Naquela noite, sozinha com duas crianças, um marido opressor, sem ter a quem pedir ajuda, não sabia o que fazer. Chorei! Senti medo. A noite seria longa, não tinha idéia do que ele era capaz de fazer comigo. As crianças assustadas; eu não conseguia entender o porquê da situação, como alguém poderia transformar a vida em um verdadeiro inferno? E tão rápido. Não sabia como reagir.
Peguei as crianças, dei banho, jantaram. Em seguida fui com elas para o quarto, quando dormiram fui até a cozinha ao passar pela sala percebi que ele estava dormindo no sofá. Senti vontade de tomar banho, mas estava com medo que ele pudesse acordar; peguei uma faca que costumava usar para cortar carne, levei comigo para o quarto e coloquei debaixo do travesseiro.
Deitei-me ao lado das crianças, mas não consegui dormir. Estava frio e a sensação era que as horas não passavam. Estava desconfortável e não conseguia me aquecer, com a mesma roupa que usei durante o dia: calça jeans e tênis. Durante a noite, ele entrou no quarto, várias vezes acreditando que eu estava dormindo. Chamava-me e perguntava se eu não ia embora.
O dia já estava amanhecendo quando consegui dar um cochilo. Não demorou muito ele chegou e disse: “levanta, pegas suas coisas e vai embora!”. Eu abri os olhos, suspirei e pensei: “não foi sonho, o pesadelo continua”. Levantei, fiz café e preparei o leite para as crianças. Na sala roupas, sapatos, tudo que era meu estava ali jogado no chão. Ele me torturando, querendo que eu fosse embora e não voltasse. Deixe-o falando e fui ligar a TV para as crianças assistirem desenho animado. Naquele exato momento, o Papa João Paulo II estava rezando um Pai Nosso pelo dia Mundial da Paz. Era uma segunda feira dia 27 de outubro de 1986.
Chorando, rezei junto com o Papa e pedi uma luz para Deus. Supliquei pela paz na minha casa, já não estava mais aguentando aquela situação. Pedi que Ele me ajudasse, olhasse por mim e pelos meus filhos, que desde o sábado presenciavam aquelas cenas. Passou algum tempo e eu tomei uma decisão. Iria à casa dos pais dele ver o que poderiam fazer por mim. Peguei a bolsa e sai deixando as crianças com ele, afinal, era o pai e com certeza não ia fazer nenhum mal a elas.
Pensando assim fui embora, mas quando desci do ônibus e estava atravessando a rua ouvi uma voz chamando mamãe! Olhei e era a minha filha. Levei um susto! Logo que sai de casa ele pegou as crianças, colocou no carro e veio atrás de mim, seguindo o ônibus. Em frente ao ponto de ônibus tinha um supermercado; ele entrou, estacionou, foi até a lanchonete como se nada estivesse acontecendo e pagou lanche para todos nós. Me chamou para fazer compras porque não tinha nada em casa e o armário estava vazio. Eu olhava e não acreditava no que estava acontecendo, mas confesso estava feliz: tinha acabado de receber um pouco de migalhas e ele estava me tratando bem.
Peguei as crianças, dei banho, jantaram. Em seguida fui com elas para o quarto, quando dormiram fui até a cozinha ao passar pela sala percebi que ele estava dormindo no sofá. Senti vontade de tomar banho, mas estava com medo que ele pudesse acordar; peguei uma faca que costumava usar para cortar carne, levei comigo para o quarto e coloquei debaixo do travesseiro.
Deitei-me ao lado das crianças, mas não consegui dormir. Estava frio e a sensação era que as horas não passavam. Estava desconfortável e não conseguia me aquecer, com a mesma roupa que usei durante o dia: calça jeans e tênis. Durante a noite, ele entrou no quarto, várias vezes acreditando que eu estava dormindo. Chamava-me e perguntava se eu não ia embora.
O dia já estava amanhecendo quando consegui dar um cochilo. Não demorou muito ele chegou e disse: “levanta, pegas suas coisas e vai embora!”. Eu abri os olhos, suspirei e pensei: “não foi sonho, o pesadelo continua”. Levantei, fiz café e preparei o leite para as crianças. Na sala roupas, sapatos, tudo que era meu estava ali jogado no chão. Ele me torturando, querendo que eu fosse embora e não voltasse. Deixe-o falando e fui ligar a TV para as crianças assistirem desenho animado. Naquele exato momento, o Papa João Paulo II estava rezando um Pai Nosso pelo dia Mundial da Paz. Era uma segunda feira dia 27 de outubro de 1986.
Chorando, rezei junto com o Papa e pedi uma luz para Deus. Supliquei pela paz na minha casa, já não estava mais aguentando aquela situação. Pedi que Ele me ajudasse, olhasse por mim e pelos meus filhos, que desde o sábado presenciavam aquelas cenas. Passou algum tempo e eu tomei uma decisão. Iria à casa dos pais dele ver o que poderiam fazer por mim. Peguei a bolsa e sai deixando as crianças com ele, afinal, era o pai e com certeza não ia fazer nenhum mal a elas.
Pensando assim fui embora, mas quando desci do ônibus e estava atravessando a rua ouvi uma voz chamando mamãe! Olhei e era a minha filha. Levei um susto! Logo que sai de casa ele pegou as crianças, colocou no carro e veio atrás de mim, seguindo o ônibus. Em frente ao ponto de ônibus tinha um supermercado; ele entrou, estacionou, foi até a lanchonete como se nada estivesse acontecendo e pagou lanche para todos nós. Me chamou para fazer compras porque não tinha nada em casa e o armário estava vazio. Eu olhava e não acreditava no que estava acontecendo, mas confesso estava feliz: tinha acabado de receber um pouco de migalhas e ele estava me tratando bem.
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