domingo, 14 de dezembro de 2014

Saindo da Minha Casa..

O medo começou a tomar conta de mim. Eu não conseguia sair da minha casa, ficava apavorada ao chegar e ter que abrir o portão para guarda o carro. Não é fácil superar o trauma depois de um assalto! Ficaram muitas sequelas que aos pouco foram me dominando, tomando conta do meu emocional, foi difícil; vivi momento crucial depois desse assalto. Quando eu pensei que estava superando os traumas acordei em uma noite de domingo as 23:15min. Com o meu filho tentando negociar com alguém, eu o ouvia falando, tenha calma, você tem que confiar em mim, eu preciso entrar e pegar a chave, está dentro da casa. Achei estranho levantei para ver o que estava acontecendo ao chegar á escada que me dava uma visão de todo o portão vi o meu filho com as mãos levantadas e um bandido segurando na camisa dele com uma arma apontada para a sua cabeça. Naquele momento eu fiquei parada sem reação alguma, revi toda cena que eu havia vivido á um mês atrás; mais agora era com o meu filho e eu não podia reagir, eu não podia deixar a emoção falar mais alto, precisava ser fria para salvar o meu filho, eu não podia aparecer eles iam me forçar a abrir o portão e poderiam ate matar nos dois. Fui ate o telefone liguei para a polícia e enquanto aguardava a viatura coloquei meu filho nas mãos de Nossa Senhora ela sim poderia agir naquele momento intercedendo por ele junto a Deus. E foi o que aconteceu. Eu sempre estacionava o meu carro próximo à parede naquele dia deixei um espaço de uns 50 cm. O Silvio em um determinado momento convenceu o bandido que iria buscar a chave para abrir o portão, eles o soltaram e ele foi em direção à porta ao ver o espaço ele gritou por mim avisando que havia ladrão no portão, e se jogou em frente ao meu carro onde os bandidos não podiam o ver.


 Nesse momento os bandidos saíram correndo eram dois, e os dois estavam armados, a vizinha também observava tudo que estava acontecendo. Abrir a porta meu filho estava pálido viveu momentos assustadores eu também estava em choque não foi fácil presenciar toda aquela cena sem poder fazer nada, vendo meu filho nas mãos de bandidos eu ali parada me sentindo impotente diante da situação. Chegou uma viatura da Polícia Militar que não fez muita coisa. O Silvio relatou o que havia acontecido. Quando ele estava chegando percebeu os dois se aproximando rapidamente guardou o carro e fechou o portão a chave da casa ele pós no bolso ficando só com a do carro na mão. Eles se aproximaram e o intimidaram, forçando a abrir o portão ele falou que abriu a porta e deixou à chave dentro da casa, ele precisariam ir buscar a chave para poder abrir o portão afinal eles queriam os carros. E foi durante essa negociação que eu acordei e comecei a presenciar todo o ocorrido. Fui criticada, julgada por algumas pessoas por não ter ido ajudar o meu filho; o deixando nas mãos de bandido como se eu fosse á mulher gato. A partir daquele dia a minha vida ficou mais difícil o medo aumentou eu vivia em pânico, assustada com tudo e com todos. Depois desse dia eu combinei com o Silvio quando ele estava chegando buzinava e eu ia abrir o portão para ele. Havia uma vizinha que todos os dias quando eu chegava á casa ela fazia questão de vir falar comigo para avisar que duas pessoas desconhecidas ficavam a tarde inteira do outro lado da rua olhando a minha casa. Eu entrava em pânico. Nesse período o Silvio resolveu casar eu ficaria morando sozinha o meu psicológico não aguentou passei a não dormir ficando a noite inteira acordada pensando o que eu iria fazer sozinha sem a companhia do meu filho. Diante da situação resolvi alugar a minha casa e ir morar em um apartamento seria mais seguro para mim. Comecei a procurar apartamento e coloquei a minha casa em uma imobiliária para alugar. Nesse meio tempo o Silvio também alugou uma casa para ele afinal já estava com o casamento marcado e faltava pouco tempo.


 Como eu havia conseguido essa casa pela Prefeitura toda a documentação dela era de (Concessão de Uso) Eu não podia alugar mais como eu tinha conhecimento com todos na prefeitura, fui ate Secretaria de Habitação expliquei a minha situação e consegui autorização para alugar a minha casa por um período de 30 meses. Conseguir alugar um apartamento e ao mesmo tempo também aluguei a minha casa. Nesse espaço de tempo se aproximava o casamento do Silvio em uma sexta feira á noite ele chegou com a noiva em casa eu estava com a Silvia havíamos passado o dia juntas pedimos pizza e ficamos conversando brincado, quando surgiu o assunto do casamento dele eu perguntei algo em relação à horário coisa assim! Ele me deu uma das respostas das mais doloridas que uma mãe pode receber na sua vida. Pra que a senhora quer saber? Eu não quero a senhora no meu casamento o meu pai está lá com a mulher dele; você não precisa ir! Naquele momento procurei chão e não encontrei, as lagrimas já se fizeram presente, ele jogou o dinheiro da pizza no sofá e foi embora; fiquei com a Silvia foi á pizza mais amarga que eu já comi  na minha vida. A Silvia tomou uma decisão já que a minha mãe não vai eu também não vou. O casamento aconteceu sem a presença da mãe e da irmã, nesse dia a Silvia ficou comigo a dia inteiro foi dolorido mais conseguimos superar, a final a águia não havia morrido ela continuava viva mesmo com as dificuldades que ela era obrigada a passar, só foi necessário parar um pouco no decorrer da caminhada. As circunstancias o obrigaram. Mais a subida ao topo do cume continuaria, naquele dia tomei uma decisão nada iria me impedir de continuar a minha escalada. Era como se a dor me impulsionava.

domingo, 2 de novembro de 2014

Dominada Pelo medo.

Entrei em casa! Fiquei parada olhando para o nada. Revendo a cena, e me perguntando? Por que eu abri a porta do carro para o bandido, e se aquela arma fosse de brinquedo? Por que eu não acelerei o carro e fui embora? Havia varias alternativas para fugir daquele assalto. Eram essas as perguntas que me torturavam e eu não tinha resposta para elas. Senti um vazio dentro de mim. Olhei para os lados e percebi o quanto eu estava sozinha, uma tristeza tomou conta de mim. Voltei a pensar nos meus pais, nos meus irmãos, nos meus filhos, chorar eu não conseguia não havia lagrimas nos meus olhos o nervoso era tanto que as lagrimas haviam secado. Parei e fiquei pensando o que poderia ter acontecido para eu atrair aquele assalto. O que eu havia feito para passar por tantas aprovações? Onde estava á águia que eu conhecia? Será que ela havia desmoronado? Não, eu não podia permitir que aquela águia tão decidida, que um dia se descobriu com tamanha força perdesse a motivação para continuar com a sua subida ao cume; ela tinha garras e usaria. Acontecesse o que acontecesse ela não iria desistir, de onde buscaria forças eu não sei, mas eu encontraria e superaria tudo. Fiz está promessa a mim mesma. Liguei para o meu irmão já era tarde mais ele veio até a minha casa saber como eu estava, ficou um tempo comigo depois foi embora. Quando ele saiu eu tomei um banho e fui tentar dormi um pouco mais não conseguia a noite  parecia uma eternidade. Domingo dia das mães. Fui á igreja participei da missa junto com os meus filhos estava triste não havia digerido o que aconteceu comigo. Não tinha dinheiro, cheque, cartão é horrível se sentir nessa situação, fiquei em casa junto com as crianças uma sensação desagradável um sentimento de impotência assim foi o meu dia.

 Mais a segunda feira chegou e junto com ela a garra para vencer. Precisava trabalhar e foi com essa disposição que eu sair da cama. Tomei um banho e fui até o banco; bati na porta da sala do meu gerente as 08:30min. Ele tomou um susto. O que eu poderia está fazendo tão cedo no Banco em plena segunda feira. Olhei pra ele e falei vamos trabalhar! Contei o que havia acontecido comigo, ele ficou surpreso sentamos e ele começou a cancelar os cheques, os cartões; e fazer pedidos de novos cartões, talão de cheques. Fiquei com ele até umas 11:00h Saindo de lá fui ao Ciretran estava sem os documentos, sem os documentos do carro, sem a minha habilitação; necessitava de novos documentos. Ao chegar ao Ciretran fui para a sala do delegado falei com a secretaria dela que era minha amiga; ninguém queria acreditar no que aconteceu comigo no final de semana, todos estava pasmado o delegado que era meu grande amigo falou que eu fui muito ousada corri risco por ter enfrentado o bandido em varias ocasiões, principalmente por ter jogado o carro em cima de outro carro como pedido de socorro. Ele me deu autorização para poder continuar dirigindo sem habilitação e sem o documento do carro, até imprimirem o meu caso algum guarda ou policial me parasse na rua.

 Aquela semana foi difícil eu estava assustada com medo, não podia parar em um semáforo o coração já disparava a sensação de que alguém se aproximava com a arma na mão, parecia que eu estava ouvindo a voz do bandido mandando abrir a porta do carro; ao chegar à casa a impressão era que alguém estava esperando afinal eles estavam com todos os meus documentos e endereço. Mesmo assim tirei a semana para resolver os problemas, documentos indo a delegacia, para fazer reconhecimento; vi milhares de fotos fui chamada para reconhecer bandidos que haviam sido presos, aconteceu de eu estar em uma delegacia e eles receberem telefonema dos bandidos avisando que iam atacar o DP eu era obrigada a me retirar imediatamente a policia estava sendo bombardeada naquela semana, era uma loucura família de policial sendo atacado um verdadeiro suspense na cidade de são Paulo. Uma semana depois fui chamada a uma delegacia para fazer reconhecimento o chefe me chamou e falou! Tenho quase certeza que é o bandido que te assaltou. Mais se realmente for ele, você fala que não é. Eu o prefiro solto e só você pode nos ajudar negando o reconhecimento. Eu entrei quando o vi senti o meu coração acelera era o bandido. Mais me mantive firme e falei que não o reconhecia, entrei na sala do chefe e confirmei com ele o reconhecimento fui embora e o bandido foi solto afinal na havia provas contra ele. Eu continuava trabalhando, assustada é claro mais a necessidade me obrigava a está nas ruas e agora mais do que antes. Dos R$ 25.000 que o bandido me levou R$16.000 eu devia para o meu fornecedor e como ajuda ele me cobrou 10% de juros, me levando a pagar por mês de juros R$1.600,00. fora todas as despesas, me levando a reduzir gastos e trabalhar mais. .

domingo, 28 de setembro de 2014

Sequestro Relâmpago.

Estava eu ali presa no porta mala do meu próprio carro, com medo de morre asfixiada. Estava assustada sem saber o que poderia vim a me acontecer, percebi que ele parou o carro ouvi vozes de adultos e de crianças, alguém entrou no carro ajudou ele a retirar o som, depois saiu dirigindo mal pra caramba, não tinha ideia de onde estava e o que ele poderia fazer comigo, era tão assustador. Dentro daquele carro eu comecei a perceber o quanto eu era sozinha o quanto a minha vida era vazia eu não tinha por quem gritar há não ser por Deus. Não chorei o nervoso era tanto que não dava espaço para as lagrimas a garganta estava seca como eu queria um copo de água. Fiz uma retrospectiva da minha vida e percebi o quanto eu havia parado no tempo deixando de viver, me preocupando em agradar às pessoas para receber ás migalhas que elas me ofereciam, esquecendo que eu tinha uma vida. Senti falta dos meus pais lembre-me da minha vida no interior onde não havia violência éramos felizes; mesmo com aquela vida simples vivendo na roça, pensei nos meus irmãos, nos meus filhos com medo porque era certo que eu não voltaria. Ele não me deixaria viva; esse era o meu pensamento. Mais ao mesmo tempo diante de todo o medo que eu estava vivendo segurei na mão de Deus e comecei a pedir pra ele cuidar de mim. Foi quando lembrei que era dia 13 de maio dia de Nossa Senhora de Fátima de quem eu sou muito devota, comecei a falar com ela e foi me acalmando, sentir uma confiança e a certeza que ela não iria permitir que nada acontecesse comigo; que aquele bandido não teria força pra tocar em mim ou tirar a minha vida. Percebi a importância do carinho de uma mãe. O quanto eu necessitava da presença dela junto a mim. Naquele momento era como se o colo da mãe me fosse oferecido, presa dentro daquela porta mala, já não estava mais sozinha, havia comigo a companhia de nossa Senhora o conforto do amor de uma mãe.

 Era um dia frio eu estava bem agasalhada, mais tremia, não sei de frio ou de nervoso. Quando de repente ele parou o carro abriu o porta mala retirou todos os meus perfumes na hora eu pensei que ele fosse fazer alguma coisa comigo; tipo me dar um tiro; afinal ele estava com o revolver na mão, mas não fez nada; eu estava com muito medo não havia nem condições de raciocinar, é uma sensação que eu não desejo pra ninguém. Ele entregou os perfumes para alguém e voltou para o carro continuo a dirigir o medo aumentou, existia possibilidade de ele me levar para algum lugar e me matar. Mais Deus é maravilhoso colocou Nossa Senhora para cuidar de mim. Ele dirigiu por um bom tempo passou em alguns buracos estrada de chão; em um determinado lugar parou o carro saiu abriu a porta mala olhou pra mim com a arma na mão e falou que estava indo embora não era para eu sair naquele momento caso contrario levaria um tiro na cabeça esperasse um pouco até ele se afastar. Eu fiquei ali não sei quanto tempo criei coragem e resolvi sair. Havia pessoas passando de carro naquele momento, mas ninguém fazia nada, parecia que eu era a bandida. Toquei a campainha de uma casa uma moça saiu expliquei pra ela o que havia acontecido pedi para ele me dizer onde eu estava e como poderia sair dali? Ele se desculpou e fechou a janela na minha cara, fui ate a outra casa aconteceu á mesma coisa. Quando percebi que do outro lado da rua ia passando duas moças, gritei elas esperaram quando eu estava falando com elas saiu um moço de dentro de uma casa perguntou o que havia acontecido eu falei, ele chamou a esposa dele mandou eu entra me deram água e ofereceram o telefone para eu ligar para alguém. Liguei para um investigador da polícia expliquei o que havia me acontecido ele pediu para falar com a pessoa da casa perguntou onde eu estava. E perguntou se ele poderia me levar á delegacia mais próxima? O moço foi me levar com a esposa, eu conseguir ir até a delegacia seguindo ele com o meu carro.

 Na Delegacia estava uma loucura havia barreiras afinal os meninos estavam protegendo a própria pele, os ataques naquele dia eram constantes. O final de semana em São Paulo foi assustador estava havendo muitos ataques a Polícia Civil e Militar. Ao chegar á Delegacia eles já estavam me esperando, abriram a barreira entrei no estacionamento eles me deram água, café respirei um pouco, procurei me acalma antes de registra o Boletim de Ocorrência. Eu estava sem nada não tinha carteira, documentos, só o carro e a chave foi o que me restou registramos o boletim de ocorrência na brincadeira o bandido me levou R$ 25.000 em perfumes, fora dinheiro, cheques e pertencesse ao termino da ocorrência o chefe dos investigadores que era meu cliente ofereceu uma viatura para me acompanhar até á minha casa, mais eu não aceitei falei pra ele ficar tranquilo o pior já havia acontecido. Ele pediu para que eu fosse direto para casa e tivesse cuidado não parasse pra ninguém se necessário salvasse a minha pele. Peguei a rodovia Anchieta vim embora, estava sozinha com medo precisava falar com alguém passei direto e fui para a casa da minha filha ao chegar ela estava saindo com o pai e a sogra dela, que estava aqui havia vindo do Paraná. Quando ela me viu falou mãe tentou falar com você mais o seu celular só dava na caixa Postal. Eu respondi filha passei a tarde trancada na porta mala do carro; ela ficou assustada já avisou para o pai que não ia mais sair com ele; entrou comigo fez café fiquei um bom tempo na casa dela, depois resolvi vir embora. Ao chegar á minha casa percebi que o meu vizinho estava chegando e ao me ver esperou que eu guardasse o carro e fechasse o portão, pensei tudo que eu tinha já levaram. agradeci a ele e entrei. Um vazio, uma sensação de impotência. Esse é  o sentimento que te acompanha nessa hora.

domingo, 21 de setembro de 2014

Silvia Voltando Para Casa....

Eu não conseguia dizer não para os meus filhos sabendo que eles estavam precisando de mim. Por mais que me fizeram sofrer eu era a mãe deles, não o abandonaria jamais, a minha visão era. Mãe é aquela que está presente nas horas boas e nas horas difíceis na vida dos seus filhos. Sei que eles erraram muito, mais também tiveram um lar que não deu estrutura nenhuma. Um lar emocionalmente desequilibrado sem amor sem respeito, como eu poderia acusar os meus filhos diante de tal criação ou mesmo exigir alguma perfeição? Quando eu particularmente não tinha equilíbrio; não os orientei para a vida. Permitindo que eles fossem vitimas das consequências de um casamento fracassado onde só presenciarão desarmonia durante toda uma vida. Presenciando a mãe sendo maltratada pelo pai, vivendo uma vida de massacre sendo tratada com crueldade, sendo dominada por um homem sem compaixão que sentia o prazer em me humilhar diante dos meus filhos foi essa a vida que todos nós tivemos. Fui covarde não tive coragem de defender os meus filhos quando eles mais precisaram de mim. Agora eu me sentia na obrigação de fazer o meu papel de mãe acolher os meus filhos com muito amor, e tentar reparar o meu erro não importava o que eles haviam feito o importante era o perdão. Era um dia de sábado eu estava em casa quando a Silvia bateu no portão quando eu olhei e vi que era ela comecei a chorar fui abrir o portão e percebi que definitivamente havia esquecido o rosto da minha filha, ela estava bonita como sempre e gravida estava mais bonita ainda. Abrir o portão e abracei a minha filha chorando, afinal haviam se passado sete longos meses.

 A partir daquele dia ela não se afastou mais de mim. Eles me levaram para conhecer o lugar onde eles estavam morando. Meu Deus era lugar bem digno do pai dela só ele poderia colocar um ser humano em um lugar como aquele, sem falar na distancia; era muito longe conversei com eles sobre a possibilidade de vir morar perto de mim, afinal quando a criança nascesse quem cuidaria dela. Eles conseguiram alugar uma casa próxima da minha e mudaram como eu estava ganhando bem conseguir ajudar ela com algumas coisas do enxoval do bebe, estava junto na primeira ultrassonografia quando ficamos sabendo que era uma menina e que se chamaria Alice a primeira bisneta que levaria o nome da minha mãe. Fui eu que dei o primeiro macacão lembro-me que escolhi amarela cor do ouro para dar sorte e prosperidade foi o que eu pensei na hora. Sempre saímos aos domingos. Eu, ela e o Silvio eles adoravam me explorar e eu gostava de pagar o almoço comprar presentes para eles me divertia afinal tudo que eu estava conseguindo era deles também. O mês de dezembro estava se aproximando e ela ganharia a nenê no inicio de janeiro, a criança chegaria com o mesmo signo da avó capricórnio. O marido dela trabalhava em um shopping e chegava muito tarde não havia condição dela ficar sozinha então resolvemos que eles ficariam morando comigo. Eles entregaram a casa e se mudaram para a minha casa. Ficamos os quatros morando na mesma casa. Eu continuava com o meu trabalho estava fazendo dança de salão nessa época junto com a Cíntia era divertido e eu gostava muito, sempre saindo nos finais de semana a minha vida estava ótima eu só tinha que agradecer a Deus. Cada dia tendo a oportunidade de ser apresentada em mais uma delegacia, que significava mais clientes. O meu sonho era um dia chegar ao DEIC. Departamento De Investigação sobre Crimes Organizados.

 16 de janeiro de 2006. Alice chegou para alegra á vida de todos nós, uma menina linda com a verdadeira expressão do amor uma criança diferente com uma inteligência fora do comum; esperada com muito amor por todos. A avó dela do interior veio ajudar a cuidar da Silvia afinal eu não podia precisava trabalhar os clientes me ligavam constantemente, quando alguém queria perfume para uso pessoal ou mesmo presentear alguém era comigo que falavam, eu não fazia corpo mole qualquer hora do dia ou da noite eu estava lá. O tempo passou a Silvia alugou uma casa e se mudou eu fiquei sozinha com o Silvio. A essa altura ele já estava noivo da menina e com casamento marcado. Chegou o mês de maio de 2006 fiz uma compra grande de perfumes. Dia das Mães estava vendendo bem na sexta feira dia 12 o primeiro ataque do PCC a Polícia Civil de São Paulo. Eu havia marcado um horário no sábado, com um chefe de tira a esposa dele queria ver perfumes e agendei com ela as 13:00h conforme combinamos estava lá no horário exato. Atendi a moça a qual hoje é uma grande amiga. Ao sair lembro-me que o meu amigo mandou que eu voltasse pela Rodovia dos Imigrantes mais eu resolvi visitar uma amiga que morava ali próximo e voltei pela Anchieta, antes tivesse seguido o conselho do meu amigo quando parei no semáforo fui abordada por um bandido armado que me fez abri a porta do carro para ele entra, dirigir um bom tempo com ele ao meu lado apontando um revolver para mim. Foi uma das tardes mais difícil da minha vida. 13 de maio dia de Nossa Senhora de Fatima estava eu ali ao lado de um bandido que sem respeito algum vai pegando a tua bolsa o teu celular tirando chip abrindo a tua carteira pegando o dinheiro e pondo no bolso e você não pode fazer nada. Como a gente se sente impotente nessa hora. Como eu desejava encontra uma viatura da polícia para jogar o meu carro em cima deles como um pedido de socorro mais não encontrou, o único carro que eu encontrei provocou uma batida jogando meu em cima dele. Que me resultou em ser trancada no porta malas do meu carro.

domingo, 14 de setembro de 2014

Começando a Viver.

Havia me desapegado de algumas pedras que me incomodavam. A dor que estava enrijecendo o músculo do meu coração de alguma maneira me protegia as feridas já não doía com a mesma intensidade, a pele de rinoceronte ajudava na cicatrização e foi assim que eu dei continuidade a minha vida me dedicando ao trabalho jogando toda a energia ao que mais me dava prazer. Trabalhar com perfumes importados, conviver com o publico, interagindo com as pessoas no meu dia a dia. Superando tudo que me sufocava e me dando a oportunidade de poder respirar e continuar com a minha subida ao topo da montanha. A águia já olhava e via um horizonte diferente com outras possibilidades. Possibilidades de dar o seu primeiro voo. Um voo tímido assustado não importava. O que importava era poder treinar a suas asas, mesmo que fosse um voo rasante, ela iria tentar sem medo, por que ela nasceu para as alturas, não iria ficar ciscando junto com aquelas aves pequenas que não nasceram para o voo. Esse prazer ela não daria ao seu ex-marido por que tudo ele fazia era para me desequilibrar emocionalmente me impedindo de subir os degraus que por direito me pertenciam, á vida havia me presenteado com eles, mas eu era obrigada a subir um por um, caso quisesse chegar a algum lugar. Nada preenchia o vazio da ausência da minha filha, a dor era tanta que eu bloquei as suas lembranças, o nosso cérebro é inteligente ele busca as defesas inesperadas e forma de sobrevivência inacreditável. E assim sobrevivi a mais uma emboscada do meu ex-marido.

 O Silvio continuava comigo, nunca me dava satisfação de nada pouco sabia da sua vida; finais de semana ele estava sempre com o pai e a irmã. Eu na minha vida trabalhando, fiz novas amizades. Comecei a sair, me dei á oportunidade de voltar a viver. O financeiro começava a melhorar até me dava o prazer de ir á um restaurante sair no final de semana, coisas que eu nunca tive a oportunidade de fazer antes, adiantar a parcela do meu carro era um presente do universo, cada dia fazia um novo cliente e todos gostavam de mim, eu sentia o carinho especial de todos por mim. Só podia ser coisa de Deus. Eu, cada dia penetrando mais no universo da Polícia Civil, da politica, das escolas Estaduais, fazia algumas Secretarias Municipais e fui ampliando os meus conhecimentos, aos pouco estava crescendo como pessoa e como profissional.  Nos negócios estava indo muito bem. Só que havia um problema não sabia administra o dinheiro, ficava segurando, com medo que ele voasse; acreditava que se eu girasse o perderia. E em relação ao dinheiro é o contrario temos que fazer com que ele gire por que dinheiro trás dinheiro. A maioria das vezes eu chegava á minha casa já passava das 22:00hs trabalhando não media esforços chegava a ficar nos hospitais até as 5:00hs da manhã vendendo perfumes; pra mim o importante era trabalhar eu só me preocupava em ganhar dinheiro estava fazendo um salario que sempre desejei e nunca havia imaginado que um dia essa quantia viria a minhas mãos. Aprendi a fazer do trabalho uma terapia onde eu conseguia descarregar todos os meus problemas, e ao mesmo tempo era gratificante e recompensador. Eu amava o meu trabalho. Eu amava a minha profissão de vendedora. Eu era feliz vendendo perfumes importados.

 O Silvio começou a namorar uma moça, que morava na mesma rua que o pai dele. Um dia ele chegou e começou a falar dela pra mim, percebi que realmente, ele estava apaixonado pela menina e levando-a a serio, coisa que ele nunca havia feito antes, chegando a falar na possibilidade de haver casamento. Eu particularmente fiquei curiosa para conhecê-la, mas como ela já convivia com o pessoal do pai dele, seria difícil para ela me aceitar, não restava a menor dúvida eu já estava consciente dos fatos. Continuei com a minha vida trabalhando não me preocupei com o que poderia vim a acontecer. Em um determinado dia jantei fiz algum afazer tomou o meu banho e fui deitar como de costume ficava lendo um pouco até o sono chegar. O Silvio chegou jantou e foi para o meu quarto estranhei ele não tinha esse hábito, pegou um travesseiro e deitou junto comigo e começou a me perguntar o que eu faria se a Silvia me procurasse e qual seria a minha reação caso ela estivesse gravida? Eu na hora entendi o recado era obvio que ela estava gravida e querendo voltar, respondi que havia sido pega de surpresa sinceramente não sabia o que responder. Fiquei de pensar no assunto. Ele se retirou para o quarto dele. Eu continuei lendo o meu livro. No dia seguinte não falei no assunto e nem no decorrer da semana. Mas uma semana depois eu fui até o trabalho do marido dela conversar com ele. Ele me falou que ela estava gravida e que chorava muito querendo voltar mais não sabia qual seria a minha reação, mandei falar pra ela, que a minha casa estava de portas abertas. Afinal ela continuava sendo minha filha. 

sábado, 6 de setembro de 2014

Silvia Saindo de Casa.

O Silvio começou a me dar trabalho. Com a influência do pai dele tudo voltou ao que era antes, a falta de respeito para comigo, não me ajudava mais nas despesas da casa, chegava a hora que queria; fazia o que bem entendia. A minha vida mudou completamente a paz que eu estava tendo durou pouco tempo, a tranquilidade da minha casa já não existia, as preocupações com o Silvio eram constantes eu já não sabia o que fazer me preocupava com o comportamento dele, com as minhas dividas tudo era motivo para me tirar o sono. Às vezes eu tinha a impressão que Deus havia me esquecido. Por que tanto sofrimento? O pai dele estava tão bem, completamente despreocupado em relação aos filhos. Enquanto para mim sobrava às dores de cabeça, a inquietação com as crianças e a responsabilidade de manter a despesa da casa, pensando bem, para uma mulher sozinha sem experiência que acabava de sair de uma situação que chegou a pegar cesta básica era muita responsabilidade. Eu não tinha estrutura para suportar tudo sozinha. A águia sentia medo de continuar com a caminhada, pensava em parar ou mesmo voltar para o terreiro talvez fosse mais cômodo conviver com as outras aves. Como ela poderia chegar ao topo? A subida era tão cansativa e assustadora só me restava uma saída, segurar na mão de Deus e permitir que ele me ajudasse. Quantas vezes chorava á caminho da casa dos clientes, pedindo a Deus por justiça. O peso da responsabilidade que caia sobre os meus ombros era grande, mais eu era obrigada a carregar não podia desisti. Talvez existissem pedras demais que não havia necessidade de leva-las comigo, mas só o tempo poderia me dizer quais as pedras que eu deviria tirar do meu caminho. Qual a bagagem que estava impedindo a minha subida? Eu precisava ter paciência e sabedoria para encontra a resposta que eu tanto procurava.

 Me a tingi, só através do Silvio para o meu ex-marido não era o suficiente. O alvo dele era a Silvia. Ele sempre quis atirar nela para acertar em mim. E conseguir da maneira mais suja e sórdida que um pai possa alcança. Ele foi imediatista não mediu as consequências dos seus atos, foi repugnante e imoral o que ele fez. A Silvia começou a namora com um colega de trabalho só que ele era casado e ela conhecia a esposa dele, elas eram amigas, eu nem imaginava o que estava acontecendo, mas o pai dela sabia e incentivava o namoro deles; chegando até a saírem os três juntos. Quando eu fiquei sabendo do namoro fiquei uma fera, não concordei, fui contra; era desonesto ela conhecia a esposa dele sempre frequentava a casa do casal eu jamais aceitaria o que estava acontecendo. Diante de toda a confusão descobrir que o pai era cúmplice e quando ficou sabendo que eu não aceitei a situação tirou a filha de casa e levou para morar com ele. Á vezes chegando a sair de casa para deixar os dois sozinhos. Depois de um tempo alugou um cômodo colocou os dois para morar juntos. Ela se afastou de mim completamente eu ficava sabendo noticias dela através de uma amiga que também pouco sabia, foi uma época difícil pra mim sofri muito com a situação mais como eu já havia conseguido uma pele de rinoceronte suportava todos os espinhos que a vida estava me oferecendo. Ela ficou 07 meses sem me dá noticias, completamente afastada de mim. Depois desse período ela me procurou estava gravida precisava da mãe a primeira gravidez assusta um pouco a presença da mãe é fundamental, ela precisou de mim e eu não soube dizer não. Á mesma atitude que eu tive em relação ao Silvio tive com ela também, abrir as portas da minha casa e a recebi de volta.

 No decorrer do tempo que ela esteve ausente eu procurei viver a minha vida. Busquei ajuda para cicatrizar as feridas era tudo tão dolorido e recente, antes de uma ferida cicatrizar outra já abria. O problema com a minha habilitação continuava era uma situação desagradável mais eu tinha que conviver com ela poderia ter evitado se não tivesse sido tão ingênua ao ponto de acreditar em pessoas oportunistas. Sempre tive um coração generoso, sempre me propus em ajudar as pessoas, independente do que elas eram, ou do que são. Só que, encontrei muitas pessoas que se aproveitavam da minha boa vontade. Mas também tive a oportunidade de encontrar pessoas maravilhosas na minha vida que me ajudaram muito em todos os sentidos e fizeram a diferença no meu dia a dia. O numero das pessoas boas sempre foi maior do que, das pessoas que só queriam se aproveitar da minha ingenuidade. Em uma das vezes que eu fui ao ciretran, comentei com uma funcionaria que vendia perfumes importados ela imediatamente se interessou pelos perfumes e pediu que eu no dia seguinte fosse lá com os perfumes que ela gostaria de ver. Conforme o combinado no outro dia eu estava lá, ela me apresentou a todos os funcionários, os quais passaram a comprar perfumes de mim, fiz amizades com todos eles a minha vida deu um pulo às coisas começaram a melhorar pra mim, a minha caderneta de clientes aumentou, passei a vender também nas Autoescolas. O Delegado era uma pessoa maravilhosa de um coração imenso e procurou me ajudar indicando-me em varias delegacias comecei a vender para todos os polícias eles sempre pagavam no dia certo eram corretos e gostavam de mim. Fiz amizade com todos eles os quais se tornaram meus amigos. me apresentando as esposas deles ou as namoradas que também vinham a serem minhas clientes. Minha vida melhorou muito. Comecei a subir a montanha só que agora havia menos pedras para carregar na minha bagagem.

domingo, 17 de agosto de 2014

Vencendo os Obstaculos.

. Aquela águia que havia acordado não queria mais parar ela precisava continuar com a caminhada, por que suas asas, ainda não estavam prontas para o voo. Havia a necessidade de uma preparação, suas asas tinham que crescerem o treino era indispensável e ela tinha consciência disso e enfrentava cada obstáculo com a cabeça erguida, existia o medo sim, a preocupação era constante, mais a determinação a levava ao destino esperado. Ela já começava a olhar para trás e ver a diferença do antes e do depois e não queria mais volta para aquela vida no quintal ciscando com as outras aves, essa vida já não lhe interessava mais, porque ela sabia que um dia iria dar o voo tão desejado, iria poder ver do alto todas as paisagens lindas que a vida teria lhe dado, se alguém um dia não tivesse lhe tirado o direito de voar. E foi com esse sonho que ela continuou tirando cada pedra que havia no caminho a impedindo de passar. Ela havia recebido uma grande lição na vida. (Nunca passe por cima de ninguém. Se alguém te atrapalhar na caminhada dê a volta e siga o seu caminho.) Foram essas as palavras que um dia o meu pai sentado em uma pedra sob uma arvore me falou e eu guardei durante toda a minha vida. Nunca sentir necessidade de prejudicar alguém para conseguir algo, ao contrario se eu não pudesse ajudar que atrapalhar eu não iria. Isto não fazia parte da minha índole. Isto vinha da minha personalidade e do caráter que o meu pai me deu, do respeito ao próximo que ele me ensinou. Esses ensinamentos já faziam parte da minha da minha vida.

 O trabalho dobrou junto com ele a possibilidade de no futuro conseguir uma vida digna, e para isso eu trabalhava sem parar, dia e noite. Não havia final de semana, não havia domingo se o cliente me ligasse eu estava pronta para atender quantas vezes chegava tarde e ainda ia limpar casa, ou mesmo fazer comida essa era a minha vida, sem falar que eu precisava juntar cada centavo para pagar as despesas porque elas haviam aumentado agora havia o carro o seguro eu tinha que me desdobrar. O meu desespero era com o Banco só faltava enlouquecer eu não podia deixar nenhum cheque voltar, não podia deixar gerar taxas o que eu tinha era o suficiente para pagar as contas se alguém não me paga-se no dia ou voltasse cheque de clientes ou entrava em parafuso. A noite era a minha pior inimiga ficava rolando na cama ou fazendo as contas do que tinha para receber era uma tortura pra mim, mais havia uma esperança de que tudo daria certo. O processo da separação continuava afinal era um litigioso, ele achava que tudo seria favorável para ele o advogado dele era ministro da Eucaristia na mesma paroquia que frequentávamos há tanto anos, eu particularmente achava um absurdo ele esta defendendo uma pessoa que agiu tão mal com a família. Hoje eu tenho outra visão. Eles entraram reclamando uma herança que eu havia recebido do meu pai fui obrigada a provar diante do juiz que o meu pai havia morrido um ano antes do meu casamento e como casei com comunhão parcial de bens ele não tinha direito a nada. Só que esse impasse na justiça me causava um transtorno emocional sempre que a minha advogada me ligava para me dar uma noticia e na maioria das vezes desagradável eu já ficava ansiosa sentindo certo desconforto ou medo, afinal conhecia o meu adversário muito bem e fui aterrorizada por ele durante anos, esse efeito psicológico continuava agindo dentro de mim. Era uma sensação negativa muito forte,  eu não sabia ainda como lidar com esse sentimento mais havia a necessidade de me livra dele não podia permitir que o meu coração acelerasse cada vez que o meu telefone tocasse.


 O Silvio havia saído do emprego, comprou uma moto e foi trabalhar em uma empresa de motoboy estava tudo dando certo mais como ele estava com o licenciamento atrasado, foi parado em uma Blitz e apreendera a moto, eu não tinha conhecimento com a polícia e não sabia como agir diante da situação, liguei para o pai dele pedindo ajuda. Ele foi lá pagou todas as despesas, mas ficou com a moto pra ele, deixando o filho sem condições para trabalhar. No final levou o menino para trabalhar com ele e falou que ele não podia mais me ajuda financeiramente começou a manipular o filho mais uma vez. Eu havia deixado de trabalhar com coahing fazia alguns meses, mas continuava em contato com ele. Ele conhecia a minha historia sabia do meu sofrimento, da minha carência isso pra ele foi fundamental uma mulher sozinha carente e sem restrição no nome era tudo que ele precisava, afinal ele tinha uma capivara assustadora que eu não tinha conhecimento ele era malandro primeiro me cativou fez com que eu me apaixonasse por ele só que nunca houve nada entre nós, amor platônico da minha parte é claro, depois  pediu para eu comprar um celular pra ele no meu nome, depois tirei um carro em seguida aluguei um apartamento. Meus filhos queriam me matar só não fizeram por que a lei não permitia. Como minha filha trabalhava em uma loja grande, pegou o CPF dele e fez uma consulta a qual me tirou o sono por muitos dias, mas no final ele terminou pagando tudo, nessa parte ele foi correto comigo caso contrario eu terminaria na cadeia. Só que, como o carro estava no meu nome todas as multas chegavam á minha casa e a pontuação na minha CNH isto me obrigava a, de três em três meses entra com um processo na Ciretran para não perder a minha habilitação.

domingo, 3 de agosto de 2014

Mudando a Minha Historia.

Eu começava a ver uma luz no fim do túnel. A escuridão estava dando lugar para á sol que surgia com os seus raios dando um brilho diferente para a minha vida, prometendo um novo horizonte. Era difícil, mais havia expectativa de uma vida melhor. Eu não podia perder a esperança. Não podia deixar de acreditar no meu sonho. Havia uma necessidade de seguir em frente, começava a surgir uma força incrível dentro de mim, A águia estava despertando, cansou de ciscar no terreiro, a hora de começa a subir a montanha chegou. Eu não podia perder essa oportunidade, não sabia quanto tempo levaria para chegar ao meu destino, isso não era importante. O importante era dar o primeiro passo. Mas a caminhada foi lenta em alguns momentos pensei em desistir, voltar para o terreiro e ficar ciscando junto com as outras aves que nada tinham para me oferecer, mais a águia que havia dentro de mim não queria parar ela precisava chegar ao topo. Ela precisava voar! Havia descoberto que foi feita para o grande voo e não para ficar ciscando em algum terreiro da vida. Parei para descansar, chorei, gritei por Deus só ele poderia me ajudar, os meus pés começaram a doer ás pedras machucavam, as feridas sangravam eu não podia parar, a necessidade de continuar era mais forte do que a dor que eu estava sentindo naquele momento. O medo ainda persistia, era menos, mais chegava a me tirar o sono. O novo o desconhecido é assustador, eu agora tinha uma responsabilidade maior envolvendo o financeiro começava a investir em um determinado negocio sem ter um centavo. Eu antes não me preocupava com o dinheiro sempre trabalhei mais tudo ficava com o meu ex-marido. Era o medo de não dar certo. O medo de não ter dinheiro suficiente para cobrir os cheques que eu dava para pagar os perfumes, a final os valores eram altos. E a, mistura do medo com a incerteza me tiravam o sono.

 Todos os dias eu ia para á casa da Vanusa, de lá sair com a Amanda Marcos para trabalhar algumas vezes pegávamos o carro da Vanusa outras vezes saiamos de táxi, essa era a nossa batalha, um pouco cansativo devido o percurso que eu era obrigada a percorrer todos os dias. Mas eu não podia voltar atrás, teria que seguir em frente. Por mais difícil que fosse não dava para voltar. Os problemas continuavam o meu ex-marido não parava de perturbar as crianças sempre fazia algo para nos tirar do serio. Eu sempre tinha medo nunca sabia de que lado ele poderia atacar, o Silvio havia saído do emprego comprou uma moto e foi trabalhar como Moto Boy estava ganhando bem me ajudando financeiramente chegando a assumir as despesas de supermercado sozinho, continuávamos com a nossa vida eu carregando o fardo da amargura, mas era bem menos; algo estava mudando dentro de mim as entranhas que tanto me atormentavam já não estava fazendo o efeito de antes. Comecei a trabalhar com a Amanda no dia 19 de janeiro estávamos indo bem. Era mês de março quando ela me chamou e falou que não tinha mais interesse em continuar com a nossa sociedade, tomei um susto grande de alguma forma ela me dava certa segurança, fizemos as contas dei a parte dela e voltei para o ABC onde dei inicio ao meu trabalho sozinha, procurei todos os meus antigos clientes, mas como eu não tinha carro andava de ônibus ou mesmo a pé, o medo aumentava, pela dificuldade de locomoção estava vendendo menos, precisava tomar uma atitude fazer algo para o meu negocio crescer não poderia deixar como estava. Há algum tempo estava sonhando com um carro chegava a sentir o contato do volante com as minhas mãos, não comentava com ninguém era um sonho meu.

 Um dia comentei com o meu fornecedor que tinha necessidade de comprar um carro, ele comentou com um amigo do meu ex-marido o qual fez um comentário a meu respeito. (Que eu fui muito desonesta com o pai dos meus filhos tirei tudo que ele havia conquistado durante os anos que fomos casados, o deixando na rua sem um centavo.) O meu fornecedor riu e falou. “Você está brincando”! Quem te falou isso? Ao contrario, ele tirou tudo a deixando sobreviver com cesta básica e ajuda dos vizinhos e familiares. E contou a minha historia falando que eu havia voltado a vender perfumes há pouco tempo e estava querendo comprar um carro, esse amigo ficou tão indignado com a atitude do meu ex-marido e pela historia que ele havia contado, e mandou um recado que ia me ajudar tinha um carro ótimo ia vender pra mim. E realmente me ajudou em uma semana ele providenciou tudo, falei com o meu irmão que também me ajudou com o dinheiro da entrada e da primeira parcela do seguro. Lembro-me era uma sexta feira quando eu peguei o carro o Silvio esse era o nome dele passou na minha casa por volta das 19:00h eu fui com ele até á casa dele, e voltei com o carro, ao chegar vi que havia alguém em casa dei um toque na buzina para abrirem o portão o meu filho saiu gritando mãe você comprou um carro! Pegou o carro e deu uma volta na rua tão feliz. E a parti daquele dia a minha historia mudou permitindo que eu subisse mais um degrau na minha vida.

domingo, 20 de julho de 2014

A Vida Estava Voltando a Sorrir..

Eu precisava de um puxão de orelha para acorda, seguir em frente sem olhar para trás. Já havia perdido muito tempo presa á um passado de sofrimento, de amargura; mais o processo era lento por mais que eu quisesse avança algo me paralisava me deixando pressa ao túnel do tempo. Presa ás lembranças que não acrescentavam nada na minha vida ao contrario só me prejudicavam. Quanto tempo eu joguei fora no decorrer dos anos remoendo tristezas, magoas, direcionando a minha energia a pessoas que não mais faziam parte no meu dia á dia. Pessoas que não mereciam um minuto do meu precioso tempo. Era isso que eu estava fazendo destruindo a minha energia o meu emocional com alguém que só queria ver o meu mal. Mais eu estava acordando, começando a voltar á vida saindo do fundo do poço, tudo iria mudar mais conforme a vontade de Deus. Não a minha. Ao saímos do curso todos os participante levavam um exercício pra fazer durante 21 dias, esse exercício seria para manter o cérebro ativo afinal três dias não era o suficiente para mudar toda a sua programação. Segundo os cientistas o nosso cérebro necessita de 21 dias de treinamento para mudar a toda a programação errada, que nos foi passada durante a nossa vida. Fiz o curso no mês de setembro sentir que eu estava mudando para melhor; continuava com medo do amanhã sim. Mais era menos, comecei a ler livros de autoajuda para não perde o foco, lembro-me o primeiro livro foi. (Quem Mexeu no meu queijo). Continuei com a minha rotina, mais, lembram que antes eu já vendia perfumes importados? Mais devido as minhas condições financeiras eu havia parado, e uma delas, era por não ter carro para trabalhar. Tive uma ideia era inicio de novembro comecei a ligar para os meus antigos clientes perguntando como eles estavam de perfumes? E do outro lado da linha uma exclamação de alegria! Você voltou a vender perfumes! Eu explicava estou começando mais como não tenho o dinheiro suficiente só por encomendas eles encomendavam eu comprava o perfume dava um cheque e assim tive um natal melhor do que os anteriores.

 A vida estava voltando a sorrir pra mim. As crianças trabalhando, o pai não nos deixavam em paz sempre havia algo para mexer com a nossa estabilidade. Provocando as crianças tentando de alguma forma nós desestruturar emocionalmente, ele atirava nos filhos para acerta o tiro em mim. Ele sabia que a unica maneira de me tirar do serio seria ferindo os meus filhos. O processo de separação seguia como ele não queria dividir os bens fomos obrigado a entrar com o litigioso o qual nos daria uma bela dor de cabeça. Recebi Oficial de Justiça na minha casa para contar até os talheres que eu tinha. Deus é tão maravilhoso que poderia ter sido qualquer um, mais aquele Oficial havia perdido a esposa há um mês estava debilitado, ele entrou na minha casa conheceu os meus filhos chorou sentado á minha mesa tomando um café, e me falou. Como alguém pode destruir uma família, uns filhos tão bonitos  e educados,  não só destruir mais perseguir, como esse pai está fazendo; ele falou eu daria tudo para ter a minha esposa de volta. Ele anotou a maioria das coisas como se fosse das crianças até a televisão do meu quarto ele deu um jeito para não entrar na lista. Aquele Oficial de Justiça passou a ser meu aliado, e falou que; o que ele pudesse fazer para me ajudar ele faria sim.

 No mês de janeiro fui convidada para uma reunião em uma empresa americana que estava começando a se estabilizar em São Paulo. E nessa reunião tive a oportunidade de conhecer a Mara ela trabalhava em uma das casas da Lilian  Gonçalves e era amiga da cantora Vanusa fiz um comentário que era fã da Cantora; ela prometeu que iria me apresentar para a filha da Vanusa, a Amanda Marcos, conforme o combinado ela me apresentou fiquei emocionada em conhecer um membro da família a filha mais velha do casal, sempre fui fã da Vanusa e do Antônio Marcos, na época da separação dos dois sentir muito, cheguei a criar uma antipatia pela atriz Débora Duarte. Antônio Marcos e Vanusa eram os meus ídolos, as suas musicas tinham conteúdo, falavam do amor. Vivi toda a minha adolescência ouvindo as suas musicas e conhecer a filha deles me emocionou muito. Não imaginava que ela fosse uma pessoa tão simples. Ficamos amigas, ela combinou que me levaria para conhecer a sua mãe. No dia combinado eu fui até o apto delas e tive a oportunidade de conhecer a cantora Vanusa uma pessoa maravilhosa de um temperamento forte, uma mulher decidida, uma grande guerreira. Sem falar na cantora de sucesso que ela foi e continuava sendo. Pra mim foi um privilegio conhecer aquele mulher que eu sempre admirei ao longo da minha vida. Amanda Marcos começou uma sociedade comigo, voltei a trabalhar com os perfumes dessa vez foi definitivo e eu tinha mercadoria à pronta entrega comigo. Mais uma vez Deus estava agindo na minha vida.

domingo, 13 de julho de 2014

Resgatando a Minha Criança Interior.

Mais o tempo de Deus, é diferente do meu. Ele estava preparando o melhor para a minha vida! Ele iria colocar mais pessoas para me ajudar, ele não ia me desampara. O meu amigo Padre Dalcides continuava me ajudado, me orientando mostrando que eu era uma perola diante de Deus e do mundo. Que eu precisava me reerguer, buscar a minha autoestima buscar a verdadeira Marlene. Resgatar a essência que estava perdida em algum lugar no passado. Um dia ele me falou nunca perca o seu sorriso ele é um elo com Deus. No dia que você perder esse sorriso lindo vai entra em depressão. E eu sempre procurei mesmo entre lagrimas manter o meu sorriso. O Padre Dalcides me ajudou muito, foi um anjo enviado por Deus para me ampara nos momentos mais difícil da minha vida, ele tinha sempre uma palavra de apoio, uma palavra de carinho, eu sabia que podia contar sempre com sua ajuda. Mais chegou uma hora que ele sentiu a necessidade de seguir o seu caminho e eu fui obrigada a ficar sozinha andar pelas mais árduas pedra sem o seu apoio. Foram dias difíceis, noites mal dormidas acordava chorando precisava de um conselho, estava perdida não sabia o que fazer não confiava em ninguém ele foi a única pessoa que eu confiei ele nunca me julgou, só me ajudou. Agora eu não o tinha mais. Os dias seguiam a vida continuava as crianças estavam comigo, era um motivo á mais para eu me sentir fortalecida. Quanto ao financeiro por mais difícil que fosse, estávamos conseguindo nos manter mesmo com dificuldade. Um dia fui convidado para participar de uma reunião com alguém que estava saindo candidato a prefeito na época, eu fui e através dessas pessoas conheci um coaching que estava dando palestras de motivação, eu comecei a participar e absorver tudo que eu podia, cada palavra que ele falava eu ficava atenta precisava tirar as raízes que impregnavam o terreno do meu coração eu necessitava de um adubo diferente fértil. Necessitava de terra nova, ele estava me oferecendo uma oportunidade. Algo novo uma terapia agressiva como um choque para eu acordar sair do fundo do poço pensar em mim, me desapegar do passado seguir em frente com uma vida nova; buscando outros horizontes.

 Ele pegou o meu ponto fraco a vaidade a vontade de rejuvenescer. A vontade de trazer aquela menina de voltar. Aquela menina que eu conheci correndo no campo, deitando na grama, sentindo a brisa no rosto os cabelos soltos ao vento, com um sorriso que só uma verdadeira criança poderia ter. Aquela menina que galopava em um cavalo sentindo o gosto da liberdade. Sobre a proteção do olhar orgulhoso do seu pai. E nesse momento eu tive a certeza que essa criança não havia morrido, estava viva dentro de mim. Como? Eu ainda não sabia! Mais necessitava trazer essa criança de volta para a minha vida, para o meu dia a dia. E foi com esse pensamento que eu resolvi voltar a viver foi pensando no meu pai que sempre me amou, que nunca me viu crescer. Por que pra ele eu era a sua eterna criança. Eu era aquela menina que um dia no meio de uma tempestade ele foi me tirar dos galhos de um arvore. Por que ele sabia que eu estava chorando, sabia que eu estava com medo dos raios e dos trovões e que não ia conseguir descer daquela arvore, porque ela estava com os galhos molhados e deslizantes. Mais ele foi lá; e me tirou, me levou de volta para casa. E naquele momento eu descobri que, por mais que o meu ex-marido tentou não consegui matar essa criança. Nesse momento eu descobri que não era eu a Marlene que o incomodava, mais sim aquela menina que estava dentro de mim, que sentia um gosto diferente pela vida e tudo conquistava com o seu sorriso puro e inocente. Ele com a sua maldade tirou toda a inocência daquela menina colocando magoa, ódio e sofrimento em seu coração. Conseguiu sim fazer com que essa criança adormecesse dentro de mim por vinte e um anos. Mais ela acordou! Com uma vontade louca de viver. De lutar pela vida. Mais a magoa a dor a impediam de seguir em frente. Mais ela iria continuar lutando porque ela sempre foi uma guerreira e nada a impediria de lutar pela sua liberdade.

 Eu não perdia uma palestra ia a todas, e ali eu ouvia o que realmente eu precisava ouvir, era como se ele falasse comigo não tinha pena de mim era duro; as suas palavras me atingiam de uma forma diferente, me levando a refletir sobre a minha vida, sobre o tempo que eu perdi chorando as magoas, sentindo pena de mim; entrando na sintonia do meu ex-marido e desejando o mal para ele. Esse mal voltando para me atingir. Mais mesmo com todas essas injeções que eu estava recebendo, as raízes que estavam impregnadas no meu coração era mais fortes do que eu, não ia ser fácil me livrar delas com tanta facilidade, eu queria, mais no outro dia eu já estava envenenada, era uma confusão dentro de mim. Uma mistura de sentimentos, ódio e magoa ao mesmo tempo. O ódio é um sentimento tão negativo, difícil de conseguir se livrar dele, ele me atormentava vinte a quatro horas por dia, ele só quer vingança. Ele é um sentimento tão pobre, tão mesquinho. E era esse sentimento que predominava na minha vida. Eu continuava trabalhando na Autoescola, as crianças nos seus devidos empregos, eu estava dando seguimento com a minha terapia na casa Beth Lobo. E assim a nossa vida seguia em frente. Um dia eu estava em uma das palestras quando o coaching me convidou para trabalhar com ele, precisava de uma secretaria e eu tinha o perfil, aceitei imediatamente, uma das exigências dele era que eu fizesse um curso com ele de auto ajuda, como ele estava montando um curso no interior de São Paulo não foi difícil em seguida já fiz o gestec 30.

 Esse curso foi como um antídoto injetado na minha veia. Ele administrava o curso em um hotel fazenda eram três dias de duração sem muito descanso, e exigindo muita atenção dos participantes. Os exercícios da terapia eram bastante avançados, fiz o exercício do perdão foi o mais duro e mais difícil em toda a minha vida. Começar a trabalhar o perdão para o meu ex-marido e a família dele era exigir muito de mim. A final ele era o ruim eu sempre fui a vitima da historia. Ali eu descobri que não foram um ou dois sapos que eu engoli mais sim um brejo inteiro. Mais eu dei permissão para ele me empurrar esses sapos de garganta abaixo, eu permiti que ele me humilhasse, eu permiti o assassinato da minha criança interior, eu permiti que ele me anulasse como mulher e como pessoa, foi deixando as coisas acontecerem. Fui deixando ele usar a morte do meu pai para me neutralizar, me acovardei não lutando para que ele me respeitasse e respeitasse o acidente que tirou a vida do homem que eu mais amei, o meu pai. E ele com sua crueldade se aproveitando da situação para me manipular. Aquele curso estava mostrando o quanto eu fui relapsa comigo mesma. Estava me levando a uma reflexão de tudo que aconteceu no decorrer da minha vida, eu estava começando a me conscientizar dos meus erros e dos meus acertos. Era disso que eu precisava para acordar.

domingo, 6 de julho de 2014

Finalmente Meus Filhos Comigo...

Naquele dia ao sair do hospital eu já estava sabendo que na quarta feira o Silvio iria receber alta, o pai dele tomou a decisão que nos primeiros dias ele ficaria na casa dos avós, como ele concordou, eu não interferi, sempre respeitei a opinião deles não sei se por educação, para não invadir a privacidade deles ou por covardia da minha parte. Ele conversou comigo que ficaria nos avós mais sempre que pudesse viria nos visitar, pra mim, diante de toda a situação que eu vivi e estava vivendo já era uma vitória ter o meu filho perto de mim. Ele me pediu para fazer uma lasanha no domingo fazia muito tempo que ele não comia a  famosa lasanha da mãe dele estava com saudade; eu fiz, ele veio almoça comigo ficou o dia conversando brincando com a irmã no final da tarde foi embora, durante a semana ele sempre passava para nos ver aparentemente estava tudo bem. Mas uma noite, eu estava chegando do colégio por volta das 23:30h  vi as luzes acessas, janela aberta, estranhei por mais quente que estava na época a Silvia normalmente estaria com as portas fechadas. Ao entra perguntei o que estava acontecendo? Ela me respondeu! O seu ex-marido veio devolver o seu filho, falando que ele não tem capacidade para cuidar dele, eu respondi imediatamente que dessa vez ele estava com a razão. Ele não tinha responsabilidade para tomar conta de alguém, olhei e vi que todo o ás roupas do Silvio estavam jogadas no sofá, uma verdadeira bagunça. O Silvio estava na rua com aos amigos afinal ele foi criado naquele bairro e já fazia um bom tempo que ele estava afastado dos amigos. Eu sair e o chamei para conversar precisava saber o que realmente aconteceu, ele me explicou que a família do pai não queria aceitar que ele tivesse contato comigo e começaram uma discussão a qual envolveu todos da casa,  foi  feio e um pouco violenta o resultado foi que ele explodiu e resolveu que não queria mais aquela situação, O pai respondeu que ele escolhesse ficar com ele ou comigo por que com os dois não dava. Ele tomou a decisão de ficar comigo.


 A Silvia ficou contra mim não queria que ele voltasse para casa, devido tudo que ele já havia feito comigo, a falta de respeito, ás vezes que ele entrou em casa sem pedir autorização para pegar alguma coisa e levar para o pai dele, por todos esses motivos ela não o queria em casa. Mais como mãe eu não podia permiti que o meu filho continuasse nesse fogo cruzado, conhecia muito bem o poder de manipulação que o pai dele possuía afinal vivi sobre o domínio dele por vinte e um anos; se ele conseguir me manipular durante todo esse tempo imagina com o filho o estrago que ele poderia fazer na vida do menino, e falei com a Silvia que tínhamos que dar apoio ao irmão dela era necessária unir a família; o Silvio voltou conseguir um emprego foi trabalhar retomou os estudos foi para o mesmo colégio que eu estava e a nossa vida estava indo bem, o pai se afastou dos filhos definitivamente não quis mais nenhuma relação com eles. Passado algum tempo ficamos sabendo que a mãe dele estava doente, o câncer havia voltado, mais ele não avisou aos filhos. A doença da mãe dele se agravou levando-a a morte mais ele também não se deu ao trabalho de avisar aos filhos do falecimento da mãe. Uma vizinha que se preocupou em vim avisar para o Silvio que a avó dele havia morrido e estava sendo velado o corpo em um determinado cemitério, ele veio pra casa chorando ligou para a irmã, ela ficou tão revoltada que não quis tomar conhecimento. Mais eu sabia que eles estavam sofrendo o Silvio foi ao cemitério sozinho a irmã não quis ir com ele. Dias depois fiquei sabendo  como aconteceu, e como trataram o Silvio, ele não pode se aproxima ficou de longe presenciando tudo, doeu muito em mim quando tomei conhecimento e vi o quanto a família do pai dele era mesquinha, sem amor, pessoas vingativas sem coração nem na hora da morte se rendiam a um gesto de humildade. Na época havia sido lançado um CD tinha uma musica com o titulo “Tô nem Aí”. Eles cantavam direto essa musica foi à única maneira que eles encontraram para jogar fora o sentimento que sufocava, era como se algo estivesse preso na garganta deles, eu percebia que essa musica era como uma oração quando eles cantavam eles liberavam todo o sentimento negativo que o pai havia colocado em seus corações.

 Ficar com os meus filhos para mim estava ótimo, afinal foi tudo que eu pedi a Deus, e ele nunca me abandonou foi sempre presente na minha vida estava me dando o que eu mais queria os meus filhos junto comigo. A nossa vida estava indo muito bem os três trabalhando e dividindo as despesas não havia brigas o Silvio era quem reclamava porque em frente ao trabalho dele havia um lava rápido onde o pai ficava no sábado a maior parte do dia brincando com os filhos do dono desse lava rápido para provocar o filho. Eu não estranhava o conhecia muito bem e sabia o quanto ele era cruel e sabia pisar na ferida. Ele sabia como machucar alguém nisso ele era mestre. A final foram vinte e um anos de sofrimento sendo massacrada por ele. Sendo transformada em um lixo humano era assim que eu me sentia e ele estava fazendo o mesmo com os meus filhos eu tinha que encontra uma saída, não podia permitir que ele destruísse a vida dos meus filhos o Silvio havia tentado suicídio pela segunda vez, Deus o livrou da morte eu precisava sair do fundo do poço para cuidar dos meus filhos, apesar de estamos todos juntos eu continuava com o tratamento na casa Beth Lobo continuava com muito ódio isso eu não podia negar. Tinha que haver uma saída eu precisava encontra uma solução; não podia permitir que a mágoa o ódio invadisse mais a minha vida do que já estava invadindo. Mais como? Era mais forte do que eu. Esse homem precisava pagar por tudo que ele estava fazendo comigo e com os meus filhos era assim que eu pensava e queria que Deus agisse no meu tempo. E não no tempo dele.

domingo, 22 de junho de 2014

Deus na Vida do Silvio..

A partir daquele dia ele passou a me odiar mais ainda e com certeza deve ter feito um proposito para me prejudicar, em todos os sentidos. Como eu já havia dado entrada na minha separação só me restava aguarda o desenrolar do processo. Eu continuava trabalhando na Auto Escola e estudando, e na expectativa de que logo iria sair à separação á minha vida estaria resolvida, receberia um bom dinheiro, mas me enganei foram três anos de espera, um processo cansativo e desgastante onde eu era obrigada a receber um Oficial de Justiça para relacionar tudo que havia dentro da minha casa, ele chegou com ordem de contar até os talheres. A Silvia estava trabalhando, não na érea dela, mais em uma loja onde ela começou como temporária, no inicio do ano ela foi efetivada. Eu continuava sendo assistida pela casa Beth Lobo, eles me davam todo o apoio necessário mais ainda havia muito que fazerem por mim. O ódio continuava forte, eu não aceitava o que a vida estava me oferecendo era muita injustiça permanecia com o mesmo sentimento. Pena de mim mesma. Chorava porque andava de ônibus, se andava a pé também chorava! Jogava a culpa em todos mais não admitia nenhuma responsabilidade da minha parte. Continuava frequentando a igreja acreditando que iria conseguir um milagre que era me libertar daquele ódio que me corroía por dentro, tirando a minha paz de espirito; só pensando em vingança falando mal do meu ex-marido para a minha filha, sem perceber que era do pai dela que eu estava falando que aquele homem que eu tanto adiava, ou bom ou ruim era o pai dos meus filhos e eles não tinham culpa, eu o escolhi pra ser o pai deles, eu havia me casado com ele, quem não soube escolher fui eu. Agora eu não tinha o direito de descarregar toda a minha raiva, o meu ódio por ele nos ouvidos dela, porque era do pai dela que eu estava falado, ela o amava mesmo com as suas faltas.

 Os meses passaram quando eu menos esperei já era outubro o ano estava indo embora com a maior rapidez. Muitas coisas haviam acontecido no decorrer desses meses. O Silvio continuava morando com o pai dele não me procurava e nem me dava noticias. Eu e a Silvia estávamos vivendo a nossa vida. Agora ela tinha liberdade eu confiava nela e a deixava sair com as amigas, lembro-me a primeira vez que ela foi ao Playcenter me ligou parecendo umas crianças. Mãe eu estou livre, finalmente eu conheci uma noite de terror, aqui dentro esta cheio de monstros; rindo feliz como um pássaro que foi solto da gaiola. De alguma forma era gratificante saber que a minha filha estava podendo respira ter um pouco de liberdade, poder viver a vida com uma liberdade saudável. Sábado, 02 de novembro feriado, dia de finado na igrja ia ter missa varias vezes durante o dia; mais eu deixei para ir ao último horário participei da missa e como havia dois padres na igreja um deles estava no cemitério e eu resolvi espera-lo com a desculpa que queria dar um abraço nele. Ele demorou um pouco já passava das 18:00h quando ele voltou, realmente dei um abraço nele; mais ele olhou pra mim e perguntou se o meu filho estava melhor? Eu respondi que não estava sabendo de nada, e perguntei o que havia acontecido? Ele me respondeu que meu filho estava internado na UTI de um hospital próximo, eu já comecei a chorar não era justo que isso estivesse acontecendo e o pai dele não havia me avisado. Liguei para ele imediatamente mais não me atendeu, em seguida liguei para o meu irmão que conseguir falar com ele, e ficou sabendo o que aconteceu: em seguida me passou á informação de que o Silvio havia tentado o suicido pela segunda vez. Eu entrei em desespero não sabia o que fazer o hospital era fora de mão eu não tinha carro; lembrei-me da namorada dele e liguei para ela perguntando do Silvio? Ela me respondeu que não tinha noticias dela desde segunda feira; ligava pra ele mais o celular só dava na caixa postal, eu falei o que havia acontecido ela começou a chorar e veio com os pais me buscar para irmos ao hospital.

 Ao chegarmos ao hospital fui até a recepção pedir informação do meu filho, perguntaram o que eu era dele? Respondi que era a mãe! O moço me olhou estranho e pediu que eu fosse falar com a assistente social. Eu fui ela estranhou quando me apresentei falando ser a mãe do Silvio Araújo, e falou a mãe dele vem com o pai todos os dias na visita, eu abri a minha bolsa retirei o documento e passei para ela, expliquei o que estava acontecendo a mesma me pediu desculpas e foi ela ate a recepção pegou os crachás de visita e me autorizou a entra na UTI, para ver o meu filho. Entrei com a namorada dele mais antes de entrar havia um guarda sentado na porta para o qual eu tinha que dar o meu nome, ele perguntou quem eu era? Respondi sou a mãe dele! Ele riu e falou. O seu garoto acordou hoje na hora da visita e havia uma mulher com o pai dele lá dentro; justamente na hora que ele acordou. A senhora não imagina o escândalo que ele fez todos os médicos e enfermeiros correram para o leito dele, a mulher foi retirada na hora pela a equipe. Ele gritava que não queria essa mulher ao lado dele. Sinceramente eu fiquei feliz esse moço não poderia ter me dado uma noticia melhor, eu sabia da existência dela só não sabia que ela era tão suja, tão covarde ao ponto de permiti se passar pela mãe do meu filho. Entrei na UTI ele estava consciente ficou feliz quando nos viu estava lucido mais um pouco confuso que era normal diante da quantidade de medicação ele havia ingerido.

 Ficamos com ele o tempo permitido sair e prometendo que voltaria no dia seguinte. E foi o que eu fiz no domingo fui para o hospital fiquei com ele o tempo que me foi permitido, o hospital me comunicou que ele sairia da UTI na segunda feira. Mais na segunda feira antes que eu saísse para o hospital à psicóloga me ligou pedindo a minha presença no hospital necessitava falar comigo e com o pai dele, eu já estava me preparando para ir ate lá, só me apressei um pouco mais. Ao chagar ao hospital o pai dele já estava com a psicóloga. Ate hoje não sei o que o Silvio falou pra ela, mais ela não falou comigo participei da reunião mais todo tempo ela se dirigiu ao pai, e falou pra ele que era um direito do Silvio poder conviver com a irmã, ter uma relação saudável com a mãe. Ao termino da reunião ele foi embora querendo matar todo mundo eu resolvi falar com o medico que deu os primeiros socorros ao meu filho e descobrir que o Silvio havia ingerido 50 gardenal na terça feira ao meio dia e deu entrada no hospital na quarta feira as 23:00h meu filho estava inchado quase sem vida, obtive todas as informações necessária pedi uma declaração ao medico por escrito precisava deste documento anexado ao processo judicial. Não era justo meu filho não morreu porque mais uma vez Deus colocou a sua mão sobre a vida dele este foi mais um milagre de Deus na minha vida. Guardando o meu filho pela segunda vez.

domingo, 15 de junho de 2014

Buscando Justiça

Outubro foi embora deixando muitas tribulações. Depois que eu fui na. DDM. Delegacia dos Direitos da Mulher. Ele se recusou a levar a filha para o curso e devido a distancia ela foi obrigada a ficar em casa de uma amiga. Indo todas as segundas feiras e voltando na sexta feira enquanto isso eu ficava sozinha em casa era muito difícil suportar essa situação mais como só faltava um mês para terminar o curso qualquer sacrifício era valido. Novembro Chegou. Finalmente a Silvia finalizou o curso de técnica de enfermagem, mais diante da nossa necessidade ela foi procurar emprego temporário para poder me ajudar nas despesas de casa. O Natal estava se aproximando e a nossa preocupação era que pela primeira vez passaríamos só as duas em casa, não tínhamos dinheiro o suficiente e o pouco que tínhamos precisávamos economizar não sabíamos se em janeiro iria surgir alguma oportunidade de trabalho, na semana do Natal falamos muito sobre isso mais nada poderíamos fazer se o destino queria assim tínhamos que respeitar. Quem sabe no próximo Natal seria diferente. Mais no do dia 24 uma amiga me ligou querendo saber o que eu iria fazer para a ceia, falei sobre á minha situação; ela falou que também não sabia o que fazer estava trabalhando, eu falei vem pra cá, ela passou no mercado comprou o que faltava e fizemos uma linda ceia de Natal. Foi o meu primeiro natal depois da separação, acreditava que iria passar sozinha com a Silvia e não teríamos muitas coisas á mesa. Mais Deus providenciou não só uma linda ceia como mandou pessoas amigas para me fazerem companhia. Naquela noite até peru na minha mesa tinha. A minha casa estava cheia de jovens, todos rindo cantando os filhos dela e alguns amigos o meu sobrinho veio também com a esposa. Foram embora por volta das 3:00h da manhã. No outro dia ao meio dia estavam todos de volta. Foi um ótimo Natal! Mais uma vez Deus providenciou tudo para que eu não ficasse sozinha com a Silvia; seria muito triste principalmente pra ela. No Ano Novo tudo se repetiu foi uma festa com tudo que eu tinha direito cada um trazendo um prato.

 Chegou. 2003 com ele a esperança de uma vida melhor, eu conseguir um trabalho em uma Auto Escola com direito a um salario; dava para pagar às contas. Mais o ódio à raiva ainda preenchia o meu coração, muita amargura, desejo de vingança era um mistura de sentimentos dentro de mim, a revolta fazia parte do meu dia adia, eu não aceitava tanta luta da minha parte e ele vivendo numa boa gastando todo o dinheiro que eu havia ajudado ele a conseguir. Dava para perceber que o meu rosto se transformava em ódio, ao falar dele, chorava muito devido a minha a situação. Eu olhava e não via perspectiva, sentia um dos piores sentimentos que um ser humano pode sentir. Pena de mim mesmo. O medo se apoderava de mim, acordava a noite preocupada na incerteza do amanhã. Enquanto ele fechava bares bancando churrasco para a mulherada e gastando o que também era meu. Eu passava apuros tentando economizar cada centavo andado a pé, de ônibus, ficava na rua o dia inteiro para conseguir alunos para Auto Escola, trabalhava como corretora. Sentindo falta do que eu tinha antes resolvi procurar um advogado para fazer a separação alguns me falavam que era difícil; eu não ia ficar com quase nada, pelo fato dele trabalhar por conta própria e não ter carteira assinada e eu não teria como provar a renda mensal dele procurasse me conformar e se eu era acostumada a tomar café da manha com frios e frutas, podia esquecer que não voltaria mais a ter na minha mesa. A falta de justiça provocava mais revolta em mim fazendo com que eu cada vez mais chegasse ao fundo do poço. Cada dia que passava meu ódio só aumentava, e com esse sentimento tão negativo a tendência era me afundar cada vez mais.

 O Boletim de Ocorrência que eu registrei contra ele o qual havia representado. A audiência estava marcada  para o dia 10 de fevereiro, nesta data ele iria sentar em frente ao Juiz. Dias antes o advogado dele me procurou para fazer um acordo me propôs um terreno que nós tínhamos, a casa 100%  e mais R$30.000.00 a essa altura eu já havia entrado com o pedido de separação. Respondi! NÂO para advogado dele acrescentei que eu necessitava que a justiça me respeitasse afinal havia entrado com um litigioso porque o cliente dele não queria me dar à separação, retirando a causa eu estava dizendo para a Juíza, que não merecia o respeito dela. Na segunda feira ele sentou em frente á Juíza. Aquela sala demostrava um ambiente frio como tem que ser a justiça, ela não pode ter sentimentos. Ela tem que ser justa. Eu estava acompanhada pelo o advogado da casa Beth Lobo onde eu era assistida e fazia as minhas terapias, uma casa que apoiava as mulheres que sofria violência domestica. Ele foi condenado e a sentença dele era pagar cesta básica para uma instituição. Também foi orientado á durante cinco anos não se aproximar de mim, no decorrer desses anos o que acontecesse comigo ele seria o principal suspeito. Já foi uma vitória diante de tudo que eu havia passado ao lado dele.

domingo, 8 de junho de 2014

Resgatando a minha Dignidade.

Já era outubro. O final do ano estava próximo, sabendo que não havia nada que eu pudesse fazer em relação ao trabalho, fui vender bijuteria precisava fazer alguma coisa, não tinha como ficar parada; esperando algo acontecer. Como sempre fui uma ótima vendedora estava conseguindo uma boa clientela apesar de não ter um carro; fazia o meu trabalho a pé, mais a comissão era pouco e as coisas estavam difícil. Um dia passando pelo banco resolvi entra e ver o saldo da conta jurídica, havia disponível na conta R$ 2.038,00 pensei em fazer uma retirada mais tive medo, era como se eu estivesse praticando um assalto. Sai do banco entrei na loja de um amigo a funcionaria falou. Sabe quem esteve aqui ontem? Respondi não. Ela falou teu ex-marido e falou que queria ver você pedindo esmola de porta em porta, que o prazer dele era um dia te ver passando fome. Fui duro ouvir aquelas palavras, na hora sentir um nó na garganta mais engoli seco e mais uma vez falei. Tenho um Deus que me ama e nunca vai permitir que isso a aconteça. Saí da loja pensando no dinheiro que estava na conta bancaria tomei um ônibus e fui até o escritório de um advogado que eu sabia que poderia me ajudar. Ele me recebeu, conversou comigo e eu perguntei o que poderia me acontecer caso eu sacasse um pouco do dinheiro que estava banco, ele me explicou, que como sócia da empresa e mulher dele nada me aconteceria. Agradeci pela ajuda que ele havia me dado tomei outro ônibus e vim embora.

 Desci do ônibus em frente ao banco entrei e falei com um funcionário que já me conhecia e sabia o que eu estava passando, falei que queria fazer uma retirada da conta jurídica mais estava muito nervosa e não tinha nem cartão nem cheque e estava com muito medo, ele me mandou ir para fila e foi falar com o caixa que também me conhecia, fiquei naquela fila alguns minutos que se tornaram uma eternidade. Ao lado do banco havia uma delegacia eu tinha a sensação de que a qualquer momento entraria um policial e me levaria algemada. Foi complicado errei três o cheques avulsos mais no final conseguir retirar R$2.000 deixando os 38,00 para pagar o CPMF o caixa me perguntou se eu queria em dinheiro ou poderia transferi para minha conta física? Preferi fazer a transferência. Sai dali apavorada olhando para os lados parecia que eu havia roubado alguém e a policia ia me prender. Ao chegar a minha casa entrei e fechei todas as portas preocupada que ele aparecesse para pegar o dinheiro de volta, isso aconteceu em uma sexta feira, passou o final de semana não aconteceu nada eu fiquei despreocupada chegando a esquecer de que na segunda feira poderia acontece alguma coisa.

 Foi fatal. Na segunda feira era um feriado judeu. Por esse motivo não haveria aula para á Silvia, ela ficou em casa comigo; o dia estava lindo fazia um sol maravilhoso a Silvia abriu todas as portas comecei a limpar a casa, eu fui lavar roupa, o som ligado, eu nem lembrava mais do que havia feito estávamos descontraídas, quando a Silvia chegou perto de mim. ‘Falou mãe o pai esta no portão querendo falar com você. ’ Eu sai morrendo de medo ele começou a gritar que queria o dinheiro dele de volta mandando eu abri o portão que ele queria entra, eu falei que não ia abri, ele mandou o Silvio subir pelo portão, entrou pela janela e abriu a porta pra ele entra. Ele entrou começou a falar palavrões, chutou a mesa com as cadeiras quebrou a mola do meu fogão, me chamando de vagabunda e falando que queria o dinheiro de volta, se eu não devolvesse ele ia me matar fez o maior escândalo fiquei com vergonha dos vizinhos que estavam presenciando tudo, de camarote. Mais naquele momento decidi que seria a última vez que ele me chamaria de vagabunda pelo menos na frente dos meus filhos. Falei pra ele ir embora que dentro de meia hora o dinheiro estava na conta dele. Ele não queria ir mais fui firme ele não teve outra saída há não ser esperar eu ir ate o banco fazer a transferência.

 Quando ele saiu fiz algo que deveria ter feito há muito tempo. Liguei para 190 policia militar, em menos de 10 minutos chegou uma viatura na minha porta, eu já estava pronta para ir ate a Delegacia da Mulher. Falei com os policiais e eles me levaram até lá, deixei a Silvia sozinha em casa, mais, saí preocupada com o que poderia acontecer com ela não confiava nele.  Chegando á DDM o policial falou com a Delegada sobre a Silvia, ela imediatamente pediu o numero do celular dele, ligou pra ele e pediu que em 15 minutos se apresentasse na delegacia. Ele não demorou a chegar, estava com o meu filho querendo saber o que estava acontecendo, olhando pra mim e falando que era uma palhaçada tudo o que eu estava fazendo, com certeza não aconteceria nada, a delegada deu-lhe um belo chá de cadeira, chegando a mandar ele se colocar no seu devido lugar caso contrario mandaria algema-lo.  Ele só falava no dinheiro que eu havia retirado da conta que iria me processar. No final registrei a ocorrência e representei. A partir desse dia ele passou a me respeitar nunca mais passou na minha porta me chamando de vagabunda. Só depois que eu fui à DDM que ele passou a me respeitar. E eu conseguir recuperar a minha dignidade como mulher e como pessoa.

sábado, 31 de maio de 2014

Deus na Minha Vida.

Era uma fase difícil a que estávamos passando. Ele usava todos os meios que podia para nos atingir e como eu estava debilitada em todos os sentidos permitia que a sua maldade nos ferisse. A Nossa vida mudou completamente, os finais de semanas eram horríveis o dia não passava a solidão passou a fazer parte dos meus dias, era mais fácil chegar á segunda feira do que o final de um dia de domingo solitário. Como não havia mais a movimentação de entrada e saída dentro da minha casa, eu confundia com a solidão, porque a solidão já existia há muito tempo, vivíamos sobre o mesmo teto e mal nos cumprimentávamos. Mais a movimentação diária me levava a acreditar que ainda existia uma família, e não era verdade. Não tínhamos dinheiro para sair ás pessoas se afastaram, a minha situação financeira mudou totalmente passei daquela que ajudava para ser ajudada. Deixei de dar cesta básica para receber, na igreja começaram a me olhar como se eu tivesse traído o coitado, afinal agora eu era uma mulher separada. O preconceito ainda existe e muito! E, muitas me viam como mais uma concorrente, machucava muito o comportamento, a desconfianças de algumas pessoas. mais eu tinha que seguir em frente mesmo com a ferida aberta, não importava o quanto sangrava eu precisava continuar caminhando. por mais dolorido que fosse. Não dava para pará.

 Além dos R$15.00 ele não dava mais nada, era com esse valor que eu tinha que passar a semana. Liguei para a minha amiga Alaides como era ano de eleição ela me conseguiu um trabalho. Fui trabalhar como coordenadora de campanha de rua passei a ter o meu salario, não havia mais necessidade de me humilhar, pelo menos durante esses três meses eu tinha de onde tira as despesas de casa. A Silvia continuava indo com ele todos os dias. Mais ele não perdia a oportunidade de judiar dela. Eu decidi voltar a estuda era uma maneira de poder transferi os meus problemas ou esquecer o que eu estava vivendo, como não havia terminado o ensino médio fui fazer supletivo para concluir os meus estudos e poder cursar uma faculdade, que era um sonho que estava adormecido há muitos anos. Mais no momento o que mais me machucava era a atitude do meu filho, em relação a mim e a irmã, ele continuava nos machucando com a sua indiferença. Trabalhando durante o dia e estudando á noite fui preenchendo o meu tempo e esquecendo todo o sofrimento que eu estava vivendo; afinal encontrei algo para preencher os meus dias.

 A Silvia estava em fase de estagio, justamente nesse período ele resolveu que não a levaria mais, ela foi obrigada a ir de ônibus; e para chegar ao hospital onde fazia o estagio era obrigada a sair de casa as 3h30 da manhã todos os dias. Eu ficava desesperada ao ver a minha filha sair sozinha em um horário tão perigoso e eu não podia fazer nada, eramos duas mulheres vivendo sozinhas sem proteção alguma. Só que ás vezes diante do meu medo e do meu desespero eu esquecia que a minha proteção não vinha do homem, mais sim de Deus e ele não desampara os seus. Nesse horário passava na minha rua um motorista de ônibus indo para o mesmo terminal. E esse motorista era o pai de uma colega da Silvia. Deus preparou uma companhia para a minha filha todos os dias, ele não nos abandonou. O Silvio foi embora falando que não voltaria mais, passava por me fingindo que não me conhecia, mais a minha psicóloga havia falado que um dia ele voltaria mais eu nunca acreditei. Em um determinado dia eu estava esperando a perua da campanha vim me pegar quando eu vi o meu filho subindo a minha rua com a cabeça baixa e as mãos no bolso, fiquei na calçada esperando para ver o que ia acontecer. Ele se aproximou de mim com os olhos vermelhos de quem chorou a noite inteira. Olhou pra mim e falou Mãe eu preciso de ajuda.

Eu o abracei, parecia um milagre meu filho estava de volta. Ele entrou sentou á mesa tomou café e eu perguntei se ele queria ir trabalhar comigo na rua, ele aceitou imediatamente. Naquele dia ele ficou comigo o dia todo e me contou que o pai não estava falando com ele e nem dando dinheiro, também não estava fazendo compras de supermercado o deixando sem ter o que comer. Diante da situação não pensou duas vezes e veio procurar a mãe dele porque sabia que podia contar comigo a qualquer momento. No final dá tarde ele decidiu que iria à casa do pai  pegar algumas roupas e voltaria só que não voltou no outro dia ele apareceu falando que o pai ficou a noite inteira falando com ele, aconselhando a continuar em sua companhia que ele não devia ter me procurado porque eu nada tinha a oferece, ele resolveu a continuar com o pai dele. A minha psicóloga viu como o inicio de uma nova historia mais eu não quis criar expectativa já havia sofrido muito para alimentar esperanças. Terminou a campanha eleitoral o candidato para o qual eu trabalhei venceu as eleições para presidente. E eu fiquei desemprega, não tinha ideia do que iria fazer daquele dia em diante.

domingo, 11 de maio de 2014

Eu e a Silvia

O Silvio foi embora. Fiquei com a Silvia. Foi difícil ver o meu filho sair de casa, suportar a ausência dele, diante de tudo que eu estava vivendo fui obrigada a ver os meus filhos sendo divididos, a família estava desmoronada, não existia mais estrutura os irmãos estavam separados, ele conseguiu dessa vez atingir os filhos da maneira mais cruel e mais baixa que um pai possa chegar; não satisfeito pelo que fez comigo tinha que atirar nos filhos para poder me atingir mais ainda, na verdade o seu único objetivo era me levar ao fundo do poço. E quase conseguir! O Silvio manipulado pelo pai sempre vinha em casa levava o que achava que deviam, as fotos da família pegava todas desde que eu não estivesse nelas, muitas vezes me provocava chegando a me insultar com palavras e ameaças, foi uma época muito sofrida, cheguei a pensar que não teria estrutura suficiente para suporta  a dor e a humilhação que eu passei, o meu próprio filho me tratando como uma mulher qualquer, sem nenhum respeito; sem consideração pela mãe.  Eu  fiquei muito abalada emocionalmente às crises de labirintite voltaram  com frequência, durante a noite muitas vezes acordava passando mal. Sinceramente diante de tudo que eu estava passando nada poderia me abalar mais do que ver a vitória dele sobre o meu filho.

 O Silvio passou a me evitar não falava comigo era como se eu fosse uma estranha ou uma inimiga, era assim que ele me tratava, á sua indiferença para comigo me machucava muito, a dor era como uma lança cravando o meu peito. Ele se transformou de tal forma que eu cheguei a sentir medo dele. Mais, nada tinha a fazer a não ser entregar ele nas mãos de Deus e confiar; sabia que um dia tudo iria passar mais o sofrimento e as decepções me levavam ao desespero fazendo com que eu muitas vezes duvidasse de tudo. A minha psicóloga falava que tudo seria questão de tempo para ele voltar, por enquanto ele estava empolgado era tudo novidade o pai fazendo as vontades dele, carro, dinheiro, morando sozinho os dois, mais na hora certa ele iria me procurar porque no meio de toda a loucura que era o meu casamento eu havia dado algo que ele jamais esqueceria. A base familiar! E essa ele não tinha ao lado do pai. Mais algumas vezes cheguei a duvidar que um dia isto pudesse vim a acontecer.

 A Silvia sofria pela perda do pai. Pela perda do irmão e pela situação que estávamos vivendo, ela acompanhava o meu sofrimento de perto, vivenciando todos os dias, sem falar na parte financeira porque ele pra castigar a filha por ter ficado comigo tirou tudo dela; não dava nada, ao contrario procurava humilhar e judiar o quanto podia. Sem falar que, ela era quem ouvia as minhas lamurias o meu ódio, a minha revolta o dia inteiro. Hoje eu me pergunto como ela suportou esse peso nos ombros, afinal era uma menina; só tinha 19 anos. Mais forte o suficiente para tomar uma decisão e aguentar ate o fim passando pelas mais duras provações que a vida estava lhe oferecendo. O pai a quem ela o admirava por mais que levasse uma vida conturbada era o seu herói mesmo diante da vida que, vivíamos, ela o amava e de repente viu os laços se romperem de uma forma brutal. O irmão tinha tudo ela simplesmente se viu sem nada. O irmão do dia pra noite passou a ser um estranho mal a cumprimentava. Meu Deus era muito sofrimento e eu como mãe não tinha estrutura emocional para dar todo o apoio que ela necessitava ao contrario ela segurava a minha barra. Diante da falta do dinheiro a Silvia passou a fazer suspiro e vender na escola, o dinheiro que ela ganhava dava para compra as suas roupas. Ela foi privada de muitas coisas pelo simples fato de ter optado em fica com a sua mãe.

domingo, 4 de maio de 2014

Medo do Amanhã...

A noite não foi fácil. Chorei muito ao chegar á minha casa, fiz uma retrospectiva da minha vida de tudo que eu havia passado nas mãos daquele homem, o quanto eu sofri, 21 anos me anulando como mulher e como pessoa, como ele conseguia me dominar de tal forma? Como eu permiti que ele me levasse ao fundo do poço? Naquele momento decidi que ele não voltaria mais, essa seria a última separação, mesmo com todo o medo que eu estava sentindo eu passaria fome mais não o aceitaria de volta. Não sei que horas consegui adormecer; sei que era muito tarde. Acordei ao amanhecer parecia que havia saído de um pesadelo lembrei-me do que havia acontecido e lembrei que não tinha um centavo dentro de casa; o armário estava vazio, a geladeira também. Olhei para o teto e perguntei a Deus o que iria fazer da minha vida, em um pais que a mulher depois dos 30 anos já era considerada velha para o mercado de trabalho, e eu, com 45 anos o que eu iria fazer para sobreviver? Depois de alguns minutos a resposta veio ao meu coração. O Senhor é o meu Pastor e Nada me Faltará. Eu Tudo Posso em Cristo que me Fortalece. Agarrei-me aquela frase e de repente surgiu uma força de dentro de mim com a esperança de que um novo sol iria brilhar.

 Levantei, fiz o café a Silvia também acordou não havia muito que fazer naquele dia como nos outros também. Era como se uma nuvem cinzenta tivesse passado na nossa casa era um estado de espirito triste, ao mesmo tempo em que surgia uma esperança, também surgia uma onda de incerteza. O medo é um sentimento traiçoeiro, por mais que eu acreditasse que tudo sairia bem, ele estava por perto falando o contrario e trazendo às duvidas ao meu coração, descobri que se existe um demônio, esse demônio chama-se  medo. A rotina é cruel por mais que eu buscasse uma vida nova, ela já estava tão impregnada no meu dia á dia que eu acabava sentido falta do lixo que preenchia o meu dia o deixando com a sensação de vazio. Eu tentava mudar o rumo da historia acreditando cegamente nas palavras que Deus colocou no meu coração, mais confesso, as duvidas surgiam. O medo afastava a minha fé. O medo era constante no meu dia me levando ao desespero. Mais diante de toda a confusão, de todas as misturas de sentimento que eu estava vivendo, lá no fundo a palavra de Deus foi plantada e com certeza iria dar frutos. E foi com essa esperança que continuei com a minha vida. Tomamos o café depois a Silvia foi até a loja pegar dinheiro para fazer a feira ele deu R$10.00 e ainda humilhou a filha ela voltou chorando, aquele dinheiro além do sabor amargo pelo preço que ela pagou tinha que dar para passar a semana; parecia piada mais era assim que iriamos viver a parti daquele dia.

 Essa era a arma que ele usava para me dominar. O financeiro, ele sempre fez isso e sabia que dava resultado eu acabava cedendo e permitindo que voltasse. Só que ele esqueceu, os filhos cresceram, tínhamos um teto para morar e por mais que eu sentisse medo havia o apoio da minha terapeuta eu já não estava mais sozinha, agora eu era outra mulher. Dessa vez ele saiu perdendo, eu não voltaria atrás. Eu tinha uma poupança o que restava era pouco mais dava para fazer uma compra de supermercado, restou lá era R$176.00 foi com esse dinheiro que eu fiquei. Ele já havia me tirado tudo o carro os perfumes tínhamos um pouco investido em dólares mais quando eu fui ver ele havia levado, e foi aí que eu percebi que ele havia dado um belo de um golpe, que tudo foi planejado. Quando ele falou que, queria-me ver passando fome ou mendigando de porta em porta é por que isso fazia parte dos planos dele. Só que ele esqueceu que Deus não me abandonou. Quem me abandonou foi ele, e por mais que eu passasse dificuldade, por mais que eu chegasse ao fundo do poço, eu iria me reerguer. Deus era comigo. A Silvia estudava no Hospital Albert Einstein não havia condições dela ir sozinha, eu levava todos os dias de manhã, agora era ele que a levaria. Ele dava o dinheiro para ela voltar de ônibus e do lanche também mais antes ele a humilhava, ele judiou tanto dela durante meses que as notas dela foram caindo foi necessário passar por um acompanhamento psicológico. Diante de tudo que ela estava passando ainda tentava esconder das pessoas e dos amigos o que estava acontecendo. Mais uma das professoras que a observava sentou com ela. Ela se abriu e a mesma a encaminhou para um acompanhamento o qual ajudou muito.

 Nossa vida mudou de uma forma tão radical, começamos a passar necessidade financeira, mal tínhamos o necessário para comer. Ele passava na minha porta uma vez por semana e jogava R$ 15.00 reais enrolado, como se joga salsicha pra cachorro, os vizinhos me davam pão para eu comer com ovo frito, muitas vezes era o nosso jantar. O meu irmão passou a fazer comprar pra mim. Como eu agradecia a Deus por todos eles, o Padre José da minha paroquia me dava sexta básica, o Padre Carlos falava que eu não podia viver só de sexta básica me dava dinheiro para eu compra frutas, verduras e carne, e assim nós íamos levando a nossa vida. Ele passava em frente a minha casa me chamando de vagabunda, ao me encontra na rua me humilhava, sentia prazer em me diminuir falar coisas horríveis ao meu respeito algumas vezes me fazendo chora com palavras de baixo nível. Ele com a família estavam muito bem, no inicio ele ficou na casa da mãe mais um mês depois comprou uma casa com os dólares que ele tirou de mim e se mudou, o Silvio foi junto com ele levou o dormitório deixando o quarto vazio, meu Deus como doía passar no corredor e ver o quarto dele sem os moveis, isso me deixava sem esperança de um dia o ter de volta. Para mim era o mesmo que a morte.