Estava eu ali presa no porta mala do meu próprio carro, com medo de morre asfixiada. Estava assustada sem saber o que poderia vim a me acontecer, percebi que ele parou o carro ouvi vozes de adultos e de crianças, alguém entrou no carro ajudou ele a retirar o som, depois saiu dirigindo mal pra caramba, não tinha ideia de onde estava e o que ele poderia fazer comigo, era tão assustador. Dentro daquele carro eu comecei a perceber o quanto eu era sozinha o quanto a minha vida era vazia eu não tinha por quem gritar há não ser por Deus. Não chorei o nervoso era tanto que não dava espaço para as lagrimas a garganta estava seca como eu queria um copo de água. Fiz uma retrospectiva da minha vida e percebi o quanto eu havia parado no tempo deixando de viver, me preocupando em agradar às pessoas para receber ás migalhas que elas me ofereciam, esquecendo que eu tinha uma vida. Senti falta dos meus pais lembre-me da minha vida no interior onde não havia violência éramos felizes; mesmo com aquela vida simples vivendo na roça, pensei nos meus irmãos, nos meus filhos com medo porque era certo que eu não voltaria. Ele não me deixaria viva; esse era o meu pensamento. Mais ao mesmo tempo diante de todo o medo que eu estava vivendo segurei na mão de Deus e comecei a pedir pra ele cuidar de mim. Foi quando lembrei que era dia 13 de maio dia de Nossa Senhora de Fátima de quem eu sou muito devota, comecei a falar com ela e foi me acalmando, sentir uma confiança e a certeza que ela não iria permitir que nada acontecesse comigo; que aquele bandido não teria força pra tocar em mim ou tirar a minha vida. Percebi a importância do carinho de uma mãe. O quanto eu necessitava da presença dela junto a mim. Naquele momento era como se o colo da mãe me fosse oferecido, presa dentro daquela porta mala, já não estava mais sozinha, havia comigo a companhia de nossa Senhora o conforto do amor de uma mãe.
Era um dia frio eu estava bem agasalhada, mais tremia, não sei de frio ou de nervoso. Quando de repente ele parou o carro abriu o porta mala retirou todos os meus perfumes na hora eu pensei que ele fosse fazer alguma coisa comigo; tipo me dar um tiro; afinal ele estava com o revolver na mão, mas não fez nada; eu estava com muito medo não havia nem condições de raciocinar, é uma sensação que eu não desejo pra ninguém. Ele entregou os perfumes para alguém e voltou para o carro continuo a dirigir o medo aumentou, existia possibilidade de ele me levar para algum lugar e me matar. Mais Deus é maravilhoso colocou Nossa Senhora para cuidar de mim. Ele dirigiu por um bom tempo passou em alguns buracos estrada de chão; em um determinado lugar parou o carro saiu abriu a porta mala olhou pra mim com a arma na mão e falou que estava indo embora não era para eu sair naquele momento caso contrario levaria um tiro na cabeça esperasse um pouco até ele se afastar. Eu fiquei ali não sei quanto tempo criei coragem e resolvi sair. Havia pessoas passando de carro naquele momento, mas ninguém fazia nada, parecia que eu era a bandida. Toquei a campainha de uma casa uma moça saiu expliquei pra ela o que havia acontecido pedi para ele me dizer onde eu estava e como poderia sair dali? Ele se desculpou e fechou a janela na minha cara, fui ate a outra casa aconteceu á mesma coisa. Quando percebi que do outro lado da rua ia passando duas moças, gritei elas esperaram quando eu estava falando com elas saiu um moço de dentro de uma casa perguntou o que havia acontecido eu falei, ele chamou a esposa dele mandou eu entra me deram água e ofereceram o telefone para eu ligar para alguém. Liguei para um investigador da polícia expliquei o que havia me acontecido ele pediu para falar com a pessoa da casa perguntou onde eu estava. E perguntou se ele poderia me levar á delegacia mais próxima? O moço foi me levar com a esposa, eu conseguir ir até a delegacia seguindo ele com o meu carro.
Na Delegacia estava uma loucura havia barreiras afinal os meninos estavam protegendo a própria pele, os ataques naquele dia eram constantes. O final de semana em São Paulo foi assustador estava havendo muitos ataques a Polícia Civil e Militar. Ao chegar á Delegacia eles já estavam me esperando, abriram a barreira entrei no estacionamento eles me deram água, café respirei um pouco, procurei me acalma antes de registra o Boletim de Ocorrência. Eu estava sem nada não tinha carteira, documentos, só o carro e a chave foi o que me restou registramos o boletim de ocorrência na brincadeira o bandido me levou R$ 25.000 em perfumes, fora dinheiro, cheques e pertencesse ao termino da ocorrência o chefe dos investigadores que era meu cliente ofereceu uma viatura para me acompanhar até á minha casa, mais eu não aceitei falei pra ele ficar tranquilo o pior já havia acontecido. Ele pediu para que eu fosse direto para casa e tivesse cuidado não parasse pra ninguém se necessário salvasse a minha pele. Peguei a rodovia Anchieta vim embora, estava sozinha com medo precisava falar com alguém passei direto e fui para a casa da minha filha ao chegar ela estava saindo com o pai e a sogra dela, que estava aqui havia vindo do Paraná. Quando ela me viu falou mãe tentou falar com você mais o seu celular só dava na caixa Postal. Eu respondi filha passei a tarde trancada na porta mala do carro; ela ficou assustada já avisou para o pai que não ia mais sair com ele; entrou comigo fez café fiquei um bom tempo na casa dela, depois resolvi vir embora. Ao chegar á minha casa percebi que o meu vizinho estava chegando e ao me ver esperou que eu guardasse o carro e fechasse o portão, pensei tudo que eu tinha já levaram. agradeci a ele e entrei. Um vazio, uma sensação de impotência. Esse é o sentimento que te acompanha nessa hora.