Lembro-me perfeitamente do lugar, eram dois cômodos e um banheiro uma verdadeira bagunça não tinha piso, a cobertura foi feita de telhas, as paredes de blocos, sem rebocos. E foi neste lugar que eu fui morar, sem nenhum conforto; não tinha quintal era tudo terreno, quando chovia mal dava para saímos de dentro da casa, isso é se podíamos chamar de casa? Seria mais adequado chamar de barraco.
Aqueles dois cômodos foram construídos no lugar mais alto do terreno, fazia muito frio, o telhado sempre ameaçava voar com a força do vento. Vivendo naquele lugar precário, ao lado de uma favela. Matriculei as crianças na escola e como sempre, continuei na minha vinda simples de dona de casa passei a viver de pia, fogão e tanque. Não reclamava apesar de todas as dificuldades que eu passava junto com as agressões que eu sofria. Lembro-me de quando a minha mãe vinha nos visitar ela não falava nada, mas o seu olhar em volta daquele barraco expressava sua decepção em ver o lugar onde sua filha morava.
Com o passar do tempo ele foi tentando melhorar aquele barraco, colocou piso, jogou um cimento no quintal passou massa nas paredes, tampou os buracos para diminuir a passagem do vento, e aquecer o ambiente; tornar o lugar um pouco mais agradável. Continuamos vivendo a nossa vida, mas o pai dele resolveu ir morar dentro do mesmo terreno que nós, estávamos morando. E com a chegada da família a situação só vieram á piorar, as brigas passaram á ser com mais freqüência, ele passou a me maltratar mais ainda.
As minhas crianças não tinham liberdade á prioridade era sempre dos filhos da irmã dele, os meus filhos ficavam sempre em segundo plano.
E para complicar a situação o Silvio teve uma doença que quase o levou á morte. Foram três anos de tratamento.
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