Outubro foi embora deixando muitas tribulações. Depois que eu fui na. DDM. Delegacia dos Direitos da Mulher. Ele se recusou a levar a filha para o curso e devido a distancia ela foi obrigada a ficar em casa de uma amiga. Indo todas as segundas feiras e voltando na sexta feira enquanto isso eu ficava sozinha em casa era muito difícil suportar essa situação mais como só faltava um mês para terminar o curso qualquer sacrifício era valido. Novembro Chegou. Finalmente a Silvia finalizou o curso de técnica de enfermagem, mais diante da nossa necessidade ela foi procurar emprego temporário para poder me ajudar nas despesas de casa. O Natal estava se aproximando e a nossa preocupação era que pela primeira vez passaríamos só as duas em casa, não tínhamos dinheiro o suficiente e o pouco que tínhamos precisávamos economizar não sabíamos se em janeiro iria surgir alguma oportunidade de trabalho, na semana do Natal falamos muito sobre isso mais nada poderíamos fazer se o destino queria assim tínhamos que respeitar. Quem sabe no próximo Natal seria diferente. Mais no do dia 24 uma amiga me ligou querendo saber o que eu iria fazer para a ceia, falei sobre á minha situação; ela falou que também não sabia o que fazer estava trabalhando, eu falei vem pra cá, ela passou no mercado comprou o que faltava e fizemos uma linda ceia de Natal. Foi o meu primeiro natal depois da separação, acreditava que iria passar sozinha com a Silvia e não teríamos muitas coisas á mesa. Mais Deus providenciou não só uma linda ceia como mandou pessoas amigas para me fazerem companhia. Naquela noite até peru na minha mesa tinha. A minha casa estava cheia de jovens, todos rindo cantando os filhos dela e alguns amigos o meu sobrinho veio também com a esposa. Foram embora por volta das 3:00h da manhã. No outro dia ao meio dia estavam todos de volta. Foi um ótimo Natal! Mais uma vez Deus providenciou tudo para que eu não ficasse sozinha com a Silvia; seria muito triste principalmente pra ela. No Ano Novo tudo se repetiu foi uma festa com tudo que eu tinha direito cada um trazendo um prato.
Chegou. 2003 com ele a esperança de uma vida melhor, eu conseguir um trabalho em uma Auto Escola com direito a um salario; dava para pagar às contas. Mais o ódio à raiva ainda preenchia o meu coração, muita amargura, desejo de vingança era um mistura de sentimentos dentro de mim, a revolta fazia parte do meu dia adia, eu não aceitava tanta luta da minha parte e ele vivendo numa boa gastando todo o dinheiro que eu havia ajudado ele a conseguir. Dava para perceber que o meu rosto se transformava em ódio, ao falar dele, chorava muito devido a minha a situação. Eu olhava e não via perspectiva, sentia um dos piores sentimentos que um ser humano pode sentir. Pena de mim mesmo. O medo se apoderava de mim, acordava a noite preocupada na incerteza do amanhã. Enquanto ele fechava bares bancando churrasco para a mulherada e gastando o que também era meu. Eu passava apuros tentando economizar cada centavo andado a pé, de ônibus, ficava na rua o dia inteiro para conseguir alunos para Auto Escola, trabalhava como corretora. Sentindo falta do que eu tinha antes resolvi procurar um advogado para fazer a separação alguns me falavam que era difícil; eu não ia ficar com quase nada, pelo fato dele trabalhar por conta própria e não ter carteira assinada e eu não teria como provar a renda mensal dele procurasse me conformar e se eu era acostumada a tomar café da manha com frios e frutas, podia esquecer que não voltaria mais a ter na minha mesa. A falta de justiça provocava mais revolta em mim fazendo com que eu cada vez mais chegasse ao fundo do poço.
Cada dia que passava meu ódio só aumentava, e com esse sentimento tão negativo a tendência era me afundar cada vez mais.
O Boletim de Ocorrência que eu registrei contra ele o qual havia representado. A audiência estava marcada para o dia 10 de fevereiro, nesta data ele iria sentar em frente ao Juiz. Dias antes o advogado dele me procurou para fazer um acordo me propôs um terreno que nós tínhamos, a casa 100% e mais R$30.000.00 a essa altura eu já havia entrado com o pedido de separação. Respondi! NÂO para advogado dele acrescentei que eu necessitava que a justiça me respeitasse afinal havia entrado com um litigioso porque o cliente dele não queria me dar à separação, retirando a causa eu estava dizendo para a Juíza, que não merecia o respeito dela. Na segunda feira ele sentou em frente á Juíza. Aquela sala demostrava um ambiente frio como tem que ser a justiça, ela não pode ter sentimentos. Ela tem que ser justa. Eu estava acompanhada pelo o advogado da casa Beth Lobo onde eu era assistida e fazia as minhas terapias, uma casa que apoiava as mulheres que sofria violência domestica. Ele foi condenado e a sentença dele era pagar cesta básica para uma instituição. Também foi orientado á durante cinco anos não se aproximar de mim, no decorrer desses anos o que acontecesse comigo ele seria o principal suspeito. Já foi uma vitória diante de tudo que eu havia passado ao lado dele.
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