domingo, 9 de março de 2014

Uma Luz no Horizonte.

Fizemos o ultimo passeio juntos á Pernambuco, a minha mãe já não morava mais no sitio, há algum tempo havíamos alugado uma casa na cidade para ela mora, a vida no sitio não era mais a mesma, a tranquila de antes já não existia, causávamos preocupação a permanência dela lá sozinha. Na cidade ela estava perto da  Luiza  que podia cuidar dela. Eu e o meu irmão Toninho pagávamos o aluguel  a Luiza cuidava dela, esse era o combinado! Aconteceu varias vezes eu ser obrigada a fazer o deposito para pagar o aluguel da minha mãe e ser obrigada a jogar o comprovante do deposito no lixo do próprio banco. Porque ao chegar á casa a briga seria violenta, ele tinha o habito de vasculhar a minha bolsa para ver o que encontrava. E quando encontrava o recibo do deposito que eu havia feito era briga pra mais de uma semana. O engraçado era que ele procurava encontra bilhetes ou endereço de alguém, eu não tinha ninguém e nunca tive mais eu tremia de medo quando ele começava a vasculhar a minha bolsa. O problema era tão grave que em alguns momentos eu vivia as loucuras dele. Eu era uma pessoa que sentia medo de tudo que se relacionava a ele eu tinha medo quando ele chegava á casa e eu estava atendendo ao telefone ou tinha alguma pessoa comigo, vizinha ou amiga. Tudo me era aflição.

 Chegou á data do aniversario da minha mãe ela completaria 80 anos, eu estava me preparando para viajar, iria passar com ela esse dia, afinal é uma data muito bonita, eu não poderia deixar de está presente neste dia tão importante na vida dela. Fui levada a tomar decisão sozinha ele não participou em nada. Ao contrario, procurava me tirar á paz de espirito com os insultos, e a sua desconfiança para comigo me provocando falando “Que eu não iria só ao aniversário da minha mãe, provavelmente encontraria alguém, esse era o verdadeiro interesse da minha viagem”. Mesmo contrariando a sua vontade eu viajei fiquei uma semana fora, infelizmente os problemas foram comigo, com a minha estrutura emocional não havia possibilidade de me desligar do mesmo. Aproveite para refletir sobre a minha situação, o que havia feito da minha vida? Todos que me conheciam, sabiam que sempre fui uma menina segura e decidida, mais a vida me transformou em uma mulher frágil, insegura sem capacidade para tomar atitudes. Será que eu iria ter coragem de tomar uma decisão e mudar o ruma da minha historia?

 Foi com este pensamento que eu retornei a São Paulo, como eu iria agir não sabia, mas tinha que fazer alguma coisa em meu beneficio! Esse pensamento foi amadurecendo dentro de mim, só que os conflitos que aconteciam no dia a dia me deixavam insegura para tomar uma decisão. O medo era o meu maior inimigo, mas a situação estava ficando insuportáveis, as brigas tomando rumos assustadores, ele voltou a me agredindo fisicamente, chegou a jogou uma mesa com o café da manha em cima de mim, ao ponto de me dá um banho com café quente, eu não poderia permiti que isso continuasse. Pensei em me separa mais me veio o medo, à insegurança, como eu poderia manter a casa o meu sustento e o sustento dos meus filhos? Eu não tinha capacidade de me manter sozinha ouvi essas palavras dele tantas vezes, aquela vozinha dentro de me que falava. “Ruim com ele pior sem ele” Ele havia saído de casa varias vezes e sempre voltava; mais eu sempre pensei, no dia que eu sair será definitivo.

 Um dia liguei para uma amiga convidando-a para ir à igreja de São Judas no Jabaquara, queria me confessar, mas ela comentou que gostaria de um dia poder ir ate o Padre Dalcides Biscalquin, pois o mesmo tinha um programa na TV canção Nova,  me passou o horário do programa sugerindo que eu o assistisse, vi o programa e fiquei encantada com a pessoa do Padre o seu olhar puro o sorriso inocente como o de uma criança, e decidi que era com ele que eu ia me confessar. Liguei na TV falei com uma amiga ela me passou o telefone da secretária dele; falei com ela e marquei horário tanto pra mim como pra minha amiga. Dois dias depois estava sentada diante dele falando sobre a minha vida, relatando o meu sofrimento a maneira como eu era tratada pelo homem que um dia jurou me amar e prometeu que iria cuidar de mim, mas fez o contrario de tudo que havia prometido, tirou de mim tudo que eu tinha de mais precioso. A minha liberdade, meu amor próprio a minha transparência, me obrigando a usar uma mascara fingindo ser o que eu não era. Aquela menina que um dia nasceu para voar, porque ela tinha as garras de uma águia,  agora estava perdida em um pântano, sem esperança de um dia voltar a voar. Ele me ouvia com tanto carinho que naquele momento percebi que não estava mais sozinha. Havia encontrado um amigo.

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