domingo, 15 de fevereiro de 2015

Voltando Para a minha casa.

Apesar de todas as circunstancias eu era obrigada a seguir em frente sem ter o direito de olhar para trás. Eu não podia dar espaço para dor, não havia tempo para sofrer, era necessário continuar lutando. Ser excluída do casamento do meu filho foi algo que eu não esperava. Foi difícil para eu aceitar ou mesmo entender a decisão dele. Mais por outro lado eu sabia o quanto ele era manipulado pelo pai não havia como o responsabilizar pelas suas atitudes. O meu ex-marido sempre foi cruel atirava nos filhos para acertar em mim. E mais uma vez ele estava jogando sujo, mostrando o quanto ele era mesquinho. O quanto ele era pequeno, diante das suas atitudes se revelava um verdadeiro tirano. Eu como mãe teria que ser coerente e sábia para lidar com a situação. O meu coração de mãe teria que falar mais alto. Perdoar o meu filho era necessário. Permitir que o ódio do meu ex-marido e a atitude covarde dele ganhasse espaço seria falta de inteligência da minha parte. Eu jamais poderia permitir que ele tivesse forças para me destruir a minha confiança em Deus me impulsionava á cada dia. O amor que eu cultivava pelos meus filhos era puro e verdadeiro eu não necessitava de arte-manhã ou mesmo jogar sujo para conseguir os ter ao meu lado, não importava a distancia eu sabia que eles eram meus filhos haviam saído de dentro de mim, isso era fato e ninguém poderia falar o contrario. Afinal foi por eles que eu suportei uma vida de humilhação. Ou melhor, eu acreditava que era por eles, não admitia que fosse por medo, a minha covardia me levou á usar as crianças como desculpa. Durante todos esses anos eu suportei as grosserias dele, permitindo que ele me manipulasse. Agora eu teria que agir de uma maneira diferente curando a ferida permitindo que essa ferida cicatriza-se. Eu não poderia mais dar poderes para esse homem continuar me destruindo o que ele fez comigo durante todos esses anos, foi o suficiente. Era chegada a hora de dar um basta nessa situação, eu já havia sido maltratada de uma maneira tão cruel, tão sórdida ao passar desses anos. Chegou a hora de cuidar mais de mim afinal estava na hora de pôr em pratica todo que eu havia aprendido nos cursos de alto-ajuda.

 Precisava continuar subindo a montanha estava sendo difícil havia pedras no caminho, e pedras grandes que eu não conseguia remover era necessário contornar os obstáculos. Mais eu não sentia medo por mais difícil que fosse o contorno eu tinha disposição para o fazer. O importante era chegar ao topo da montanha. O importante era erguer a bandeira da vitória e gritar para todos que queriam me ver derrotada. Eu Venci. E foi com essa vontade que eu continuei a minha caminhada. Mais havia momentos que por mais que eu sentisse vontade. Por mais que eu tivesse garras eu desmoronava, havia saído da minha casa da minha zona de conforto estava morando em um apartamento não conhecia ninguém me sentia deslocada de tudo e de todos, era como se eu estivesse fora do meu ninho, do meu aconchego; não estava me adaptando á nova moradia sentia algo estranho naquele ambiente, me sentia triste desprotegida parecia que estava em outro mundo, eu não pertencia aquele ambiente. O que eu poderia fazer minha casa havia sido alugado por 30 meses era necessário espera o tempo do contrato para voltar. Resolvi que iria procurar outro lugar para morar encontrei um apartamento em Diadema aluguei, entreguei o que eu estava morando em São Bernardo do Campo paguei multa de rescisão de contrato. Fiquei em uma situação financeira que comecei a comer miojo duas vezes ao dia para poder pagar as minhas contas, os juros que o meu fornecedor estava me cobrando era muito alto e com isso estava levando todo o meu capital sem falar que eu estava quase entrando em depressão. Fui morar perto de uma cliente que me ajudava muito eu não saia da casa dela era um casal maravilhoso, eles praticamente me adotaram, tinham duas filhas que me adoravam. E foi através do carinho deles que eu fui me fortalecendo.

 A Silvia foi morar no Paraná para me ajudar, deixando-me sozinha, no dia que eu a deixei na rodoviária ao voltar para casa chorei tanto me sentindo só e abandonada, mais havia uma águia dentro de mim por mais que eu esquecer-se ela sempre me dava um alerta. Oi eu estou aqui pronta para voar. Parei de sentir pena de mim e voltei á luta, trabalhava a noite inteira se necessário nos hospitais e delegacias o importante era vender o meu produto e ganhar o dinheiro que eu tanto precisava. Conseguir entrar no DEIC  por indicação de um amigo delegado quantas vezes chegava em casa na madrugada trabalhando, me arriscando aos perigos que a noite oferecia, algumas vezes ao chegar em casa ter pessoas estranhas na minha rua, e para eu abrir o meu portão ser necessário ir pedir uma viatura para me dar cobertura.   Nesse meio tempo fui convidada a sair candidata á vereadora em S.B.C. Aceitei o convite foi a maior loucura que eu fiz na minha vida descobri o quanto o mundo da politica é sujo e vergonhoso, trabalhei três meses na campanha não fui eleita mais serviu para ganhar experiência e ver que não fazia parte do meu mundo. Durante a campanha cheguei a perder alguns clientes que nunca mais recuperei, mais também ganhei outros que se mantem fiel. Nesse meio tempo voltei para a minha casa entrei no meu ninho de conforto senti que a partir daquele dia tudo iria mudar a minha vida seria diferente estava na minha casa que foi um presente de Deus.

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