No dia seguinte fomos para o hospital, eu estava ansiosa para ver o meu filho queria saber como ele estava, sabia que seria colocado um aparelho na perna dele, só não sabia como tinha sido o resultado, apesar do médico falar que tudo correu bem. Ao chegarmos ao hospital nas primeiras horas do dia, o medico já estava fazendo o curativo no Silvio, junto com a enfermeira, ele estava no quarto, havia saído da UTI fiquei assustada quando vi a quantidade de ferro na perna dele, tinha exatamente 28 furos em sua perna, mas ele estava bem, apesar de ser uma criança com apenas oito anos, ele aguentava firme a situação era mais forte do que eu.
Alguns dias depois, ele recebeu alta e naquele dia eu tive a certeza que ele não voltaria mais para o hospital, pelo menos para ficar internado poderia acontecer tudo, menos a doença voltar. Ele saiu do quarto em uma maca e foi cantando uma musica ate o carro, ele que era uma criança tímida, quebrou a timidez e cantando pediu a Deus um Rio de água viva. É naquele dia foi essa musica que me deu a certeza da cura do meu filho. Deus realmente usou as mãos do médico como instrumento. E foi com essa musica que ele emocionou a todos que trabalhavam naquele hospital.
Existe um poço. No meio do deserto
O povo passa perto. Da sede a reclamar
Eu quero um rio de água viva!
Eu quero um sopro de esperança.
Minha alma segue e não se cansa
De caminhar...
Se tu soubesses/ quem pode dar-te a vida.
Seria dissolvida/ A mágoa mais cruel
Jesus é vida/ Vencendo toda morte.
Mudando a nossa sorte/ A livrando-se do
mal.
Em casa. Só que dessa vez foi diferente ele estava bem, apesar de todos os cuidados que foram tomados; íamos ao hospital dia sim, dia não, os médicos acompanhavam a formação do osso da perna dele, por que o organismo estava formando o osso no espaço vazio que o médico deixou. O tempo foi passando ele estava se recuperando as brigas tinham parado devido o estado de saúde do nosso filho. Mas durante o processo de recuperação o Silvio exigia muito de nós ele não andava ficava sempre na cama, isso para uma criança da idade dela era cruel vendo as outras crianças brincando e ele parado sem poder participar das brincadeiras.
As brigas voltaram com mais frequência, ele achava que não tinha obrigação de ficar em casa nos finais de semana, que poderia sair para se diverti, mas o menino pedia a presença do pai. O Silvio ficou um ano sem andar, perdeu o segundo ano letivo, foram três anos de tratamento; no terceiro ano, nós levávamos á escola todos os dias, ele era o primeiro a entra e o primeiro a sair não participava do recreio ficava em sala de aula, sempre com a professora.
Quantas vezes fui obrigada a carrega-lo no colo, como só tínhamos um carro na época e o pai trabalhando, sobrava pra mim.
Foram dias difíceis, mas, conseguimos supera, o importante era ele não perder mais um ano de estudo, uma vez ou outra surgia uma surpresa, e éramos obrigados a sair correndo para o hospital, preocupados achando que ele tinha quebrado a perna por que caiu, mas ao chegamos ao consultório e ver o raios-x suspirávamos aliviados, nada aconteceu só o susto. E no decorrer desse tempo acompanhei. Aparelho sendo retirado, gesso sendo colocado. E depois de tanto tempo eu pude ver o meu filho dando os primeiros passos. Eu vi o meu filho voltando a andar com o auxilio de muletas. Mas estava andando.