domingo, 7 de janeiro de 2018

Quando o Coração Sangra.

A mãe ao perceber que está sendo excluída pelo seu filho sente o coração sangrar a dor transpassar a sua alma, ela é mãe deu a vida pelo filho e hoje ele a retribui com o sentimento mais mesquinho que existe. A ingratidão! A mãe tem consciência que é desprezada por alguém a quem ela gerou e carregou dentro do seu útero, durante 9 meses, alimentou com o seu leite materno, acordou nas madrugadas para cuidar dele, ensinou os primeiros passos, as primeiras palavras, dedicou o seu tempo com amor com carinho para esse filho e hoje, dele, ela tem a falta de reconhecimento, as palavras ásperas. Ela sofreu durante a gravidez foi agredida pelo marido forçada a tomar remédio para abortar a criança e mesmo dentro da sua fragilidade ela conseguiu superar as dores e ter o seu filho tão desejado. Mas ao decorrer dos anos ele foi sendo orientado pelo pai o qual foi transferindo o seu machismo para a criança. Fez questão de ensinar para ele que mulher não tem valor. Quantas mães vive esse drama, mas não percebe que o ciclo da violência doméstica esta dando continuidade através do seu filho, é difícil para uma mãe aceitar que é vitima do filho, e mais difícil leva-lo as autoridades competentes. 

 Ela tem consciência que seu filho foi incentivado pelos anos de convivência dentro de um lar onde o agressor era o seu próprio pai; presenciando a mãe ser vitima dessa crueldade, vendo o pai tratar a mãe sem o menor respeito, tornou-se um dominador que não tem consciência do que esta fazendo. Ela sabe que lá no fundo da sua alma existe algo de bom adormecido dentro dele, mas a influencia do pai é mais forte. Vindo á ser repetido, diariamente através do filho, as atitudes negativas do pai contra a sua mãe. Centenas de mulheres vivem essa relação de medo, violência e perdão junto ao seu filho. Após cada episódio de agressão ela acaba perdoando, acreditando que o mesmo irá mudar, gerando assim, um ciclo de sofrimento. Muitos perguntam por que a mãe se submete a tamanho descaso? É uma pergunta difícil de ser respondida. O amor de mãe se sobressai às agressões do filho, na esperança de que ele venha a mudar a sua atitude ela continua dando-lhe uma oportunidade. Como já citei antes é complicado para quem vive fora de um lar comprometido pela violência doméstica compreender o comportamento da vitima, ela é dominada pelo medo em todos os sentidos o seu companheiro ao longo dos anos conseguiu tirar o seu brilho deixando-a insegura incapaz de tomar qualquer decisão. 

 Se uma mulher sente-se envergonhada por ser agredida pelo companheiro ao ponto de silenciar o seu sofrimento diante da sociedade, imaginamos o constrangimento de uma mãe ter que admitir que esta sendo hostilizada, humilhada pelo filho o qual vive confrontando os princípios da sua integridade emocional e moral contra ela e os seus valores. Para muitos filhos não existe limite, para ferir a mãe tudo é valido, ele sente prazer em vê ou saber que a sua mãe esta sofrendo por causa do seu desprezo, a sua frieza é assustadora. Pergunto-me? Como um pai pode influenciar tanto a personalidade de um filho ao ponto de desestabilizar emocionalmente deixando-a a mercê de um mundo cruel. Não impôs limites ao filho ele foi educado sem exigências, sem responsabilidade cresceu com a ideia de ser único e especial, não tendo consciência de regras morais passam a agredir psicologicamente ou fisicamente a mãe levando-a a se culpar pelo fracasso na educação do filho. A sensação de impotência e vergonha deixa em absoluto constrangimento diante da sociedade. Ela sabe que os filhos foram  influenciados, pela convivência de um lar abusivo e não pode fazer nada diante das agressões verbais e emocionais. Foram crianças que cresceram sendo manipuladas, chantageadas. Presenciando os abusos que a mãe sofria nas mãos de um pai machista e dominador.

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