sábado, 7 de outubro de 2017

Em Busca de uma Vida Plena.

Durante o tempo que eu estive ausente deste blog. Serviu para eu refletir sobre a minha vida. Sobre tudo que eu passei, durante todos esses anos. Cheguei á conclusão que não tenho nada para escrever. Á não ser, falar do amor. Esse sentimento maravilhoso que está mudando a minha vida. Amor pela vida, amor pelo ser humano, amor pela natureza, amor por cada ser vivo que Deus criou na terra. É, esse amor que me move hoje, esse amor que me motiva á cada amanhecer, é esse amor que me faz ser diferente todos os dias. Vivo hoje procurando ser uma pessoa melhor; uma pessoa diferente; aprendendo a perdoar o próximo; buscando o meu. (Eu Superior.) Esquecendo tudo que eu passei no decorrer da minha vida. Percebi que só através do amor e do perdão poderia chegar a algum lugar. O lugar que eu sempre sonhei que um dia encontraria. Hoje, olhando a natureza sinto a beleza de Deus nas flores do campo, nas arvores, na chuva que molha a terra, no lago sereno refletindo os raios do sol no surgir do amanhecer, nos pássaros cantando felizes a voar pelos ares sem se preocupar com o dia de amanhã.

E vejo como nos tornamos pequenos na nossa busca desesperada pelo o Ter. Esquecendo o Ser que é tão importante para cada um de nós. Ser feliz, ser amado, ser uma pessoa boa, ser inteligente, ser amigo, ser solidário com o próximo. É tanto Ser que esquecemos o verdadeiro significado, nos preocupando com o Ter. Ter dinheiro, ter poder, ter sucesso, ter conforto, ter um belo carro, uma bela mansão, etc. Dentro do meu mundo esqueci as maravilhas que Deus me proporcionou aproximando pessoas amigas que estavam ao meu lado me ajudando a vencer na vida, pessoas que eu nem conhecia mais de repente se tornavam anjos; estendendo-me a mão e mostrando que eu era alguém para a vida e para Deus. Voltei o meu olhar para cada ser humano e comecei a ver as suas qualidades esquecendo os seus defeitos que antes era tão visível diante dos meus olhos. Olhar o mundo com os olhos do amor é diferente de quando olhamos com o peso do julgamento passando a criticar cada atitude, cada gesto do nosso irmão: permitindo que a minha pequenez, a minha subalternidade me levasse ao extremo do meu julgo. Esquecer a negatividade que tanto me machucou é uma dadiva de Deus, me deixando sentir a leveza da vida, deixar o amor fluir dentro de mim, podendo chamar de milagre.

 Milagre esse que só o gesto do perdão pode nos proporcionar. Quando perdoamos alguém ou nos perdoamos ao fazê-lo nos libertamos do passado e permitimos que o nosso verdadeiro potencial seja realizado. O perdão permite que sejamos livres de crenças e atitudes limitadas. O perdão liberta o nosso emocional nos levando a ser uma pessoa melhor. Quando somos capazes de perdoar nos abrimos ao sucesso. Conforme aprendemos a perdoar o que parecia impossível não apenas se torna possível, mas até mesmo mais fácil de alcança. Á medida que vamos aprendendo a perdoar, percebemos que as nossas habilidades que estavam adormecidas dentro de nós irão emergir e podemos descobrir que somos mais forte e capaz do que imaginávamos ser. Parte de nós que não podia florescer no solo frígido da falta de perdão irão começar a crescer nós livrando de apertos e dificuldades, nos será mostrado um fluxo fácil e a vida será muito mais prazerosa e muito mais agradável. Era esta vida que eu buscava mais não sabia como alcança-la. Uma vida de paz, plenitude e abundancia. Levei algum tempo para descobrir que só através do perdão poderia dar inicio a minha caminhada.

domingo, 21 de agosto de 2016

Aniversario do Meu Tio.

Como a vida ensina! O segredo é se entregar ao trabalho ele se encarrega de cicatrizar todas as feridas, e, foi me dedicando ao trabalho que eu conseguir supera todas as adversidades que a vida nos propõe, agora não poderia ser diferente. O amor que eu sempre dediquei ao que eu faço me tornou uma mulher feliz e vitoriosa. Sempre olhei para a vida com otimismo e confiança, aprendi a acreditar no meu futuro a ter gratidão pela vida, e pelos meus amigos e clientes. Tudo caminhava bem, as crianças crescendo; a Gabrieli muito bonita e inteligente, junto com a Alice preenchia os nossos dias. Durante a doença do meu irmão encontramos uma prima que não víamos a mais de 40 anos, e através dela conheci todos os membros da família, ela é sobrinha do meu pai e não tínhamos muito contato com a família dela, fomos criados um pouco distante, por morarem longe e cada um ter seguido o seu caminho. O pai dela estava completando 80 anos e para comemorar essa data eles iam dar uma festa e pretendiam reunir todos da família. Ela me fez o convite, mas, como o meu tio morava em outro estado relutei um pouco para decidir se ia ou não fazer essa viaje, no final resolvi que iria. Comprei uma passagem de avião para Aracaju ida e volta sair de São Paulo na sexta feira de manhã ao chegar a Aracaju fui surpreendida com á noticia que naquele dia não havia mais ônibus para Paulo Afonso, a cidade que o meu tio mora, estava eu à 7:00h de distancia da cidade do meu tio. O que eu poderia fazer? Procurei não entra em desespero teria que tomar alguma atitude procurar um hotel para passar a noite, foi então que encontrei algumas pessoas que estavam na mesma situação. Conversamos e Resolvemos tomar um ônibus para uma cidade próxima o do meu tio, no ônibus encontrou uma moça de são Paulo que estava indo para a mesma cidade que eu, a mãe dela estava aguardando ela de carro e me deu carona, era meia noite eu estava na praça comendo um acarajé quando a minha prima ligou preocupada para saber noticias, no final da historia quando chego á casa do meu tio a pessoa que me deu carona frequentava a mesma igreja da minha tia, eram amigas, resultado estávamos todos em casa. É assim que funcionam as cidades do interior as pessoas vivem um clima de família um ajudando ao outro e todos se ajudando.


 Estávamos aguardando a chegada das minhas irmãs que também iriam chegar para a festa dele, uma chegou ás 3.00h da manha inclusive eu já estava dormindo. No dia seguinte acordei com um clima de festa maravilhoso envolvendo o ambiente, todos estavam animados os primos, as primas que eu não conhecia em seguida chegou a minha irmã mais nova, já fazia algum tempo que eu não a via estava com saudade dela fomos criadas juntas eu sempre a amei. Naquele clima maravilhoso passamos o dia todo. Sai fiz compras ajudei a preparar o almoço em seguida chegou á filha da minha prima de São Paulo junto com o irmão tiramos muitas fotos nos divertimos bastante afinal era a festa dos 80 anos do meu tio, uns dos irmãos do meu pai eu não poderia deixar de ir pelo amor ao meu pai exemplo de homem que me criou e me ensinou a ser responsável que passou uma lição de honestidade para todos os filhos, se algum não aprendeu foi por que não quis, mas a lição foi dada para todos, Ele era um homem simples viveu sua vida inteira na roça mais sabia ensinar para os filhos os valores que a vida cobra de cada um. Homem dedicado á família cumpridor dos seus deveres. Ele foi e continua sendo o meu exemplo de vida. E foi por ele que eu decidi fazer essa viagem, não poderia deixar de homenagear o seu irmão. Não poderia dizer não para a minha prima. Finalizamos o sábado com muita alegria, a festa seria no domingo á noite. Estávamos todos se preparando para a festa quando a minha prima pediu para eu ir ao clube levar algumas coisas peguei a chave do carro e ao sair não sei exatamente o que aconteceu, quando percebi estava jogada ao chão com o joelho machucado, meu primo junto com a Luiza me levaram ao hospital onde fizeram um curativo voltei com o joelho enfaixado mais mesmo assim participei de todo o evento.

 Ao termino da festa eu estava com o joelho muito inchado, decidi voltar para São Paulo, no dia seguinte junto com o meu primo, devido o estado do meu joelho eu não poderia perder essa oportunidade ele estava de carro seria bem mais cômodo não sabia como ficaria o ferimento nos dias seguinte, comprei uma passagem de avião com escala no Rio de janeiro liguei para a minha filha vir me buscar no aeroporto de Guarulhos. E foi assim que perdi a oportunidade de ficar mais dias junto com todos conhecendo a cidade e as pessoas. Fiquei uma semana em casa sem trabalhar sem poder ir á academia, mais no final foi gratificante rever pessoas tão querida e tão importante na nossa vida. São lições que aprendemos no decorrer da nossa caminhada, eu tenho o abito de perguntar, por que? E nem sempre consigo obter a resposta desejada, mas a vida é sábia e sabe todos os porquês que nos acontece. Muitas vezes ela nos afasta do perigo, da maldade de muitos, nos mostras sinais que não queremos ver. E é acreditando no destino, que sigo a minha vida tentando todos os dias deixar um pouco de amor e carinho por onde eu passo mesmo sabendo que vou incomodar a algumas pessoas. Mais tenho consciência que muitos irão ficar felizes com a minha atitude. Que esse amor transforme a vida daqueles que não reconhece o verdadeiro amor.

domingo, 10 de julho de 2016

Um Presente de Deus.

Eu tive o meu tempo de luto. Foi um período dolorido, um sentimento intenso, uma saudade que não tem volta. Sofri muito com a perda do meu irmão, por mais que sabemos o que vai acontece, a dor é inevitável! Não aceitamos a perda de um ente querido com facilidade. Perder um irmão é algo que marca a nossa vida. Busquei força na minha fé, foi em Deus que encontrei conforto, na suavidade do seu amor fui recuperando a minha alegria aos pouco a vida foi voltando ao normal. Á saudade não passa, mais vai amenizando, a dor vai diminuindo, a vida vai seguindo o seu circulo. É assim a natureza humana: ela consegue se adaptar com facilidade a todas as circunstâncias que ocorrer a sua volta e comigo não foi diferente a minha vida foi sempre uma constante adaptação, eu precisava esta sempre aprendendo a conviver com a falta de alguém a quem eu amava. Eu necessitava sobreviver ás situações que aconteciam ao meu redor. Muitas vezes eu me perguntava o porquê de tantas aprovações? Quando perdi o meu pai foi como se me faltasse o chão, eu não encontrei um ombro amigo para chorar a minha dor, a vida me forçou a ser forte, a buscar forças de, dentro de mim. Quantas vezes rasgando o coração para superar a dor. Ferindo a alma para monstra para as pessoas a minha superação ou para esconder a minha ferida? Quantas vezes a vida me obrigou a esconder a lagrima atrás de um sorriso. Verdadeiramente eu não aceitava tantas perdas, a vida estava mais uma vez sendo ingrata comigo, mas eu não podia me entregar á dor, eu necessitava de forças para superar mais uma vez o que a vida estava me tirando. Eu nasci para ser uma águia eu precisava olhar e ver a minha vitória, depois de tudo que eu já havia passado a minha alegria seria indispensável. Eu não poderia me contentar só com a dor da perda precisava sonhar com a felicidade.

 A Silvia estava naquele hospital á pouco tempo ainda em fase de experiência, era como se o destino a tivesse levado para presenciar a passagem do tio para outra dimensão. Ele foi o seu primeiro óbito o qual marcou muito a vida dela. Ela sofreu muito afinal ele deu o seu último suspiro segurando a mão dela, e olhando pra dentro dos seus olhos como se estivesse lhe dando um adeus. Dias depois o hospital descobriu que ela estava gravida, ela não sabia foi pega de surpresa, mas foi demitida, além de perder o tio também perdeu o emprego, sem possibilidade de conseguir outro emprego. Ela ficou toda a gravidez em casa só o marido trabalhando, mas o resultado foi gratificante. O meu irmão partiu as 18.29 do dia 09 de agosto de 2011, era uma terça feira, 08 meses depois da sua morte ganhamos um lindo presente que veio para preencher a nossas vidas. Em uma segunda feira do dia 09 de abril de 2012, as 21.45, nascem a Gabrieli, uma menina linda dos olhos azuis da cor do horizonte, os cabelos loiros, com mexas claros, era como se ela estivesse em um salão de beleza se preparando para embarcar no trem da vida, e não dando tempo para terminar as mexas partiu com elas pela metade. Ela não se preocupou em terminar os cabelos sabia que aqui na terra estavam aguardando a sua chegada com muito amor e isso era o mais importante. Ela não poderia se atrasar para a grande festa que estava sendo preparada para ela, todos aguardava ansiosamente a sua chegada não nos importávamos se as suas mexas haviam sido concluídas ou não.

 Assim é o trem da vida parando na estação para alguém embarcar e com certeza não voltará tão logo por que a sua missão já foi comprida, alguém esta partindo com uma bagagem especial que adquiriu na escola da vida. Bagagem de experiência vivida com sabedoria, amor e respeito, sendo amigo e horando os seus compromissos, outros se perdem na faculdade da ambição se desviando da sua missão, percorrendo caminhos que não os leva a lugar nenhum, se afastando dos seus valores. Porem na próxima estação alguém irá desembarcar para cumprir uma determinada missão que lhe foi confiada aqui na terra. Chegando para ingressar nessa grande escola da vida, trazendo uma mala vazia com o objetivo de preencher com a sabedoria que irá obter nesses longos anos que lhe será permitido trilhar no caminho do amor. As lagrimas jorrando com a partida de alguém que amamos, e com sorriso comemoramos o nascimento de uma nova vida. Comemoramos a chegada de um novo passageiro. Passageiro esse que vem com a missão de preencher o vazio que o destino se encarregou de deixar.

domingo, 26 de junho de 2016

Seu Último Adeus....

(Marlene. Nossa Senhora sempre esteve ao seu lado! Ela nunca te abandonou e não é agora que Ela vai te abandonar. Ela estará ao seu lado te dando forças, te fortalecendo e te ajudando a superar mais essa dor que a vida lhe reserva. E se eu não te vê mais fique sabendo que eu te amo muito.) Foram essas as últimas palavras do meu irmão, em vida, a mim dirigidas. Eu também falei que ele foi um homem honesto e digno, ajudou muito o papai, e depois da morte dele continuou ajudando a mamãe ate o último dia de vida dela. Sempre honrou com os seus compromissos, foi um bom homem merecia o melhor. Sai dali chorando muito, estava arrasada sabendo que não iria mais vê o meu irmão, aquele foi o nosso último encontro e eu queria guardar essa lembrança na minha mente. Guarda esse momento tão especial, eu sabia que seus últimos momentos sérios árduos, e eu não queria presenciar preferir ficar ausente. Optei em não ir ao hospital na terça feira esta foi a minha decisão. Mais o acaso nem sempre está ao nosso favor e resolve mudar os planos. Na terça feira, acordei, tomou um banho e sair para trabalhar, estava tendo feira no hospital Bezerra de Menezes, eu havia me comprometido com a direção do hospital há mais de dois meses não poderia faltar, as 11. hs o meu sobrinho mais novo me ligou falando para eu ir ao hospital que a medica havia liberado uma sala para a família, que os órgãos dele estava parando; eu falei que já sabia de tudo que iria acontecer , pouco tempo depois a minha irmã também ligou. Recebi umas três ligações falando do estado de saúde dele que havia se agravado. Pra mim não era novidade, na segunda feira quando sai do hospital já estava sabendo que tudo isso iria acontece.

 O Silvio começou a me ligar não queria ir ver o tio sozinho me chamando á toda hora, eu não estava mais entendendo por que todos me ligavam falando a mesma coisa eu não queria ver o meu irmão, tudo que eu mais desejava era guardar a lembrança dele da segunda feira. Porem o destino nos reserva surpresas inesperadas, não entendermos o porquê de alguns acontecimentos que ocorrer a nossa volta. Tanta existência deveria ter um motivo especial, Fui ate o RH da empresa fechei as contas e fui embora, deixei a mercadoria em casa e fui direto para o hospital onde o Silvio estava esperando. A Silvia trabalhava no hospital em outra clinica, como o tio não estava bem e sabiam que não havia mais esperança, a chefe dela permitiu que naquele dia ele ficasse na clinica; que o tio estava internado. E assim ela teve a oportunidade de cuidar dele, no seu último dia de vida, Da mesma forma ele teve a oportunidade de ter alguém da família ao seu lado, e nós sabemos que são poucos que tem essa sorte. Ao chegar ao quarto do meu irmão; junto com o meu filho ele estava com o balão de oxigênio, a sensação era que ele estava sofrendo me deu um aperto no coração ao presenciar aquela sena. Entendi porque era indispensável a minha presença naquele momento. Eu precisava atender ao seu último desejo, fiz o que era necessário e vim embora com a consciência tranquila sabendo que ele agora poderia ir em paz.

 O meu coração estava transpassado, doía muito, meu irmão estava indo embora, tivemos problemas mais sempre que eu pedia ajuda ele estava pronto para me socorrer, durante a minha separação ele me ajudou muito financeiramente, foi ele que me ajudou a comprar o meu primeiro carro para que eu pudesse crescer profissionalmente, e agora eu estava perdendo o meu porto seguro, com todos os problemas que o tivemos ele não esquecia que o meu pai tinha um amor especial por mim. Ele sabia que se o meu pai estivesse vivo eu estaria em segurança, havíamos falado sobre o assunto em um tempo não muito distante. No caminho para casa recebi um telefonema da minha agencia bancaria, fui até lá mesmo não tendo condições psicológicas e com a certeza que no outro dia não iria ter mesmo. Ao chegar a minha casa preparei um café, o Silvio chegou com a tia tomamos café e ele foi com ela para hospital queria que fosse junto, mais eu não quis ir, precisava ficar em casa refletir um pouco queria me ligar a ele em pensamentos, quando eles saíram a Silvia me ligou, estava chorando muito. (Mãe o tio acabou de ir embora estamos no quarto com ele. Eu, a enfermeira chefe e outra técnica, ninguém pode saber o medico tem que vir para dá o óbito. Mãe ele deu o seu último suspiro segurando na minha mão.) E assim ele partiu. Um espirito evoluído... E transformado por Deus.

sábado, 18 de junho de 2016

A Dor da Despedida.

Era terça feira. 02 de agosto, naquele dia meu irmão tinha consulta marcada eu fui com ele e a esposa dele ao medico, na volta os deixei em casa e fui atender uma cliente, estava fechando uma venda quando o meu celular tocou, era ele me avisando que havia fraturado o fêmur mais eu não me preocupasse por que o resgate estava chegando para os primeiros socorros e o levaria para o hospital. Naquele momento eu gelei, sabia as consequências seriam graves e poderia leva-lo ao final dos seus dias, concluir a venda e fui direto pra casa dele, ao chegar á viatura do corpo de bombeiro já estava lá, foi difícil ver o meu irmão sentindo dor, pela sua expressão podíamos ver o seu sofrimento; levou um tempo até o resgate receber autorização para leva-lo ao hospital por ser de um município para outro. Ele foi de ambulância com a esposa, eu, e o meu sobrinho acompanhamos de carro quando chegamos ao hospital ele já estava na emergência. Mas não estava sendo atendido e não deixaram que ficássemos com ele, minha filha trabalhava nesse mesmo hospital fui falar com ela, ela desceu e foi ter com ele, por ser família de funcionário já nos atenderam melhor, pelo menos falavam pra gente como ele estava. O filho mais velho chegou junto com a esposa e ficamos todos juntos. Fiquei ate as 19 hs com eles estava com muito frio e não havia levado agasalho, falei pra ele que ia embora ele na hora respondeu que tudo bem eu poderia ir já havia ficado por muito tempo e os filhos e a esposa estavam com ele.

 Sair daquele hospital chorando sabia que não seria fácil, á luta estava apenas começando, me preocupava muito, ver o meu irmão um homem forte que sempre lutou pelos seus objetivos em cima de uma cama sem poder se mexer, quando ele saísse do hospital, qual seria a sua reação? Como ele iria reagir psicologicamente? Com certeza teria uma forte depressão, iria depender da esposa e dos filhos pra tudo, todas as suas necessidades, físicas e fisiológicas, dependeria de alguém e pelo que eu o conhecia ele preferia a morte ao se vê nessa situação. Chorei muito durante a noite pensando nele cheguei a pensar em voltar para o hospital, mais sabia que ele estava com a família. Na quarta feira liguei para a minha irmã mais velha pedi para ela vir ajudar a minha cunhada a cuidar dele no hospital eu não podia deixar de trabalhar já estava com as minhas contas atrasadas. Não imaginava que fosse por tão pouco tempo. Ela veio imediatamente, chegou; na quinta feira as 5.hs da manhã, tomou um banho e foi direto para o hospital. Não permitiram a entrada dela já havia passado do horário, insistimos, fomos falar com a assistente social, explicamos que ela estava vindo de outro Estado. E ela autorizou e entrada dela. Fazia algum tempo que eles não se viam, não sei como foi o encontro deles não tive permissão de entra junto. Ele estava internado na expectativa de fazer uma cirurgia no fêmur. Foi uma semana tumultuada com vário acontecimento desagradável, eu o visitava todos os dias. No domingo á tarde eu liguei pra ele, conversei um pouco; e ele me falou que não havia necessidade de ir, havia ali muitas pessoas amigas e eu não ia conseguir entrar devido o horário. Á noite eu não estava bem, senti uma sensação estranha, as minhas pernas pesavam muito e doíam sem explicação começou do nada, pareciam que cada uma estava pesando cerca de cinco quilos, foi algo impressionante, assustei e comecei a ficar preocupada com ele. Logo cedo liguei para saber como ele estava; falou que estava tudo tranquilo e havia dormido muito bem; sorrir e entendi o porquê eu não conseguir dormir.

 Segunda feira dia 08 de agosto no final da tarde fui visita-lo chegando ao hospital o encontrei muito debilitado, cansado percebi que não haveria mais cirurgia que ele estava indo embora; quando de repente ele foi envolvido por uma luz muito forte eu comecei a chorar uma mistura de tristeza e alegria. Tristeza por que ele ia embora para sempre, e alegria por que estava acabando todo o sofrimento dele. Como eu não estava conseguindo conter aquela emoção sair do quarto e fui ate a capela do hospital, procurei a Silvia e falei com ela que o tio estava indo embora que ele não passaria da terça feira. Fiquei algum tempo chorando na capela, e rezando por ele pedindo a Deus que aliviasse do sofrimento na hora da partida. Depois voltei para o quarto e o meu irmão se despediu de mim! Foi o momento mais emocionante, e ao mesmo tempo mais dolorido da minha vida, saber que meu irmão estava indo embora. E ele, sabendo que estava indo embora se despediu de mim. Pedindo para que eu tivesse força e suportasse toda dor, por que eu não estaria sozinha Nossa Senhora mais uma vez estaria ao meu lado segurando á minha mão e me guiando. Eu soluçava naquela momento, eu sabia que não o viria mais com vida. Saindo dali liguei imediatamente para a minha irmã mais nova e falei. Se você quiser ver o nosso irmão com vida chegue aqui ate amanha ao meio dia. Mais ela não acreditou, ligou para a minha outra irmã que falou que eu estava exagerando que o meu irmão estava muito bem. Eu o relatei o seu estado de saúde e como ela trabalha em hospital há muito anos percebeu que realmente ele não estava bem. Porem ela só veio no dia seguinte.

domingo, 5 de junho de 2016

Os Caminhos De Deus.

Ao voltar para São Paulo, procurei ficar mais próxima do meu irmão, não sabia quanto tempo de vida lhe restava, todos os dias eu o visitava procurando ajudar sempre, levando-o ao medico quando os filhos dele não podiam. Procurei está presente ate o seu último dia de vida. Os dias foram passando e ele foi percebendo que o fim se aproximava, ele sempre foi muito inteligente começou a organizar a vida procurando deixar tudo em ordem, para facilitar a vida da esposa e dos filhos; abriu uma conta bancaria em uma agencia próximo da casa dele, passou a senha da conta para os filhos etc,etc. Deus ouvia as minhas orações eu pedia pela cura física, porem Ele se preocupava com a cura espiritual. Meu irmão era uma pessoa muito metódica gostava de tudo do jeito dele, nada poderia ficar fora do lugar a palavra final era sempre a dele.
 Mas Deus foi reconstruindo a sua parte espiritual como era do seu desejo. Deus em sua infinita sabedoria sabia que ele não precisava da cura física, mas sim de uma cura maior, uma cura que vinhe-se de dentro da sua alma e assim Deus o fez, transformou um homem rude e metódico em um homem calmo, carinhoso, paciente e amável. Mais uma vez o sofrimento estava fazendo parte da minha vida. Mais uma vez eu estava vivendo a perda de um ente querido. Eu não estava aceitando a ideia de perder o meu irmão era muito cruel, á vida estava sendo injusta tanto com ele como comigo, era um homem novo não merecia ser levado tão cedo, assim era minha maneira de pensar, orava a Deus todos os momentos pedindo pela sua cura, por que eu não conseguia ver a cura que Deus estava realizando na vida dele.
Apesar da realidade, eu acreditava cegamente na recuperação dele, eu queria a todo custo ver o meu irmão superar aquela doença. Aos pouco ela ia se manifestando, os seus pés foram ficando mais inchados, era muito triste ver que ele estava se debilitando. Na frente dele eu me mostrava forte alegre não podia mostrar a minha fragilidade mais ao chegar, em casa chorava muito, com medo de perdê-lo. Irmãos nascem, crescem juntos muitas vezes brigando e fazendo as pazes em poucos minutos não concordamos com o que o outro faz ou pensa, mas na hora do sofrimento não tem essa, é carne da mesma carne, sangue do mesmo sangue; não dá para ver o seu sangue sofrendo e você não está ali junto sendo solidário e vivendo a mesma dor. Seria desumano não sentir a dor que ele estava sentindo, não ficar ao seu lado nos seus últimos dias de vida, mesmo acreditando que tudo iria passar, acreditando na sua recuperação.
 Eu sabia que ele estava partindo, porem enganar a mim mesma doía menos do que aceitar a realidade! Para mim era difícil ver meu irmão partir, por que lá no fundo do meu coração existia um medo muito grande. Um medo que não me deixava dormir. Um medo, que fazia eu, chorar até altas horas da madrugada. Mais no dia seguinte ao chegar junto dele surgia uma força dentro de mim que só podia vir de Deus. Não sei se conseguir ajudar o meu irmão o suficiente, não sei nem se o que eu fiz, o ajudou, só sei que tudo que foi feito por mim havia muito amor, Deus me deu essa capacidade de amar eu só tenho que agradecer. Por que diante de tudo que aconteceu na minha vida e continua acontecendo o amor ainda existe dentro de mim. Hoje eu observo o quanto cresci diante de tanto sofrimento. A perda do meu irmão me ensinou muito, procurei durante meu luto amadurecer e foi então que entendi que Deus havia sim, curado o meu irmão. Havia feito um milagre em nossas vidas e toda dor que sentir se transformou em calmaria.

domingo, 29 de maio de 2016

Esperando Um Milagre.

E sob a proteção de Deus a parti daquele momento dei continuidade a minha vida, seguir trabalhando cada vez mais, e me conscientizando da minha capacidade de crescer, mesmo nas dificuldades que surgia eu não me dava por vencida, sempre erguia a cabeça e enfrentava com postura todos os obstáculos; passou o ano de 2009, entrou 2010 a minha vida continuava tranquila havia pagado todas às dividas, estava respirando o ar da tranquilidade sem problema nenhum. 2011. Fui pra Pernambuco passar o feriado da páscoa com a minha irmã, fiquei nove dias com ela depois voltei para São Paulo. O meu irmão estava enfrentando uma luta contra o câncer já havia alguns anos que ele vinha nessa batalhar. Uma batalha muito difícil ele fez varias cirurgias, era um homem forte não se dava por vencido cada vez que o câncer voltava ele estava ali firme e forte, enfrentava mais uma cirurgia. Não se abatia, ou não deixava que a família percebesse alguma coisa. Mais em 2011, os médicos o desenganaram. Foi um momento triste e ao mesmo tempo assustador. Ouvir que um ente querido pode está partindo, é uma dor que não dar para descrever. É algo indefinido.

 10 de junho de 2011. Eu estava com ele e a esposa dele, fomos ao medico ele foi levar uns exames que a medica havia pedido. Exames esses que deram um final para a vida dele, estávamos os três na sala da medica, ela olhou os exames e prescreveu alguma coisa, ele saiu do consultório para marcar outro exame; alguma coisa que ela havia pedido. A médica aproveitou para falar com a esposa dele o que estava acontecendo falou que ele estava na fase final tinha pouco tempo de vida o câncer havia se espalhado por todos os órgãos era metástase. Eu não estava com elas nesse momento. Mais a minha cunhada pediu para a Dra. Camila falar comigo que eu era mais forte do que ela. Engano! Naquele momento descobrir que de forte não tenho nada. Naquele momento descobrir uma dor que eu não sabia que existia. A dor que eu sentir ao saber que ia perder um irmão é como se rasgasse o meu coração é como se faltasse um pedaço de mim. Nunca pensei que poderia sentir tamanha dor. E com o coração apertado não podia demonstra pra ele o que eu estava sentindo. Tanto, eu como a esposa dele, tivemos que engolir aquela noticia e fingir que nada estava acontecendo precisávamos preserva-lo daquela noticia triste. Todos sabiam que ele estava com pouco tempo de vida. Menos ele.

 Eu acreditava no milagre e comecei a viver de esperança. Não aceitava a ideia de perder o meu irmão, como doía, olhar pra ele sabendo que havia pouco tempo de vida, vendo nos olhos dele uma esperança, vendo a luta que ele estava travando pela vida. Mas eu, também tinha essa esperança dentro de mim algo falava mais forte, a minha vontade era tanta que eu queria poder arrancar aquele tumor de dentro dele. Meu Deus como eu queria ver o meu irmão livre daquela doença. Nesse mesmo tempo eu já estava com a passagem comprada para viajar para Pernambuco tinha um compromisso no dia 23 de junho que não podia faltar. Viajei mais estava muito preocupada com ele sempre ligando para saber noticia do estado de saúde dele. Ele otimista como sempre foi, dizia que estava bem. Eu acreditava cegamente na recuperação do meu irmão. Eu queria que ele continuasse vivendo