sábado, 24 de outubro de 2020

Violência Doméstica na Quarentena.

O número de mulheres sofrendo com a violência doméstica. Vem aumentando assustadoramente. 
A quarentena que está nos obrigando a viver no isolamento longe de tudo e de todos o estresse do dia a dia, a situação financeira, a incerteza do amanhã, faz com que o homem transfira a sua insegurança para a sua companheira.
 Levando-a a responder pela responsabilidade do que estamos passando. 
O vírus aumentou sim, o número de mulheres sofrendo, e sendo vítimas da violência doméstica.
 Mas ele ajudou para que muitos homens tivesse a oportunidade de revelar o seu machismo, usando a mulher como um alvo; no qual ele pudesse descarregar a sua falta de capacidade para enfrentar uma situação que exige equilíbrio emocional o qual está faltando muito no ser humano. 

Sim temos consciência que a crise que vivemos e estamos vivendo; mexeu muito com o emocional do homem o qual não justifica a carga emocional que está sendo colocada nos ombros da mulher.
 A mulher é considerada, a única responsável pelo desequilíbrio emocional do companheiro. 
Ele agride e ela leva a culpa. 
Entre as quatro parede não há testemunha. 
E a sociedade se sente no dever de julgar essa mulher, a família que deveria apoia-la. 
É a primeira a condena-la. 
Só quem vive ou viveu o ciclo da violência doméstica pode entender o que uma mulher passa dentro de um lar abusivo.
 Hoje a mulher está vivendo duas guerras.
 A guerra da violência doméstica e a guerras do vírus. 
Não sabemos qual das duas está matando mais.
 Aquela que está matando a sua alma tirando o seu brilho, destruindo a sua autoestima e levando-a: a depressão?
 Ou a guerra do vírus?
 Sabemos o que, o coronavírus tem causado no nosso planeta. 
Mas conhecemos o antídoto para combater este vírus; é olhar o próximo com amor, poderíamos atravessar a crise com menos sofrimento.
 As nossas crianças são as principais vítimas. 
Elas presenciam as agressões entre os pais. 
Em um lar abusivo o que mais tem, é falta de respeito com os filhos, dentro da nossa incapacidade de raciocinar não percebemos que estamos arruinando o nosso bem maior. Os nossos filhos, eles são as principais vítimas do nosso desamor, da nossa falta de equilíbrio emocional, muitas vezes amamos tanto os nossos filhos que não deixamos eles terem liberdade de expressão e não falamos do que sentimos por eles. 
Nos falta coragem de demonstra o nosso sentimento. 
Um ato de amor poderia transformar a vida desses jovens na incerteza do: será que, os meus pais me amam? 
Consome a sua alma dia após dia. Infelizmente hoje a casa não é mais um lugar seguro onde a criança ou o jovem venha a se sentir protegido, o abuso sexual aumenta com o confinamento do isolamento causado pelo novo coronavírus, as denúncias vem sendo cada vez menor, as ameaças que são feitas as vitimas levam ao silencio do medo. 
O qual podemos dar o nome do silencio da dor. 
Muitos membros da família compartilham o mesmo espaço com a pessoa que os abusa e o medo os obrigam a se manterem no silencio, por que foi feita ameaça de matar alguém que a vítima ama.
 Á covardia da pessoa que abusa de uma criança é grande, ela não tem limite. 
As ameaças são constantes contra os adolescentes, desenvolvendo adultos tímidos e amedrontados.
 Um jovem me procurou depois de uma palestra e me falou que foi abusado por muito anos por um tio. Ele falou que hoje sente que estar desenvolvendo um adulto aterrorizado dentro dele.
 (Me sinto covarde. Um covarde que não tem atitude para enfrentar a vida de cabeça erguida. O meu passado me acompanha todos os dias; diante do que eu vivi durante a minha infância sinto-me impotente e sujo para me relacionar com alguém; as vezes acredito que não vou ter forças para ir adiante é como se mesmo tomando banho todos os dias a sujeira estivesse impregnada em mim. Não me sento digno! Olhando para os meus pais e os meus irmãos me pergunto. Como seria a minha vida hoje se eles soubessem do que aconteceu comigo?) 
Sinceramente?
 Eu chorei junto com aquele jovem. 
Conversamos muito, mostrei a ele que o covarde foi o tio que sem pudor e sem moral o abusou por tanto tempo; ele foi uma vitima inocente de um monstro que convivia no mesmo lar. 
Aconselhei esse jovem fazer terapia, onde ele ia se encontrar com ele mesmo, e ter a oportunidade de se perdoar, se olhar no espelho; sem medo, ter a coragem de seguir em frente ser um homem normal, poder se amar, e ter alguém para dividir as suas dores e as suas alegrias. 
Tempo depois recebi uma mensagem. 
Obrigado por ter me orientado a cuidar mim. Está renascendo um novo homem dentro de mim. Deus te abençoe na sua missão! Parei, refleti e agradeci a Deus por ele ter me resgatado para esta missão. Gratidão!

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