domingo, 8 de novembro de 2020

Um Grito de Socorro.

 


Agradeço a Deus por esta oportunidade de poder ter tirado de uma vivência, triste e dolorida tanto aprendizado.

 O qual me deu um vasto conhecimento dentro desta área, com o mesmo venho tendo a possibilidade de ser luz na vida de algumas pessoas. 

Dentro do meu trabalho o qual dedico muito amor, encontro pessoas de todas as idades trazendo com elas o peso da dor de um relacionamento doentio. Mas também encontro muitos jovens perdidos na sua angustia no seu medo de falar dos abusos que sofrem por pessoas próximas como tio, primos ou mesmo o seu próprio pai. 

São jovens com um potencial sensacional destruído pela maldade ou um transtorno mental de membros da família.

 Dentro da vivencia, da dor e do silencio são enterrados vivos pelo sofrimento de carregar com eles o segredo o qual é conseguido pelas ameaças que lhe são feitas, o sofrimento destes jovens são marcas para a vida toda.

 Mesmo com terapias as sequelas vão permanecer na sua alma. 

É cruel ver nos olhos de cada um deles a dor da culpa que o agressor planta na sua mente fazendo com que eles se sintam-se responsável pelo que lhe acontece, eles acreditam que de alguma forma estão sendo punidos.

 Muitos clamam por justiça! 

Mas temos uma justiça lenta, que nunca chega, eles perdem a esperança de saírem das garras de um mostro que o aterroriza dias após dias.

 (Meu maior desejo é poder ter a coragem de dar um grito de socorro, mas ele fica preso na garganta, não tenho forças para permitir que ele faça eco na multidão, o medo e a vergonha me travam.) 

Já ouvi essas palavras de alguns jovens que estão presos ao silencio da sua dor. 

Mas eles não perdem a esperança de um dia o seu grito ser ouvido na multidão.

 

 


domingo, 1 de novembro de 2020

Conhecendo o Amor.

 


Tenho a sorte de encontrar pessoas de vários lugares. Em situações diferente, ambientes diferenciados, mas com os mesmos sentimentos. Todos trazem com eles magoas, ressentimentos.  

A dor de uma ferida que alguém ou nós mesmo nos causamos. 

Quantas vezes permitimos que a dor seja plantada na nossa alma?  Para não ferir alguém ferimos a nós mesmo. Deixamos cicatrizes que nem o tempo é capaz de curar.

 Encontrei a Anne, uma menina linda com um coração repleto de amor.  A alma estava ferida com cicatrizes abertas que nem o tempo foi capaz de curar. Muitas vezes sangrava quando as lembranças se faziam presente e a dor era inevitável, era muito forte as lembranças dos abusos que ela sofreu até completar os 18 anos.  

Anne mesmo com todas as lembranças seguiu em frente e deu continuidade a sua vida.

 Ela mostrou para o mundo que era maior do que a covardia que foi submetida ao longo dos anos. 

Que a sua dignidade foi superior o respeito e a consciência do seu próprio valor, foi fundamental.

 Ela era inatingível. 

Nada poderia tirar a tranquilidade da sua alma. 

Ela soube se protege de uma família pobre de espirito e de dignidade. Uma família sem amor, sem honradez, sem princípios morais. 

Foi nesta família que a Anne conviveu por 18 anos, foi abusada  sexualmente pelo seu pai  todos  os dias: a sua mãe sabia do que acontecia com a sua filha de 5 anos de idade mas nada fazia para impedir; chegou um momento que era natural ele chegar do trabalho e levar a menina para o quarto queria satisfazer os seus desejos.

 Enquanto a mãe preparava o jantar consciente do que estava acontecendo com a criança.

 Anne foi crescendo e tendo conhecimento que, o que acontecia com ela não era normal e se perguntava.

 Por que a mãe nada fazia para defende-la, protege-la das garras daquele tirano?

 Ela se sentia enojada chegou um momento que ela sentia náusea ao toque dele, ele ficava feliz acreditando que ela estivesse gravida.

 Um filho seu seria o meu melhor presente.

 O meu bebe esta gravida era assim que ele falava para a mãe dela. 

Anne foi criando uma proteção não permitindo que a sua alma fosse destruída, ele usava o seu físico não a sua essência.

 Ela foi se protegendo de todo mal que lhe acontecia naquela casa; o seu desejo de vitória de se libertar daquela vida era maior do que o abuso que era submetida. 

Os anos passando e ela se tornando uma mulher linda, um pouco tímida, mas não permitindo que as suas feridas, se sobressaísse, ela não deu espaço para dor.

 O seu maior desejo.

 A LIBERDADE. 

Ela prometeu pra ela mesmo que não seria vencida pelos agressores; ela tinha consciência que todos eram coniventes ao que acontecia naquela casa.

 Anne foi aprendendo a se proteger. A essa altura ela já estava com os seus 17 anos, a vida lhe obrigou a se tornar uma mulher madura. 

Era dedicada aos estudos só através dele ela poderia sair daquela vida, começou a fazer outo-defesa, estava se preparando para enfrentar um mundo que com certeza iria lhe oferecer mais do que a família com a qual convivia. Mesmo com todo sofrimento ela tinha um objetivo. 

Voar, conhecer outros horizontes, ter alguém que a protege-se, alguém  que pudesse lhe dar  amor e respeito esse era o seu maior desejo, ela ansiava por este momento, todos os dias. 

O tempo foi passando e a esperança aumentando cada golpe que ela dominava dentro da arte marcial era como se fosse um degrau que ela subia na sua busca pela a vitória, na academia ela teve a oportunidade de conhecer pessoas e se aproximar delas, buscando confiança em cada uma e descobrindo que o mundo lhe dava mais segurança do que o lar em que vivia, ela não perdia a esperança de um dia ser livre. 

Ter um lugar só seu, sem ser obrigada a se submeter aos olhares de desejos do seu pai. 

Como era desagradável viver no mesmo ambiente que ele (Aquele olhar sujo me dava nojo eu não suportava nem olhar para ele.)

 Um belo dia na academia ela conheceu uma senhora meiga e carinhosa, esta senhora começou a tratar ela como uma filha; a amizade das duas só crescia a Anne viu nessa mulher uma luz no final do túnel.

 As duas treinavam no mesmo horário ao pouco ela foi se abrindo com á sua nova amiga, falava dos seus sonhos, do desejo de ser livre e recuperar a sua inocência. 

Roberta era o nome dela.

 Inocência? 

E arregalou os olhos surpresa com o desejo da Anne. 

Anne aproveitou o momento para revelar um segredo que nunca havia compartilhado com ninguém; conforme ela relatava os abusos que vinha sofrendo desde de criança a sua amiga ia ficando cada vez mais indignada diante do seu relato. 

Quando ela falou tudo foi como se tivesse tirado um fardo dos seus ombros começou a sentir um alivio na sua alma. 

As lagrimas estavam lavando a sujeira que durante anos foi guardado em uma gaveta do seu subconsciente. 

A sua criança interior estava ferida, magoada, abandonada em um lugar escuro a espera de uma luz.

 Essa criança necessitava de um resgate, e naquele momento ela conheceu o amor, ela soube o que era ser acolhida, receber um abraço com carinho.

 A Roberta de imediato queria ir com ela em uma delegacia e fazer um boletim de ocorrência, mas a Anne não quis, o que ela queria era ir embora e esquecer aquela família.

 E foi o que ela fez! 

Naquele mesmo dia ela foi embora morar com a Roberta.  

A Anne foi embora apenas  com ela a roupa do corpo e os documentos, ela já havia completado 18 anos, e com ele, a realização de um sonho. 

E junto a esse sonho, sua liberdade. 

Onde também lhe foi dado o direito de amar e ser amada. 

O amor incondicional que a Roberta sentia por ela, era maravilhoso sentir o amor de uma mãe não tinha preço. A Roberta mudou a sua vida, por amor a Anne mudou para outro Estado; proteger aquela menina era o seu propósito.  Sabia que em uma cidade como a  cidade de São Paulo seria impossível serem descobertas.

 A Roberta tem um sobrinho moço bonito estudioso conheceu a Anne e os dois se apaixonaram ela conheceu pela primeira vez o verdadeiro amor. Ela soube o que é a alegria de ter uma família. Hoje ela conhece o amor, o respeito. 

Hoje Anne é feliz e realizou o seu sonho ter. 

LIBERDADE.