As brigas estavam acontecendo com mais frequência. A falta de respeito entre ambos era inacreditável, ele cada vez mais estupido em relação a mim. Eu estava diminuindo com uma rapidez assustadora me anulando como pessoa o meu brilho já não existia, eu estava opaca, diante da vida. No padre Dalcides estava proibida de ir, pela segunda vez percebi o quanto incoerente fui, em pedir para esse homem voltar, com certeza sozinha estaria melhor. A situação foi se agravando de tal forma que, um determinado dia ele provocou uma briga tão feia que durou dois meses e meio, eu parecia uma louca, já não tinha mais controle sobre as minhas emoções, chorava em qualquer lugar ele não falava comigo, dormia na sala, me provocando sempre que tinha uma oportunidade, passou a andar sem a aliança, me tirou o carro, eu saia de ônibus ou a pé, o carro ficava sempre na garagem, chegava a faltar comida em casa, e quem sofria as consequências era eu e a Silvia. O Silvio saia com pai se alimentavam fora, ou em restaurante ou na casa da mãe dele.
Em um determinado momento de desespero liguei para minha amiga Alaides, pedindo para ela vim com o marido ate a minha casa conversar com ele, ela veio imediatamente, mas, como ele estava irredutível não houve acordo ele só sabia falar mal de mim, me acusando dos mínimos detalhes, ela vendo a minha situação me aconselhou a procurar uma psicóloga e me deu o endereço da casa Beth Lobo. No dia seguinte criei coragem e fui. Lembro-me ate hoje o exato momento que eu pus os pés naquela casa, dei boa tarde e com os olhos lacrimejando perguntei se tinham uma psicóloga? A recepcionista respondeu que sim, e já me encaminhou para a assistente social. A mesma vendo o meu estado psicológico já me encaminhou com a psicóloga dando inicio ao meu tratamento naquele mesmo dia. As coisas começaram a mudar, eu com a ajuda da Katia a minha psicóloga passei a ter um comportamento diferente; não dava mais tanta importância ao que ele falava ou fazia, as atitudes dele já não me atingiam, mesmo quando eu tinha que ir às sessões de terapias de ônibus ou mesmo a pé, por que ele, ou me tirava o carro ou ia até a minha bolsa e pegava qualquer quantia de dinheiro por mínimo que fosse.
Fui surpreendida no dia que completou 3 meses do falecimento da minha mãe, ele chegou pra mim e falou que eu podia ir á missa do Padre Dalcides, pois os dias coincidiam. Não acreditei no que eu estava vendo e ouvindo, aproveitei a oportunidade que o espiritual estava me dando, era o meu amigo que naquele dia celebraria a missa em homenagem aos 90 dias da morte da minha mãe. Fiquei tão feliz naquele dia em poder retornar e abraça o meu amigo. Falamos sobre a minha situação, sinceramente, ele não gostou em eu ter voltado para o meu ex-marido, ele sabia que o meu sofrimento só aumentaria a parti do momento que eu voltei pra ele. Mais mesmo assim ele tentou me ajudar colocando-me em contato com um casal que estava passando pela mesma situação. A minha vida continuou com altos baixos como eu não podia trabalhar e nem sair á única alternativa era ir á igreja apesar de tudo que eu passava a minha fé em Deus não era abalada, a certeza de que dias melhores iriam vim eu tinha, porque mesmo no meio da tempestade eu sabia que Deus não me abandonaria! Ele estava comigo. Essa certeza era quem me segurava nos momentos mais crucial da minha vida. Essa base que a mamãe nós deu, desde a nossa infância foi fundamental principalmente para mim. Quantas vezes segurei na mão de Deus para não cair ou mesmo não cometer uma grande loucura, podendo ate a perder a minha liberdade por que vontade eu sentir em alguns momentos.
Continuava indo ás terapias isso ele não proibia afinal a louca era eu! Precisava ser tratada, era assim que ele se referia a mim. Uma vez ele me tirou o documento do carro para eu não ir a casa Beth Lobo mais como eu tinha hora marcada peguei o carro e fui sem os documento;s e nada me aconteceu, voltei já em casa fiz o almoço, ao meio dia, fui ficar na loja para o Silvio almoça, ele foi pra casa só que ao chegar pegou o carro e foi para porta da escola, não sabendo ele que a diretora havia chamado a policia por ter traficante vendendo drogas na porta da escola, quando o Silvio viu a policia a sua reação foi pegar o carro e sair, estava sem o documento, uma viatura o segui parando em seguida, como ele estava sem documentos do carro, um policial foi ate a loja falar comigo, queria os documentos, como não estava comigo liguei para o pai dele o qual foi grosso e mal educado respondendo que era problema meu e não iria se envolver. Com o Silvio não aconteceu nada. Mais o carro foi para o pátio. E eu faltou pouco para ser levada a um sanatório.
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