preconceito ainda existe e muito! E, muitas me viam como mais uma concorrente, machucava muito o comportamento, a desconfianças de algumas pessoas. mais eu tinha que seguir em frente mesmo com a ferida aberta, não importava o quanto sangrava eu precisava continuar caminhando. por mais dolorido que fosse. Não dava para pará.

 Além dos R$15.00 ele não dava mais nada, era com esse valor que eu tinha que passar a semana. Liguei para a minha amiga Alaides como era ano de eleição ela me conseguiu um trabalho. Fui trabalhar como coordenadora de campanha de rua passei a ter o meu salario, não havia mais necessidade de me humilhar, pelo menos durante esses três meses eu tinha de onde tira as despesas de casa. A Silvia continuava indo com ele todos os dias. Mais ele não perdia a oportunidade de judiar dela. Eu decidi voltar a estuda era uma maneira de poder transferi os meus problemas ou esquecer o que eu estava vivendo, como não havia terminado o ensino médio fui fazer supletivo para concluir os meus estudos e poder cursar uma faculdade, que era um sonho que estava adormecido há muitos anos. Mais no momento o que mais me machucava era a atitude do meu filho, em relação a mim e a irmã, ele continuava nos machucando com a sua indiferença. Trabalhando durante o dia e estudando á noite fui preenchendo o meu tempo e esquecendo todo o sofrimento que eu estava vivendo; afinal encontrei algo para preencher os meus dias.

 A Silvia estava em fase de estagio, justamente nesse período ele resolveu que não a levaria mais, ela foi obrigada a ir de ônibus; e para chegar ao hospital onde fazia o estagio era obrigada a sair de casa as 3h30 da manhã todos os dias. Eu ficava desesperada ao ver a minha filha sair sozinha em um horário tão perigoso e eu não podia fazer nada, eramos duas mulheres vivendo sozinhas sem proteção alguma. Só que ás vezes diante do meu medo e do meu desespero eu esquecia que a minha proteção não vinha do homem, mais sim de Deus e ele não desampara os seus. Nesse horário passava na minha rua um motorista de ônibus indo para o mesmo terminal. E esse motorista era o pai de uma colega da Silvia. Deus preparou uma companhia para a minha filha todos os dias, ele não nos abandonou. O Silvio foi embora falando que não voltaria mais, passava por me fingindo que não me conhecia, mais a minha psicóloga havia falado que um dia ele voltaria mais eu nunca acreditei. Em um determinado dia eu estava esperando a perua da campanha vim me pegar quando eu vi o meu filho subindo a minha rua com a cabeça baixa e as mãos no bolso, fiquei na calçada esperando para ver o que ia acontecer. Ele se aproximou de mim com os olhos vermelhos de quem chorou a noite inteira. Olhou pra mim e falou Mãe eu preciso de ajuda.

Eu o abracei, parecia um milagre meu filho estava de volta. Ele entrou sentou á mesa tomou café e eu perguntei se ele queria ir trabalhar comigo na rua, ele aceitou imediatamente. Naquele dia ele ficou comigo o dia todo e me contou que o pai não estava falando com ele e nem dando dinheiro, também não estava fazendo compras de supermercado o deixando sem ter o que comer. Diante da situação não pensou duas vezes e veio procurar a mãe dele porque sabia que podia contar comigo a qualquer momento. No final dá tarde ele decidiu que iria à casa do pai  pegar algumas roupas e voltaria só que não voltou no outro dia ele apareceu falando que o pai ficou a noite inteira falando com ele, aconselhando a continuar em sua companhia que ele não devia ter me procurado porque eu nada tinha a oferece, ele resolveu a continuar com o pai dele. A minha psicóloga viu como o inicio de uma nova historia mais eu não quis criar expectativa já havia sofrido muito para alimentar esperanças. Terminou a campanha eleitoral o candidato para o qual eu trabalhei venceu as eleições para presidente. E eu fiquei desemprega, não tinha ideia do que iria fazer daquele dia em diante.