Chegou o dia tão esperado. Eu estava em casa quando o Secretário de Obras parou o carro em frente ao barraco que nós morávamos. Ele foi pessoalmente me avisar que a área havia sido liberada, já podíamos da inicio a construção da nossa casa. Ele era uma pessoa boa e simples, teve muita paciência comigo, durante o ano inteiro eu cobrei dele esse terreno acredito que ele não aguentava mais ouvir a minha voz. O final dessa historia foi uma vitoria para todos nós, porque eles todos torciam por mim. Só não sei se era para me verem feliz, ou para ficarem livres de mim. (brincadeira)
Reconheço que não dei um minuto de trégua para eles, fui insistente, em momento algum pensei em desisti do meu propósito, e valeu a pena a minha luta, sair vitoriosa. E descobri que quando Deus te dá algo ele nunca dá pela metade o presente vem completo Como eles tinham pressa pelo terreno em que nós estávamos morando precisávamos sair de lá imediatamente eles liberaram o pedreiro, e o material para a construção. Foi um grande presente, e mais uma vez eu vi o poder de Deus na minha vida. Isso me levou a acreditar no amor dele por mim. Vi que não estava sozinha, um dia eu seria liberta daquela vida.
Mas os problemas continuavam as brigas, as desconfianças que ele tinha de mim. O medo do amanhã estava presente na minha vida, à família dele não gostavam de mim, agora com a nossa permanência no terreno eles nem queriam ouvir falar no meu nome, eu conseguir algo que para todos seria impossível. A minha casa, a minha segurança agora se ele resolvesse cumprir com as ameaças, na rua eu não ficaria. Os ciúmes dele por mim só aumentaram se antes ele me seguia agora, além de me seguir, as ofensas era todos os dias, ele começou a desconfiar de dois moços que moravam atrás do nosso barraco, inclusive eles usavam a nossa parede, um dia ele me obrigou a ir tomar banho e ficou vigiando para ver se os moços iam me olhar, ele estava com uma lata de aguarrás e jogou pelo o buraco dizendo que era para atingir os olhos deles.
Só que um deles era noivo e estava com o casamento marcado, à moça vinha morar com ele é claro, Quando a esposa dele mudou eu fiz amizade com ela, queria saber o que tinha naquela parede, um dia entrei na casa dela e na parede estava o guarda- roupa deles, eu perguntei se ela havia colocado, ela falou que não já estava lá quando ela chegou. Continuávamos indo a Igreja quase todos os dias, na igreja ele se transformava era outra pessoa; passava a imagem de um marido exemplar, um pai atencioso era assim que todos os viam. As crianças estavam crescendo dentro de um ambiente doentio a Silvia não podia ter amigas ele não permitia sempre falava que as outras meninas não eram um bom exemplo para filha dele.
E, era dessa forma que todos nós vivíamos; eu dentro do meu medo, ou da minha covardia não sei explicar o que era, mas nunca tive coragem para defender os meus filhos, quando ele estava nervoso não dava dinheiro para fazermos supermercado, muitas vezes eu e a Silvia ficamos sem jantar por falta de comida, não de dinheiro por que isso ele tinha. A construção da nossa casa estava indo bem eu não via a hora de poder mudar ter uma casa descente, poder ter o meu quarto, ver as crianças cada uma em seu quarto com a sua privacidade. Cinco meses depois mesmo sem a minha casa esta pronta eu fui obrigada a mudar faltava colocar o piso e terminar um dos banheiros, mas como a prefeitura precisava da área em que morávamos, tivemos que mudar. E no dia 13 de abril de 1996. Eu entrei na minha casa.
Um comentário:
Li a sua história, mas na verdade eu já sabia, você tinha me adiantado algumas coisas. Só tenho que te parabenizar por todas a conquistas.
Tem gente que fica reclamando a vida inteira e não se mexe para que as coisas aconteçam. Para essa gente, sugiro q leia sua historia. Beijos Marlene!!!
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