Vinda do Hassan ao Brasil.

 

As 9.h, da manhã do dia 19 de março de 2015, esta foi a data que o Hassan passou para sua chagada ao Brasil. 

Na noite anterior, Antonella não conseguiu dormir, a hora não passava,  o sono não chegava, foi difícil atravessar a noite sabendo que o seu amado estava voando para os seus braços que no dia seguinte estaria em solo brasileiro, o homem ao qual ela entregou o seu coração.

 Ela saiu de um relacionamento abusivo sofreu muita durante o seu casamento. 

Foram vinte e quatro anos ao lado de um homem que não a respeitava, tratando-a, como uma qualquer. 

Era assim que ele se referia a mãe dos seus filhos.

 (Pra mim você é ninguém.)

 Ela sofreu todos os tipos de humilhação ao lado dele, os abusos eram constantes. 

Ela foi criada em um lar onde existia amor e respeito os pais dela vinham de uma formação católica, a mãe estudou em colégio de freira, o pai se formou na Puc. (Pontifícia Universidade católica.)

 E dava aula no Campus de Curitiba. 

 (Direito e negócios internacionais.) A sua especialidade. 

Uma família tradicional,  homem rígido, com costumes conservador, bons princípios e uma base familiar estruturada. Um exemplo de pai; poder aquisitivo invejável, respeitado pelos amigos e pelos filhos, viviam uma vida de muito amor e harmonia.

 A mãe professora de piano, a música era como uma oração para ela, suas mãos deslizavam sobre as teclas do piano como uma pena de ganso.

 Fez questão de passar para os filhos o seu legado, todos eles aprenderam música e tinham verdadeira paixão pelo piano. 

A sensibilidade pela música levou a família a uma verdadeira união.

 Os pais não viam com bons olhos o namoro da filha com um político não muito respeitado na cidade de São Paulo. 

 Porém, ela não ouviu os conselhos dos pais, e contra tudo e contra todos, ela levou adiante o desejo de casar-se com o homem que ela acreditava ser o marido ideal. 

Vieram embora para São Paulo formaram uma família com três filhos.

 Como ela foi contra a decisão da família em relação ao casamento, não podia pedir ajuda ao pai.

 Durante vinte e quatro anos ela viveu no silencio não falou para a família o que sofria nas mãos daquele homem. 

Quando os filhos se casaram ela pediu o divórcio e foi viver a vida que tanto desejou.

 Queria uma vida de paz e tranquilidade, estava feliz um pouco carente, sonhava em ter alguém ao seu lado.

 Alguém que a respeitasse como mulher, esse era o desejo que ardia dentro dela. Ser amada! 

Ser desejada. 

E naquele dia 13 junho de 2014, parecia que o destino estava do seu lado, a sorte lhe favorecia.

 Hassan estava chagando, ela ia poder sorrir, ser feliz realizar o sonho de ter um companheiro e amigo. 

Naquela noite Antonella reviveu a sua vida, o quanto sofreu.

 Daria tudo para poder voltar ao tempo de solteira e ouvir os conselhos do pai e da mãe. Quanta saudade.

 Quanto tempo perdido com um homem sem moral sem respeito.

 Se o tempo voltasse ela não cometeria os mesmos erros, mas ela tinha algo bom daquele casamento, os filhos que eram a razão da sua vida.

 Por eles ela faria qualquer coisa.

 Ela viu o relógio marcar 4.h, levantou ligou para a sua amiga Mirian tomou um banho e foi buscar a amiga.  As 5h:30min, as duas saíram em busca do tão esperado Hassan.

 Afinal o seu voo chegaria ao Brasil as 9h, mas como Antonella, não conseguiu dormir e só tendo a noite como companheira, obrigando-a a voltar ao passado o qual lhe trazendo recordações triste.

  Ela resolveu chegar cedo ao aeroporto, não consegui mais ficar em casa esperando. 

A Rodovia Presidente Dutra estava livre, chegaram rápido em Guarulhos. Agora teriam que esperar um bom tempo.

 Foram tomar um café ficaram conversando e nem perceberam que as horas haviam passado tão rápido. Estavam no desembarque internacional quando ouviram anunciando a chegada do voo. 

 Air France.  

Frio na barriga, medo e ansiedade ao mesmo tempo, ela estava vivendo um momento de muita emoção.

 Como seria o homem com o qual em breve estaria casada?

 Como seria dormir com ele na mesma cama? 

O homem que lhe fez tantas promessas nas quais ela creditava cegamente. Como ela não havia pensado antes. 

Ele tem outra cultura, outros costumes, outras crenças. 

E com todos esses pensamentos ela se dirigiu para a Ala de desembarque.

 Os passageiros já estavam aguardando as suas bagagens, tinha muitas pessoas ela não conseguia localizar o Hassan.

 Onde ele estar?

 Ela estava nervosa a ansiedade tomava conta dela.

 Os passageiros iam saindo, mas onde estar o Hassan?

 Naquele momento ela sentiu que o seu mundo desabou, os seus sonhos cairão por terra, sentiu uma tontura, tudo escureceu ao seu redor, as pernas bambearam e ela perdeu os sentidos.