Naquele dia ao sair do hospital eu já estava sabendo que na quarta feira o Silvio iria receber alta, o pai dele tomou a decisão que nos primeiros dias ele ficaria na casa dos avós, como ele concordou, eu não interferi, sempre respeitei a opinião deles não sei se por educação, para não invadir a privacidade deles ou por covardia da minha parte. Ele conversou comigo que ficaria nos avós mais sempre que pudesse viria nos visitar, pra mim, diante de toda a situação que eu vivi e estava vivendo já era uma vitória ter o meu filho perto de mim. Ele me pediu para fazer uma lasanha no domingo fazia muito tempo que ele não comia a famosa lasanha da mãe dele estava com saudade; eu fiz, ele veio almoça comigo ficou o dia conversando brincando com a irmã no final da tarde foi embora, durante a semana ele sempre passava para nos ver aparentemente estava tudo bem. Mas uma noite, eu estava chegando do colégio por volta das 23:30h vi as luzes acessas, janela aberta, estranhei por mais quente que estava na época a Silvia normalmente estaria com as portas fechadas. Ao entra perguntei o que estava acontecendo? Ela me respondeu! O seu ex-marido veio devolver o seu filho, falando que ele não tem capacidade para cuidar dele, eu respondi imediatamente que dessa vez ele estava com a razão. Ele não tinha responsabilidade para tomar conta de alguém, olhei e vi que todo o ás roupas do Silvio estavam jogadas no sofá, uma verdadeira bagunça. O Silvio estava na rua com aos amigos afinal ele foi criado naquele bairro e já fazia um bom tempo que ele estava afastado dos amigos. Eu sair e o chamei para conversar precisava saber o que realmente aconteceu, ele me explicou que a família do pai não queria aceitar que ele tivesse contato comigo e começaram uma discussão a qual envolveu todos da casa, foi feio e um pouco violenta o resultado foi que ele explodiu e resolveu que não queria mais aquela situação, O pai respondeu que ele escolhesse ficar com ele ou comigo por que com os dois não dava. Ele tomou a decisão de ficar comigo.
A Silvia ficou contra mim não queria que ele voltasse para casa, devido tudo que ele já havia feito comigo, a falta de respeito, ás vezes que ele entrou em casa sem pedir autorização para pegar alguma coisa e levar para o pai dele, por todos esses motivos ela não o queria em casa. Mais como mãe eu não podia permiti que o meu filho continuasse nesse fogo cruzado, conhecia muito bem o poder de manipulação que o pai dele possuía afinal vivi sobre o domínio dele por vinte e um anos; se ele conseguir me manipular durante todo esse tempo imagina com o filho o estrago que ele poderia fazer na vida do menino, e falei com a Silvia que tínhamos que dar apoio ao irmão dela era necessária unir a família; o Silvio voltou conseguir um emprego foi trabalhar retomou os estudos foi para o mesmo colégio que eu estava e a nossa vida estava indo bem, o pai se afastou dos filhos definitivamente não quis mais nenhuma relação com eles. Passado algum tempo ficamos sabendo que a mãe dele estava doente, o câncer havia voltado, mais ele não avisou aos filhos. A doença da mãe dele se agravou levando-a a morte mais ele também não se deu ao trabalho de avisar aos filhos do falecimento da mãe. Uma vizinha que se preocupou em vim avisar para o Silvio que a avó dele havia morrido e estava sendo velado o corpo em um determinado cemitério, ele veio pra casa chorando ligou para a irmã, ela ficou tão revoltada que não quis tomar conhecimento. Mais eu sabia que eles estavam sofrendo o Silvio foi ao cemitério sozinho a irmã não quis ir com ele. Dias depois fiquei sabendo como aconteceu, e como trataram o Silvio, ele não pode se aproxima ficou de longe presenciando tudo, doeu muito em mim quando tomei conhecimento e vi o quanto a família do pai dele era mesquinha, sem amor, pessoas vingativas sem coração nem na hora da morte se rendiam a um gesto de humildade. Na época havia sido lançado um CD tinha uma musica com o titulo “Tô nem Aí”. Eles cantavam direto essa musica foi à única maneira que eles encontraram para jogar fora o sentimento que sufocava, era como se algo estivesse preso na garganta deles, eu percebia que essa musica era como uma oração quando eles cantavam eles liberavam todo o sentimento negativo que o pai havia colocado em seus corações.
Ficar com os meus filhos para mim estava ótimo, afinal foi tudo que eu pedi a Deus, e ele nunca me abandonou foi sempre presente na minha vida estava me dando o que eu mais queria os meus filhos junto comigo. A nossa vida estava indo muito bem os três trabalhando e dividindo as despesas não havia brigas o Silvio era quem reclamava porque em frente ao trabalho dele havia um lava rápido onde o pai ficava no sábado a maior parte do dia brincando com os filhos do dono desse lava rápido para provocar o filho. Eu não estranhava o conhecia muito bem e sabia o quanto ele era cruel e sabia pisar na ferida. Ele sabia como machucar alguém nisso ele era mestre. A final foram vinte e um anos de sofrimento sendo massacrada por ele. Sendo transformada em um lixo humano era assim que eu me sentia e ele estava fazendo o mesmo com os meus filhos eu tinha que encontra uma saída, não podia permitir que ele destruísse a vida dos meus filhos o Silvio havia tentado suicídio pela segunda vez, Deus o livrou da morte eu precisava sair do fundo do poço para cuidar dos meus filhos, apesar de estamos todos juntos eu continuava com o tratamento na casa Beth Lobo continuava com muito ódio isso eu não podia negar. Tinha que haver uma saída eu precisava encontra uma solução; não podia permitir que a mágoa o ódio invadisse mais a minha vida do que já estava invadindo. Mais como? Era mais forte do que eu. Esse homem precisava pagar por tudo que ele estava fazendo comigo e com os meus filhos era assim que eu pensava e queria que Deus agisse no meu tempo. E não no tempo dele.